Saudades de Quem Mora longe
Corro distante pra bem longe daqui, estive por outros lugares mais breves, mais é aqui que quero estar...
Eu a amo, ela me faz bem, mas não posso, ela não pode ser minha. Me mata apenas amar ela a distância tão perto, ao mesmo tempo tão longe.
"Paz não é ausência de conflitos. Ela advém da presença de Jesus Cristo em nossos corações, o que produz verdadeiros relacionamentos em amor. O segredo é amar como Ele amou".
Carta em Versos à querida Inês
Querida Inês, receba estas linhas,
que atravessam distância e solidão,
trazendo-te a nova que ilumina:
erguemos no campo a nossa Revolução.
No Seival, o aço cantou com furor,
entre lanças, clarins e poeira do chão,
mas floresciam também — como em flor —
os corações que sonhavam liberdade e paixão.
Veio Tavares com marcha altaneira,
como quem julga a guerra uma dança,
mas encontrou na pampa inteira
o brio de homens que não perdem a esperança.
Neto, em fulgor, ergueu sua espada,
refletindo o sol nas manhãs da campanha,
e ao brado “À carga!”, a tropa inflamava,
como quem dança na chama que arranha.
O combate oscilou como fogo no vento,
mas o destino soprou-nos vitória:
o cavalo de Tavares quebrou-lhe o alento,
e a coragem dos nossos gravou-se na história.
Depois, sob as estrelas em lume,
quando o silêncio abraçava a planura,
acesa ficou a centelha que resume
o sonho da pátria, tão firme e tão pura.
Neto hesitou, fiel ao Bento
mas o mate aqueceu-lhe a razão,
e a voz firme soou como alarde:
“Sejamos República! Que assim seja a Nação!”
No Jaguarão, rio calmo e estreito,
com matas de um lado, coxilhas além,
ergueu-se aclamado, no brio perfeito,
General de uma causa que a todos convém.
Ah, Inês, não de tinta, mas de sangue e bravura,
se ergueu esta pátria em nascentes auroras,
e entre batalhas, guardo a ternura
de escrever-te meu amor nestas horas.
Sou teu Manoel, fiel combatente,
que no campo e na vida jamais te esqueceu,
pois além da vitória, trago presente:
a República é nossa — e meu coração é teu.
Manoel Lucas de Oliveira, 14 setembro de 1836
POEMA CARTA A INES
Autor - Renato Jaguarão.
"Estrelas Silenciosas: O Universo do Autismo."
No silêncio que envolve o olhar distante Um universo se desvenda ao acaso, Onde a mente navega, incansante, Em padrões que tecem um novo compasso. Cada traço de luz, um código secreto, Emaranhado de cores e sensações, O autismo é um mundo, vasto e concreto, Onde a alma encontra suas expressões. Nas asas do pensamento, voa alto, explorando horizontes infinitos, Sem limites, num voo sem asfalto, Desvendando segredos tão bonitos. Na dança das estrelas, um ritmo sem igual, Onde a diferença é celebração, Cada ser é um poema fluimal, Na sinfonia da sua própria canção. Autismo é luz que brilha no escuro, Uma janela para o mundo interior, Onde o amor se revela, puro e seguro, Num abraço que transcende qualquer dor. E assim, este silêncio que irradia para além, O autismo ensina, com sua forma única, Que a beleza está, além do que se vê além, Na arte de ser quem se auto-retrata.
Aprovação social compra-se com obediência. Inteligência conquista-se com distância.
Quem não compreende limita-se o padrão da maioria.
Na conformidade, refletir pouco e agir sem consciência.
O que é a saudade, se não o amor que perdura?
Ela nasce quando o corpo se afasta, mas o coração permanece. É a chama que não se apaga mesmo diante da distância, o eco de um abraço que ainda vibra na memória, o perfume que insiste em morar na pele mesmo depois da ausência.
Saudade é o amor vestido de silêncio, é o olhar que procura no vazio um reflexo que já não está ali. É o diálogo que continua dentro de nós, ainda que os lábios do outro não respondam. É a eternidade escondida em pequenos instantes que nunca se repetem, mas que insistem em viver dentro da alma.
Se o tempo tenta levar, a saudade guarda. Se a ausência tenta apagar, a saudade escreve em letras de fogo. Porque, no fundo, ela é apenas a prova de que o amor é maior do que a presença... é a sobrevivência daquilo que o coração não permite que morra.
E talvez seja isso: a saudade não é dor apenas. É também o privilégio de ter amado tanto, a ponto de sentir falta. É a lembrança que acaricia por dentro e nos faz entender que amar é, inevitavelmente, também saber esperar.
Não tenho, e justamente por não ter é que desejo... É a falta que me move, é a ausência que me consome e dá forma ao meu querer. Se eu tivesse, talvez o amor adormecesse na segurança da posse; mas é no vazio que ele se acende, como chama teimosa em meio à noite. Amar, para mim, é isso: sentir a ferida aberta da falta e, ainda assim, agradecer por ela, porque é dela que brota o fogo do meu desejo.
Quando o cansaço pesar nos ombros,
lembre-se: o que te sustenta não é a ausência de dor,
é a confiança silenciosa de que vai passar.
Não deixe que o medo grite mais alto
do que a esperança que sussurra dentro de você.
É ela que te ergue, mesmo quando tudo parece desabar.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
Acreditar…
é o primeiro abraço que damos em nós mesmos,
quando tudo parece distante.
É confiar no passo, mesmo sem ver o caminho todo.
É saber, lá no fundo, que existe força onde hoje só há cansaço.
Acreditar é recomeçar com delicadeza,
é continuar — mesmo com medo.
Respira.
Fecha os olhos.
E acredita:
você é maior do que qualquer dúvida.
— Edna de Andrade
Quanto mais tempo você usa uma máscara, mais distante do mundo se torna quando observado por aquelas frestas.
Perder a esperança?
Nem pense nisso...
A esperança não toma distância, pois é ela que mais torce para que tudo dê certo.
Martírio
— Insônia vem me visitar
— Saudade, me leva a passear
— pensamentos alçam voo, flutuam livremente
— Lembranças de um tempo que me fazia contente, difícil não recordar!
— Tem sentimentos que, estranhamente, maltratam a gente,
pegam pra judiar
— Chegam sorrateiros, nos fazem sofrer, nos pondo a padecer
— Sentimentos esses, que se agigantam, se instalam, enraízam, fica nos consumindo
— Nos surrando,
constantemente nos afligindo
Martírio!… Sofrer de saudade!
Relembrando de um tempo de ingenuidade!
Saudade! É como semear felicidade em terra árida, plantar e não colher
— Ter o coração sangrando e mesmo assim, sorrir, chorando!
— Essas lembranças, às vezes rompe uma cascata de lágrimas, que não dá pra estancar!
— Tenho aqui instalado na memória, guardados especiais, que não esqueço jamais
— Velhas histórias, ocultas em imagens tão reais.
— Hoje só resta recordar, de um tempo que ficou pra trás, e não vai mais voltar!
Rosely Meirelles
🌹
