Maicon Carlos

Encontrados 25 pensamentos de Maicon Carlos

A diferença que um papel de bala no chão faz

Muita gente não tem noção do quanto um papel de bala jogado no chão de uma rua pode fazer uma grande diferença, e ajudar a destruir cada vez mais o meio ambiente, e a deixar a local mais feio.
Cada papel de bala jogado na rua pode com o vento e com uma chuva ir para um bueiro, entupi-lo e causa uma enchente, não, não estou falando de só um papel de bala, mas quem joga um papel de bala na rua não joga apenas uma vez, e não é só uma pessoa no mundo que faz isso, por tanto esses muitos papéis de bala, jogados por muitas pessoas podem causar uma grande enchente e deixar muita gente sem casa, sem móveis e até sem vida, isso pode acontecer até com a própria pessoa quer jogou o papel de bala na rua.
O vento também pode levar esse papel de bala para uma reserva ambiental, ou um rio, um lago, imagina esse papel multiplicado por muita coisa?
Agora se cada pessoa que joga papel de bala no chão fosse jogada pra fora do mundo, quantas enchentes não aconteceriam mais, quantas matas, rios e lagoas não seria mais poluídos?

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Não precisamos de heróis

Tem gente que espera, ou deposita tanta esperança em outras pessoas que acabam transformando essas pessoas em heróis, salvadores da pátria, da vida ou de qualquer coisa que precise de salvação. Por isso muita gente se decepciona e pior do que se decepcionar é esperar que os outros façam o que nós podemos fazer.
A mudança em diversos aspectos não depende dos outros, depende de nós, e pequenas mudanças e atos podem fazer grandes transformações, e todos nós podemos e devemos ser protagonistas dessas transformações.
Todos nós vivemos no mundo, no país, no estado, na cidade e no bairro, a responsabilidade das mudanças que queremos, é toda nossa não espere que um único ser, ou um grupo de seres façam essas mudanças, até porque talvez as mudanças que eles desejam não sejam as mesmas que você deseja, e precisamos de todos juntos para as transformações que são tão necessárias, como melhores condições de vida, cuidados com o meio ambiente, entre outras.
Se todos forem seus próprios heróis, não precisaremos de heróis nenhum, e mudanças virão mais rápidas, e da forma que desejamos.

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O medo do tempo

O tempo é um assunto filosófico. Mas fugindo um pouco da filosofia e entrando na nossa realidade, o tempo é em alguns casos nosso amigo, noutro nosso inimigo. Sempre dizem que o tempo cura tudo, realmente, ele cura, mas o mesmo tempo que cura, é o tempo que nos leva, aí o desejo do tempo passar muda para o desejo do tempo parar.

O amor não correspondido, que dói, machuca, o tempo leva. O amor gostoso, correspondido, sonhado, vivido, o tempo também leva, ou leva quem se ama, ou nos leva. O tempo me dá medo. Por isso gosto do agora, não quero nada pra depois, não sei o que o tempo fará do meu depois, preciso do hoje.

Tento acabar com a dor com algo imediato, não deixo o tempo levar, não gosto de prolongar a dor, evito o sofrimento, causo a felicidade. Tenho medo do tempo não me deixar viver no ponto certo, na medida certa, do que eu acho certo.

Honestidade é anormal...

O que deveria ser algo tão normal é visto pela maior parte da população como anormal. Temos vários exemplos que podem comprovar o que estou dizendo. Certa vez um homem achou uma mala com mais de 20 mil dólares no aeroporto e a devolveu, a notícia saiu em todos os jornais, programas de TV, enfim, uma atitude fora do comum do ser humano, ou o comum do ser humano que está fora de si? Houve, e de quando em vez há reportagens onde o tema principal é a honestidade, ou a raridade da honestidade do ser humano. Nessas reportagens aparecem pessoas que ousaram ser honestas nesse mundo desonesto.

Alguma coisa está errada, práticas que todos deveríamos ter são tratadas como anormais e o que é errado se torna comum. Muita gente põe a culpa no mau exemplo das autoridades, mas eles são seres humanos como todos nós, será que o mal exemplo não parte de cada um de nós com atitudes desonestas que nem demos conta que estamos praticando, como por exemplo vender o voto, ou votar em algum corrupto?

