Renato Russo Poemas sobre a Vida
Guerreiros vencem, guerreiros perdem, guerreiros choram; mas, sobretudo, guerreiros são aqueles que não conhecem o impossível e nem temem o desconhecido.
Guerreiros são todos os que desbravam o novo sem medo ou sem pudor; que não se cansam de lutar, pois guerreiros estão fadados à vitória.
Cuidado com o inaceitável que você acaba aceitando. O inaceitável de ontem que é aceito hoje se torna o normal de amanhã.
Quem ama mais ou menos? Não existe tal coisa a partir do momento em que a maior parte ou tudo é recíproco. As pessoas se gostam o necessário para estarem juntas.
O Caminho errado não é de todo ruim, nos dá a oportunidade de conhecermos novas paisagens, o que pode ser muito bom.
Deus nos concedeu o livre arbítrio para que tenhamos responsabilidade. Somos os próprios responsáveis pelas nossas atitudes, pois a liberdade pressupõe esse encargo.
Acesso de uma memória construída
Como descrever aquele momento? Estava calor, você foi se refrescar com uma mangueira de água encostada sobre a grama baixa, e eu, ali de longe vendo você, resolvi também me juntar!
Como a cena de um filme, você pegou a mangueira, abriu a agua de uma forma que ficasse pulverizada e começou a brincar, me molhando como se fossem duas crianças se divertindo sem preocupações. Nesse momento a água atingiu minha face, fazendo com que eu ficasse com os olhos fechados. Senti o momento, o riso, a brincadeira, a alegria e a refrescância.
Abro meus olhos lentamente, em meio pingos orvalhados, escuto seu doce sorriso, e, por fim, te vejo em minha frente. Sua alegria me toma e irradia, seu olhar me observando enquanto discretamente afrouxo meu sorriso junto ao teu.
Assim está feito e memorizado, um pequeno e rápido momento, que em minha mente pode perdurar por quanto tempo for mágico.
"Delicadas mãos libertas
das algemas doutras opiniões"
Toque sensitivo,
fazendo esvoaçar
cabelos em multidões;
a uns, perceptível,
mas quase sempre
turvado em distrações
Nas muitas agitações
metafísicas incoerentes,
mergulhadas noutro plano,
onde somos indigentes,
vê-se gente enfileirada
esperando o alvorecer;
vê-se até o que não se vê
quando o sono perecer
Nesta ida magistral,
resplandecente e austral,
com os porquês resolutos,
a inércia corpórea
mistura-se ao libertar
e a alma passa a delirar
seguindo novos rumos
"O segredo da cura jaz
guardado num infinito
o qual os homens de cá
e a medicina desconhecem"
[...]
Pés que tocam o nada,
braços que viram asas,
travessia para o sonho,
mente sã em libertação
Terapia rebuscada,
no paraíso revelada,
é uma ponte gerada
no curso da indagação
É o poder da criação
que ganha o seu espaço
no milênio da revelação
É a cura pelas águas,
pelotão de grandes águias
ressurgindo da separação
[...]
Joio e trigo: dois mundos
separados por um portal,
que é aberto pela verdade
contida no templo imortal
A esperança é tão pequena
quando o orgulho aparece,
o olhar se ofusca e a prece
perde a força e sai de cena
[...]
No interior da caverna neuronal,
memórias caudalosas se agitam,
fluidificadas do porquê do existir,
nutridas pelo sublime dom amor
No estado zero da intolerância,
onde a mente é pura essência,
alcança-se o ápice da sapiência,
momento para curar toda dor
Uma aurora é contemplada
no topo de uma montanha;
vale a pena viver a façanha
de reencontrar a plena luz
Lá de longe se ouve a Voz,
belo discurso do Supremo
o qual, onipresentemente,
habita em cada um de nós
Dedicatória:
Ao verme que comeu a minha carne, roeu os meus ossos, e destruiu o meu coração minhas póstumas, você me tornou frio
Eu tinha que fazer o que eu não queria
Eu tinha que obedecer o que não devia
Eu era obrigado a trabalhar todo dia
A minha vida se tornou uma desgrAç@ vazia
E até sofri 3x
Eu Não Vou Mais Voltar Pro H0spício0 3x
Ela não me que mais
Perdeu o interesse por mim
A rejeição dói demais
Parece uma dor sem fim.
