Prosas de Amor
12.04.20
Ela agia de uma forma diferente cada vez que eu a via, e eu sabia que ali estremecia um corpo atordoado pelo amor. Nem precisava ser pelo meu, era só um corpo que já desfibrilou tantas vezes por conta do amor que tem marcas profundas. Mas nem todos conseguem ver. Ela escreve e rasga, depois mastiga e engole a seco, e eu morro. Morro de tudo, morro de medo, morro de saudade, morro de dor de pensar que aquele coração deseja habitar dentro do meu, que já não é um bom lar há tempos. As janelas foram quebradas, no chão há buracos que parecem irreparáveis, nas paredes há tantas marcas de luta que viver ali seria perigoso e talvez até doloroso. Quem estaria disposto a cometer tamanha insanidade por um emaranhado de sentimentos que vive se perguntando onde foi que escreveu de forma errada essa história cheia de poréns? Ela sabia de tudo, e eu sabia de nada. Ela ouvia cada palavra que eu dizia e mastigava e engolia novamente. Ela absorvia, e meu mundo tão estranho e chato virou palco de histórias que ela já conhecia bem e gostava. Nem eu entendi o porquê ela estava ali. E pra dizer a verdade eu não entendia mais nada... As dúvidas eram degraus que quanto mais eu subia mais eu questionava o porquê das dores cotidianas me afetarem tanto. E assim como ela eu também era um corpo atordoado pelo amor, vai ver que no meio disso há uma conexão desconexa de reflexos quebrados que se encaixam e a gente vagueia buscando os cacos que nos encaixem. Eu não esperava nada, e ela esperava tudo. E tudo que eu tinha era uma história mal contada de alguém que um dia foi amor da cabeça aos pés e hoje procura ele por aí.
!Dias!
Estou pensando nos dias que já passei
Procurando um momento de lucidez
Garimpando um sentimento para compor
Uma linda canção de amor
Este não é o primeiro verso
E você pode procurar
Todas as vezes que falei dela
Nesse meu jeito de cantar
Com o amor me encontrei
me despedi e disse adeus (mas mentiiii)
até uma proxima não consegui
e sim um silencioso te espero aqui!
Saudade da minha infância
Um dia o poeta escreveu
“ que saudade da aurora da minha vida
Da minha infância querida que os não trazem
Mais”
E eu digo: Saudade dos dias que mamãe dizia
Em meados dos anos 70, não saia de casa que o papa figo lhe pega , e eu na minha inocência com os olhos a regalar, olhava pela brecha da porta num via nenhum passar,
e hoje há vírus
a me assustar,
num saio nem um tiquim
que é pra morte não rodear.
E quando tudo isso passar
quero poder comemorar
,abrir um bom vinho
e como amigos celebrar
a vida e ao amor
e a todos poder abraçar.
DEMIR DIAS
Meus olhos pararam sobre uma parede branca e de repente começou-se a desenhar suas linhas perfeitas
O transbordar dos seus cabelos sobre os seus ombros
Então percebi que o desenho não se formava na parede
Acuso você do roubo da minha paz, do roubo da tua presença, mais do que tudo da morte da minha existência
O teu desordenado abandono me fez sentir a brisa em um porto silencioso, onde ouço as minhas preces... estas que não são mais pedidos, mas o respirar da minha saudade
Afasta-se de mim medo, se transforme na paz que mereço, não mais poderá roubar de mim minha paz, porque a paz que eu tenho agora é a visão dos seus traços perfeitos.
Só queria sua boca
Queria essa troca que ocorre
Quando nossos lábios
se tocam.
Queria você em mim
Queria tocar seu rosto levemente.
Sentir sua respiração e sua alma
Queria te beijar e me reiniciar em você.
Seus lábios me renovam,
Seus lábios me aquecem
É uma pena
Lábios deliciosos e poderosos
Mentirem tão bem
Eu tenho tanta coisa
Que eu gostaria de falar
Mas as palavras fogem como água
Quando eu quero me expressar
A verdade é que eu me sinto
Sem forças pra continuar (caminhar)
A vida é muito inconstante
E nos prega muitas peças
Quem diria que um dia
Iríamos ter tantas promessas
De pessoas que só falam
Mas fazer não às interessa
Quem diria que viveríamos
A todo instante a nos perguntar
Do por que estarmos no mundo
Será que só foi pra chorar?