O amor pelo desprezo

Realmente não dá pra entender o ser humano. Tudo bem que o amor é algo que não se deve explicar e sim sentir, até porque tem coisas que o amor provoca que não tem explicação. Isso já aconteceu com todo mundo, nem que tenha sido pelo menos uma vez na vida.

Geralmente a gente faz isso por ouvir os conselhos dos amigos, mesmo acreditando que “se conselho fosse bom, não se daria, se venderia” - que ditado capitalista -, mas tudo bem, quando é conselho de amigo a gente faz uma exceção, aí se arrepende depois, ou não.

“Despreza que ela (ele) corre atrás”, quem nunca ouviu isso de um amigo? E o amigo, ou amiga da futura desprezada também ouve isso, e os dois aceitam o conselho dos amigos, o resultado no fim das contas é que nenhum dos dois descobre o que realmente o outro sente, e no fim acabam por não viver uma talvez grande história de amor.

Por dentro é mais bonito

Muita gente afirma que beleza não põe mesa, ou seja, a beleza não importa quando o assunto é amor, mas e quando o assunto é apenas uma paquera, ou como se diz hoje em dia, uma ficada? Como sempre essa afirmação só fica no discurso, na prática é totalmente diferente.

Nossas atrações podem se acontecer de diversas formas cada um tem uma, mas de fato a beleza é o que mais influencia no primeiro momento. Como explicar então a euforia que as mulheres sentem ao ver um Murilo Benício, Zezé di Camargo, Luciano, Leonardo entre outros artistas que elas sequer sabem o verdadeiro nome completo? Ou então nós homens que ficamos excitados em ver a Mulher Melancia na TV sem saber se ela tem mau hálito?

Eu ficaria com a Camila Pitanga mesmo se ela não falasse nada, sem hesitar. A hipocrisia é o mal da humanidade. Beleza faz muita diferença sim, esse papo de o que tem por dentro é mais bonito é desculpa ninguém vai beijar o caráter, a ética e a honestidade de uma pessoa. Agora quando se quer alguém pra viver junto, outras características também são importantes, mas a beleza é imprescindível.

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Roletas na frente

Não tem muito tempo que aqui no Rio as roletas, ou catracas dos ônibus passaram a ser na frente, fazendo assim a entrada dos pagantes ser na frente também.

Não dá pra entender a necessidade disso, a não ser para atrapalhar as nossas vidas e causar constrangimento. Quando a entrada era atrás ninguém via quem estava entrando, a não ser que virassem e olhassem para trás, mas acredito que ninguém seja tão curioso a ponto de fazer isso. Agora com a entrada na frente, você já entra com medo de tropeçar nos degraus sabendo que todo mundo verá isso, fica com medo do seu cartão eletrônico de passagens não passar, der problema, enfim vão pensar que você não tem créditos no cartão, e você será o culpado de empacar a fila e todos estarão olhando para a sua cara, você fica com medo de sua roupa ter algum problema, todos ficarão reparando, portanto mesmo que nada disso aconteça, você vai entrar pensando que isso pode acontecer e vai ficar suando frio, tremendo, pálido e com cara de assustado, todo mundo vai reparar isso em você.

Mesmo que você fique tranqüilo, até mesmo pelo costume, e nada de errado aconteça, vão continuar olhando para sua cara, como se algo de errado tivesse acontecido, você vai achar que alguma coisa aconteceu e vai ficar constrangido, mesmo sem saber por que, simplesmente porque a roleta do ônibus é na frente.

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Até que a morte os separe

O filósofo Arthur Schopenhauer disse que o casamento é uma dívida que se obtem na juventude e se paga na velhice, mas na época em que ele disse isso a separação era algo praticamente incomum, e de fato só a morte separava um casamento, o que fazia talvez com que os maridos mandassem assassinar suas mulheres, e elas seus maridos.

Hoje em dia as coisas estão mais fáceis, as pessoas terminam tão rápido, às vezes só até acabar a lua de mel, mas o padre ainda continua dizendo a sentença final: até que a morte os separe. Seria mais fácil dizer “até quando vocês não aguentarem mais olhar pra cara um do outro”, pois sempre chega esse momento, uns casais preferem terminar, outros preferem se torturarem e empurrar com a barriga, até que finalmente a morte os separe...

