Sair de Casa

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O que sinto por você é inútil, não vale a pena levar pra casa. Por isso levo só você, e deixo o sentimento pra lá.

“O homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera. Elas se mudam para a casa vizinha e poderão atear o fogo que atingirá sua casa sem que ele perceba”

Deleitar no Senhor... é a alegria fechando a rua de sua casa, espalhando bandeirolas e fazendo uma grande festa.

O dinheiro compra a casa mais não te dar o lar... Compra o remédio mais não te da à saúde... Compra a cama mais não te da o sono... Compra o crucifixo mais não te da à fé. De valor as pessoas, de valor a quem te ama e não ao dinheiro... Na vida há coisas mais importantes do que bens materiais!

CASA DE BICHO

Casa de bicho é liberdade
ventania
luar em sinfonia
de divindade
estar a passar
estar na paisagem
de passagem
correndo
pelos olhos o véu do tempo
voando
avoado
sem lamento
sem tormento
somente o céu e o relento

Em todas as portas, abertas ou fechadas, há um toque de poesia. Tanto as da alma, quanto as de casa. É através da porta que entram os pensamentos soltos, de brisa, de passagem e de saudade. E às vezes tenta-se sair mesmo morando do lado de dentro. Quando abro a porta da alma, imagino um mundo melhor, com arco-íris brotando e divertindo. Os vizinhos de “porta” andam carentes, solitários, amargos, tristes... sento-me na escada da entrada, debruço-me nos joelhos e tento entender o que há. Não encontro respostas, é um mundo “maluco”. E como mágica, faria abrir todas as portas, de todas as almas, fazendo com que o sol entrasse vagarosamente e aquecesse os corações, trazendo de volta todos os sentimentos adormecidos, aqueles mais bonitos vividos na infância e que se perderam ao meio do caminho. Acordo espantada, abro a porta e me deparo com chuva lá fora, é preciso encarar e recomeçar insistentemente todos os dias..... Toda porta é uma poesia, cabe a você abri-la ou não!

E na volta para casa, peguei uma caneta e um papel, escrevi sobre nós. Escrevi para mim, mas saiu tudo sobre nós. Escrevi sobre eu sem você. Escrevi sobre você sem mim. Mas quando pensei em nós, fui além. Escrevi, sobre eu chegando até a cidade aonde mora quando me bater aquela saudade. Saudade essa que nunca passa. Me deparei com você frente-a-frente, num local que criamos como nosso. Escrevi também, sobre o que eu sonho há anos ao teu lado, de mãos dadas pelas ruas passeando como um casal enamorado pela primeira vez. Escrevi sobre os nossos filhos com a gente nesse mesmo passeio um dia. Escrevi sobre você voltando para os meus braços desde quando partiu sem deixar recado. Foi mágico nos imaginar através das linhas tortas que escrevo. E, independente se não acontecer como imaginei, como escrevi, como sonho e sonhei, que seja real como quase foi na nossa volta pra casa depois do nosso encontro real.

Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém
despeja um balde de água no terraço: sábado ao vento é a rosa da semana. Sábado de manhã é
quintal, uma abelha esvoaça, e o vento (...)

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Sábado.

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Não tenha medo de mudar a casa, reorganizar os móveis, redecorar o ambiente, varrer para fora o que não está dando certo e deixar-se envolver pelo novo. Não queira mudar o mundo, quando a verdadeira mudança deve ocorrer dentro de você.

Divertia-se na fantasia, mas morava na realidade e volta-e-meia tinha que retornar para casa. Não dá pra viver sempre fora da casinha, há de se querer um pouco de segurança.

É uma casa de esquina, indestrutível.
Moro nela quando me lembro,
quando quero acendo o fogo,
as torneiras jorram,
eu fico esperando o noivo, na minha casa aquecida.
Não fica em bairro esta casa
infensa à demolição.
Fica num modo tristonho de certos entardeceres,
quando o que um corpo deseja é outro corpo para escavar.
Um ideia de exílio e túnel.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema A casa.

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Casa é pra onde a gente volta. Lar é para quem a gente volta.

A vida como ela é:
Você luta para ter uma casa, mas não tem tempo para ficar nela!
Você mora em um dos países mais belos do mundo(Brasil), mas você não pode viajar para conhece-lo!
Você espera a semana inteira para chegar o final de semana, você não faz nada no final de semana!
Você fica doido para tirar férias, quando tira férias não faz absolutamente nada diferente!
Você trabalha para ter dinheiro, você vive sem dinheiro!
Você vive para esperar o dia de morrer! Ou seja, você está neste mundo atoa!

