Princípio da Negligência
Noite de Outono
A noite passa
e neste princípio de outono
não tenho sono.
Adormecer e conformar-me com o adeus
do ontem que jamais retorna
e vive na lembrança...
Enquanto vivo, acordado,
com um desejo de mistério.
Quero uma razão
e não simplesmente começar o amanhã como hoje
porque estou sedento de novos ares...
Um jovem frustrado poeta
Quando eu tinha uns quinze anos de idade comecei a escrever, a princípio eram letras das músicas da banda que eu iria ter, até guitarra eu tinha, mas não sabia tocar. Depois de um tempo, convencido de que aquele lance de banda não daria certo comecei a escrever poemas, que não se diferenciava muito daquilo que eu chamava de letra de música. Sentia-me o poeta, Cazuza passava longe daquilo que eu via como meu futuro.
Eu tinha o prazer em mostrar para todos os meus escritos, minhas obras de artes. Hoje sinto vergonha de um dia ter feito isso. Quando me lembro das letras eu penso: “Quanta bobagem!”. Eu falava sobre o amor sem nunca ter vivido-o, falava de paixão, de mulher, não rimava nada, mas eu era um poeta.
As coisas vão evoluindo, com o tempo fui escrevendo coisas mais maduras, o amor passou a ser menos encantador como o de antes, porque eu o vivi. As paixões passaram a ter mais críticas e eu não escrevia mais sobre as mulheres, pois eu passei a conhecê-las, a partir daí não conseguia mais entendê-las. Hoje não escrevo mais poemas, passei a ler mais, a conhecer os poetas e descobri que não sou um poeta. Passei a escrever crônicas, escrever críticas de tudo, descobri que sou como um velho rabugento cansado de tudo. Talvez depois de um tempo eu volte a olhar o que escrevo hoje e perceber que sou um péssimo cronista, talvez porque até lá, com certeza eu vivi muito mais coisa, e sentirei saudades do que hoje eu já me cansei.
Que nenhum princípio, crença, fé, esperança hipócritos e vãos movam-me em quaisquer circunstâncias desta vida.
Que a LIBERDADE guie meu espírito pelas sendas inéditas, ainda que o preço seja a morte digna e que nada obste minha sina.
Que nenhum medo ou dor deixe-me viver onde não habite a AUTÊNTICA e VERDADEIRA justiça.
O importante não é saber quem é o mestre, o santo, o líder, mas o PORQUÊ o segue.
Que seja sempre meu coração o mestre a me domar.
Que jamais eu obedeça sem a consciência do por que o faço.
A vida dá poucos e raros presentes, feliz quem ousa e conquista o inaudito, quem estende a mão às minorias oprimidas, sem cômodos e fúteis conformismos, sem nada necessitar.
Quem pode julgar, jurar ou agir com os olhos de Deus? Quem pode dizer o que é pecado aos olhos de Deus?
E quem pode de fato e "perfeitamente" dizer algo em nome de Deus?
Que um dia, enfim, seja atirada a ÚLTIMA pedra!
De principio compreendo bem as minhas queixas, por conseguinte, ao refletir, deixo de compreendê-las por base das minhas atitudes: agradei mais aos outros do que a mim mesmo. Almejei a morte enquanto eu estava vivendo, e olhe lá se eu estava realmente vivendo; viver e não viver para si é uma morte precipitada, ou até, talvez, um suicídio.
No fim da vida todos estão cansados, imprestáveis e desejosos do retorno ao princípio da matéria, mas ainda há quem diga que tudo vale a pena.
Desculpe o egoísmo, mas de princípio, as minhas palavras não são para confortar outra pessoa, se não eu mesma.
O princípio ativo do elemento "homem de bem" se consiste em gratidão e humildade. Encontre-os nas palavras de quem se aproxima antes de mais nada.
Era mais uma das mentiras que ouvi.
Sabia desde o princípio.
Escondi o rosto pra te ver passar.
Abri a porta e logo percebi.
Temo ter deixado meu mal insano te envenenar.
Que levas-te de mim, meu bem, senao meus desencantos?
Ainda desaforado, ficas-te rindo...e mentindo.
És apenas mais um dos que deixei ir.
E também eu mentiria se te deixasse ficar.
Não se preocupe, você não fez nada de errado. O erro foi todo meu, desde o princípio. Você nem tinha me notado e era assim que eu deveria ter deixado acontecer. Agora só me resta ficar sozinha, é a decisão mais digna a seguir.