Essa coisa de casamento precisa ser inovada, ter novas regras, acompanhar a mudança de século, acompanhar as mudanças climáticas, as vontades. Precisa ter uma nova cara, sinceramente não conheço uma pessoa que seja casada e completamente satisfeita, ou feliz por inteira. O casamento deveria completar os espaços que faltam pra gente ser feliz por inteiro, mas isso só acontece no começo, na lua de mel, afinal a lua de mel é pra adoçar o começo, pois depois é uma amargura que só.

Tudo bem que eu ainda não sou casado, talvez não seja assim mesmo, mas pelos exemplos que vejo já estou traumatizado, mas de uma coisa eu tenho certeza, a sentença final deveria mudar, os padres deveriam dizer: Até que o amor acabe.

A terceirização

Terceirizar virou moda hoje em dia, hoje em dia e com a ajuda do neoliberalismo. A terceirização pode ser caracterizada de diversas formas, mas é mais comum citar a terceirização nos serviços, e está cada vez mais inserido nos serviços públicos e nas esferas do poder.

Terceirizar significa contratação de terceiros, ou seja, de outros para a realização de serviços, racionalizar custos, economizar recursos, mas em outras palavras também pode significar a incompetência, ignorância, covardia, facilitação de desvios de verba, acordos indecorosos, imoral, antiético, enfim, são tantos que as pessoas não entendem e preferem se abster desse assunto.

Se eu falar pra Dona Genoveva que trabalha na cozinha da minha antiga escola que ela é terceirizada ela pode até me bater achando que estou xingando-a, outras senhoras como a Dona Genoveva até sabem que são terceirizadas e sentem orgulho de serem, é porque na verdade elas não sabem o que é terceirização.

A única coisa que não se terceiriza é o eleitor, o eleitor é único, é especial, não se pode racionalizar, não se pode economizar, nem deixar que outro tome conta dele. O eleitor é o “meu nobre”, é o “meu bom”, é o “meu camarada”, “meu parceiro”, “gente fina”, “meu peixe”, mas ele só tem essas qualidades em período eleitoral.

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Conectado

Como diz Chico Buarque: “Eu faço samba e amor até mais tarde, e tenho muito sono de manha”. A diferença é que não faço samba, nem amor, minhas noites são, só eu e o meu computador, minhas noites e meus dias. Esse parceiro de todas as horas, nunca me incomoda, me ajuda em tudo que preciso, me conecta com o mundo, me conecta com todos.

Passo noites fazendo tudo que preciso nele, trabalhos, estudos, escrevo, conheço gente nova, tudo bem que eu não os vejo, de fato não os conheço, mas são meus amigos. Todas as noites são ótimas, tem tempo que não saio, não vou à rua, afinal não preciso da rua, até compras e faço com meu computador. Não sei como tem gente que ainda consegue viver sem um computador, sinto pena daqueles que não pode tê-los, eles de fato não vivem, ficam presos ao mundo real.

Enquanto nós, conectados - essa palavra já diz tudo, conectados - estamos interligados com tudo, com o mundo, com os amigos, mesmo que sejam virtuais... Conhecemos lugares, bares, boates, tudo bem que não pessoalmente... Sabemos de tudo em primeira mão...

Droga! Meu computador queimou, perdi meus amigos.

Monarquia republicanamente democrática

Insistem em dizer que vivemos num estado democrático de direito, onde os poderes executivo e legislativo são representativos, eleitos pelo povo. Dessa forma os parlamentares e os representantes do poder executivo, os prefeitos, governadores e presidente estão no poder para representar as nossas vontades, governar pelos nossos anseios, estão no poder para de fato servirem as nossas vontades, que são simples: Trabalho, condição de vida digna, acesso à cultura, educação, lazer, etc., que são direitos, garantidos por lei.

Mas se pararmos pra pensar, não é isso que acontece. Somos tratados como servos dos governos, e os parlamentares acham que estão fazendo um favor pra gente. Recebem salários absurdos e sempre acham alguma forma de desviar mais dinheiro pras suas contas bancárias, ou melhor, desviar para a conta de parentes e “amigos” assim ninguém tem como provar que aquele dinheiro de fato é deles. Colocam até as empregadas domésticas e babás nas jogatinas de corrupção mesmo sem saberem, coitadas, que tem contas até na suíça.

