Saudade de um Velho Amigo
Já não sou o mesmo da fotografia passada, na verdade, já não sou o mesmo dos segundos passados. Enquanto escrevo, vai-se o tempo.
Nossos inimigos são espíritos malignos e o mundo, não carne e sangue, não pessoas. Exceto um, o mais perigoso deles: nossa própria carne, o velho homem, que sempre tenta voltar e assumir o controle do nosso ser. Só percorrendo o caminho da santificação, podemos mantê-lo morto.
O céu dos peixes
Há dois lados neste planeta em que vivemos: o que está acima e embaixo do mar. O vivos que respiram pelo ar e os que respiram pela água. Mundos opostos, muito distantes, mas encostados um no outro. O que está abaixo do mar é tão desconhecido para nós quanto somos para os peixes na água. Assim é a superfície da Terra.
Para os peixes, somos deuses. Vivemos no inalcançável, pescamos impiedosamente, damos-lhes nomes, espécies, classes, cores e idade para morrer. Coisa que não importa nem pra eles. Calculamos a utilidade e o perigo que oferecem. Sabemos quais valem mais e menos.
Para os peixes, somos a Morte. Passeamos pela superfície das águas escolhendo quem vai e quem fica. Para eles, o deslizar da poupa na água é curioso e aterrorizante. É incompreensível. Quase tão longe de se alcançar e entender quanto os próprios trovões soando no céu.
Se somos a Morte para os peixes, o que será a nossa?
Como diz a música:
Já não sou mais veloz...
Como os heróis...
E, há muito tempo, parei de beber...
Água da fonte para não envelhecer...
Hoje sou mais como um sapato velho...
Mas, se você quiser e me calçar...
Ainda posso aquecer o frio dos seus pés...
E, atualmente, quando te vejo, tenha certeza...
Ainda enxergo aquela mesma menina-princesa!
Pedro Marcos
Velhice
Sabemos que estamos velhos quando frequentamos mais vezes o hospital.
Quando ter uma tabela de medir a pressão em casa é normal.
Quando trabalhar se torna um tédio.
Quando rir é o melhor remédio.
Quando trocamos as aventuras pelo descanso.
Quando nosso papo se torna mais manso.
Quando não precisamos ser cobrados por carinho.
Quando odiamos estar sozinhos.
Quando nossos netos já atingem a maturidade.
Quando estar de bem com a vida é prioridade.
Quando as verdadeiras amizades permanecem.
Quando os amores não padecem.
Quando a nostalgia se torna rotina.
Quando nosso sono tem sabor de cafeína.
Quando as horas vagas se tornam mais que especiais.
Quando momentos com a família são imortais.
Quando superamos todos os erros.
Quando guardamos todos os segredos.
Quando não temos tempo pra sofrer.
Quando temos poucos dias pra viver.
Dizer que velho não serve mais... Lembre: Sabedoria, Criatividade e Vitalidade só envelhecem se nós permitirmos.
“Quando tio Libório ficou viúvo, chorava copiosamente ao lado do caixão com semblante triste e desolado. Passada a quarentena da viuvez decidiu viver a vida e frequentar os bailes tal como fazia nos anos de juventude. Agora usa gel no cabelo e um largo cinturão de couro na cor branca abotoado com uma reluzente fivela em formato de cavalo. O sapato com solado de madeira impecavelmente lustrado reflete o brilho da camisa de cetim com mangas longas e listradas. Suas calças de tergal foram feitas sob medida em tons que variam do marrom ao abóbora. Voltou a falar gírias e palavras que eram consideradas modernas nas décadas de 1960 e 1970. Chama as garotas de `broto` e `brotinho` e cumprimenta usando o termo `chuchu beleza` no instante que estende o polegar. Para as coisas ruins acrescenta os dizeres `é de amargar`. Desde o início do ano adquiriu um `smartfone` e ingressou com força nas redes sociais. Ao final da tarde manda mensagens de boa noite em todos os grupos e ao nascer do sol replica narrativas de bom dia. Sua Belina II na versão Ghia é lavada e polida semanalmente junto com os tapetes e os coxinilhos dos bancos. Tio Libório agora é outra pessoa. Tá esbanjando saúde e no último sábado foi visto tomando uma tigela de açaí na praça de alimentação do shopping. “
Chegar aos 80, 90, 100 anos é uma conquista, um premio sobre os vícios, a base de muito exercício, dietas, noites bem dormidas, avesso a noitadas. Mas, ouvi dizer, que o que muito incomoda, por outro lado, nessa altura da vida, aos chegados, é se arrependerem do que não fizeram, agora impossibilitados, de algumas coisas, inclusive, que se fizessem, ao longo de suas vidas regradas, talvez não tivessem alcançado tal longevidade.
