Querer algo de Verdade
VERDADES ABSOLUTAS (OU OBSOLETAS)
Um antigo colega meu já dizia: “a verdade é relativa, depende de quem diz”. No entanto, o objetivo deste escrito não é relativizar a verdade, mas dar um norte de entendimento a quem busca por ela de forma sincera.
É certo que o ser humano através da semiótica dá vários significados diferentes a uma única coisa, algo exclusivo da nossa natureza intelectiva. Um deus pode ter várias faces, uma cultura ou costume podem ser bons ou ruins dependendo de onde se olha, Um réu pode ser culpado ou inocente perante o júri popular.
Protágoras, um sofista grego, dizia que a verdade é apenas uma construção humana, toda a verdade é relativa a algum ponto de vista e nenhuma verdade pode ser tomada como absoluta. Assim sendo, a verdade teria caráter subjetivo.
Mas será que, diante de todas as perspectivas, não há uma verdade maior e objetiva? Usamos a linguística para criar uma ordem comum estabelecida, nomeamos as coisas. Há uma ordem comum e aceita que diz que uma árvore é uma árvore e não um chimpanzé, mesmo que digam o contrário. No entanto, além dessa ordem, há ainda por trás de todas as coisas uma essência objetiva, um símbolo essencial.
Para o cristão, o cristianismo é a verdade Divina, enquanto para o ateu é a mais pura ilusão. Mas mesmo diante do olhar contraposto de cada um há um fato inegável de que o cristianismo puro é positivo no âmbito social, psicológico e, para quem crê, espiritual. Há uma verdade maior que torna insignificante o debate acerca da existência ou não de um deus.
O ser humano tem o péssimo hábito de criar argumentos em cima de casos isolados sem pegar o contexto por trás daquilo. Acreditar na verdade que me convém é sempre melhor que assumir a verdade do outro. Mostrar que estou certo é mais importante que assumir uma verdade concomitantemente síncrona. Só que assumir, muitas vezes, não é perder.
É aí que mora a quebra do paradigma do juízo de valor: Todas as verdades têm uma essência maior por detrás de seu véu, seja essa verdade boa ou ruim. elas deixam de ser “meias verdades” quando servem a um propósito maior que o de satisfazer o ego de cada lado segundo o seu próprio viés. buscar por essa verdade é o trabalho de todo pensador sincero.
A minha relação com a verdade será sempre abusiva. Pois, sou plenamente capaz de ama-la, por mais desagradável que seja.
“SOBRE A VERDADE
A
VERDADE
É Real
É Autêntica
É Conforme
É Sincera
É vera
É Lúcida
É Transparente
É inexcedível
É inextinguível
É inexterminavel
É Axiomatica
É Incontestável”
"A verdade é rara, mas é encontrada nas mentes dos considerados loucos. Eles são os verdadeiros visionários, que enxergam além do que é apresentado como realidade. Eles questionam a verdade convencional e buscam a verdade profunda, mesmo que isso os faça parecer loucos para o mundo. A loucura é o preço da sabedoria, e aqueles que têm coragem de enfrentá-la, são os verdadeiros sábios."
Você está, realmente, empenhado em encontrar a verdade ou à procura de algo que se encaixe com suas perspectivas e lhe traga satisfação?
Aquilo que normalmente chamamos de verdade são limitações disfarçadas de realidade, pois a verdade verdadeira não precisa ser mascarada, ela simplesmente é.
VERIDICIDADE
Se fostes acusado injustamente
Se a mentira prevaleceu e não tens como comprovar sua inocência
Não procures vingança
Saibas que existe algo que irá esclarecer os fatos
O TEMPO
Não aceite uma verdade como absoluta sem antes questioná-la. Toda verdade se torna relativa assim que alguém prova o contrário!
A verdade não pertence a ninguém, mas está acima de todos e de tudo, e cada um pode ver e pegar a parte que mais agrada a si mesmo.
O orvalho da verdade tem o poder que mil tempestades do engano sequer conseguem conceber. É algo além do que podem na sua boçalidade e crime possuírem dimensão. Venham, tempestades! O orvalho aqui resistirá. O orvalho trará a verdade.
PRETO, SOMBRA E SEMENTE
Irmão, teu apelido é uma cor que carregas como cicatriz e estigma. Teus passos, arrastados no asfalto quente de promessas quebradas, desenham um caminho de fuga. Os entorpecentes são teus únicos abrigos. Esquece essas casas de papelão que o vento leva e reconstrói um novo lar, mesmo que com mãos trêmulas. Erras como quem cai no mesmo buraco e não tenta mudar. Os anos passam, mas tu permaneces parado no mesmo cruzamento, vendendo tempo em troca de minutos de esquecimento. Teus filhos e parentes, esses fantasmas de teu sangue, ainda te esperam na soleira da memória, com olhos que não aprenderam a odiar. Eles são espelhos quebrados onde teu rosto se reflete em fragmentos e ainda assim sorriem (escondendo a dor profunda) quando te veem...
Enganas os outros como enganas a fome, com migalhas de histórias requentadas. Os de sangue próximo já não choram por ti; apenas observam de longe, como se assistissem a um incêndio lento. Não vês que te transformaste em tua própria lápide ambulante? O chão que te acolhe é frio e fedido, mas é o único que não te pede explicações. A chuva te lava e tu a bebes como se fosse redenção, mas nunca tenta saciar tua sede de paz. Irmão, ouves os gritos da tua própria carne? Ela clama por um último gesto de dignidade, por um instante em que não sintas vergonha de existir. A ajuda está lá, à tua frente, mas exige que estendes a mão. E tu, acostumado com tão pouco, esqueceste como se pede socorro...
Eu ainda insisto em acreditar em ti, irmão. Não por ingenuidade, mas porque conheço o brilho que há por trás desses olhos embaçados. Deus, ou seja lá o que nomeamos como esperança, não desistiu de ti. Ele está no pão que comes quando há, no teto que não tens, nos de sangue que clamam por ti. Volta não como herói, mas como sobrevivente. Para de trocar tua vida por êxtases momentâneos. O chão que pisas pode ser o mesmo, mas tu podes ser diferente. Irmão, tu és semente sob o concreto. Não deixes que te definam pela podridão que te cerca. Germina. Todos ainda acreditam em ti. Tenta voltar, percorrer um novo caminho...