Durante quatro anos somos abandonados, chamados até de vagabundos, depois voltamos a ser adorados. As coisas estão no avesso, como foi dito no filme V de Vingança: “o Estado deve temer o povo, e não o contrário”. Nosso estado é uma república quando se aproxima a eleição, democrática no processo eleitoral e monarquia ao longo de quatro anos.

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Os detalhes, a única diferença

E viveram felizes para sempre. Ouvimos e lemos isso constantemente quando criança, nas histórias que nossas mães, pais e professoras nos contaram, ou nos livros de histórias infantis. Engraçado é que muita gente continua vendo esses finais quando adultos, com histórias que são praticamente iguais, apenas pequenos detalhes diferenciam uma das outras.

Um casal que é o centro das atenções, esse casal se ama, ou descobre um dia que se amam, por motivo de força maior, que pode ser pessoas más, a religião, a condição financeira, etc., se separam, mas no final tudo dá certo e ficam juntos, muitas vezes tem filhos e os outros casais da novela se casam e tem filhos, ninguém fica solteiro, todo mundo fica junto, até o cachorrinho do casal principal não termina sozinho. Quanto às pessoas más, no fim elas tem uma lição, ou se regeneram...

São praticamente iguais, e mesmo assim conseguem prender atenção de muita gente. Causa até briga conjugal, e é a vingança das mulheres quando trocam seus maridos pela TV, já que os mesmos fazem isso na hora do futebol. Tem gente que chega cansado do trabalho, mal toma banho, faz sua refeição em frente à TV e fica ali praticamente 4 horas, vendo histórias que já sabe o fim, que será o mesmo fim de outras tantas... Talvez a descoberta do telespectador de saber o que vai acontecer, e que não é difícil, essa coisa de se tornar um vidente do óbvio, faz com que ele se prenda na telenovela.

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Comédia pra fugir da desgraça

Não entendo como as pessoas conseguem gostar de filmes de terror, a vida já é um terror quase que vinte quatro horas, pois temos mais pesadelo do que sonho. São tantos os problemas que são tão assustadores do que qualquer “O Exorcista”, contas de tudo pra pagar, água, luz, telefone, gás, internet, TV à cabo, cervejas, não, isso não é um dos problemas.

E quando mais pobre se é, mais problemas se tem, e mais medonha se torna a vida. Quando se é pobre e se tem filhos os problemas se multiplicam de acordo com o número de filhos, com dois filhos, duplicam, três filhos, triplicam e assim por diante. Por isso que quando vou ver um filme vejo um de comédia, às vezes é preciso fugir da realidade e se iludir um pouco, rir pra não chorar, esquecer que amanha é mais um dia de trabalho grosso pra no fim do mês receber um salário fino, tão fino que depois de uma semana acaba.

Tudo bem que gosto não se discute, por pior que seja o gosto, cada um tem o seu, mas filme de terror não. Quero sorrir, chega de chorar, chega de ter pavor, medo. Pior é a pessoa que vai ao cinema como comemora o dia da independência do Brasil, uma vez por ano e quando vai escolher o filme, escolhe um de terror, pra piorar nas cenas aterrorizantes tapa os olhos, tapa os olhos para não ver a cena aterrorizante! A pessoa paga pra sentir medo, mas na hora do medo ela fecha os olhos para não sentir medo, era melhor ter ficado em casa.

Gosto de comédia porque eu esqueço da vida, esqueço do mundo, quanto mais demorar melhor, tem dias que fico fora do mundo, inerte na frente da TV assistido qualquer coisa de comédia, qualquer coisa que me faça rir, pois eu sei que quando acabar o terror voltará.

Um jovem frustrado poeta

Quando eu tinha uns quinze anos de idade comecei a escrever, a princípio eram letras das músicas da banda que eu iria ter, até guitarra eu tinha, mas não sabia tocar. Depois de um tempo, convencido de que aquele lance de banda não daria certo comecei a escrever poemas, que não se diferenciava muito daquilo que eu chamava de letra de música. Sentia-me o poeta, Cazuza passava longe daquilo que eu via como meu futuro.