Por que a dor, ela existe
E insiste em nos acompanhar
Como seria interessante
Viver sem sentir dor
Não ter pesos em nossos ombros
Não sentir no peito o ardor
Das dores que a vida deixa
Junto com elas o amargor
É inútil falar tanto
Porque falando a dor não passa
Então eu sigo a diante
Sabendo que pra mim basta
Essa dor intolerante
Que no peito queima igual brasa.
INSÔNIA
O vento frio da madrugada é testemunha certa do fim. De um lado para o outro me encontro inquieto, pensando sobre a existência. Olhos cansados de toda essa humanidade insolente. E sorriso falso de fingir estar sempre contente com a vida.
A cada linha, uma pausa para reflexão. Escrever poemas sobre a vida que levo, sem dúvidas parece ser tudo em vão.
A madrugada está fria.
Meus pensamentos, como as nuvens, pairam sobre o mar,
Ouço sua poesia de sons...
Meu sono navega em meio às culapadas, à procura da calmaria...
Passa das três, ela deve estar dormindo
Procuro a constelação de Órion, o caçador e seus dois Cães...
As estrelas brilham cintilantes, como refletissem a beleza dos seus olhos...
Passa das três, e no balanço das ondas deixo-me levar...
no conforto do travesseiro, meu parceiro, que tudo sabe.
É ele que sopra os versos enquanto sonho...
São oito e oito. A contragosto, do sonho desperto.
Mesmo acordado, continuo enamorado,
Perco-me subitamente nas curvas do riso daquela pequena...
Sem perder-se da vigília o coração pulsa...
A razão estremecida de vaidade, ergue e revela-se:
“Acorda-te, já te perdestes de novo?
Essa alma de poeta, coloca amor e paixão em tudo...”
Olhar quimérico, complacente,
Vejo a pedra sob a cachoeira,
Impacta sobre ela a pressão das águas,
Com o tempo ela muda,
Torna-se resvaladiça, lapida-se!
Se ela pudesse, sairia dali?
Se saísse, continuaria mudando?
Voltaria a ser bruta?
“Desadormece-te poeta desta abstração!
Ama e observa a natureza,
Pertences a ela, pertences a ti...
Sinta o perfume das flores,
Senta-te na sombra da figueira,
Fica aqui, no alto rodeado de verde,
Observa lá longe e sem saudade
Os muros de concreto que a humanidade tanto ama”!
Paulo José Brachtvogel
Beijo a Lua
Como um farol no céu
sua luz ilumina
todas as memórias que eu amei um dia
Posso tentar descrever, mas sua beleza
com toda certeza você tem de ver
Um beijo a lua, marcada em momentos
deitado ao telhado, sem ligar nem mesmo pro tempo
Estacionada, observa
os astros ao seu redor
as estrelas sua prima distante
e o sol seu primeiro amor
Ganha destaque nos filmes, nas finas poesias
na escuridão do céu, em noites frias.
Versos livres:
Porque é que o estro me disseste
Agora e não noutro minuto
Se as trovas que, outrora, me deste
Deixaram o meu poetar de luto?
Se tudo era apenas uma miragem
E o tempo era apenas uma rima
Então, que me traga coragem
Na poesia, e não enigma...
Nem roupagem!
[...] só os afetos e a emoção
Hão de vir inspirar-me maior
A poemas, basta-lhes a ilusão
Aos poetas, basta o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/04/2020 – Cerrado goiano
Paráfrase Pedro Homem de Mello
Eu te amo.
Se amar, amar alguém, vai muito além que dizer a alguém "eu te amo".
Quando realmente amamos nossos pais, costumamos expressar o real amor com cuidados, agrados, com atitudes que iremos deixá-los felizes, sem decepcionar.
No relacionamento amoroso, o eu te amo foi banalizado, como palavras que o vento leva, vem se perdendo do real valor do amor, o amor verdadeiro que independente da distância, ou do momento do casal, o respeito respeito, o carinho, afeto se mantém presente. Isso sim é o verdadeiro amor, o amor que você não deseja para a pessoa o que não gostaria que fizesse com você.
Vamos nos amar, nos respeitar. Pois só falar, de nada adiantará, e muito menos o amor de Deus se manifestará em nossas vidas.
Soluços do universo
Hoje, ouço soluços
Vindos de todos os cantos
E até das palavras, emanam prantos
As minhas rimas
Refugiam-se no fugidio leito
Do esquecimento das coisas
Os olhos de carne
Dos sentimentos que hoje
Escolhi para sentir, flamam
E as lágrimas mortas
Que foram proibidas de sair
Depuram-se, renovam-se
Guiando-me por caminhos
Regenerados pelos sonhos
Restaurados pelo amor.
