Relógio Parado
Ciclos que Não Cabem no Relógio
Não é no calendário que a vida se escreve,
É no impacto daquilo que a alma recebe.
Há anos que duram segundos, sutis,
E segundos que abrem abismos sem fim.
Nem todo ciclo começa em janeiro,
Alguns se iniciam num olhar verdadeiro.
Outros nascem quando tudo desaba,
E a alma despida só sente e não fala.
Há despedidas que marcam começos,
E encontros que duram só por excesso.
Há primaveras que brotam no luto,
E invernos que chegam sem aviso e sem escuto.
O tempo real não vive nos ponteiros,
Mas nos suspiros contidos, nos travesseiros.
É no corpo que chora sem saber por quê,
É na alma que insiste em permanecer.
Os ciclos da vida não seguem o relógio,
Eles vêm com amor ou partem com ódio.
São ondas internas, marés do sentir,
Nos puxam ao fundo, pra depois emergir.
Tem dor que é mestra, tem medo que guia,
Tem perda que limpa a alma vazia.
E quando parece que tudo é ruína,
A alma, em silêncio, germina.
Assim, seguimos — sem saber quando ou por quê,
Mas sentindo que algo em nós quer nascer.
Não somos linha reta, somos espiral,
Vivendo o eterno num tempo sem igual.
CONCEIÇÃO PEARCE
Inúteis
Os ponteiros do relógio entre os minutos e os segundos são inúteis quando marcam um tempo imaginário... Enquanto nós obedecemos, nos iludimos até; não estamos indo, mas voltando.
"Vivemos dias em que o relógio parece ditar o compasso da alma. As horas nos empurram, os compromissos nos cercam, e a vida sem que percebamos, se torna uma sucessão de urgências. Poucos lembram que o tempo não se mede apenas em minutos, mas em presença e que há instantes que valem bem mais que uma eternidade distraída.
Há um momento em que é preciso silenciar o mundo e escutar o murmúrio do eterno. Passar um tempo com o dono do tempo é redescobrir o sentido de existir, ou seja, é deixar que o silêncio cure a pressa, que o olhar repouse no invisível e que o coração aprenda a respirar com mais calma.
O tempo é um dom que se consome à medida que o vivemos. Por isso, é preciso gastá-lo com o que permanece, como é a fé, o amor, o encontro, o bem que se faz a alguém sem esperar retorno ou reconhecimento. O tempo sem Deus é apenas contagem, mas com Ele, é eternidade em movimento.
Enquanto há tempo, volte-se ao essencial, como é o amor, a paz, porque a verdadeira presença não se mede pelo relógio, mas pela alma desperta...
Tu só tens que acreditar
cada segundo que passa é o relógio da tua vida que está a contar.
Por isso, orgulha-te, valoriza-te,
pega a visão de que podes ser melhor e continuar.
Tu vieste para realizar o que ainda estás de pé para concretizar.
Quando estou com você parece que o tempo some
O relógio perde o compasso no seu nome
Seria eu perdido nesse espaço que me consome
No seu abraço sou gravidade presa
Na teoria onde a luz se desfaz na beleza
Meu mundo gira e nem a luz escapa
No seu beijo o universo se apaixona e me agarra
Horizonte de eventos
Sou refém dessa magia
Do seu perfume nasce minha galáxia vazia
Seria a força do cosmos que nos alinha
Ou é você que redefine toda a minha linha
Relatividade de amor
Tudo se avizinha
No seu lado o tempo é uma ilusão
Cada segundo é uma nova constelação
Meu mundo gira e nem a luz escapa
No seu beijo o universo se apaixona e me agarra
Horizonte de eventos
Sou refém dessa magia
Do seu perfume nasce minha galáxia vazia
"O relógio marcava cinco e trinta da tarde e o sol logo desapareceria mais uma vez sobre o oceano. A cor intensa e profunda do azul do mar reforçada pela luz solar evocava sentimentos de confiança e estabilidade. Uma paz, nunca sentida antes, invadiu os corações dos dois apaixonados".
CARTAS DO ATLÂNTICO
Tony Oliveira
O tempo, em seu relógio mudo, conta os grãos de areia
Que escorrem lentos entre o agora e o tempo que virá.
Há um vazio, um lugar que a tua ausência semeia,
Uma dor antiga que insiste em nunca se findar.
Somos metades de um cristal quebrado ao meio,
Fragmentos que a vida, cruel, ousou separar.
Em meu peito, a saudade é o único anseio,
O fardo pesado de ter que sempre esperar.