Eu tinha o prazer em mostrar para todos os meus escritos, minhas obras de artes. Hoje sinto vergonha de um dia ter feito isso. Quando me lembro das letras eu penso: “Quanta bobagem!”. Eu falava sobre o amor sem nunca ter vivido-o, falava de paixão, de mulher, não rimava nada, mas eu era um poeta.

As coisas vão evoluindo, com o tempo fui escrevendo coisas mais maduras, o amor passou a ser menos encantador como o de antes, porque eu o vivi. As paixões passaram a ter mais críticas e eu não escrevia mais sobre as mulheres, pois eu passei a conhecê-las, a partir daí não conseguia mais entendê-las. Hoje não escrevo mais poemas, passei a ler mais, a conhecer os poetas e descobri que não sou um poeta. Passei a escrever crônicas, escrever críticas de tudo, descobri que sou como um velho rabugento cansado de tudo. Talvez depois de um tempo eu volte a olhar o que escrevo hoje e perceber que sou um péssimo cronista, talvez porque até lá, com certeza eu vivi muito mais coisa, e sentirei saudades do que hoje eu já me cansei.

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É uma falta de memória...

É impressionante como as pessoas perdem a memória em tão pouco tempo. O político não lembra que prometeu mundos e fundos durante a campanha. Não lembra que prometeu ao João um cargo de chefe adjunto de auxiliar de qualquer coisa, não lembra que do saco de cimento que prometeu a José, não lembra nem da cesta básica que prometeu a Maria.

Aí o eleitor fica “P” da vida, reclama durante quatro anos, todo dia reclama, desliga a TV no programa eleitoral, fica furioso vendo as regalias que aquele político em que ele votou recebe, fica revoltado com as notícias de corrupção, desvio de verba, fala que vai votar nulo, que são todos ladrões, bandidos entre outros adjetivos que nós conhecemos, e usamos também.

Mas quando chega o período eleitoral o eleitor esquece-se da fisionomia e do nome dos políticos, esquece até que tem raiva de político. O político, por sua vez, esquece que prometeu mundos e fundos naquele lugar, mas dessa vez prometerá outras coisas, promete asfalto, iluminação, esgoto, praça, escola, hospital, o eleitor esquece que é papo furado, abraça, leva um tapinha nas costas e de novo é enganado.

O amor é um pensamento contínuo em uma pessoa.

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Comemorar o quê?

Odeio fazer aniversário, talvez isso seja hereditário, meu pai também odeia. Em todos os aniversários dele, bebeu demais, apesar de que ele bebe todo dia. Não entendo qual o motivo da comemoração, não há nada de legal em ficar mais velho.

A cada ano que completamos ficamos mais velhos, não ganhamos mais um ano de vida, pelo contrário, perdemos um ano e com isso nos aproximamos da morte, os cabelos brancos vão se aproximando, as rugas, os problemas de saúde, enfim, não há motivo para comemoração, comemorar a nossa própria degradação? É interessante comemorar a dos outros, ir às festas de aniversário cheias de bebida, to indo pelo mesmo caminho que meu pai, ver o aniversariante todo feliz comemorando sua degradação, ficando velho, com um ano a menos de vida e todo feliz, e no final todos saem falando mal de algo da festa... Realmente fazer comemorações de aniversário não tem graça nenhuma pro aniversariante.

Esse lance de dizer que está se comemorando um ano que se passou, um ano com saúde – esse argumento não cola com quem está doente – um ano de alegrias, enfim, esse papinho hipócrita de quem vê o lado bom de tudo em tudo, até onde não tem lado bom não tem sentido, apenas a fuga da realidade.

Minha futura jornalista

Esses noticiários me estressam demais, são tantos jornalistas que não honram suas profissões, e insistem em fazer matérias que só favorecem os ricos, e manipulam os pobres. Tenho certeza, que muitos jornalistas de verdade sentem vergonha e nojo destes que apenas sujam a imagem dessa profissão tão linda, e tão linda será de fato ver a minha futura jornalista honrando sua profissão, produzindo matérias sobre a futura revolução, ajudando a construir um novo país.

