Prova
Até que prova ao contrário não fique esperando aplausos nem vá reclamar do acontecido, o amargo não tem a doçura do mel porém se misturar ambos serão um, com sabor unificado.
Hoje foi o dia do meu teste final.
Temeroso entreguei a minha prova.
O professor, em seu olhar severo, me perguntou:
"Que nota devo te dar?"
Fiquei em silêncio,
E o silêncio foi o meu exame de consciência.
Revivi, no lento caminhar do tempo, o ano todo,
E percebi que faltei não apenas nas aulas,
Mas em tudo:
No estudo, no esforço, nas promessas feitas
A mim mesmo e ao que eu deveria ser.
Fui ausente, incapaz,
E, na prova, a resposta foi o reflexo de meu descaso.
Penso então:
Seria justo me dar um 10?
Seria justo, depois de minha negligência,
Receber o mesmo que aquele que se entregou,
Que se dedicou, que foi à luta?
E, se fosse assim, qual seria a verdade?
Minha vida tem sido uma série de ausências.
Faltei à Bíblia, ao rezo, à missa;
Faltei ao que é essencial, como quem falta a si mesmo.
E, diante de Deus, como posso justificar minha farsa,
Meu descaso?
Só me resta uma única resposta:
"De-me um zero, e lance-me ao inferno,
Se assim for a justiça do mundo e do homem."
Que há de mais justo em minha condenação?
E o que há em minha aprovação que não seja uma mentira?
Fui um péssimo aluno, Senhor,
E Tu foste o Mestre perfeito,
Com tua sabedoria infinita, com teu amor sem limites.
Como posso eu, um pecador,
Que falhei em tudo,
Olhar nos teus olhos e me considerar digno
De uma nota que só existe na ilusão dos que estão enganados?
Como?
Toda prova, todo obstáculo,
seja em que nível for, mais do que um factível castigo,
trará consigo uma salutar perspectiva de reparo e reerguimento concedidos aos
nossos espíritos!
A prova determinante
quanto a obtenção e supremacia
de nossa estimada liberdade
encontra-se bem menos naquilo
que livres podemos fazer...
E bem mais naquilo que
somos livres para
não fazer!
Ao espírito
melhor esclarecido,
mais útil o desconhecido
que o prova, o instiga;
do que ao Ser inda parvo,
omisso, qualquer resíduo de
normalidade
que o disperse,
acomode!
A forma arrogante que pessoas estudas tratam quem não estudou: prova que estudar não garante inteligência.
Vivemos pelo capital, não por nós mesmos. A prova são os alimentos industriais, todos são cancerígenos - mesmo assim os consumimos com pressa para voltar ao trabalho.
Nessa de ter que provar, de prova em prova, tive que dissimular. A mais pura ação vive da livre escolha de se expressar sem ter que atuar perante a mente que julga.
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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