Preciso te ver todos os Dias
Sou muito complicado de lidar, eu que não mostro esse lado, mas se vocês soubessem tudo que eu penso, sinto e tenho vontade de agir diariamente, eu seria a pessoa mais insuportável do mundo.
Use e desfrute do que é seu,
Jamais desperdice o que alguém te deu!
Sua vida é preciosa,
Não há valor que pague!
Por isso honre Deus, Mãe, Pai e Família,
Não há ninguém que os substitua,
Quem te deu a vida foram eles!
Desejo não se fala, se demonstra!
Enxerga, nota, sente e retribui quêm quer!
Quando a pessoa não é receptiva, quêm deve notar e recuar é você, por quê concerteza ela já sacou, só se absteve, escolheu não dar atenção.
O amor é substância
O amor é instante fugaz...
é eternidade,
eterna idade de amar!
O amor é corte na carne...
é cura,
é o alívio desta vida dura!
O amor é a dúvida...
é a certeza absoluta,
é o descanso,
é a luta!
O amor é a ida,
é a volta,
a chegada,
a partida!
O amor é a ânsia,
a instância,
a constância,
a substância
da vida!
_____ angela dias.
Eu e meus confins
O que vês
de mim é só
o que te permito saber...
Minha tez
esconde quissó
dos enroscos do meu viver...
A ponta
Não dá conta
Do tanto submerso do meu ser...
Ninguém sabe
Do que me componho,
Do tudo ou do que nada cabe
Neste abismo medonho
Sou eu nos confins
De mim...
_____ angela dias.
A DOR DA FOME
a dor da fome rasgava suas carnes como já rasgara ontem e antes de ontem.
não morrera ainda porque sempre há um naco de alguma coisa que alguém lhe dá.
não ficara a vida inteira na espera da esmola, não, batera muito martelo, batera muita marreta nesta vida marrenta.
houve labuta, muita luta, muito esperneio...mas o cansaço veio e lhe pegou de jeito, bem feito.
por que não lutou mais? Afinal, as oportunidades são iguais, basta querer- diziam-lhe.
"oh gente sem entendimento que não vê que as portas que se abrem, não abrem pra gente da minha cor... incolor, invisível!" - pensava.
Elas precisam ser forçadas...
a dor rasgava suas carnes como já rasgara ontem e antes de ontem.
a dor do abandono consumia as poucas forças que lhe restavam...
abandonado... em que estado!
_____ angela dias.
Saindo da Ignorância
Capítulo 2
Em 1969, numa noite fria de Fevereiro o céu estava nebulado, chovia alguns pingos de água, no sítio do Valinho os cães do Senhor Ferreira ladravam muito. Até parecia que adivinhavam algo. Eram 4 horas da manhã, quando se deu o que se iria dar. Maria Lúcia acordou de repente, ao sentir a cama a tremer. Disse então a seu marido :
- O que se passa? É um tremor de terra! Temos que ir para a rua!
- Vamos acordar os rapazes e fugir para a rua! Imediatamente foram ambos buscar os 3 filhos, pois a rapariga estava em casa dos tios no litoral Algarvio. Pedrinho ouviu os tachos e os pratos na cozinha, caírem para o chão. Foram para a rua da casa, mas o cismo já tinha passado. Um dos rapazes mais velho, chorava e dizia:
- vai fazer mais eu sei que vai!
- Não vai nada! Disse o pai! Maria Lúcia respondeu:
-Temos que ir ver os meus pais, na casa deles! Foi então ainda de noite, em outro local da serra ver os pais. Mas estavam bem. E nunca vieram, para a rua! Pela manhã verificaram que um galinheiro de alvenaria tinha caído sobre as galinhas e matou algumas delas. Também viram que as galinhas com o pânico, foram pôr os ovos em um caminho no campo, durante a noite. Toda a família teve um grande susto. Sendo assim verificou-se que a casa tinha ficado toda rachada. Depois de falarem com o senhorio, para ele fazer as reparações, este disse que não fazia obras nenhumas. Por isso em 1970, os Ferreira mudaram em Janeiro desse ano, para um sítio no litoral Algarvio de nome Terras de Cima.Arrendaram uma horta, para continuar a fazer a sua agricultura e assim os rapazes mais velhos empregaram-se na hotelaria . Pedrinho só em Outubro desse ano foi para a escola em Terras de Cima. Foi para a escola,quase com 8 anos de idade!
(Continua)
Mário Dias
Capítulo 3
Saindo da Ignorância
Capítulo 3
Era o dia 1 de Outubro de 1970. Estava uma manhã um pouco fria, mas com algum sol, enquanto o senhor Gerónimo, estava no seu trabalho de dar comida às suas vacas, Maria Lúcia foi levar o Pedrinho à escola de Terras de Cima. Neste dia era para se fazer as matrículas. O Pedro era uma criança muito nervosa e tímida. A professora estava a receber os pais com os meninos. A senhora professora era a Dona Maria Cristina; vestia uma bata branca. Naquele dia depois das matrículas os alunos vinham com as mães. A sala de aula naquele tempo, do século XX, era mesmo só para os rapazes. As raparigas frequentavam outra sala da parte da tarde, com outra professora. A escola só começava no dia 7 de Outubro. Na abertura da escola, Pedro começou a chorar, dizendo " Eu não quero ficar aqui! Eu quero a minha mãe! " .