"Ninguém sai de casa dizendo: 'hoje eu vou errar'. Não! Todos saem de casa na intenção de acertar! Fazemos dez coisas, erramos três e os jornais e a televisão só encontram os três defeitos. Esquecem as sete qualidades. Qual é o ser humano que vai progredir se não recebe estímulo, só receber cacetada? Cacetada da imprensa, cacetada da televisão. As pessoas fecham muitas portas para outras pessoas sem ao menos conhecê-las porque o 'homem' é vaidoso e alguns muito 'poderosos'... Mas quando se fecha uma porta, Deus abre uma janela. Sou vaidoso na minha condição de artista, mas não preciso ser poderoso. Sou poderoso na minha consciência. Quem tem razão, forte ou fraco, vence sempre. O bem sempre vence o mal. O mal vence por alguns minutos, vence por algum tempo. Mas bem sempre vence o mal. E não teríamos motivo na vida, mesmo que tudo acabe em pó, se o mal vencesse o bem. (

"Ainda Existe muitos filhos pródigos que precisam voltar pra casa."

Vi que, neste instante, uma senhora gorda saiu do portão de sua casa com uma tigela na mão. Olhou para a família ali perto numa mistura de desdém e asco, e assoviou, para que o cãozinho viesse e fosse presenteado com uma deliciosa tigela com sobras do almoço. A família, em especial a criança, olhou a tigela como se quisesse ser um vira-lata. Bem provável, pensaram, naquele instante, que era mais digno ser um vira-lata, que um homem.
Eis o que acontece: A gorda senhora se condescendeu mais com a fome de um animal, que pode muito bem revirar um lixo qualquer, pois é bicho, do que com a família faminta. No dia seguinte, com os vizinhos, deve ter se queixado porque tinha uns “vagabundos” em seu portão. Sequer a criança a comoveu. Talvez ela tenha visto aquela criança de rua, do mesmo modo que o protagonista de O Outro¹, conto de Rubem Fonseca, via ‘o outro’ da história.
Então, percebi que esse tipo de mentalidade, esse comportamento desumano e repulsivo, é mais amiudado do que parece. Com que frequência já não vi, nas redes sociais, esta frase: “Quanto mais conheço o homem, mais gosto do meu cachorro”? Diversas. E as pessoas afirmam isso com a maior naturalidade do mundo.
Eis o que quero dizer: Quem afirma gostar mais do bicho, que do homem, está dizendo que, se eventualmente precisasse optar entre alimentar um semelhante, ou um animal, e disso dependesse suas vidas, alimentaria o animal(!!!)

Ei, você reparou aquelas flores no caminho de casa?
- Não.
- Sério? E o que você estava fazendo de tão importante?

Saudade
(Duddu)

Hoje, primeiro dia depois que você partiu. Como vou chegar em casa e não mais ver aquele teu sorriso que também me fazia sorrir?
Abrir as gavetas olhando sua felicidade em cada foto nossa. No guarda-roupa seu espaço vazio. Apenas um bilhete deixado na porta do armário escrito: eu te amo.
Como posso ligar aquele antigo som que a gente sempre ouvia Iron Maiden e ficávamos horas e horas jogando conversas fora?
Ah aquelas nossas recordações da gente viajando ainda restou aqui comigo, lembranças para sempre, se bem que não precisaria de foto alguma para lembrar de você, né?
As lembranças, os momentos bons e também nossas divergências são detalhes que nunca serão perdidos no tempo.
Hoje relembrei de tudo que passamos, de quando me esperava ansiosa que eu chegasse em casa, das mensagens incansáveis que me mandava, de você se preocupando dizendo: se cuida.
Da gente discutindo por besteiras, de você brigando por minhas bagunças, dos sapatos jogados por todo lugar, lembra?
Pena que tudo isso ficou no passado e o destino separou nós dois. Talvez era pra ser assim. Mas uma grande historia nunca terá o seu final, sempre terá um capitulo a mais para escrever.

Saudades… saudade daquele cheiro de café da casa da minha vó, saudade da falta de interesse em me olhar no espelho e se não penteasse os cabelos ainda era melhor, saudade de não sentir falta de muita coisa, bastava um chinelo remendado e biscoitos variados para me alegrar, saudade de quando a minha maior vontade só era brincar. Saudades, saudade que chega doer o peito, de um tempo que de todo jeito não pode mais voltar, só me resta pedir a Deus, que se no céu existir crianças, que é essa minha esperança: que nesse lugar, ele me deixe para sempre ficar

Busco na vida noturna
Alento para o meu coração
Vivo numa casa vazia
Aumentando cada dia
Minha cruel solidão
Procuro em outras bocas
Os beijos que não são teus
Busco em outros corpos
Desejos que não são meus
Sinto na vida noturna
Prazeres que não posso dar
Desejos e fantasias
Com as mais belas gurias
Não consigo realizar
O beijo de outros lábios
Não tem o sabor dos teus beijos
E quando faço amor
Não sinto os mesmos desejos.