Pressa
Foi então que me ocorreu
das memórias nunca ocorridas.
Me ocorreu, que a saudade para no tempo
e a pressa fica a somente estar...
A pressa, que me acompanhou até onde estava a calma.
Quiçá fosse nos teus braços e abraços
ou no amargo do espaço em branco.
Devaneio ideias, pensamentos que nunca tive.
Até que nasce um grande ilusão
de tamanha esperança ou o fim dela mesma.
Então não era amor?
É ai que brota dor e alívio, dor de pensar, alívio em perdoar-se.
Imaginar que todas as coisas que não puderam ser
não foram por singelo
cínico
tímido
e seco amor.
E não foram pelo que? Pelo descaso que trato meus sentimentos agora?
Pela dúvida que incrementa e rodeia.
Porque nessa ilusão de ir e vir.
Um dia, cá eu, pensei que...
isso tudo
não era
amor.
Àquelas desculpas que um dia quisera pedir, guarda com o arrependimento porque o tempo virá de cobrar o sentimento que ficar. O amor não tem pressa, costuma demorar.
"Já quis muita coisa ontem, hoje quero estar bem, amanhã talvez não esteja aqui para contar, por isso vivo um dia de cada vez, sem pressa em acelerar o tempo."
A gente não precisa correr
tanto assim.
Tem beleza em viver com calma,
em florescer no tempo certo,
sem pressa de provar nada pra ninguém.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
“É tão agonizante saber que você está no mesmo lugar que eu estou, mas que ao mesmo tempo meus olhos ainda não conseguem te enxergar.
Onde será que você está agora, meu amor?
Quando que, finalmente, vamos nos encontrar?
Não demores, pois tenho pressa em te amar e no seus braços poder estar.”
"Não permita que o futuro chegue antes de ele chegar. Para tudo há um tempo, e quem não respeita o momento de cada coisa acontecer, faz acontecer da maneira errada".
Há tempos, vivemos na tirania do imediato. Uma geração apressada, ansiosa por respostas rápidas, sem pausas para a reflexão. E assim, nos vemos aprisionados pelo frenesi do presente, entregues ao impulso de falar, sem medir as palavras, sem respeitar o compasso natural de nossas almas e o silêncio que nos habita.
O silêncio, que deveria ser nosso amigo, tornou-se um fantasma. Tememos suas profundezas, sua quietude que nos convida a pensar. Então, falamos. Falamos para preencher o vazio, para afugentar a solidão, mas sem notar que, ao fazer isso, muitas vezes apenas propagamos o vazio. Falamos sem ouvir, sem entender, sem sentir.
Ah, como seria bom aprender a ouvir o silêncio! O silêncio que não é ausência, mas presença plena. O silêncio que nos permite ouvir a nós mesmos, que nos dá a chance de encontrar a verdadeira voz dentro de nós. Porque é no silêncio que nascem as palavras que realmente importam. É nele que podemos descobrir a beleza de uma pausa, a riqueza de um momento de contemplação.
O cansaço interior é a bússola do 'pare, pense e relaxe-se'. É chegada a hora de estudar um programa de vida e segui-lo pausadamente. A pressa nos resultados traz desordem e insucessos.
A vida é curta, breve, frágil e, são exatamente esses os elementos que a torna assim tão preciosa. Convém não desperdiçamos o tempo. É mister que não percamos nenhum instante, sequer, da nossa passagem por ela.
Que nos dediquemos mais ao que nos dá prazer, ao que soma, cura, acrescenta, ao que nos melhora espiritualmente, psicologicamente e como seres humanos.
Sejamos semeadores de flores, luz, bons sentimentos, palavras que bendizem.
Transformemos-nos no amor, na paz, na luz que tanto queremos ter e receber do mundo.
Tornemos-nos um doador voluntário de sorrisos. São eles que como brisa em dia quente amenizam a seca de afeto que assola a humanidade. O mundo pede, a vida agradece e retribui.
É importante nos lembrarmos que é doando o melhor de nós à vida que recebemos dela o seu melhor. Ao contrário do que pensam, isso não é sorte, é merecimento.
"As pessoas caminham rápido, muito rápido, sempre apressadas, porém nunca sabem onde vão. A ansiedade sim é o mal do século."
As palavras são como parafusos, porcas e chaves de fenda. No caso da crônica, a palavra errada vem da pressa e você vai descobrir se é a chave Philips ou a chave tetra que vai abrir aquele significado. Essas chaves são as palavras. Meu interesse na literatura é este: a literatura como chave para entender o mundo e chave para explicar o mundo.
E ela segue encantando
Deixando pelos cantos
Hematomas
De palavras
De laços desfeitos
Que lhe emendaram
Uma força tremenda no peito
E tantos goles
Um copo
Seu corpo
Sua liberdade é ouro
Madura
Sai pela rua
É tão desprecavida do tempo
Se entrelaça com o vento
Sem pressa
Sempre a espera
Do seu sorriso
Da sua mania de ser esconderijo
E se perde
Para se encontrar
No seu próprio
Amor
Vestígios!
Nos falta olhar para os dois lados da rua e lembrar que há pessoas dirigindo os carros. Nos falta perceber que as árvores na beira da estrada já estão plantadas desde antes de nascermos. Nos falta perceber que nossos objetos pessoais demorarão outros cem anos até se decomporem após a nossa morte. Mas esquecemos. Estamos tão hipnotizados para entrar dentro de casa, que esquecemos da chave girando entre os dedos. As texturas, cores, sabores, vozes e cheiros trocam de lugar com o borrão da pressa. Nada mais importa. Só chegar no horário certo.
..."O pragmatismo e a verdade tiram dos incautos a chance de um iminente vexame." ... Ricardo Fischer.