Hoje, os soluços do universo
Foram calados
E por sonhos e amor foram trocados.
Enide Santos 14/04/20
Poema perfumado
O meu poetar anda na ilusão
Mesmo assim, ele vai além
Sofrência? Não. Por onde for
Nas rimas do seu amor
És poesia, senso, refém!
Não o tenho pra mais ninguém (só você)
Tentaram detê-lo na saudade
Mas abri-lhe a porta do bem
Na trova solitária, humildade
Porém, nas tuas linhas, sonhos
E aquela romântica vontade
Me fez ter temores medonhos
De um amor com felicidade....
Ai! a lembrança! - dor doída
Ai! Tu! - memória prazerosa
Que acalma a alma sofrida
E perfuma a vida com rosa! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/04/2020 – Cerrado goiano
Ansiando
No peito sinto o fim abeirar.
Na inspiração um bloqueio,
há uma paixão que me dá medo!
Pressinto um recomeço.
Que segue alado,
o sentimento calado.
Chegando assim,
parecer tormento.
Sem perceber,
desfaz meu coração que por si sofre.
Na ilusão maior,
que foi te esperar te ver partir.
Contudo então...
O silêncio de meu interior,
explode um turbilhão de obras tuas.
Jamais reveladas por ninguém!
Da "série" improviso...
O sol hoje brilhou diferente
o dia nasceu mais bonito
Por isso que eu acredito
na força da nossa mente
Pois foi assim de repente
que você me apareceu
Aquele beijo me deu
me deixando atordoado
Quero ser seu namorado
E viver ao lado teu.
* Rosan Rangel - (15 de abril de 2017 às 10:51)
Talvez eu já tenha lhe dito, que gostaria de ser a droga que tu põe na boca.
Compreendo que falando isso, talvez eu passe de tímida para louca.
É que é incrivelmente um absurdo a maneira em que você desperta em mim os desejos mais sacanas. Pois você me provoca; me tenta e me estimula a querer sempre mais a cada segundo que passa.
E também, com toda essa fofura e safadeza em que tu consegues usar na hora certa, moderadamente, eu fico louca e ao mesmo tempo surpreendida contigo! Pois resumidamente, tu me faz entrar em êxtase.
Então, já que um beijo vale mais que mil palavras, gostaria de escrever textos em seu corpo...
Ha
Eu esqueci meu fone pra derramar as lágrimas de hoje
Mas.
Dane-se, eu estou linda pros outros fazendo pose
Eu queria poder escrever meus sentimentos e tudo o que penso
Mas.
Nunca me entreguei a nada e infelizmente hoje não vai ser o começo.
Eu queria chegar até você
Mas.
O medo é enorme e você não vê.
Eu ia ver as maravilhas do mundo.
Mas.
Tá difícil sair pq o poço é muito fundo.
Eu deveria apresentar um livro sobre feminismo amanhã,
Mas.
Não sei se chego até de manhã.
Amantes
Eles eram amantes
Amantes que se amavam
Quando se viam, conversavam
Se beijavam e se entrelaçavam
Juntos, no frio sentiam calor
Separados, saudade.
Amantes do amor
Traziam um para o outro, pura felicidade.
Amantes,
Amantes do amor.
Nas horas difíceis, na dor
As vezes discutiam, mas sem nenhum rancor.
Uma relação complicada,
Tomavam cuidado para que a outra pessoa não saísse machucada.
Era errado oque faziam.
Mas a conexão que eles tinham,
Só eles mesmos sentiam...
Of The Paper To The World (2)
Pele a pele
Corpo ao corpo
Tu pedes para que eu me revele
E eu para que tu mostre-me teu lado louco
Com nossas mãos entrelaçadas,
Ouço um som particularmente exitante.
Se cansa-te, beba água
Mas continue no outro instante.
Ao meio de gemidos; sussurros e movimentos dos quais tiram-nos o fôlego
Clima quente!
Corpo; alma e mente
Opostos se atraem, mas somos fogo com fogo!
Porque eu escrevo...
Escrevo sobre os sentimentos porque as palavras no papel saem fácil,
Mesmo que os sentimentos pareçam nunca sair de mim.
Escrevo sobre os sentimentos como se fosse simples,
Mesmo que o sentir não seja tão simples assim.
E a dor parece ficar tão bonita nas poesias.
Palavras como dor e amor rimam,
As rimas das poesias são rimas da vida.
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