Ruído

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⁠Sem dar aviso

Às vezes as coisas começam
Sem dar aviso
Sem ruído
Sem cheiro
Sem a menor pretensão
E é nas lembranças
Sem motivo aparente
É no sentir a falta
É no aroma inesquecível
E quando nos damos conta
Já nos agarrou pelos pés e mãos
E entrou em nosso coração.

A palavra fascina quando a tua voz emite um ruído que exala leveza perceptível aos ouvidos

O essencial não tem ruído.

Reconexão


Entre o ruído do mundo e o silêncio da alma,
volto a me ouvir.
Há tempos me perdi nas vozes de fora,
nas exigências, nas máscaras,
e esqueci o som da minha própria respiração.


Hoje, fecho os olhos —
não para fugir,
mas para encontrar.
Dentro de mim há um universo calado,
um jardim que esperava pacientemente
a coragem de florescer de novo.


Sinto o coração pulsar
como um tambor antigo,
lembrando-me de quem sou,
do que já fui,
e do que ainda posso ser.


Deixo o passado repousar,
como folhas secas que o vento leva,
e acolho o presente
com mãos firmes e abertas.


Sou o retorno e a partida,
a cicatriz e a cura,
sou luz que se refaz
toda vez que a escuridão me visita.


Hoje, reencontro meu próprio olhar
no espelho da alma.
E enfim entendo:
a paz que procurei no mundo
sempre morou em mim.

⁠Tem dias em que tudo dentro da gente vira ruído.
Pensamento demais, sentimento de menos, e uma vontade enorme de fugir até de si.

Nesses dias… eu fecho os olhos e falo baixinho:
“Fica, Deus. Fica em mim.”

Porque quando Ele habita,
o caos se aquieta,
e até o que eu não entendo encontra lugar.

Minha alma não quer respostas.
Ela só quer presença.

- Edna de Andrade

⁠sou um tipo
de sinfonia
que só entende
quem
suporta ruído.

A falta de comunicação machuca
Feridas invisíveis que o coração reproduz um ruído forte ou estrondoso, uma pancada.
Palavras não ditas, sentimentos guardados
Criam um abismo entre os apaixonados

A mente tece teias de suposições
E forma-se um emaranhado de ilusões
O silêncio alimenta a insegurança
E gera desconfiança, sem esperança

Por isso eu digo, com toda convicção
Que a chave para a verdadeira conexão
Está em falar, explicar, dialogar
Para que o amor possa sempre prosperar

Que as palavras sejam pontes, não barreiras
E que a comunicação seja a verdadeira parceira
Para que os corações possam compreender
Que é no diálogo que se encontra o bem-querer.

Há movimentos dentro de nós que mudam tudo sem fazer ruído.

O "faça o que eu digo" sem o "veja o que eu faço" é o maior ruído na formação dos filhos.


trecho do livro Lá em casa

Às vezes é preciso se perder no ruído,
pra achar o sentido há tanto perdido.
Entre telas e vozes, distantes,
encontrei no silêncio, o que é importante.

Os menos interessantes são aqueles que vivem pelo coletivo e pelo ruído, sem questionar, refletir ou enxergar além do óbvio.

A calúnia é o ruído de quem não suporta o silêncio da própria consciência.

Silêncio Escolhido


Há um instante em que o ruído do mundo se torna mais alto que o próprio coração.
Nesse instante, não é a fuga que chama, mas a clareza: compreender que a vida também exige portas fechadas.


Isolar-se não é negar a existência do outro; é afirmar a própria.
É um gesto de retorno — como o mar que recua antes de criar a próxima onda.
Quem se recolhe não desaparece: transforma-se.
No recolhimento, as vozes externas se dissolvem e surge a pergunta que nenhuma multidão consegue abafar: quem sou eu quando ninguém me olha?


Há quem tema o silêncio, porque nele não há disfarces.
Mas é nesse vazio aparente que se escuta o som mais nítido do ser.
O afastamento não é abandono; é a arte de respeitar a necessidade de repouso da alma.


Voltar — se voltar — é escolha futura.
Por ora, o presente é a pausa.
Um ato de coragem que se escreve com portas fechadas e luz suave,
onde a solidão deixa de ser ausência para se tornar presença de si.

"O ruído te afasta de si mesmo — o silêncio te devolve."

No fim das contas,
a opinião dos outros
é só ruído sem sentido.

Quem xinga por prazer
tem o cérebro menor que um átomo.

A felicidade nasce
quando calamos
a boca dos demônios
lá fora.

Sem propósito, glória é ruído e fortuna é entulho; com propósito, tornam-se alavancas para um futuro coletivo melhor.

© 04 mai.1998 | Luís Filipe Ribães Monteiro

Há um ruído constante no mundo.
Um zumbido de notificações, luzes piscando, vozes comprimidas em telas.
Chamamos isso de conexão.
Mas, quando o silêncio chega, percebemos — há algo que se perdeu entre um toque e outro.