Fico imaginando e planejando com minha futura jornalista nossos caminhos, nossas trilhas profissionais, as pessoais já estão traçadas, desde quando a conheci, e só agora vamos pôr em prática. Imaginamos um mundo nosso, nada de matérias sobre morte, nada de matérias sobre fome, dor, tragédias, desgraças. Nada de notícias ruins, nada de informe tristes, apenas alegrias.

Minha futura jornalista me entrevistará, no auge do meu sucesso, sucesso onde ainda nem sei, talvez sucesso no amor, sucesso na paz, sucesso na felicidade de tê-la, apenas, ao meu lado. Minha futura jornalista, ao café da manha, me dará a notícia de que o céu está límpido com o sol brilhante, sem previsão de chuvas, dirá que não há engarrafamento, de que a inflação não subiu, de que a violência diminuiu e que viverá pra sempre ao meu lado.

Impulsos

Talvez, em muitos casos eu fiz a coisa errada, em muitos casos a coisa certa, só sei que me arrependo pouco, de poucas coisas. Não sou hipócrita de dizer que não me arrependo, todos nós nos arrependemos de coisas que fizemos, mesmo que poucas, de coisas que deixamos de fazer, não há como viver sem erros, mas há como consertá-los, e evitar alguns.
Mas eu acho interessante, por mais arriscado que seja, acompanhar e seguir os meus impulsos, realizando seus desejos. Gosto dessa coisa de sentir o prazer na hora, e aquilo que não desejo mais eu deixo de lado, ou dou pra alguém.
Sinto o maior interesse em viver a hora, amanha ninguém sabe, o hoje exige de mim atitude, é agora ou agora, não tenho escolhas, não luto contra mim, eu sei que eu quero. Razão, só a minha importa, moral só minha importa, sou eu que faço. Não invado o espaço de ninguém, apenas quando sou convidado, por isso ninguém invade o meu. Meu orgulho tem limites, pedir desculpa não é vergonha, perdoar é um ato heróico, supera os orgulhos, por isso me sinto um herói e desejo que todos também sejam heróis, no mais, a vida está aí, na sua frente e não espera você voltar do banheiro, ela vai embora.

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Cavalheirismo interesseiro

Saindo da casa da minha namorada, que agora é ex-namorada, isso faz uns três meses, eu acho, fui dar uma passada na praça, coisa que não fazia havia tempo, por causa das repressões do namoro. No caminho encontrei uns amigos e a Margarida. Eu não tinha nada com a Margarida, muito menos imaginaria ter algum dia. Passei apenas pra dar um alô, e já me despedi e Margarida foi comigo até a praça, paramos numa lanchonete, ela não queria comer, ficou fazendo-me companhia enquanto eu comia.

Tivemos uma conversa muito agradável, embora eu não me sinta bem quando estou comendo e conversando com alguém. Tenho medo da imagem bizarra das minhas mastigações e minhas abocanhadas no sanduíche, isso é muito pessoal. Mas eu gostei muito da doçura, da inteligência e da sensatez daquela menina, mas logo vinha à minha mente a lembrança do meu compromisso de namoro.

Meu último ônibus era às vinte e três horas, e trinta minutos, e já eram vinte e três e vinte minutos, ou seja, eu tinha ainda dez minutos até o ônibus aparecer. Ela decidiu ir embora também, não havia mais quase ninguém na praça. Margarida morava ali perto, eu poderia acompanhá-la até em casa, mas mesmo que eu voltasse correndo pro ponto passariam os dez minutos. Eu poderia ir andando pra casa, mas demoraria quarenta minutos, e eu tinha namorada, portanto o cavalheirismo não valeria à pena.

- Tchau Margarida, obrigado pela companhia.

- Obrigado você, boa noite!

Um mês depois eu estava solteiro, e apaixonado por Margarida, e ela nem olhava mais pra mim.

Maldito cavalheirismo interesseiro!

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Esqueça
Esqueça as cartas que te mandei,
Eu sei apenas agora que me enganei.
Esqueça as fotos que tiramos,
Talvez, nunca nos amamos.
Esqueça os discos que ouvimos,
Como esqueceu os versos que dividimos.
Esqueça meus perfumes de outras,
Sua preocupação não é mais nas minhas roupas.
Esqueça os lençóis com cheiro de nosso amor,
Eles agora possuem outro odor.
Esqueça minhas partidas de futebol,
Também das rosas, e do girassol.
Esqueça minhas notas musicais,
Nos seus ouvidos não vão entrar mais.
Esqueça-me, enquanto eu tento.

