Sair de Casa
Meu costume
Tenho um costume, que aprimorei durante a vida:
o de entrar com cuidado na casa de outra pessoa.
Observo os quadros, os enfeites.
Entro com cautela em cada cômodo...
Olho onde piso, pois pode haver algo precioso no chão.
E, cada vez que lá retorno,
conheço um pouco mais,
noto coisas novas, para mim.
E, se tenho o privilégio de adentrar no quarto principal,
aquele que guarda o seu coração,
falo baixinho e com delicadeza,
pois, somente ela, sabe o que viveu...
Dia lindo
O melhor canto do mundo
é o canto da tua alma
é o canto da tua casa
é o encanto da tua família.
QUANDO ME TORNEI INVSÍVEL
Já não sei em que data estamos.
Lá em casa não há calendários e na minha memória
as datas estão todas misturadas.
Me recordo daquelas folhinhas grandes, uns primores,
ilustradas com imagens dos santos
que colocávamos no lado da penteadeira.
Já não há nada disso.
Todas as coisas antigas foram desaparecendo.
E sem que ninguém desse conta,eu me fui apagando também...
Primeiro me trocaram de quarto,pois a família cresceu.
Depois me passaram para outro menor ainda
com a companhia de minhas bisnetas.
Agora ocupo um desvão,que está no pátio de trás.
Prometeram trocaro vidro quebrado da janela,
porém se esqueceram,e todas as noites
por ali circula um ar gelado
que aumenta minhas dores reumáticas.
Mas tudo bem...
Desde há muito tempo tinha intenção de escrever,
porém passava semanas procurando um lápis.
E quando o encontrava,eu mesma voltava a esquecer
onde o tinha posto.
Na minha idade as coisas se perdem facilmente:
claro, não é uma enfermidade delas,
das coisas, porque estou segura de tê-las,
porém sempre desaparecem.
Noutra tarde dei-me conta que minha voz
também tinha desaparecido.
Quando eu falo com meus netos
ou com meus filhos não me respondem.
Todos falam sem me olhar,
como se eu não estivesse com eles,
escutando atenta o que dizem.
As vezes intervenho na conversação, segura de que o que vou lhes dizer
não ocorrera a nenhum deles,e de que lhes vai ser de grande utilidade.
Porém não me ouvem,não me olham,não me respondem.
Então cheia de tristezame retiro para meu quarto
e vou beber minha xícara de café.
E faço assim, de propósito,
para que compreendam que estou aborrecida,
para que se dêem conta que me entristecem e venham buscar-me
e me peçam perdão …Porém ninguém vem....
Quando meu genro ficou doente,
pensei ter a oportunidade de ser-lhe útil, lhe levei
um chá especial que eu mesma preparei.
Coloquei-o na mesinha e me sentei a esperar que o tomasse,
só que ele estava vendo televisão e nem um só movimento
me indicou que se dera conta da minha presença.
O chá pouco a pouco foi esfriando…e junto com ele, meu coração...
Então noutro dia lhes disse que quando eu morresse
todos iriam se arrepender.
Meu neto menor disse:“Ainda estás viva vovó? “.
Eles acharam tanta graça,que não pararam de rir.
Três díasestive chorando no meu quarto,
até que numa manhã entrou um dos rapazes
para retirar umas rodas velhas e nem o bom dia me deu.
Foi então quando me convencí de que sou invisível...
Parei no meio da sala para ver,
se me tornando um estorvo me olhavam.
Porém minha filha seguiu varrendo sem me tocar,
os meninos correram em minha volta,
de um lado para o outro,sem tropeçar em mim.
Um dia se agitaram os meninos,e me vieram dizer
que no dia seguinte nós iríamos todos passar um dia no campo.
Fiquei muito contente. Fazia tanto tempo que não saía
e mais ainda ia ao campo!
No sábado fui a primeira a levantar-me.
Quis arrumar as coisas com calma.
Nós os velhos tardamos muito em fazer qualquer coisa,
assim que adiantei meu tempo para não atrazá-los.
Rápido entravam e saíam da casa correndo
e levavam as bolsas e brinquedos para o carro.
Eu já estava pronta e muito alegre,
permaneci no saguão a esperá-los.
Quando me dei conta eles já tinham partido e o auto desapareceu
envolto em algazarra,compreendí que eu não estava convidada,
talvez porque não coubesse no carro...
...Ou porque meus passos tão lentos impediriam que todos os demais
caminhassem a seu gosto pelo bosque.
Senti claro como meu coração se encolheue a minha face ficou tremendo
como quando a gente tem que engolir a vontade de chorar.
