Professor Carlos Drumond de Andrade

Cerca de 140903 frases e pensamentos: Professor Carlos Drumond de Andrade

boca:nunca te beijarei a
boca de outro ,que ris de mim,
no milímetro que nos separa
cabem todos os abismos

Inserida por giicortezia

"Se era tão sedosa e perfumada
que tudo quanto houvera embriagasse,
É certo que era coisas de mulheres
e homens que a elas se entregassem".

Inserida por Claudia31

NASCER DE NOVO

Nascer: findou o sono das entranhas.
Surge o concreto,
a dor de formas repartidas.
Tão doce era viver
sem alma, no regaço
do cofre maternal, sombrio e cálido.
Agora,
na revelação frontal do dia,
a consciência do limite,
o nervo exposto dos problemas.
Sondamos, inquirimos
sem resposta:
Nada se ajusta, deste lado,
à placidez do outro?
É tudo guerra, dúvida
no exílio?
O incerto e suas lajes
criptográficas?
Viver é torturar-se, consumir-se
à míngua de qualquer razão de vida?

Eis que um segundo nascimento,
não adivinhado, sem anúncio,
resgata o sofrimento do primeiro,
e o tempo se redoura.
Amor, este é o seu nome.
Amor, a descoberta
de sentido no absurdo de existir.
O real veste nova realidade,
a linguagem encontra seu motivo
até mesmo nos lances de silêncio.
A explicação rompe das nuvens, das águas, das mais vagas circunstâncias:
Não sou eu, sou o Outro
que em mim procurava seu destino.
Em outro alguém estou nascendo.
A minha festa,
o meu nascer poreja a cada instante
em cada gesto meu que se reduz
a ser retrato,
espelho,
semelhança
de gesto alheio aberto em rosa.

Inserida por MarthaDuarte

Balanço

⁠A pobreza do eu
a opulência do mundo.
A opulência do eu
A pobreza do mundo.
A pobreza de tudo
a opulência de tudo.
A incerteza de tudo
na certeza de nada.

Inserida por rafaelnovaes

museu da inconfidência

São palavras no chão
e memória nos autos.
As casas inda restam,
os amores, mais não.

E restam poucas roupas,
sobrepeliz de pároco,
a vara de um juiz,
anjos, púrpuras, ecos.

Macia flor de olvido,
sem aroma governas
o tempo ingovernável.
Muros pranteiam. Só.

Toda história é remorso.

Carlos Drummond de Andrade
Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Inserida por Doug83

Época de Natal, momento de paz, amor e esperança, momento mágico que envolve a todos, o adulto e principalmente a criança... Digo isto pelo simples fato, pois esta data mexe com os nossos melhores sentimentos, atingindo qualquer idade... Alguns desavisados insistem na tese de que nesta época, as pessoas se mostram em sua falsidade, mas discordo veementemente, pois prefiro acreditar que todos se voltam para si mesmos, olhando bem no fundo de sua própria essência, fazendo uma limpeza da própria mente... É a bondade de cada um se fazendo presente, a vontade de fazer o bem a toda gente, querer abraçar o irmão e ajudar o indigente, o que demonstra que ainda há esperança, que há em cada um de nós algo diferente... É o amor de Cristo que mais uma vez nasce em nosso íntimo, mostrando quem somos realmente. FELIZ NATAL!

Inserida por JeanCarlosdeAndrade

A educação para o sofrimento evitaria senti-lo com relação a casos que não o merecem.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas. Rio de Janeiro: Record, 1990.

MINHA PÁTRIA, MINHA NAÇÃO:
Sim, hoje vou comemorar o dia de nossa Pátria amada, idolatrada e participarei de um desfile Cívico, acompanharei as crianças, alunos, jovens que são a esperança de um futuro melhor, farei isso porque aqui nasci, aqui tenho raízes, aqui tenho história, vou comemorar a liberdade, a mesma que me confere o direito de mandar esta cambada de bandidos que estão lesando a nossa nação, todos para o raio que os parta, a mesma liberdade que me confere o direito em reivindicar justiça e prisão para os mesmos, pois o Brasil é maior que tudo isso, não há partido que mereça a nossa atenção, não há político que mereça a nossa defesa e a nossa exaltação... A nossa Pátria precisa de nós, ela pede socorro, ela sou eu, ela é você.

