Saudades de alguém que nunca existiu

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A verdade é que sempre me causou estranheza essa coisa de sentir saudade do que (ainda) não existiu. Do que ainda não pode ser encontrado nas caixinhas das lembranças tão e mais queridas. Aquelas que fazem com que a gente - não raras vezes - vá até a prateleira onde estão guardadas, pegue uma por uma, tire o pouco de pó que se acumulou por ação do tempo e traga para perto do peito só para sorrirmos mais uma vez, enquanto recordamos o quanto foi e é bom.

Sempre me pareceu absurda essa ideia de sentir falta de algo que a minha pele ainda não tenha registrado a impressão. Ou que os meus olhos não tenham definido como digno(a) de ser novamente admirado(a) em todos os seus grandiosos detalhes. Isso, porque, definitivamente, o tato é um dos sentidos que eu mais aprecio. Em alguns momentos – confesso - ainda mais até do que a própria visão; ainda que por esta também seja possível sentir o toque, como se dá no momento em que alguém lhe diz:

- Eu estou aqui contigo, não tenha medo! E então, por ler no olhar desta pessoa, o desejo de lhe renovar o fôlego e a fé, você finalmente se sente acolhido nos (a)braços da paz. E segue.

Mas essa saudade do que não foi vivido é um pouco diferente. Ela é tão especial quanto a outra, mas de um jeito próprio. Se antes a gente sentia falta de um momento com registro no calendário do tempo, agora, a saudade se dá por algo ainda sem documento. É como se ela fosse uma espécie de viajante atemporal, que vaga livremente entre o passado, presente e o futuro, fotografando momentos tão cheios de vida, que a nossa alma, por sua vez, não consegue se conter e então sorri largo quando é uma saudade boa, ou se recolhe, quando é daquelas doloridas. E então, com o pouco acesso que temos ao mix dessas fotografias, reagimos de imediato.

Quando você escuta uma música que lhe remete a um passado bom ao lado de alguém, você sorri. Isso é saudade com registro. Você viveu aquilo. Sentiu aquele momento na totalidade. Mas quando, por exemplo, você pensa em alguém que já faleceu e diz pra si mesmo(a) que ainda hoje guarda tantos planos que poderiam ter sido colocados em prática, caso a pessoa ainda estivesse viva, então é saudade do que não existiu.

Quando você olha para o seu filho já crescido, e recorda os primeiros passos, as primeiras tentativas de formação de palavras concretas, e sente-se feliz por tê-lo ao seu lado, você experimenta uma saudade com registro. Mas quando você sente lá no íntimo este desejo de paternidade/maternidade pulsando com força, a tal ponto de você se imaginar, inclusive, o(a) colocando para dormir, vindo de 15 em 15 minutos ao seu quarto para verificar se ele(a) está respirando, porque ali é um prolongamento da sua vida e ela depende de você, mas você ainda não é pai e nem mãe para entender com perfeição a sensação de ter uma vida sob a sua dependência, então é saudade do que ainda não foi registrado. A falta é a mesma. Mas a forma de sentir...

Mas e você: Já sentiu falta do que (ainda) não viveu?

Inserida por JorgeNicodemos

Sentimos saudades de tudo, principalmente daquilo que não existiu

Inserida por dragaotr

então apenas aconteceu . . existiu em um instante . . e foi foi no que não houve . . o esquecimento .

Inserida por WilsonAlberto

Pode não parecer mas fico feliz em ser capaz de respeitar seu espaço. Não existiu uma só noite da qual dormimos juntas que não desejei-te por inteiro... Me limitei e pus a pensar que seria naquele instante pensamento passageiro. Mas não houve um só dia que pude te ver ou te abraçar que não senti falta de me despojar nas suas costeletas; eu me limitei e me contentei com todas as despedidas não feitas. Mas novamente me pego pensando porque te escrevo ainda... Tenho uma pausa, respiro e consigo entender o porque. Parei pra reler e rever postagens antigas, escritas, tento até hoje, seriamente entender o contexto dessa história. Mas não vou falar pelo ontem(que já passou), nem pelo amanhã(ele virá de qualquer modo), posso apenas te confessar sobre hoje? Eu morro de saudade de ti. Eu sei que isso não é novidade, continuarei enquanto necessário respeitando seu espaço. Mas hoje? eu precisaria dormir sentindo o cheiro do seu cabelo, precisaria me encaixar nas tuas pernas enquanto organizo seus fios para te fazer cafuné, eu precisaria do seu ouvido enquanto deslizo com a boca vindo das costeletas, de seu corpo para passear com as mãos livremente, precisaria de sua respiração correspondente... Hoje, precisaria me afogar em sua respiração, tragar-te em meus pulmões, afobar meu corpo em teus lábios e te beijar profundamente e novamente os nossos beijos pausados. Mas hoje, eu sou somente o hoje... E eu não precisaria, porque hoje, eu te preciso.

Inserida por HiastLiz

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