Eu os entendo,eles vivem o mundo deles.
Ríem, gritam,sonham, choram,se abraçam, se beijam.
E eu,já nem sinto mais o gosto de um beijo.
Antes beijava os pequeninos,era um prazer enorme
tê-los em meus braços,como se fossem meus.
Sentía sua pele tenrinha e sua respiração doce bem perto de mim.
A vida nova me produzia um alento e até me dava vontade
de cantar canções que nunca acreditara me lembrar.
Porém um dia minha neta Laura, que acabava de ter um bebê
disse que não era bom que os anciãos beijassem aos bebês,
por questões de saúde...
Desde então já não me aproximo deles,
não quero lhes passar algo mal por minhas imprudências.
Tenho tanto medo de contagiá-los !
Eu os bendigo a todos e lhes perdôo, porque...
“Que culpa tem os pobres de que eu me tenha tornado
i n v i s í v e l ?”
Texto contido em PPS adaptado e produzido pela Helsan Produções
Texto Original- "El dia que me volvi invisible"
autora-Silvia Castillejon Peral
Cidade do México-2002
Sorriso
Lembrei dos dias
em que via você saindo
com os vizinhos
enquanto eu na minha casa
cuidava do meu irmãos
até certo ponto
não me importava tanto
mas você me viu como isca
para me usa nos seus planos
me deu ideias de vida
planejamentos do futuro
iludiu minhas lágrimas
não me fazendo como um brinquedo
me assustei ao sabe
quem era você de verdade
a mulher dos meus sonhos
era apenas uma falsidade
enquanto você se divertia
sobre minhas custas
você roubava me sorriso
sim o meu sorriso
o meu sorriso
o que me custou muito
a covardia contra um cavaleiro
e muito pesado para você viver
carregando a culpa sem amor
não vale a pena chorar por você
sinta muita dor
Traga-me flores para perfumar a minha casa, bombons para adoçar a minha boca, o resto fica nas lembranças daquilo que vivemos ao longo do nosso existir.
“Mi casa su casa, seja bem-vindo”,
Eu tô sempre chegando, eu tô sempre sumindo,
Minha prioridade é a minha exigência,
Vida minha influência, eterna turbulência,
Não se preocupe você se acostuma com a ausência,
A sorte é aliada da eficiência e da competência,
Cuidado com as voltas que mundo dá,
De repente pode te mudar de lugar,
Alguns pedem para o mundo acabar,
E você se desligou e se conectou no celular,
Olhando o cotidiano lá fora eu me pergunto: Onde configura?
Essas voltas, essa vida, essa indignação, essa loucura!
Mundo para de rodar, eu quero respirar e não aparecer,
Cadê? Alguém me orienta que nesta roda gigante eu quero descer,
Razão do meu viver! Oh! Oxigênio!
Quantas vezes procurei não a lâmpada, mas o gênio!
- "" Sou a tua casa, a tua rua, a tua segurança, o teu destino. Sou a maçã que comes e a roupa que vestes. Sou o degrau por onde sobes, o copo por onde bebes, o teu riso e o teu choro, o teu frio e tua lua ..."
Ninguém casa pensando numa futura separação, aliás o juramento é que seja pra toda eternidade, e é nisso que acreditamos. Então , o que está acontecendo? Estou cansada de lutar sozinha e não sei até onde vai minhas forças.
A TRISTEZA ROUBOU MINHA RIMA
Ao chegar em casa
E ir para o banho
Olhei para o espelho
Com muita decepção.
Lancei um olhar de condenação
Para a pessoa que ali estava.
Frustração, arrependimento,
Com um profundo desgosto.
Ao entrar debaixo do chuveiro
Deixei a água cair em meu corpo
Para que talvez lavasse
Toda a tristeza, toda decepção.
Mas a água gostosa e fria
De um fim de tarde quente,
Mesmo que refrescante,
Não lava por dentro.
Mas essa mesma água,
Que não lava por dentro,
Começou a se misturar
Com as lágrimas.
Por algum tempo o pranto
Me dominou, lavou a alma,
Saiu em forma de lágrimas
Mais um pouco da dor.
E que dor! A dor da alma
Não pela ofensa de outro
Mas pela que eu causei
A tantas pessoas amadas.
Me senti um lixo, fraco
Impotente, me faltam
Palavras para dizer
O que pensei de mim.
O vazio me dominou
De tal forma, intensa,
Que as lágrimas foram
Apenas detalhes do pranto.
