Saudade do meu Homem
Saudade em silêncio
Hoje a celebração é em lembrança
Da tua lacuna, forte é sua presença
Que no peito enflora em dor, lança
Que atravessa o amor, em sentença
Sinto falta neste silêncio, da aliança
Interrompida. Que a saudade lamenta
Reza, medita, e na fé, firme é a fiança
Pois, afeto de mãe não morre, ausenta!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Saudade, essa palavra
que arde e da falta provenha
que não tem quem explique
e ninguém que um dia não tenha...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Quando a saudade aparece
O tempo no tempo regressa
A dor no peito feri em prece
Misericórdia, vira promessa
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO EM SUSPIROS
Quando a saudade aparece
O tempo no tempo regressa
A dor no peito feri em prece
Misericórdia, roga promessa
Toda lágrima chorada, refece
A motivação é o que interessa
Se tristura ou júbilo, houvesse
É nela que a razão se expressa
E sempre se sabe, não esquece
Torna eternidade, na alma fenece
Pois, o vazio dói reto na saudade
E a solidão, pra ausência confessa
Suspiros, uivos, numa tal remessa
Que põe jogada ao léu a serenidade
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
PREDESTINADO
Fechei os olhos na saudade
Vi sussurros na minha boca
Eram lágrimas de tal vontade
E palavras de sonoridade oca
Fiquei em silêncio e confuso:
era o amor que sussurrava,
a saudade no afeto ocluso,
ou minha alma que sonhava?
Enxuguei então está carência
De ti querer em tudo adivinhar
Dediquei versos em reverência
E desta saudade pude poetar
Pois o amor vive um no outro
E não em algum diverso lugar
Pode-se querer ter naqueloutro
Predestinado está a quem amar
Luciano Spagnol
27/05/2016, 05'05"
Cerrado goiano
Dói
Dói tudo o que já era
Tudo que não mais está
A dor que um dia não quisera
A saudade que permanecerá
O ontem no hoje não se espera
Cada dor doida lacera a poesia
Após o inverno, a primavera
Amanheceu, já é outro dia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio de 2019
Cerrado goiano
paráfrase Fernando Pessoa
EXÍLIO
A saudade que suspira, separada
Do teu cheiro, nos olhos a chorar
Me vejo, com a dor ali estocada
De um coração sufocado a gritar
Não basta saber que pude amar
Nem só a paixão ter sido alada
As amarguras tomaram o lugar
Dos gestos, a alma está talhada
Na ausência, de teus beijos, dor
As desventuras que fazem sofrer
Me consomem neste torto poetar
É um exílio cheio de amargo clamor
Em ter a emoção distante pra valer
Neste silêncio de não poder te tocar.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18 de maio, de 2018
05’30”, Cerrado goiano.
Regresso I
Lá vou eu com a saudade na mão
Sendo levado ao sabor do fado
Respingando as lembranças pelo chão
Triste tormento este suspiro calado
Pobre dor esvaída
Roja no afeto como tudo
No pesar lhe dando vida
E no sonho uivo agudo
Agora jaz na direção
Do fado em seu acato
Parte comigo na emoção
O me dar ( ao pai) que me alimenta
De gratidão e esperança numa volta
Vou embora. Regressar me acalenta
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/08/2012, 05’59”
Cerrado goiano
Lembro-te:
Saudade: - o choro de outrora chora
Rola no pranto aquele olhar certeiro
O teu cheiro, impregnado no roteiro
Das minhas lembranças, que evola ...