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Vestibular

Nem sempre fazer quase tudo pra passar no vestibular é vantagem.

Zezinho estava desesperado para passar no vestibular, estudava demais, além do cursinho preparatório para vestibulares.

Parou de sair, parou de namorar, até sua navegação na internet ele cortou, para a surpresa da mãe.

As visitas constantes que recebia de seus amigos, que eram sempre para comer a comida de sua mãe, parou de receber.

Nos últimos dias que antecediam o vestibular, Zezinho não dormia mais, ficava estudando a noite toda, sua mãe preocupada só faltava bater no filho para que ele fosse dormir, e ela coitada, ficava quase a noite toda insistindo para que o filho fosse dormir. Não aceitava essa insônia forçada do filho.

Zezinho querendo estudar em paz, sem sua mãe insistindo que ele durma, pelo menos na última noite antes do vestibular, comprou um sonífero e colocou no chá que sua mãe toma todas as noites antes de dormir.

A mãe de Zezinho preocupada com o estado físico e psicológico que o filho faria a prova, por causa das noites sem dormir, comprou sonífero para que o filho dormisse, pelo menos na noite que antecedia a prova, com o intuito de acordá-lo bem cedo, põe o despertador para de despertar 3 horas antes da prova. Coloca um pouco de sonífero na garrafa de água do filho, pega seu chá leva a garrafa de água para Zezinho, dá boa noite ao filho e vai dormir.

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Não perdoem o chato

Cazuza com toda sua sabedoria e poesia escreveu uma música com o título de “Não há perdão para o chato”. Cazuza tinha razão, e há tantos chatos e tantas formas de ser chato que devemos ter cuidado para não nos tornarmos chatos também. Se todos tomassem cuidados para não ser chato, a chatice não existiria, mas há quem diga que chatice é doença, certamente quem diz isso é um chato, ou é casado com alguma chata, e aí inventa essa desculpa por ter de aturar uma chata em casa. Mas dizem que quando passa um tempo no casamento tudo fica chato.

Há os amigos chatos, que são aqueles chatos que você gosta. Você não aguenta mais a chatice dele, mas você não aguenta mais ainda é ficar sem ele. As brincadeiras sem graça onde você é a vítima e o riso fica por conta dele. Nesse caso você pode perdoá-lo, mas não perdoe a chatice dele. Converse com ele, tente mudar, senão a chatice dele não vai perdoar a amizade, e aí você, sem perceber vai ficando cada vez mais distante dele.

Os chatos também não gostam de chatice. E são os que mais cortam o barato dos outros chatos, até porque isso para o outro chato é chatice, mostrando assim sua chatice, se é que me entendem.

Há os chatos inesperados. Você está no ponto esperando o ônibus e de repente aparece mais alguém para compartilhar a labuta indesejada. E fica mais indesejada ainda quando essa pessoa começa a puxar assunto, falando coisas que não te interessa, começa a falar mal da sogra dele, você já tem a sua, e o pior está esperando o ônibus para encontrar com sua esposa na casa da sogra. E o chato só te larga quando o ônibus chega. Pior é quando o ônibus é o mesmo.

Há os chatos que te conhece, mas você não os conhece. E quando conhece se arrepende de ter conhecido. Sabe aqueles sujeitos que chegam pra você e juram que te conhece de longa data, começam a contar história que você nunca viveu, fala dos filhos que ele teve nesse tempo que vocês não se viram, pergunta dos seus, da sua família, da dele? Depois de aturar o chato por trinta minutos ele se convence que realmente vocês não se conhecem e ele estava enganado.

O pior chato é aquele que está dentro de você. Todos estão se arrumando pra sair, te ligando, você deseja sair, você precisa curtir uma balada, mas o chato que mora dentro de você não deixa você sair, responde por você e diz não aos amigos. O chato que te impede de viver um novo amor, o chato do irmão mais novo da menina você pode ignorar, mas o chato que vive dentro de você não, esse você não deve perdoar. O chato do vizinho que não suporta som alto e reclama quando você põe o volume no máximo você pode deixar de lado, mas o chato que existe em você que aceita abaixar o volume você não deve perdoar. O chato que te impede de ver um filme com os amigos, o chato que te impede de cantar, de tentar realizar os sonhos, esse você não deve perdoar, não há perdão para o chato que mora dentro de nós.

