Seca

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Não tenho para ti quotidiano
mais que a polpa seca ou vento grosso,
ter existido e existir ainda,
querer a mais a mola que tu sejas,
saber que te conheço e vai chegar
a mão rasa de lona para amar.

Não tenho braço livre mais que olhar
para ele, e o que faz que tu não queiras.
Tenho um tremido leito em vala aberta,
olhos maduros, cartas e certezas.

Neste comboio longo, surdo e quente,
vou lá ao fundo, marco o Ocupado.
Penso em ti, meu amor, em qualquer lado.
Batem-me à porta e digo que está gente.

RIQUEZA DO SERTÃO

Nordeste de lampião
Terra seca e Juazeiro
Cuscuz tripa e buxada
Canta galo no celeiro
Rapadura com farinha
No meu sertão forrozeiro

Seus cabelos loiros são com fios de ouro, mas para ele afirmo que são como a palha mais seca que já vi.

Pega teu lenço, guarda teu choro, seca seu rosto
Os tempos são outros
Nem de lágrimas, nem desaforos
Dentro de ti, flamejante, há ouro.
Um cofre, um tesouro
Guarda a chave pra quem a mereça
Deixa pra trás, a derrota, a ofensa
Que venha o amor, o respeito, felicidade imensa
A paixão, chama acesa, intensa
Pra que desgosto? Pensa!
Se o que te espera e a maior recompensa!
Recomece!

Não há tempestade capaz de molhar a alma seca de um homem...

Levanta a cabeça
Seca as tuas lágrimas
Sozinha ou não
Tu tens que seguir em frente.

Amigo de verdade não é aquele que seca suas lagrimas
E sim aquele que não as deixa cair !

Cansei-me, não do vento que arrastava-me em meus dias de folha seca, mas da falta de domínio. Decidi onde e quando deixar o vento conduzir-me.Quase sempre funciona.

Viver é não se entregar ao acaso, afinal aquele que existe como folha seca ao vento jamais poderá pousar sobre seu querer.

Assim como a chuva rega a terra seca, sua presença amiga é um bálsamo para a minha alma

Feridas da seca!

Essa terra é meu suporte
essa escolha foi Divina
todo nordestino é forte
mas é triste a sua sina
e a seca é o passaporte
que faz a lâmina do corte
ferir a alma nordestina.

Realidade!

A seca maltrata o chão
nessa dura realidade
peço a Deus em oração
a chuva da fertilidade
porque assim é o peão
quem nasceu para o sertão
não se cria na cidade.

Porteira!

Por trás dessa porteira
eu só tinha felicidade
mas a seca traiçoeira
me mandou para cidade
do meu gado na cocheira
e da minha gente ordeira
me restou só a saudade.

Nordeste verde!

Muita gente ainda acredita
que o nordeste é só sertão
que a seca braba é infinita
e não escapa uma região
mas essa terra é tão bonita
que até mesmo quem visita
quer ficar mais que o verão!

DENTRO DA TARDE

A tarde seca e fria, de maio, do cerrado
Cheia de melancolia, deita o fim do dia
Sobre cabelos de fogo tão encarnado
Do horizonte, numa impetuosa poesia
A tarde seca e fria, de maio, do cerrado

O mistério, o silêncio partido pelo vento
No seu recolhimento de um entardecer
Sonolento no enturvar que desce lento
Do céu imenso, aveludado a esbater
No entardecer, seco, frio e, sedento

Perfumado de cheiro e encantamento
Numa carícia afogueada e de desejo
Seca e fria, a tarde, tal um sacramento
Se põe numa cadência de um realejo
Numa unção de vida, farto de portento

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

O amor de Deus é como um orvalho que goteja em terra seca fazendo brotar o milagre.

Assim como é na abundância que devemos acumular a água para os períodos de seca, é nas épocas de alegria que devemos fortalecer a fé, para que a tenhamos em grande quantidade nos momentos de adversidades.

O sertão tem algo que me encanta
e não é o sol
e não é a seca...
muito menos as cidades.

O que me encanta de verdade no sertão
são os sertanejos,
é o jeito deles,
aquele jeito simples de levar a vida.

Me sinto fria como uma noite de inverno. Seca como o chão sem a chuva. Não me importo, não tenho reagido. Estou sem forças, sozinha. Tanto dei, hoje não recebo nada. Tanto fiz, agora ninguém faz por mim. Se valeu a pena? Não sei.

À latitude de 48º do final de Câncer,
Haverá uma seca devastadora.
Peixes no mar, rios e lagos boiarão,
Devido ao fogo no céu.

Nostradamus

Nota: Centúria V, Quadra 98, descrita no documentário "Nostradamus: 2012" do Canal História