Inquieto romance: - de muita parola
Do doce encontro, o nosso primeiro
Abraçar, cheio de sabor, por inteiro
Tudo neste duro poetar se desenrola
Acende um lembrar deste passado:
Quanto mais o tempo, e nele receio
Mais prazenteio de ter sido amado
Me vem a tua imagem sem rodeio
O teu triste olhar ali ao meu lado
Findo no curso, e não mais veio.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
a saudade trova
sua lástima vem de dentro para fora
rimando as tramas ilusórias da solidão
em versos de dor e lágrimas da emoção...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO VAGINDO
Na saudade a alma não canta
Chora, e triste fica o triste riso
O peito pulsa numa dor tanta
Que o nada se torna conciso
A memória vem e nada espanta
A vida se encolhe num improviso
A alacridade deixa de ser santa
E a solidão surge sem dar aviso
Quando a saudade se agiganta
O olhar se perde nu, no infinito
Tão frívolo, que não hei escrito
Aí um nó se enlaça na garganta
A lágrima pela face sai a procura
Dum vagido, pra banzar a tristura
Luciano Spagnol
09/08/2016, 06'20"
Cerrado goiano
VENDAVAL (soneto)
Entre a saudade, a aridez do cerrado
ressecando as lembranças tão sós
adormecendo luas e sóis para nós
em suspiro e soluço ali amargado
Eis que um vendaval de tão feroz
arrombou-nos os sonhos sonhado
deixando o intervalo assim atado
num amarrilho lamento, num retrós
Aí, neste embaraçado, eu atordoado
Oh! Amor, nem sei se estou acordado
ou tão pouco adormecido na ilusão
Só sei que pouco a pouco aqui calado
na solidão, o coração tão esperançado
em vigília, que aporte de novo na paixão...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
ESTOU SAUDOSO
Estou saudoso
De tanta saudade ou de tanto chorar
Só sei que o tempo e vagaroso...
Ou veloz no seu caminhar?
Sei que estou saudoso
E minha saudade não para de soluçar
Um suspiro doloroso
Que só faz saudosar!
Que saudade fiz eu da vida?
Sei lá!
Tudo é chegada e partida
Por que então: - o será?
Se estou cutucando a ferida
Assim, a saudade trará
E a angústia é parida
É eu a desejar. Quiçá!
Mas, se assim é a saída
Deixo estar a saudosar
Sim, saudade n'alma caída
Saudade de não estar
Depois ter recaída
E novamente "performar"
Sim, vontade vencida
E a saudade a saudosar...
Luciano Spagnol
16, outubro, 2016
Cerrado goiano
Horário de verão
SAUDADE (soneto)
Um segundo, não mais que um segundo
o andamento já vivido, num tal lampejo
derretido na lembrança, passado mundo
do tempo no tempo num sucinto cortejo
E neste breve segundo, e tão profundo
o antigo tornou-se não mais que desejo
duma tal recordação, em que me inundo
numa saudade que fala e na alma arpejo
Neste minuto conciso o suspiro oriundo
traz agridoce eternidade... num ensejo
pra amenizar o ser em ser moribundo
E ao final, nesta saudade em manejo
o que teve de valor foi o amor fecundo
que no sentimento... - palpito e adejo!
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
LACUNA (soneto)
Solidão, de insistir-te, não és esquecida
A saudade anda exagerada em te trazer
Nem sequer és o pretexto do meu viver
Pois se a sorte é triste, alegre é a vida!
Nada neste exagero é de fato pra crer
Se há ganhos e perdas, vinda e partida
Ter desvario é querer chuchar a ferida
O vital é mistério, bom é se surpreender
Pois a mesma estória tantas vezes lida
Traz história enlouquecida ao escrever
Tudo passa, não é só subida e descida
Ai, pode voar o tempo, tempo morrer
Tudo tem princípio e o fim, na medida
E nesta metamorfose, vai o nosso ser...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
2017, início de janeiro
Saudade é quando o cheiro permanece com a gente, mesmo que tenhamos tomado banho...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
SAUDADE
No vazio da penumbra da solidão
teu cheiro tornou-se guia,
ti via no luar, nas folhas caídas ao chão;
que no bailar do vento, escrevia,
as saudades poetadas pelo meu coração.
E no anoitecer, ainda existia
parte de você na minha emoção.
Tão presente e tão sem argumento,
que a falta tornou-se imensidão.
Infinidade...
E nada de você no momento...
Só saudade!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Fechei os olhos na saudade
Vi sussurros na minha boca
Eram lágrimas de tal vontade
E palavras de sonoridade oca
Luciano Spagnol
Poeta mineiro do cerrado
Oxalá
Oxalá
Que a saudade assim despeça
Aqui belas bandas do Goiás
Que ela nunca mais me peça
Noites solitárias, choro, aliás
Que a harmonia ela não impeça
Oxalá
Que a dor no peito que faz sofrer
Vá junto nos seus braços embora
Leve consigo o aperto que tender
Já é chegada está tão tardia hora
E deixe somente o prazer florecer
Pois mais vale carinho e sobriedade
Inundando a alma de um doce prover
Do que amargar a danada da saudade
Evocando uma ausência no nosso viver
E assim, novamente,
presença na poesia ter...
Luciano Spagnol
Junho, 2016
Cerrado goiano
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