Como uma onda, a paixão

Então nos apaixonamos mais uma vez. E aí nos perguntamos: "Até quando vou me apaixonar e desapaixonar?" Sim, pois a paixão parece uma onda demorada... Mas que sempre vem e vai... Algumas duram muito, parece uma ressaca do mar e acaba devastando corações, modificando a paisagem e transformando a vida das pessoas.

Tem paixão que transforma positivamente as nossas vidas, torna a manhã e seu café forte mais doce, e nos dá uma vontade imensa de fazer alongamentos antes de sair pra trabalhar. Tem paixões que transformam nossas tardes em manhãs, acordamos no horário do almoço pra fazer café, ligar a tevê e voltar a dormir. Apesar de que... É positivo acordar no horário do almoço depois de uma ótima noite ao lado da sua paixão e esquecer que você perdeu um dia de trabalho e será descontado no fim do mês, porém não se aborrece, pois sabe que não tem preço ser feliz.

Depois tudo se acaba, pois as diferenças se tornam maiores que as coisas em comum. Ou estão se vendo demais, ou de menos. Alguma coisa está errada, se não está, precisa ficar, aí qualquer coisa é inventada e o mínimo se torna máximo. Percebemos então que a paixão acabou, mas deixamos de perceber que o que na verdade acabou foi a compreensão... Depois de um tempo nos apaixonamos novamente, somos felizes, nos frustramos, deu errado, voltamos a ficar mal, e a roda continua girando. Perguntamo-nos então, o “por que” disso, mas não temos a percepção de que não vamos entender a paixão se não entendermos quem está conosco e nós mesmos.

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Desejo Cadente

“Viu aquilo, amor?” Foi o que ela me disse ao ver um brilho parecido com o seu cruzar o céu. “Vi sim, amor.” Respondi num tom de tranqüilidade com um breve sorriso, daqueles que quase não se dá pra perceber. Um sorriso como aqueles onde a gente sorri pra nós mesmos, por dentro, mas de tão grande, a gente deixa escapar um pouco.

Ela ficou perguntando do que eu estava rindo, tentei disfarçar, disse que não era nada, ela não acreditou, óbvio. “Ri porque foi lindo, não acha?” Respondi tentando mudar de assunto, e ela caiu direitinho. “Realmente é lindo demais, pena que passa tão rápido. Dizem que é pra gente fazer um pedido quando vê uma estrela cadente, né?” Ri mais ainda, só que dessa vez eu ri pra fora, quis, dessa vez, compartilhar a risada com ela. “Ah, ta rindo do que agora?” Ela foi ficando cada vez mais zangada com minha risada sem explicação.

“Realmente quando a gente vê uma estrela cadente tem que fazer um pedido, não conseguiu fazer o teu?” Respondi tentando desconversar e fugir da sua pergunta. “Não consegui, e você conseguiu?” Parece que ela havia caído na desconversa, mas estava me questionando de novo, dessa vez não ri, fiquei até sério, ela percebeu e respondi: “Dessa vez não...”

Por um tempo ela ficou parada, olhando pra mim, preocupada com minha seriedade, mas sua curiosidade era maior. “Dessa vez não? Então quando foi que conseguiu pedir?” Meu rosto estava mais sério ainda percebi sua aflição aumentando também, mas antes que ela se assustasse, respondi: “Um tempo atrás, quando estava triste, pra baixo e completamente apaixonado por você, mas sem você. Meus olhos estavam fixos no céu há mais de trinta minutos. De repente, uma estrela cadente passou. Pude acompanhar todo o seu trajeto até sumir, e nesse tempo fiz meu pedido, dias depois ele se realizou.”

“O que pediu?” Perguntou. “Pedi você. Pedi nós dois. Pedi que fosse feliz e te fizesse feliz, pedi esse momento e tantos outros que vivemos e que vamos viver, e como você pode perceber, minha flor, meu desejo foi atendido."

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