Prefiro os pés descalços, os que aprendem observando as ondas, os intensos, os imprevisíveis, os improváveis e os impossíveis; e que assim como eu, não se importam se o mundo acabar hoje. Talvez por isso tenho poucos heróis, poucos amigos, poucos olhares compreensíveis. Na verdade não faço questão de ser leitura fácil, sou um livro velho, gasto, rabiscado, coisa para intelectual. Pinto o mundo da minha maneira e ele é sempre cinza com tons de amarelo. Do jeito que eu quero, de maneira alguma politicamente correto.
Muitos envelhecem, mas deste montante; nem todos amadurecem.
Nara Nubia Alencar Queiroz
@narinha.164
@paginadela
As bagagens velhas que feriram nossa alma e coração eu deixo pela estrada do ano velho levando a esperança de um ano novo e fazendo diferente , com jeitinho, pra deixar na próxima bagagem , tudo arrumadinho.
O novo só tem sentido se for um melhoramento do velho. Já que "não há nada novo debaixo do sol", pois "Nada se perde, tudo se transforma".
Se cada pessoa separar os materiais recicláveis na sua casa e doar para um catador ou vender, além do impacto positivo ao meio ambiente, a pessoa colabora com uma economia que sustenta milhares de pessoas
“O tempo passa, a terra gira e o mundo dá muitas voltas. Só a tia Márcia continua morando exatamente no mesmo lugar. A mesma pintura da casa, agora já descascada. A mesma solteirice, sem ambição nem projeto de futuro. A mesma blusa cor de manga, já num tom amarronzado e com um fio de cabelo branco impregnado. A vida passou e a tia Márcia ficou lá, parada no ponto de partida. Ninguém decifra a vibe dela e ela nem sabe o que é vibe. Tia Márcia não sabe mexer no celular, em compensação, sabe fazer um bolo de fubá e um café passado na hora daqueles que não se encontra em cafeteria nenhuma do mundo. Quando recebe visitas, não gosta que tirem nada do lugar. Da velha televisão, tem medo que mexam no botão e tirem do canal costumeiro que assiste todos os dias desde os tempos de `Roque Santeiro`. Ontem ela se mostrou feliz com o fim do horário de verão. O que isso implica pra ela ? Só sai de casa uma vez por mês pra ir no mercado e sacar a pensão, e às vezes vai ao posto de saúde pegar remédio e medir a pressão. “
VIDA NO INTERIOR
Criança que não brinca
Perdeu a infância,
Adolescente que do mundo,
O dono não se sente, tá doente!
O jovem que não se divertiu;
Partiu!
Na praça não aprontou...
Mudou de cidade.
Se na praça não esteve,
No cair da tarde,
No banco rústico, não se sentou?
Idoso não também ficou.
Se não conheceu personalidades:
Joaquim da padaria;
Manuel do armazém;
Zequinha da Farmácia...?
Não nasceu e nem se criou
Na cidadezinha do interior!
Páscoa é renascimento, ressurreição...
Momento de mudar seu mindset, deixar seu velho eu para trás, repensar, ressignificar e reinventar a vida!
Eu tenho muitas queixas do velho: O Narcisismo moralista dele “É do Meu jeito ou não tem jeito”, mas... Eu tenho que admitir, ele teve gloriosos segundos quando gerou o universo, o Cara tinha surtos criativos, e otimismo é, eu admito. E apesar de sua idiotice, sua grande falta de ironia, ele deu uma grande oportunidade aos homens: A chance de viver no paraíso. Ele errou, Ele fulminou Ele abriu as águas... Venerado por criaturas que fizeram de Deus a imagem do homem. Depois ele se desapontou, ou pior, se cansou, pegou a bola, e foi embora.
Do meio da África distante veio um grito de dor , me prenderam fui feito escravo eu que era Senhor da liberdade.
Trazido numa caixa de madeira, no meio de águas turbulentas aqui cheguei neste país. De rei liberto a escravo maltratado sofrido.
Dor, revolta, o ódio tomou o lugar no meu peito perdi tudo que tinha. Quantos anos de dor e lombo espancado, quanto sofrimento eu e meus irmãos.
Mas chegou o dia da partida desta terra, cheguei no outro lado.
Ah quanta coisa vi então aprendi mais ainda e o meu coração voltou a bater, mas agora eu tinha compaixão por quem ficou então pedi implorei, deixa esse " fio " curar as dores de quem ficou mas quero fazer como foi a maior dor na minha vida quero ser Preto Velho.
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