Inserida por JeanCarlosdeAndrade

Especulações em torno da palavra homem

Mas que coisa é homem,
que há sob o nome:
uma geografia?

um ser metafísico?
uma fábula sem
signo que a desmonte?

Como pode o homem
sentir-se a si mesmo,
quando o mundo some?

Como vai o homem
junto de outro homem,
sem perder o nome?

E não perde o nome
e o sal que ele come
nada lhe acrescenta

nem lhe subtrai
da doação do pai?
Como se faz um homem?

Apenas deitar,
copular, à espera
de que do abdômen

brote a flor do homem?
Como se fazer
a si mesmo, antes

de fazer o homem?
Fabricar o pai
e o pai e outro pai

e um pai mais remoto
que o primeiro homem?
Quanto vale o homem?

Menos, mais que o peso?
Hoje mais que ontem?
Vale menos, velho?

Vale menos, morto?
Menos um que outro,
se o valor do homem

é medida de homem?
Como morre o homem,
como começa a?

Sua morte é fome
que a si mesma come?
Morre a cada passo?

Quando dorme, morre?
Quando morre, morre?
A morte do homem

consemelha a goma
que ele masca, ponche
que ele sorve, sono

que ele brinca, incerto
de estar perto, longe?
Morre, sonha o homem?

Por que morre o homem?
Campeia outra forma
de existir sem vida?

Fareja outra vida
não já repetida,
em doido horizonte?

Indaga outro homem?
Por que morte e homem
andam de mãos dadas

e são tão engraçadas
as horas do homem?
Mas que coisa é homem?

Tem medo de morte,
mata-se, sem medo?
Ou medo é que o mata

com punhal de prata,
laço de gravata,
pulo sobre a ponte?

Por que vive o homem?
Quem o força a isso,
prisioneiro insonte?

Como vive o homem,
se é certo que vive?
Que oculta na fronte?

E por que não conta
seu todo segredo
mesmo em tom esconso?

Por que mente o homem?
mente mente mente
desesperadamente?

Por que não se cala,
se a mentira fala,
em tudo que sente?

Por que chora o homem?
Que choro compensa
o mal de ser homem?

Mas que dor é homem?
Homem como pode
descobrir que dói?

Há alma no homem?
E quem pôs na alma
algo que a destrói?

Como sabe o homem
o que é sua alma
e o que é alma anônima?

Para que serve o homem?
para estrumar flores,
para tecer contos?

Para servir o homem?
Para criar Deus?
Sabe Deus do homem?

E sabe o demônio?
Como quer o homem
ser destino, fonte?

Que milagre é o homem?
Que sonho, que sombra?
Mas existe o homem?

A minha vontade é forte,mais minha vontade de exceção é fraca.

Inserida por rayltton_silva

“... Não decifre o enigma. Olha o mistério
transluzia o rosto que está sério...!”

Inserida por profeborto

O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença. Nada exige nem pede. Nada espera, mas do destino vão nega a sentença. O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza...

Inserida por AbdaGulart

inconfesso desejo

Inserida por rosanacunha

Construção
Um grito pula no ar como foguete.
Vem da paisagem de barro úmido, caliça e andaimes hirtos.
O sol cai sobre as coisas em placa fervendo.
O sorveteiro corta a rua.
E o vento brinca nos bigodes do construtor.

Inserida por pensador

hoje minha cidade é apenas um retrato na parede.

Inserida por ledarocha7

A noite anoiteceu tudo.
O mundo não tem remédio.
Os suicidas tinham razão.

Inserida por BiaRebelatto

Se procurar bem, você acaba encontrando,
não a explicação (duvidosa) da vida. Mas a
poesia (inexplicável) da vida.____________

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Inserida por berepasin

Será ou não será,Tomar uma decisão eis a questão,Acontecimentos parecidos,Fatos verdadeiros ou fatos mentirosos,Falsos descobertos.

Inserida por Kiesza

"Você não pode desistir até que tente
Você não pode viver até que morra
Você não pode aprender a contar a verdade
Até que aprenda a mentir"

Inserida por Kiesza

A administração, organismo autoritário,
é feita de papel, isto é, de figuração de coisas.
(In: O Avesso das Coisas - 6º Edição, 2007.)

Inserida por portalraizes

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