Quem Gosta de Ouvir Nao quer Falar

A fortuna troca às vezes os cálculos da natureza.

Há algo tocante na associação de dois seres para suportar a vida.

Há dois poderosos destruidores: o tempo e a adversidade.

O insignificante presume dar-se importância maldizendo de tudo e de todos.

A indiferença ou apatia que em muitos é prova de estupidez pode ser em alguns o produto de profunda sapiência.

São sempre desatinadas as vinganças por ciúmes.

Há uma certa vergonha em sermos felizes perante certas misérias.

Muita luz deslumbra a vista, muita ciência confunde o entendimento.

A preguiça dificulta, a atividade tudo facilita.

A luxúria é como a avareza: aumenta a sua própria sede com a aquisição de tesouros.

Do ódio à amizade a distância é menor que do ódio à antipatia.

A glória só chega àqueles que com ela sonharam.

O rosto de uma mulher, seja qual for a sua discrição ou a importância daquilo em que se ocupa, é sempre um obstáculo ou uma razão na história da sua vida.

O mal ou bem que fazemos aos outros reverte sobre nós acrescentado.

As revoluções frequentes fazem raquíticas as nações recentes.

O amor é um egoísmo a dois.

Ninguém se agasta tanto do desprezo como aqueles que mais o merecem.

A nossa imaginação gera fantasmas que nos espantam durante toda a nossa vida.

O silêncio, ainda que mudo, é frequentes vezes tão venal como a palavra.

Os que têm tentado reformar os costumes do mundo, no meu tempo, com opiniões novas, reformam os vícios da aparência; quanto aos da essência, deixam-nos intactos, quando não os aumentam.