Renato Russo Poemas sobre a Vida
O escritor escreve para que o leitor leia.
O aluno pergunta para que o professor responda.
Então, eu falo para que me ouçam...
BIOLOGIA
Que ciência importante!?
Sem ela não seriamos quem somos.
Ajuda-nos a viver e a compreender
Cada dia da nossa vida,
Como sendo apenas mais um.
Embora saibamos que nos dá saúde,
Dá-nos também uma grande virtude:
A vida plena e verdadeira.
E que em cada nós queira
Permanecer e viver
Sem nunca desaparecer
ESTUDAR
Estudo para vencer;
Estudo para conhecer;
Estudo para perceber o futuro;
Estudo porque assim me sinto seguro;
ACREDITAR
Acredito no amor,
Na paixão de momento,
No ir e voltar,
No estar e não estar
No alto e baixo
No elevado e reduzido
Na vida terrena
No sonho e no pesadelo
No presente
No futuro
E no passado
Não admira de por vezes sonhar acordado!
SEJA INTELIGENTE
Preze pela qualidade,
Pela originalidade,
Pela criatividade,
Pela catividade,
Ás letras e ao som,
Por que estes te dão dom,
Para seres aquilo que queres ser
Sem nunca te arrependeres daquilo que tem sido o teu ser.
AMAR
Amo por que devo,
Amo por que quero,
Amo por que sonho,
Amo por causa de ti!
Amo para ser feliz!
Amo para viver a vida,
Amo para ter uma companhia,
Amo e sonho com ela,
Aquela que me deixa tonto.
No meio de um monte de beijos,
No meio de um monte de desejos
Há sempre uns poucos vestígios,
De sorrisos que me fazem sonhar
E amar sem nunca parar!
Vive agora
Não vivas no passado.
O passado nada te traz.
A não ser aquele mau agrado,
Que relembrar te faz.
Se estás acordado,
Não olhes para trás.
Olha com agrado
Para o que a vida te traz.
Você bem que podia ter surgido na minha vida
vinte anos atrás, quando eu ainda tinha planos
quinze anos atrás, quando eu estava me formando
onze anos atrás, quando eu morava sozinha
dez anos atrás, quando eu ainda era solteira
seis anos atrás, quando eu ainda estava tentando
dois meses atrás, quando sobrava alguma força
ontem à noite eu ainda estava te esperando.
O Homem Escrito
Ainda está vivo ou
virou peça de arquivo
sua vida é papel
a fingir de jornal?
Dele faz-se bom uso
seu texto é confuso?
Numa velha gaveta
o esquecem, a caneta?
Após tantos escapes
arredonda-se em lápis?
Essa indelével tinta
é para que não minta
mas do que o necessário
é uma sigla no armário?
Recobre-se de letras
ou são apenas tretas?
Entrará em catálogo
a custa de monólogo?
Terá número, barra
e borra de carimbo?
Afinal, ele é gente
ou registro pungente?
A beleza da vida se multiplica cada vez
Que a gente partilha com alguém que a gente ama...
Se você quiser multiplicar a vida...
Você precisa dividi-la.
E de repente sua vida começa a ganhar um novo sentido,
e mesmo os mais difíceis desafios tornam-se animadores,
e você começa a sentir que pode ser feliz de novo...
Duas coisas nesta vida é importante que venhamos a aprender,
mais cedo ou mais tarde:
amar a si próprios
e amar a quem nos dá valor.
Viver é perigoso?
Então, com sua licença!
Não tenho medo.
Nasci assim, encantada pela vida...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
Nota: Trecho de "Há momentos", texto de autoria desconhecida, muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Clarice Lispector.
...MaisMinha vida não é essa hora abrupta
Em que me vês precipitado.
Sou uma árvore ante meu cenário;
Não sou senão uma de minhas bocas:
Essa, dentre tantas, que será a primeira a fechar-se.
Sou o intervalo entre as duas notas
Que a muito custo se afinam,
Porque a da morte quer ser mais alta…
Mas ambas, vibrando na obscura pausa,
Reconciliaram-se.
E é lindo o cântico.
\\\\
As folhas caem como se do alto
caíssem, murchas, dos jardins do céu;
caem com gestos de quem renuncia.
E a terra, só, na noite de cobalto,
cai de entre os astros na amplidão vazia.
Caimos todos nós. Cai esta mão.
Olha em redor: cair é a lei geral.
E a terna mão de Alguém colhe, afinal,
todas as coisas que caindo vão.
Gerânio
Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda
Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga
Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda
POEMA
A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada