Retrato de Velho
Prisioneiro
Não consigo entender porque há quem deseje ser mais velho,
qual o sentido disso?
Sinto vergonha —
uma vergonha que me mostra que já estou preso
neste tormento chamado vida há tempo demais.
Gostaria de compreender o sentido de tudo,
mas sinto-me apenas um fardo.
E, mesmo sabendo que o amor é uma arma
que tenta destruir-me,
como prisioneiro sigo o meu coração traiçoeiro.
Foi o pior que fiz: deixá-la ir embora
num dia de sol que parecia querer iluminar apenas a minha dor.
E eu, condenado, ainda sou obrigado a lembrar-me
daquele momento sempre que fecho os olhos.
Recordo-me da última vez que os meus olhos brilharam
por causa do teu nome.
Sinto vergonha da figura que fiz na rua,
mas não posso culpar ninguém senão a mim mesmo,
pois sou prisioneiro do amor,
e como uma palavra tão pequena pode gerar uma ilusão tão vasta?
Ainda assim, continuo a caminhar nesta jornada da vida,
guiado por ti, mesmo que nunca segure a tua mão.
Mesmo que nunca vejas,
o que resta do meu coração continua nas tuas mãos.
Não deixes cair o que sobrou de um prisioneiro
que foi escravo do amor,
um prisioneiro que aprendeu a sofrer e a amar ao mesmo tempo.
Desculpa-me
por não ter sido suficiente,
por não ter sido melhor.
O mundo se dobra sobre nós como papel velho, e cada escolha é uma dobra que jamais poderá ser desfeita. Entre o que sentimos e o que mostramos, há um abismo silencioso, e todo gesto que acreditamos simples é, na verdade, uma inscrição daquilo que jamais ousamos dizer.
Um velho sábio disse-me:"A amizade não se prova nas palavras ditas ao teu lado, mas nos gestos quando não estás presente."
Esse velho era o meu avô.
Anos depois, vi o que ele queria dizer. Vi amigos que, outrora, criticavam comigo certos rostos, sorrirem para esses mesmos rostos como se nada tivesse sido dito. E percebi que, neste mundo, não é o inimigo que nos surpreende — é o amigo que troca a lealdade por conveniência.
Nem todo velho com cabelo grisalho é sábio mesmo falando em nome de Deus e de Jesus, filtre as pessoas mais velhas pelo conhecimento que dizem, nem tudo é bom que saem de suas bocas, retenha o que é bom, seja racional.
Dois polos,
Jovem e velho,
Quente e frio,
Quem te viu?
Vazio preenchido,
Antônimos,
Não são estranhos, senti-los.
Ontem iluminado,
Pelo Sol, machucado,
Pela Lua, curado.
Hoje calmo,
Não corro mais,
Caminho olhando.
Hoje acordei calmo,
Investindo em pensamentos,
Pensei, chorarão amanhã?
Imprevisível como o amor,
Amanhã,
Certo como a morte,
Hoje.
Mas você não consegue ver o seu sangue.
Não é nada além de sentimentos
Que este velho cão despertou.
Tem chovido desde que você me deixou,
Agora estou me afogando no dilúvio.
Sabe, eu sempre fui um lutador,
Mas sem você, eu desisto.
E eu te amarei, querida, sempre,
*E eu estarei lá, para sempre e mais um dia, sempre.
Estarei lá até as estrelas deixarem de brilhar,
Até os céus explodirem e as palavras não rimarem.
Sei que quando eu morrer, você estará em minha mente,
*E eu te amarei, sempre. *
Se você me dissesse para morrer por você, eu morreria.
Dê uma olhada no meu rosto,
Não há preço que eu não pague.
Redescobrir o amor que ali estava perdido, em meio aos escombros foi ficando velho e danificado; bastou apenas um olhar para enxergar a preciosidade que ali se escondia, logo, com a restauração tudo se fez novo. Oro, para que desperte em você a vontade de restaurar, pois o AMOR tudo supera, a começar em você.
Meu velho
Eu te amo
E amo de braços abertos
Para lhe abraçar
E beijar.
Eu te amo
E amo com muito
Amor, e nada mais.
Eu te amo sem maldade
Alguma, eu te amo
Muito.
Eu te amo e componho
Essas palavras.
Eu te amo e sempre
Amarei.
Eu te amo e amo
De verdade
Eu te amo meu bem
Com muito amor e carinho
Meu velho sapato
Azul marinho.
O velho e o novo homem, exprime traços de personalidade e de vida. Quem vive no passado, não consegui enxergar o futuro.
A serenidade é o abrigo
De quem aprendeu a escutar
Que o silêncio é um velho amigo
Ensinando a saber esperar.
A paz brota onde há espaço
Para o velho se render.
É no desatar de um laço
Que a alma volta a crescer.
Cada um tem a vida que constrói, disse o mais velho...
Ha quem diga que cada um tem a vida que merece disse a senhora elegante...
Outros dizem que a vida é uma simulação...
E eu digo que a vida... A a vida...
A vida não pertence a ninguém...
Riacho Velho
(Márcia Sofia & Clovis Ribeiro)
Riacho velho, beira de estrada
Se vai o dia e nasce a lua prateada
Os pés cansados, vão caminhando
E na memória sopra o vento das lembranças.
Riacho belo, tão solitário / No seu murmúrio, só tem saudades. (2x)
Riacho doce, que corta os campos
És bebedouro de beija-flores
As suas águas, tão cristalinas
Sacia a sede que gera a vida.
Das suas pedras, tão calejadas / Nascem canções, fugas pra flauta. (2x)
Riacho velho, vem das montanhas
Nasceu humilde, numa gruta pequenina
Ganhando corpo, abriu caminhos
E em silêncio foi pro mar que é o seu destino.
Nas suas águas, sou navegante / Um sonhador, sigo cantando. (2X)
O povo encaixotado
Disse o velho xamã
Vocês são o povo da caixa
Vivem dentro de caixas
Se deslocam em caixas
O povo da caixa se separa
Pela marca da caixa metálica
Que lhe faz viajar em segurança
Pela cidade na sua diesel lambança
Quanto maior a caixa que dorme
Maior sua preocupação noturna
Impostos e manutenção diária
Será menos triste a vida do pária?
Grandes vidros e prateleiras
Mostram produtos de última geração
O paraíso das compras desnecessárias
Shopping Center. Depressão é a sua cara
O mundo se transformou agora
Ficamos ainda mais encaixotados
Que no futuro, mais valor iremos dar
Ao ar livre, parques, natureza e ao caminhar
Dia estressante, exceto por um pedido do meu filho mais velho para costurar-lhe uma camiseta multifacetada...