Antes tudo era bonito
Não sei o que aconteceu
Parecia amor infinito
Mas tudo se perdeu.
Hoje vive a me rejeitar
Seu amor teve fim
Sinto que deixou de me amar
Mas ainda há considero
A Flor do meu jardim.
Tudo foi embora
Uma rápida paixão
O que existe agora
É uma triste recordação.
Um amor passageiro
Um amor sem explicação
Um sentimento derradeiro
Que acabou com meu coração...
Vila Monarca
Apelar pra quem, pra quê?
Quais ritos, rezas?
Se nem meu santo
Veio de lá com quem eu amo
Não sei o que a prende acolá
Se é a cidade que é velha demais
E agora que revê alguém daquele jeito
Até entendo se suas calçadas a fazem tropeçar
Ou agarram suas canelas na saída da vila
Se seus velhos assombros
Se soltam da mata
Só pra mantê-la assustada naquelas vielas
Ah mas dói agora, que minguam minhas crendices
E o que sei dos causos
Vai amarrando um nó na minha garganta
Será algum amor?
Que raça de amor será?
Com que artifícios a segura tão bem nas mãos?
Que nem minha fé gritando a alcança?
Carestia
Prazer sou o desgraçado
Pelo jeito que me falam as palavras
Como os olhos que quero, me fogem
Como acordo sem feromônios e azarado
Mas ao inferno todas as doces línguas que não me vem
De toda maneira que se tem
Sou só e assim mais feio que o disforme
E meu andado destoa, pois a rua parece que morde.
Sacra constituição
Cravei com Deus
Umas novas leis
Pros meus sonhos
Ai ele me deixa sonhar,
Do jeito certo
Funciona assim
Eu sou só pele
E pra flutuar
O que tenho por dentro
É o que pensam almas notívagas
Delas me vem um tanto de malícia
Que atravessa e respinga paixão
Ai vou longe sobre o urbano e o rural
E nada de sentir dentes caindo
Ou o susto de cair de um arranha-céu no colchão
Assim furto de todo o resto pra ir te visitando!
Arrefecer
E depois do fim, do frio na barriga
De quem cai de amores
Eu volto pra casa com músculos doloridos
E então o sangue esfria, e os espasmos correm
E a dor de hoje cobre a de ontem.
Anti- horário
Espera conheço esse sabor!
Já vi esse olhar derreter e empedrar
Vivi essa tarde nessa mesma cor
O azedo já ferroou minha boca, deu a volta e adocicou
Me vieram espíritos violentos nos melhores perfumes
E usei de meios lascivos, para os fins mais carinhosos
Tudo errado, contrariado
De cá pra lá!
Feito das tripas coração.
O Estro
Por um olhar, e os traços o contornando
Como as madeixas descem
E suavemente ascendem
Como pergunta
Na testa, nuca e orelhas
Enrubrescem minhas bochechas
Esmurram-me o estômago.
Pra que eu volte aos olhos me perfurando.
Onisciência
Deus tu que sabes bem
Aos pés de quem, e de que cama quero estar
Por favor distorça meu pobre caminho
Tu que conhece os corredores por vir
E a mão que escolho pra me puxar
Dentre as ironias nos deixe passar
Pois um tanto por ela e outro pelo paraíso
É que o inferno ruge e se contorce.
O Anatômico
E foi dito que ele se mudou
Para os grânulos de fordyce dela
Lá nos risquinhos daqueles lábios
No abismo e nas raízes daquelas íris
Agarrado aos poros de sua pele
Um encosto regozijado e assustador.
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