Saber Escutar
Nunca encontraremos um sábio genuíno escutando música de baixa qualidade em ambientes com som alto ou assistindo a programas de TV populares, pois sabe apreciar o seu próprio tempo, já que barulho e má qualidade não são compatíveis com sabedoria!
O Saber Não Grita
Não fales alto,
se o que tens no peito
é só o eco do vazio.
O que gritas
são móveis partidos
de um sótão esquecido,
falsas certezas
com cheiro a mofo.
Prefiro o silêncio
do que leu e guardou,
não para vencer a discussão,
mas para entender o mundo.
Há em cada estante
um tempo escolhido
para não responder,
para ser livre
da necessidade de ter razão.
Não te imponhas:
quem precisa de gritar
já perdeu.
Ser é deixar estar.
Pensar é não temer
o que não se diz.
O estúpido fala, enquanto o sábio escuta e aprender. Pois entre o falar e o calar, existe um universo de sabedoria que só que compreendeu o sentido de reter o conhecimento através do silêncio e da observação pode entender.
Logo para eu que sou escritora, as palavras não servem para você. (Livro indiretas diretas de amor) (01/02/2018)
Armadilhas do amor...
Naquela tarde de outono
Sua decepção se socorreu em mim
Vieste decidida, em lágrimas e coragem
Num férreo desejo de necessitada acolhida
Seu corpo inquieto, alma e sentimento feridos
Buscavam bem mais que um abraço
Sofrias a dor da traição, da decepção
Imposta por aquele a quem se rendeste
Mais que isso, confiaste sua rica pureza
Cega, no acreditar de reciprocidades
De entrega de dedicação, paga com traições
Lembro de seu choro desiludido
Sua voz embargada, confusa
Olhar sem horizontes, sem esperanças
Bastou uma atenta escuta, doada atenção
Um carinho fora de hora, um beijo roubado
E uma nova esperança nascia ali
Sem enganos, sem trapaças... sorte sonhada
Num repente, o amor ferido sofrido e carente
Em meio a um querer acontecido, acolheu sincero
A surpresa gêmea de nos aceitar em sentimento
“Sede de Conhecimento”
Sobre minha contribuição
Em rodas de conversas e reflexões
Acerca do que trago
Para ofertar
Digo-lhes
Ofereço minha dúvida,
Meu não saber,
Ora, pois me constituo em ser faltante.
Eu sou aquela que tem sede
E em tendo sede,
Venho em busca da água.
Onde?
Onde existam pessoas que tendo saciado um pouco de sua sede
Tenham água fresca a oferecer.
E neste sentido
Só poderei beber desta água
Em silêncio!
Se falo, não bebo
Se bebo, me calo!
Jussara Inez Juhem de Castilhos
Em 05/09/2014
Quem conta uma história tende a puxar a sardinha pro seu lado, seja como herói, seja como vítima. Não tome sérias decisões antes de escutar, pelo menos, mais um lado.
Quem cala consente? Não, por vezes quem cala ouve, pensa, reflete antes de falar por impulso. Outras vezes cala-se por desinteresse em discutir com pessoas inflexíveis quando notoriamente não querem dialogar e sim impor sua opinião. No silêncio há muita sabedoria e respeito a si e ao outro.
Há muito que deixei de perder tempo com quem não aprendeu a crescer. Creio que descobri esse caminho antes do muro dos 50. Sim, bem antes mesmo. Obriguei-me ao recolhimento, ao silêncio e à escuta atenta do que em mim é valioso e mais precioso.
Fiz viagens e profundas escavações pelas entranhas ocultas e obscuras que obnubilavam o discernimento, a essência. Tantos pântanos e lamaçais!
Agora, basta. Quero a verdade e a dignidade. Quero a minha paz e este aperfeiçoamento da consciência. Exijo de mim uma maior e rasgada clareza de espírito para uma relação mais íntegra e sã comigo próprio, mesmo que, para essa meta, deva abandonar caminhos e pessoas que nunca, mas nunca seguirão esse trajeto evolutivo para a sabedoria e a melhor força interior que possamos realmente alcançar: O AMOR.
O Ônus e o Bônus do Silêncio
O silêncio pode ser uma arte — uma escolha sábia quando as palavras seriam navalhas afiadas. Mas já parou para pensar no turbilhão de pensamentos de quem espera, desesperadamente, ouvir ao menos uma palavra?
Há uma tortura cruel em tentar decifrar o que se esconde nesse vazio. O que se passa no outro lado do silêncio? Talvez seja um ato inteligente calar-se quando tudo o que temos a dizer reflete dor ou ressentimento. Mas será que já pensamos no quanto esse silêncio pode ferir profundamente quem escolhe sufocar suas palavras, engolindo cada sentimento como se fossem cacos de vidro?
Existe toxicidade no silêncio? Sim, quando ele se torna uma prisão que sufoca experiências não verbalizadas e necessidades não atendidas. Quando não dizemos o que nos incomoda, essas emoções se acumulam até explodirem de forma destrutiva.
Silenciar e esperar que o tempo resolva tudo é uma ilusão cômoda. É angustiante esperar que o tempo cure feridas que poderiam ser tratadas com um diálogo consciente e empático. Às vezes, bastaria a vontade de escutar — e ser escutado.
Por outro lado, o silêncio pode ser transformado em arma. O tratamento de silêncio é uma forma cruel de manipulação, abuso e punição. Ele faz com que o outro se sinta inseguro, ansioso, rejeitado, invisível e, muitas vezes, culpado por algo que nem compreende.
É preciso sabedoria para respeitar o silêncio do outro, mas também coragem para verbalizar esse respeito, validando os sentimentos de ambos.
Então, o silêncio é sabedoria ou covardia? Depende. O mérito está em saber quando calar — e quando falar, pode libertar.