Rua
Aquela velha rua me trás saudades de velhos momentos que ali aconteciam.
Aquela velha rua, com a velha simpática, falastrona e cheia de boas histórias e estórias sentada à calçada.
Aquela velha rua, cheia de velhas casas com toda a simplicidade de um lar cuidado com carinho, onde o amor reinava.
Aquela velha rua, com os velhos de hoje, sendo crianças brincando com as velhas brincadeiras.
Aquela velha rua me faz querer trocar o novo pelo velho.
Trocar o atual pelo antigo.
Quem dera poder voltar ao velho tempo, naquela velha rua, com os velhos de lá, com as velhas brincadeiras e as velhas casas, mas com todos aqueles momentos que não ficam velhos em minha memória.
Sentados na calça, ainda meio terreiro, limpo e preparado para passar a noite ali. Uma roda ia se formando, velhos, crianças e cachorros.
De tudo se falava. Falava-se da filha da Maria que saiu de casa roubada pelo filho do Francisco. Comentava-se acerca do vestido da Joana, que não tinha necessidade de usar roupa nova antes da missa da quaresma. Os meninos ficavam a roubar pela rua, a roubar bandeira, brincadeira essa que fazia todos ficarem molhados de suor. Depois, sentavam-se todos aos pés das velhas senhores que contavam histórias assustadoras de seres encantados, assombrados e enfeitiçados. Até que se ficava tarde, já era hora de cada qual ir ao seu lugar. Nesse tempo, todos moravam perto. Não era preciso telefone para se comunicar. Se fosse necessário chamar alguém, bastava da porta gritar: “Fulano, é hora dormir”. A rua inteira ouvia, e prontamente o fulano corria para cama. Esse tempo era bom, era intenso e cheio de boa intenção. Tudo hoje mudou, queria eu poder voltar ao tempo que a rua era o lugar de reunião.
O amor não apresenta mais problemas que um veículo qualquer. Os problemas estão no motorista, nos passageiros e na rua.
Luz.
Carreira.
Mesa suja e cheia.
Jurídica justiça sem juz.
Injusta.
assusta.
Frusta.
Reproduz.
Palavra entre beco.
Rua sem saída.
desprovida.
Bico seco.
Boêmio e teco.
Malandragem.
Boteco.
Abordagem.
A vida enquadra.
De toca a ladra.
Se emboca.
Desbocada
Singela
Madrugada.
Em aquarela.
Água com churumi.
Temperada com chimi churry
Ilustre término impune.
Clima tenso nunca mais viela.
No fundo das cores e das ruas
Perdida nas batidas do funk da favela
Prisioneira
Dançando na favela
Segura na baía de Ipanema
Fazemos um brinde em um feriado
É um mundo desequilibrado
Quando você é uma garota
Nascida em um nada
Há muitos escravos livres e muitos livres, escravos. Há muita gente prisioneira nas ruas e muitos libertos, na cadeia. O cristianismo necessita de olhos especiais para percebê-lo como a religião da libertação. Nem todos estão aptos para enxergar a grandeza da proposta de Cristo.
Não vou negar que vou sentir saudade sua
Quem sabe um dia a gente continua
Posso pirar, me declarar pelos bares da rua
E esculpir o seu rosto na lua
Amiga linda, quem sabe um dia vira amada minha?
“Quer-se aprender a falar adequadamente com gente as convencendo de alguma coisa, não fique sentado na cadeira de uma universidade, vá para a esteira das ruas, é lá que está o movimento das pessoas.”
SE UM DIA...
Se um dia te encontrares no olhar perdido de um menino de rua
Se deres a ele seu melhor sorriso
Se derrubares o muro
E enfim permitires um toque de peles
Descobrirás então o sentido da vida.
É fácil tirar uma pessoa da rua, difícil é tirar a rua dela, uma pessoa que dançava no mundo, quer dançar dentro da Igreja.
Dignidade Humana
O contexto social de um morador de rua me causa tanto inconformismo que chego a sentir culpa por ter um teto para morar.
Sou assim: uma pessoa amável e fervorosa!
Sou braba e paciente.
Generosa e alegre
Eu sou simplesmente, Tereza Cristina
Sou o poeta no divã da vida
Pernoitando no labirinto do sonho
Sem rua, sem travessa e sem esquina.
Onde não há mapa definido;
Só há papel e tinta.
Ah, se eu fosse um poeta!
Eu faria uma história de amor feliz.
Faria o sol se casar com a lua.
Faria uma esquina de flor
No meio da rua.
Faria o joão-de-barro construir uma casa
Só minha e sua.
Ah, se eu fosse um poeta!
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