Professor Carlos Drumond de Andrade
Amo-te muito, meu amor, e tanto
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.
Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,
um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,
tão quase é coisa ou sucessão que passa...
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.
Spinoza escreveu: "Percebi que todas as coisas que temia e receava só continham algo de bom ou de mau na medida em que o ânimo se deixava afetar por elas."
O filósofo tem razão. A alegria ou a tristeza só poderão continuar dentro de nós à medida que nos deixamos afetar por suas causas. É questão de escolha. Dura, eu sei. Difícil, reconheço. Mas ninguém nos prometeu que seria fácil.
Se hoje a vida lhe apresenta motivos para sofrer, ouse olhá-los de uma forma diferente. Não aceite todo este contexto de vida como causa já determinada para o seu fracasso. Não, não precisa ser assim.
Deixe-se afetar de um jeito novo por tudo isso que já parece tão velho. Sofrimentos não precisam ser estados definitivos. Eles podem ser apenas pontes, locais de travessia. Daqui a pouco você já estará do outro lado; modificado, amadurecido.
Certa vez, um velho sábio disse ao aluno que, ao longo de sua vida, ele descobriu ter dentro de si dois cães - um bravo e violento, e o outro manso, muito dócil.
Diante daquela pequena história o aluno resolveu perguntar - E qual é o mais forte? O sábio respondeu - o que eu alimentar.
Amor é um brado afeito
Que Deus no Mundo pôs e a Natureza
Para aumentar as coisas que criou.
De amor está sujeito
Tudo quanto possui a redondeza;
Nada sem este efeito se gerou.
Por ele conservou
A causa principal o Mundo amado
Donde o pai famulento foi deitado.
As coisas ele as ata e as conforma
Com O Mundo,e reforma
A matéria. Quem há que não o veja?
Quanto meu mal deseja, sempre forma.
Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas.
O sorriso do rosto está muito longe de ser feito de suor, de faíscas, de golpes de cinzel e de mármore. O sorriso não é da pedra, mas sim do criador. Liberta o homem, e ele criará.
No mundo quis um tempo que se achasse
o bem que por acerto ou sorte vinha;
e, por experimentar que dita tinha,
quis que a Fortuna em mim se experimentasse.
Mas por que meu destino me mostrasse
que nem ter esperanças me convinha,
nunca nesta tão longa vida minha
cousa me deixou ver que desejasse.
Mudando andei costume, terra e estado,
por ver se se mudava a sorte dura;
a vida pus nas mãos de um leve lenho.
Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado,
já sei que deste meu buscar ventura,
achado tenho já, que não a tenho.
O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.
Existem as pessoas que apenas têm sede de vida e aproveitam cada minuto, crescem com cada tropeço e levantam revigoradas e prontas para sorrir de novo. Pessoas assim são urgentes para o amor, mas têm suavidade para vivenciá-lo. Elas se apaixonam por gente, circunstâncias e trocas. E gargalham de verdade. E abraçam de verdade. E absorvem o Outro para apreendê-lo, não para sugá-lo. Essas pessoas sentem com o corpo todo, gostam com o coração inteiro.
Quem luta com a única esperança de recolher bens materiais, efectivamente não recolhe nada que valha a pena viver (...) Que são os cem anos de história da máquina comparados com os cem mil anos de história do homem?
Aos 22 anos os jovens estão ainda muito próximos da infância e, consequentemente, deixam-se levar por infantilidades.
O sândalo é o perfume das mulheres de Estambul,
e das huris do profeta; como as borboletas,
que se alimentam do mel, a mulher do Oriente
vive com as gotas dessa essência divina.
Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.
Antes do poeta mostra-se o homem, antes do talento o caráter.
A falta de afeição é que traz a injustiça.
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