Vivemos cercados de redes: sociais, neurais, digitais, afetivas.
Somos fios, dados, pulsos elétricos viajando por cabos invisíveis.
E, ainda assim, sentimos falta de algo que o Wi-Fi não alcança: o olhar demorado, o riso inteiro, o abraço que não depende de senha.


O perigo, talvez, não esteja nas redes — mas na mente que, sem perceber, se desconecta de si mesma enquanto acredita estar on-line.
Desaprendemos a estar sozinhos, e confundimos presença com visibilidade.
Somos uma multidão em silêncio, cada um falando com seu reflexo.
E, nesse espelho luminoso, o humano se desfoca.


Mas há quem perceba as rachaduras — professores, artistas, pensadores, sonhadores —
que ainda acreditam que pensar é um ato de resistência. Eles caminham entre as redes e tentam tecer novamente o fio do sentido. A reflexão é sobre eles — e sobre nós.
Sobre a mente que precisa se reconectar com aquilo que não se mede em bytes:
a empatia, a escuta, o amor, a presença.


Não é uma revolta contra a tecnologia, nem um lamento nostálgico.
É um convite à consciência.
A lembrar que a rede mais importante ainda é a que se forma entre mentes e corações vivos.


E, talvez, o primeiro passo para isso seja simplesmente pausar.
Respirar.
E se perguntar:
“Em que momento eu me desconectei de mim mesmo?”

A Bússola Quebrada




Você sente? Esse ruído incessante, essa vibração no ar. É o eco de uma guerra fria que se recusa a morrer, um fantasma que assombra nossas conversas e congela nossas decisões. De um lado, o socialismo. Do outro, o capitalismo. Rótulos. Caixas. E nós, no meio, exaustos de uma batalha que não nos pertence.

Perguntamos "quem é melhor?", mas a pergunta já nasce errada. Enquanto as bandeiras são agitadas, a nossa verdadeira pátria, a "pátria educadora", adoece em silêncio. Nossas salas de aula se esvaziam de propósito, nossos jovens perdem o rumo, e nós continuamos a discutir o mapa, sem nunca dar o primeiro passo.

E se a resposta não estiver em nenhum dos lados?

Então, pare por um instante. Respire. Convido você a fazer um exercício: desvie o olhar das laterais. Ignore a direita, ignore a esquerda. Agora, olhe para a frente. Para o horizonte vasto de possibilidades que se abre quando abandonamos as velhas trincheiras. É lá que devemos procurar as respostas, não apontando o dedo, mas nos perguntando, com humildade: "Onde nós estamos errando? Será que estamos realmente pensando no outro?".

Algo dentro de nós está mudando. Conceitos que pareciam sólidos como rocha, como "moral" e "ética", hoje parecem se dissolver na maré do tempo. A nossa bússola interna parece ter perdido o norte. Clamamos por liberdade, um grito que ecoa em cada esquina, mas talvez estejamos confundindo liberdade com ausência de limites. Queremos ser livres, mas esquecemos que a liberdade floresce na responsabilidade.

É como entregar o leme de um navio a uma criança em meio à tempestade. Ela tem a liberdade de girá-lo para onde quiser, mas não tem a maturidade para entender as estrelas, as correntes, o destino. A liberdade sem sabedoria não é um voo, é uma queda.

Vemos a nobre ideia de uma sociedade que cuida de todos ser confundida com uma permissão para o caos. E vemos a força do capital, que poderia erguer nações, se tornar a ferramenta da ganância nas mãos de quem não tem o caráter para guiá-lo. O poder exige uma alma à sua altura, uma pessoa cuja sinceridade e responsabilidade sejam impecáveis.

Então, chega de olhar para o próprio reflexo. É hora de olhar em volta.

E aqui, a resposta se revela, não na filosofia, mas na pureza da matemática. Imagine a Direita (d) e a Esquerda (e) não como inimigos em uma linha reta, mas como duas forças que partem do mesmo ponto, formando a base de algo novo. Um ângulo reto. Uma fundação. O que acontece quando somamos suas potências? Pitágoras nos ensina:

Onde f é a Frente. O Foco. O Futuro.

A nossa jornada para frente não é a vitória de um lado, mas a resultante da união. É pegar a melhor qualidade de um e a melhor qualidade do outro. A disciplina e a inovação de um lado; a compaixão e o senso de comunidade do outro. Juntos, eles não se anulam. Eles se potencializam, criando um caminho muito mais longo e firme do que qualquer um poderia traçar sozinho.

Vamos parar de travar a guerra dos nossos avós e começar a construir o mundo dos nossos filhos. Juntando o que temos de melhor, para finalmente, e juntos, caminharmos para a Frente.

Em tempos de ruído, sanidade é combinar informação e conhecimento com cuidado e limitar a ação àquilo que controlamos.

©11 nov.2005 | Luís Filipe Ribães Monteiro

Geração do eco vazio, ruído sem essência. Clama por validação, mas esquece o valor. Preenche-se de aparências e esvazia-se de propósito. Perdida entre telas e promessas, não sabe quem é, nem o porquê de existir. Busca as riquezas do mundo, mas ignora a maior delas: o sentido.