Te sinto na névoa fria que a noite traz,
No suspiro silente que o vento leva de mim.
A alma, essa prisioneira que não encontra a paz,
Caminha em círculos num jardim sem florir.
A promessa de união jaz num futuro distante,
Uma estrela que brilha, mas mal se pode enxergar.
E este amor, tão puro, mas tão lacerante,
É a melodia triste que só sabe chorar
A cada dia é um dia a menos, é o relógio perdendo a força, moremos um pouco mais a cada segundo que passa, e você ai gastando tempo com bobagem... aprenda a morrer bem.
A ESPERA
Horas infindáveis… estacionam no relógio do tempo
fico a espera de ti, num semblante opaco e oprimido
lágrimas e acenos em lenços brancos cintilam ao vento
despedidas e chegadas, cada qual seguindo seu destino…
nessa espera crucial fico estática sem teto e sem chão
ao longe o apito do trem que se aproxima da ferrovia…
vazio de mim, esculpido por ti, como ânfora o meu coração
recordações do passado, guardadas na bagagem da minha vida
gelando todos os meus sonhos em ópios e ócios de meu viver
Passam-se noites e dias, meus pés não conseguem se mover
vagueio e arranco as ervas daninhas que nasceram nos trilhos
enfeito com flores silvestres perfumando nossos caminhos…
na esperança de te ver desembarcando dessa viagem pra mim
e no meu último suspiro, dizer:- AMO-TE, até que enfim!
"No pulso do tempo, o relógio guarda um segredo: cada segundo que ele entrega é um pedaço de nós que não volta mais."
Poema- teu corpo, meu destino
Te quero agora, sem relógio, sem tempo,
sem medo, sem dúvida, sem freio...
Te quero inteira, quente e entregue,
como o sol deseja o mar ao fim do dia.
Teus lábios são fogo que acende meu peito,
teu cheiro, meu vício, minha perdição.
Teu gemido é música que guia meus
passos,
e teu corpo... a estrada onde me perco sem
volta.
Cada curva tua é um segredo que desvendo,
com a ponta dos dedos, com a sede da
boca,
e a cada suspiro que roubo de ti,
mais eu sei... és meu tudo, minha louca.
Me deixa te amar sem medidas, sem pressa,
faz de mim tua casa, abrigo, teu céu,
te quero em suspiros, gritos e sussurros,
teu corpo no meu, um poema cruel.
Cruel porque nos devoramos,
porque não há amanhã, só agora,
porque cada toque é fogo na pele,
e cada beijo é promessa que implora.
Te amar não é escolha, é destino,
é desejo que me queima sem fim.
E se o amor tem nome, tem rosto, tem pele...
ele mora em ti.
Te quero sem pressa, sem medo, sem fim,
como se amar-te fosse a única verdade em mim.
Teu corpo é poesia escrita nos traços do tempo,
um mistério que meus dedos desvendam,
uma estrada onde meu coração caminha
e nunca deseja voltar.
Teu cheiro é brisa que embriaga meus sentidos,
teus lábios, doces como o mel mais puro,
tua pele, um santuário que minha alma busca,
onde cada toque é prece, e cada beijo, cura.
Quero perder-me no brilho dos teus olhos,
encontrar refúgio no calor dos teus abraços,
escutar tua voz baixinho, bem perto,
sussurrando meu nome como um segredo sagrado.
Não és apenas desejo… és encanto,
és ternura, és febre, és paz.
És tudo o que um homem pode sonhar,
tudo o que o amor pode ser.
E se ainda duvidas do que sinto,
fecha os olhos e sente meu toque,
pois nele, encontrarás tua resposta…
sou teu, sou teu… e sempre serei.
A nossa vida é como um reloginho.
O relógio conta o presente, mas o relógio das nossas vidas conta ao contrário e uma contagem regressiva.
A beleza e o tempo caminham lado a lado, transformando-se a cada volta do relógio. O tempo não tem pressa, mas também não espera por quem ficou para trás. A beleza, encantadora e perfeita, é a pintura dos olhos e o desejo de todos. Ela busca se renovar a cada novo dia, correndo contra um tempo que não para.
A cada amanhecer, a beleza começa a murchar lentamente. Mesmo quando a vaidade se enfraquece, ela resiste e não recua. Porém, enquanto o tempo avança em passos silenciosos, a beleza não acompanha sua evolução — e testemunha sua própria decadência.
Tudo passa. A cada ciclo, os dias se encurtam, e a beleza, enfim, conhece o fim de seu reinado.
