Procuro em Amor que ainda Nao Encontrei

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⁠O PÓS E O PRÉ

Lembro-me ainda de quando era velho
A cair de podre.
O ventre saído desmesurado
Expelido
Inchado
Como que a rebentar
A bomba fatal
Tal odre
Que estoura
Em excessos
Possessos
De processos
De químicas
De álcool com salmoura.

Menino, agora, já sou outra vez.
Com pés a caminho da cova,
Voltarei ao pó
Pó, pó, pó, pó
E cinza adubada.

Vou tornar a ser
Um novo ser
A nascer,
Não demora nada.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-04-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

CEREJAS

Degustava eu um ramo delas,
Quase assim.
Uma mais vermelhas
Ainda de formas fedelhas
De polpa ruim.

Outras, matizadas de branco,
Amarelado,
E eu sou franco,
Deixei as amarelas de lado.

Algumas, de bordeaux vincado,
Mas só cor
Sem sabor
Adocicado.
Poucas mais encontrei
Doces
Ainda que maduras
Apesar de duras
Como o mel melado.

Ia a meter a última à boca
E parei.
Era mais redondinha que as outras
Mas muito vermelhinha
E tinha
Uma outra cerejinha
Pegada à sua barriguinha
Como uma mãe que acabou
De dar à luz,
E quer mostrar a filhinha
Que reluz.

Tive pena de as comer
E num rebate de consciência,
Com exemplar paciência,
Fui metê-las em terra fresquinha:
A cereja mãe e a filha,
À espera que um dia destes
Irão nascer mais cerejas
Assim,
Por mim.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 05-06-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

JURAMENTO AINDA O PRIMEIRO ( 1 )

Que me interessa ter abandonado
A vida ágria, corrosiva, pustulenta,
Se na verdade a minha fiel tormenta
O dó ré mi dum fá sem sol, é meu fado.

Eu, velho decrépito, desventurado,
Firmo na pena da água benta escrito,
O juramento deste ser proscrito,
Em nome do pai e do filho castrado.

Juro, Castro, a quem pediram pró morto
Infeliz pequenino recém-nascido,
Fruto de um amor que já nasceu torto,
Uns versinhos na lápide do ser já ido.

Angustiado, sem inspiração, fiquei retido
Se havia de escrevinhar ao casto ou doloso,
Mas eis que uma voz me gritou ao ouvido:
Escreve a verdade pura, dura e sem gozo.

E eu então, amante da pureza, escrevi:

"Aqui jaz um recém-nascido
Que jamais a luz do dia viu,
Filho de pai desconhecido
E da dama que o pariu."
..................................................................
(Já passaram quarenta e mais anos e na lápide fria da campa do infeliz inocente, encoberta, por silvas, sem a luz do sol, continua gravada, teimosamente, esta dolorosa quadra minha, que já mal se lê... mas que eu sei de cor e salteado até ao fim da minha existência...)


(Carlos De Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 16-10-2024)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Ainda que um cristão viva sem pecar, ele é o ser que mais precisa de Deus, porque a sua notável justiça é mero trapos da imundicia.

Inserida por GigueiraPoesias

⁠Toda a expressão artística,
Todo a dignificação do ser,
Ainda é caos e incompreensão para muitos humanos, quando se trata da liberdade de outrem em ser feliz.

Inserida por rosa_brasil

⁠Ele, na aula de Chinês, ela ainda nem aprendeu o inglês,
Ele é gelo, enquanto ela é calor,
Ele busca amores de leito, ela batalha por uma lei,
Ele fica na superfície, enquanto ela explora o interior,

Ele simula importar-se, sem verdade nisso,
Ela finge que não se importa, embora muito se importe,
Ele finge sentimentos que não existem, um sorriso falso num abismo,
Ela finge não ter, quando abundância à porta bate.

Enquanto ele se aventura no barato e saturado,
Ela busca o exclusivo, o que é raro e sofisticado,
Ela ofereceu amor genuíno, profundo e declarado,
Mas ele prefere o raso, o fácil, o desvalorizado.

Ele se contenta com bijuterias, sem valor ou magia,
Enquanto ela anseia por jóia de amor e poesia,
Ele escolhe o caminho fácil, uma escolha vazia,
Ela se permite o prêmio, com valentia e harmonia.

Inserida por Gleyciane

Quando se perda algo importante na vida, tenha sempre a sabedoria de saber dar valor ao que ainda se tem!

Inserida por RodrigoGuedes

⁠Tempo passa devagar
A lua ainda está aqui
Pra alumiar o rosto
Na escuridão da noite
E acalentar o coração
Na neblina que vem
Do céu estrelado
Tempo passa devagar
Pra deixar o corpo
Pedir abraço
No frio da noite
Tempo, tempo
Passa devagar
Enlouqueço
De amor
Por você
Na noite que
Clareia a minha alma
E o meu ser
Tempo passa devagar
Quero ti ter
Bem perto
Do meu abraço quente
E fazer você mergulhar
Nos meus beijos
Na noite de lua cheia
Tempo, tempo
Passa devagar
O friozinho
Só quero passar com você

Inserida por RosaV

⁠Meu corpo te chama

Os meus lábios
Ainda sentem
Teu gosto
A minha quentura
Mostra quão intenso
É te desejar
Estou louco
Pra te ter
De novo
Em meus braços
E me deleitar
Nos teus carinhos

Inserida por RosaV

⁠Cotas, feriado e assunto nas escolas ainda é pouco;
É melhor calcular e rever tudo de novo.

Inserida por ademiro_alves

Há um sol, com seu brilho intenso no céu...
E ainda sim muitos cantos escuros na humanidade.

Inserida por abraatiko

A maior parte de nós ainda vive apenas em palavras.

Inserida por abraatiko

Os de repente ainda são poderosos.

Inserida por abraatiko

A ironia de inverno é está coberto de razão e ainda assim sentir frio.

Inserida por abraatiko

Tem duas coisas que muitos acreditam que perderam,
mas na realidade ainda nem encontraram : Fé e Amor

Inserida por abraatiko

Sei que a certeza é burra:
Mas todo ser humano
ainda precisa de certezas,
mesmo que sejam ilusões.

Inserida por abraatiko

"Honestidade". Para alguns, um fato. Para outros, ainda um feto.

Inserida por abraatiko

Ironia é manter o controle para eliminar o medo,
e ainda ter medo de perder o controle.

Inserida por abraatiko

Ironia é um professor dizer,
que quem ensina mesmo é a vida.
E ainda receber por isso.

Inserida por abraatiko

Ironia é querer ser
metade da laranja,
enquanto ainda somos pedaços
que se completam em encontros.

Inserida por abraatiko