Que dia Terei hoje
A porta da Igreja De São Gonçalo está fechada.
Não poderei adorar o Meu Jesus tão cedo. Lá terei de esperar e desesperar.
Toca o sino. São 12h30.
Há silêncio no adro da Igreja.
Onde estão as crianças?
Vejo um cão a chafurdar na terra. Mais ninguém.
Alguns carros apressados cujos condutores conversam amenamente.
É Domingo. O dia do Senhor – 17 de Julho de 2022 – Festa do Santíssimo Sacramento na Igreja de São Gonçalo, no Funchal.
Por detrás de mim, mulheres chorosas com coroas-de-Henrique visitam os seus entes queridos que dormem em paz na “Quinta dos Calados”, a quinta que ninguém gosta de lá pernoitar e os que lá habitam jamais poderão sair com o seu próprio pé.
À minha frente, contemplo o azul do mar no horizonte.
Escrevo a lápis com apoio de uma capa de elásticos semidura que contém os meus currículos. Levo-os sempre comigo na esperança de obter um emprego anunciado numa simples vitrine.
Nunca obtive qualquer resposta dos mesmos…certamente, irão para o recetáculo de lixo mais próximo…quem diria?! Depositado numa vasilha onde se reúnem coisas provenientes de diferentes origens. Ali, estou eu, sepultada, profissionalmente e academicamente.
Mais uma badalada. São 13h.
Silêncio sepulcral.
Despeço-me do tempo com um até breve.
Tudo aquilo que
contigo desejo provar,
Só nos teus lábios
terei o meu cálice
para experimentar
e em mim tu sabe
que tens o melhor
Quindim de Iaiá,
e outro melhor do que
o meu nunca haverá.
Se 100 pessoas me ofenderem, terão ofendido 1 só.
Se eu ofender 100 pessoas, terei ofendido 100 pessoas diferentes!
Provavelmente já terei escrito nada para que eu me sinta continuamente um corpo estranho, no mundo da arte de humanizar com palavras.
Quando a minha hora de partir desta vida chegar
Terei que aceitar o silêncio
E esperar no meu repouso que haja uma outra oportunidade além da morte
Ou terei que silenciar meus verso poéticos calar meu canto apaixonado
E cegar meus olhos pra que não contemple a beleza da vida
Afinal da morte nada há além do que nunca me mostraram que eu pudesse comprovar
Além de promessas que ninguém voltou pra contar
Sei que minha hora virá
Quero antes de ir
Deixar muitos poemas pra quem queira ler e se apaixonar
pois na vida só algo valerá apena amar
Pois na morte o que sei é que nada há além do silêncio que repousa em paz...
Se minhas filhas, forem mais filhas de Deus do que minhas, então certamente terei cumprido com excelência o meu papel de pai.
Até quando?
Viverei num amor de migalhas?
Terei que entregar meus amores em outros braços,
Outros corres,
E assim também corro de mim,
Na ilusão de alguém que não amo,
Inutilmente tento fugir da dor,
Mas, se alastra no peito,
No pensamento,
No desespero,
De querer tu amorosamente só pra mim.
O pensador
Quando eu não estiver mais aqui, não terei uma única canção.
Não terei uma única cor.
Não terei uma única dimensão.
Vivi plural, no sentido mais simples em ser.
Quando não estiver mais aqui, não serei o teu rótulo, só serei.
Após não estar mais aqui, não serei.
Porém, enquanto estou aqui, serei.
Termino o meu dia…
Com fé e esperança que terei uma semana vitoriosa e ricamente abençoada. Que venham boas notícias, momentos felizes e coração preenchido de paz.
Deus, cuide dos meus dias, da minha noite e dos meus pensamentos. Traga-me bons sonhos e um descanso restaurador.
Me proteja, me fortaleça e me ilumine até o amanhecer. Amém!
- Laís Carvalho
Cinema mudo
Ficarás emudecido e, se não falas,
terei que interpretar o silêncio,
investigando os trejeitos e o olhar.
Aguardarei, sui generis.
Ficarás quieto, desejando-me,
como o ramalhete de Astromélias
à espera da seda e do laço
Seguirás desejando-me,
como o mar à espera de torrentes flumes
e o solo à espera da mãe-d’água.
Seguirás desejando-me, como sementes
à espera da embriaguez dos céus,
como o campônio à espera da boa safra,
como um pobre garoto à espera da noite de Natal.
E nada mais importará.
Seremos ausência, o mortório que faz apagar,
momentaneamente, as tempestades
das evitáveis tragédias humanas:
o vírus, a fome, toda essa cólera, esse dia.
Não houvesse tantos medos,
resignadamente esperaria.
O breu taciturno findaria e a aurora carminada,
certamente, imperaria, e a sua voz terna,
finalmente, verteria como enxurrada
por todo o meu corpo,
mas não tenho tempo, o radicalismo,
o caos e o ódio imperam.
O Beija-flor-de-lista-branca
passou por mim,
é um recado do destino
que terei boa sorte no caminho.
Meu Beija-flor-de-bico-vermelho,
juro que quando o amor chegar
na minha vida jamais terei medo,
Enquanto o amor não vem
sigo tecendo o poético enredo.
As vezes me pergunto quando eu terei uma felicidade estável. Me pergunto quando me sentirei feliz comigo mesma e amada pelo mundo. Me pergunto quando me sentirei capaz de viver sem o peso de ser apenas mais uma.
Uma depressiva medíocre
Uma falante superficial
Uma estúpida burra
Uma tolerável mas não amada (pelo mundo)
Doce há de ser a linda
aurora matutina
que terei a sua companhia
que há de me inspirar
Versos Intimistas
para fazer melhor os meus dias.
Me encontro novamente pensando em você
Esperando o sinal do seu olhar
Sei que logo mais terei o ar de sua graça
Quando poderei me aliviar com seu perfume
Me embevescer com seu sorriso
Me distrair com seu olhar
E logo terei de morrer,
para reviver nos rios de sabedoria
aonde o amor flui em correntezas
ao som de muitas águas
antigos veleiros
pioneiros dos tempos,
olhares ausentes,
deitamos a sós
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