Pressa
Desacelerei
A vida anda com tanta pressa
Será ela ou eu que ta acelerada?
Faço tanta coisa, mas não termino nada
É preciso tantas atividades?
Ou é a necessidade de mostrar que sou determinada?
Faço por mim? Ou por alguém?
Não preciso agradar ninguém
Mas por que essa apreensão
E essa interminável frustração?
Será que é passageira?
A vida é tão simples mas eu a complico
Oh céus! Quanto desperdício
E a minha mente que é um turbilhão de informações
Eu to sempre me cobrando em excesso
Ciente que não preciso abraçar o mundo
Que meu corpo merece repouso
Relaxar também faz parte
Não quer dizer que sou covarde
Então pensei: desacelerar irei
Farei aos poucos, mas concluirei
Tenho pressa, tenho pressa de quem tem fome, fome por algo que ainda não sei, mas que me dá um vazio oco desses que ecoam na alma.
Quando Seus Problemas Estiverem Trancados, Não Tenha Pressa. É de Um Casulo Apertado Que Surge a Borboleta Com Toda Sua Beleza.
Não tenha pressa de crescer, todo mundo terá que crescer, um dia. Mais voltar o tempo, não há como (…) então viva cada momento como se fosse o ultimo, o único.
Ontem talvez a vida me parecesse o corre-corre frenético de quem na pressa sabe onde quer chegar. Hoje estou atado a uma sorte que parece ser a que escolhi, mas que não reconheço nos sonhos do ontem que, em nada se parece com o que me virá amanhã.
Ainda bem...
Sem pressa
Depois dos atribulados preparativos e da breve comemoração o negócio agora é tirar o pé do acelerador.
Acabou-se 2.011 numa fração de segundo.
O foguetório durou um pouco mais.
Bem vindo 2012, com toda a riqueza que é viver e com toda a complexidade que é viver bem.
Não gosto de excesso de otimismo e menos ainda de pessimismo.
Num dos raros casos que o meio termo é a melhor opção fico com o realismo.
Tem gente que vai começar o ano com um horroso show de pagode.
E tem gente que vai dar continuidade a uma vida que é já é um show.
De horrores.
O amanhã não muda
E amanhã tudo será igual,
O sol no mesmo lugar, a girar sem pressa,
As ruas terminaram nas mesmas avenidas de sempre,
As casas estarão à contemplar, os mesmos turistas,
As crianças à procura do mesmo ideal,
Diversão...
Na esquina um mendigo a cantar em uma viola velha,
As pessoas a colocar níqueis no chapéu, velho e sujo...
O engraxate fofoqueiro a contar a ultima noticia, ao seu pobre freguês.
O ambulante a gritar em um mega-fone suas ultimas ofertas,
A policia em sua ronda matinal,
A cabelereira com meia dúzia de clientes, a esperar por um penteado qualquer,
Os velhos jogando cartas na praça central,
As garotas a desfilar com seu Jeans azul marinho desbotado,
Os rapazes a beber em um boteco qualquer, falando de mulheres e futebol,
Mas num canto qualquer da cidade,
algo de estranho acontece,
Um homen de meia idade, cansado da rotina,
Resolve mudar a vida,
E descobre que só se muda a vida, encontrando-se com a morte,
Do ultimo andar ele olha o céu azul turquesa que se forma,
há anos no mesmo horário,
Indicando uma chuva intensa das três da tarde,
E num ultimo suspiro modifica monotonia vivida por todos.
Uma morte não estava nos planos daqueles seres,
Agora os turistas olham para um cadáver, as crianças experimentam o medo que a morte traz,
As casas se inflam de tristeza, o mendigo toca agora um som fúnebre,
E os níqueis já não fazem parte do show,
O engraxate arrisca um motivo,
O ambulante fecha seu humilde comercio pela primeira vez em 10 anos,
A policia já não sabe o que fazer,
A cabelereira não tem idéias para penteados,
Os velhos adiam sua apostas,
As meninas trocam o jeans por um vestido negro,
Os rapazes trocam o futebol por um sincero pesar,
E o homem de meia idade, agora estirado na rua do sossego,
Conseguiu finalmente mudar aquilo que mais o afligia,
O rotina do lugar em que vivia.
Mesmo que seja só por um dia,
Afinal amanhã tudo volta a ser igual..
Engraçado como não adianta ter pressa, o que vem vai vir na hora certa. Nem adianta querer que o relógio trabalhe mais rápido. Tudo um dia vem, seja bom, seja ruim... Que seja!
Não adianta lutar contra o tempo, tudo acontece e no fim, dá sempre certo!
Calma!
Eu sinto falta daquele tempo... tempo em que eu tinha tempo para tudo e pressa para nada! Tempo de brincar, de rir, me machucar, pular corda, amarelinha e esconde-esconde, ler gibis, assistia desenho, imitava os artistas, escrevia minhas musiquinhas, inventava histórias, olhava as estrelas. Não mais aquela criança inocente, e tenho saudades. Saudades de tudo aquilo. Infância, linda infância. Tempo querido que não volta mais!