Detalhes imperceptíveis
Ao se misturarem com
A água do chuveiro
A molhar meu corpo fraco.
Detalhes pequenos diante
Do soluço e pranto incontrolável
Inconsolável, solitário, doloroso.
De uma alma incapaz de amar.
E enquanto escrevo
As lágrimas insistem
Em querer sair,
Mais contidas.
Mas não menos tristes
Pela impotência de um
Ser que quer ser melhor
Não pra si, mas pro outro.
12/01/2015 (18h36)
Estive em casa o dia todo com a família e propus a me desconectar e ficar mais pertinho de Deus por 24 horas. Foi bom, mas a vida segue e nós também
Lá em casa tem um canto onde a razão fica encolhida, parecendo esperar pacientemente o momento propício para saltar sobre mim!
Perdeu
A casa caiu!
Era o grito que mais temia ouvir. Contudo, agora era real. Ali estava. Algemado e com o rosto colado ao chão. Perto das humilhações que enfrentaria dali pra frente, capitão Nascimento se tornara humilde e doce em sua imaginação.
Na cela 35 do presídio central viu-se em Dois Rios escrevendo “Memórias de um Cárcere”. Via alguns companheiros tomados por moléstias graves morrendo dolorosamente numa cela nojenta e fedorentamente úmida.
A sorte estava definida. Antes tivesse conseguido se exilar em outro país da América bela e generosa.
Febril e dolorido passava horas detido, literalmente, em pensamentos amenos que lhe aliviavam os dias.
Dos tempos da roça trouxera tão somente cicatrizes de tocos, vara de pesca e uma antiga dívida do financiamento do primeiro e único utensilio agrícola que comprou. Com o nome registrado em órgãos de proteção ao crédito e uma vontade louca de vencer tentou de todas as formas emprego digno.
Com o passar dos dias via estreitar os caminhos que julgava seriam largos naquela cidade. Escola não frequentou. Mal conheceu o MOBRAL cuja única lembrança era da professora linda e delicadamente perfumada.
Por dias a fio teve a mais honesta das vontades de buscar um trabalho condizente com a sua capacidade e formação. Que formação? Dura realidade.
Meses depois a bebedeira passou a ser sua segunda casa e as amizades o mais influente dos mandamentos seguidos.
Pouco tempo e o grupo se formou. Queria ser Al Capone no mundo criminoso.
Haveria de, junto com os companheiros, criar um plano espetacular de ações geniais, lucrativas e bem sucedidas.
Contudo a panela ficou sem tampa.
Agora ali preso e recrutado pelo comando vermelho, garimpava um caminho de volta a liberdade.
Sonhava.
Contudo não foi assim. Condenado cumpriu a pena até ser liberado para a condicional.
Ao sair durante o dia entendeu que as portas que antes estavam fechadas agora passaram, também a serem vigiadas por guardas armados.
A liberdade virou castigo. Nada comparada a um prêmio.
Trêmulo, embriagado assassinou a história.
Hoje não busca mais nada.
A estrada chamada vida se tornou rua sem saída.
"Quem não usa as mãos para forjar a paz nas paredes de sua própria casa pode construir muralhas que defendam cidades inteiras...terá sido tudo em vão".
Donde eu vim?
CAPÍTULO II
O pouco que me lembro donde eu vim,
era uma casa de madeira sem pintura,
com um bando de crianças fazendo travessura.
Mas havia, me lembro bem, um lindo jardim...
que minha mãe, com muito esmero, suas margaridas cultivava.
Tinha até uma mini gruta, com uma santa lá colocada,
presente devoto da vizinha mais achegada.
Muitas vezes a gente ali rezava e cantava.
Porém o que mais guardo na memória, é fato, não é estória:
Embaixo, no porão da casa havia uma mina d'água, que meu pai logo providenciou uma cisterna rasa.
Assim, água bem perto não nos faltava,
tão pouco, precisávamos buscá-la longe de casa.
...Não sei se foi porque a família aumentava,
ou por um dito de autoria já não me lembro de quem,
que disse pro meu pai, que a mina debaixo da casa,
a nossa saúde minguava,
e morar em cima dela não nos fazia nada bem.
Meu pai com este fato ficou encabulado um tempão,
trocou idéias sobre o caso com a vizinhança
e tomou uma difícil mas acertada decisão.
Juntou dinheiro com cada colheita de café do ano;
como carpinteiro que também se habilitava,
construiu, bem mais no alto, outra casa pra nossa mudança.
A casinha velha foi todinha desmanchada.
A mina, cuidadosamente, foi preservada.
Na mina meu pai ajeitou uma bica que caía logo em seguida.
Servia tanto para beber, como para os banhos da criançada.
A casa nova era maior e bem mais arejada.
Veio um padre e benzeu a morada, que cheirava a madeira viva
Aquela mudança marcou pra melhor a nossa vida...
( a foto original da antiga casa está na imagem do primeiro capítulo) 15/01/2015
mel ((*_*))
Donde eu vim?
CAPÍTULO II
O pouco que me lembro donde eu vim,
era uma casa de madeira sem pintura,
com um bando de crianças fazendo travessura.
Mas havia, me lembro bem, um lindo jardim...
que minha mãe, com muito esmero, suas margaridas cultivava.
Tinha até uma mini gruta, com uma santa lá colocada,
presente devoto da vizinha mais achegada.
Muitas vezes a gente ali rezava e cantava.
Porém o que mais guardo na memória, é fato, não é estória:
Embaixo, no porão da casa havia uma mina d'água, que meu pai logo providenciou uma cisterna rasa.
Assim, água bem perto não nos faltava,
tão pouco, precisávamos buscá-la longe de casa.
...Não sei se foi porque a família aumentava,
ou por um dito de autoria já não me lembro de quem,
que disse pro meu pai, que a mina debaixo da casa,
a nossa saúde minguava,
e morar em cima dela não nos fazia nada bem.
Meu pai com este fato ficou encabulado um tempão,
trocou idéias sobre o caso com a vizinhança
e tomou uma difícil mas acertada decisão.
Juntou dinheiro com cada colheita de café do ano;
como carpinteiro que também se habilitava,
construiu, bem mais no alto, outra casa pra nossa mudança.
A casinha velha foi todinha desmanchada.
A mina, cuidadosamente, foi preservada.
Na mina meu pai ajeitou uma bica que caía logo em seguida.
Servia tanto para beber, como para os banhos da criançada.
A casa nova era maior e bem mais arejada.
Veio um padre e benzeu a morada, que cheirava a madeira viva
Aquela mudança marcou pra melhor a nossa vida...
( a foto original da antiga casa está na imagem do primeiro capítulo) 15/01/2015
mel ((*_*))
Ontem tava aqui em casa limpando a janela da cozinha.
Resolvi começar pelo lado de fora, determinada a limpar o outro lado ao final.
Satisfeita com o resultado, entrei.
Qual foi a minha surpresa em notar que a janela dispensava o segundo passo da limpeza.
Estava tão limpinha! De ambos os lados!
Sabe lá por que raios, lembrei-me de um dizer popular acerca de "janelas sujas"...:/
É bem verdade, que o contexto em questão seria o avesso do que propõe o tal dizer..
Eu e minha mania de pensar nas coisas.
:)
(Fabi Braga, 12/01/2015)
Roupa suja se lava em casa. Aprendi isso com minha mãe: o que acontecia dentro de casa deveria ficar ali, coisas que só cabiam à nossa família saber. Cresci com esse ensinamento e sou assim até hoje. Nunca gostei de falar demais ou de ficar de "mimimi" por aí. Nunca foi o meu forte lamentar minha vida aos quatro ventos para buscar aprovação ou piedade de alguns. Nunca me identifiquei com multidões. Sempre me preservei, sempre fui na minha, e sempre procurei ter Deus como meu melhor amigo e confidente.
Certas situações acontecem com a gente não porque a vida é difícil ou as pessoas são ruins, mas sim porque nossa boca é nervosa e acaba revelando o nosso coração a quem não merecia conhecê-lo. Algumas coisas não dão certo porque confiamos demais nossos segredos e sonhos a quem, na verdade, não sorri conosco. Nem todos são merecedores da nossa confiança. Nem todos merecem nos conhecer tão profundamente, nem todos precisam saber o que há dentro da nossa casa — falo do coração, da alma, dos sentimentos, dos sonhos. Nem todos querem o nosso bem. Alguns torcem por nós, outros torcem contra.
Se eu tivesse um dia todo meu em casa... ficaria na cama dormindo, sonhando com você, falando sozinha como se você tivesse ali comigo, imaginando conversas, toques, sorrisos...(ahhh o seu sorriso, era lindo quando era pra mim...)escrevendo o tempo todo, tomando café olhando pra cara triste que minha cachorra faz quando estou nesse estado deplorável, mas me permitindo sentir saudades... me permitindo a não sorrir mas só lembrar de você de uma maneira triste... mas eu sou assim sabe, um pouco triste, vem de mim, a saudade exala por minhas veias...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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