Com a criança aos gritos, a pobre mãe deixou-o ficar na escola, na sala de aula, e veio para casa. A professora veio junto dele para tentar que ele se acalmasse. Por fim, teve sucesso nessa tarefa. Começou por chamar os meninos e ensiná - los, que quando ouvissem o seu nome, deveriam dizer "presente". Depois disse para eles rezarem um "Pai nosso" e uma "Avé Maria"; Mas havia um menino que era da religião "Testemunhas de Jeová" Este não sabia rezar nada. Os outros iam rezando e rindo, porque ele ficou calado. Eram tempos difíceis, enfim como se toda a pessoa tivesse que ser Católica!.
No primeiro dia de aulas, apenas fizeram muitos desenhos. Depois por volta das 13.00 horas, saíram. Pedrinho foi para Casa com seu primo (primo terceiro e colega) José Tolentino. A sala tinha 3 classes: a 1.a classe, a terceira e a quarta. A professora dava aulas às 3 classes. Certamente todos se iam habituar à escola. Pedrinho também se habituou. Mas coisas mal feitas sempre houve e naquele tempo o ensino era uma farsa. Era o tempo da "Velha Senhora". Os meninos que eram considerados engraxadores, por trazerem um ramo de flores à professora, esses eram os que a senhora mais gostava. Os restantes eram postos de parte, pela Dona Maria Cristina. Sendo assim só progredia no ensino e na apreensão das contas, na leitura, na escrita e em toda a matéria, quem a senhora quisesse ajudar. Pedro foi posto de parte desde os primeiros dias de aulas. Então passou - se o ano lectivo sem o Pedro aprender nada. Não sabia fazer contas nem ler ou escrever. Por isso a professora batia às vezes nos alunos com uma régua muito grossa de madeira, principalmente quando davam erros nos ditados. Também os meninos mais velhos batiam nos mais novos, o que era um ato de coboardia. No final do ano, a mãe de Pedro, foi perguntar à professora, "Porque ele não passou de classe?" Ao que está respondeu " Ele não sabe nada e também não brinca com os outros meninos!" Maria Lúcia guardava tudo isto no coração, pois não valia de nada reclamar! Não adiantava mesmo nada!
Ele já tinha quase 8 anos, ( Porque um ano antes não o tinham deixado entrar na escola por ser muito novo). Assim ficou dois anos na 1 - a classe. Depois passou para a segunda classe, porque sua irmã mais velha, lhe ensinou as contas de dividir e as outras matérias. Foi então que passou para a terceira classe. Nesta classe, no fim do ano lectivo a professora voltou a dizer -lhe "Você este ano não passa de classe, pois não sabe nada, você é um "burro"!"
Às vezes quando a professora saia, para ir à sala da outra professora ao lado, deixava um aluno no quadro a apontar o nome dos colegas que se portavam mal, ou que este dizia, que se portavam mal. Quando a senhora chegasse, acertava as contas com eles. Algumas vezes eram feitas injustiças, tudo por causa do engraxador que apontava o nome de quem não tinha feito nada de mal. Mais uma vez, a mãe de Pedro, foi falar com a senhora professora. Esta disse" Ele não sabe nada!" Assim ficou Pedro mais 2 anos na terceira classe. Depois passou para a 4 - a classe. Nesse ano veio finalmente uma nova professora .Nova na escola e nova na idade. Isto já depois do 25 de Abril de 1974. Era uma jovem professora, que tinha saído do Magistério Primário. O seu nome era Sílvia Baiona. Graças a esta professora nova, Pedro saiu da ignorância, fez a 4 - a classe, já com 13 anos, em 1976. Mas também o país estava "saindo da Ignorância "!
FIM
MÁRIO DIAS
Barreira
Pensamentos, falação, gritos.
Quando vai acabar? Para tentar evitar isso criei uma barreira
Uma barreira, um pequeno universo dentro de minha mente para me distrair
Acredite ou não está funcionando sabe?
Por que eles falam tão alto? Meus ouvidos e minha cabeça doem.
Por que não podem falar mais baixo? Por que eles não controlam?
Se eu consigo controlar, eles também conseguem.
Acho que me bloqueei tanto de meus sentimentos que não sei como expressa-los
Não sei minha cor preferida
Não sei minha comida preferida
Não sei oque mais gosto de fazer
Não me conheço
Eu sou uma estranha para mim mesmo
Eu me odeio por isso
Não tô ligando para nada
Para nada
Tudo para mim e "tanto faz"
Não sou uma boa irmã
Sou uma péssima irmã
Não quero isso
Quero agradar todo mundo
Não sou oque meu pai queria que fosse
Não sou oque mim mãe queria que fosse
Mas esses pensamentos nem me afetam
Por causa da maldita barreira
Aquela barreira que me bloqueou de tudo
Mas por um lado me fez bem
Agora não me machuco
Mas mesmo não me machucando, não estou bem.
Não estou feliz, não estou triste
Apenas picos de energia aleatórios no meio do dia
Apenas estou aqui
Existindo
Picos de energia que aparecem em qualquer momento
Mas não estou bem
Queria estar
Mas não quero me machucar
EM DESALINHO
Em desalinho
se deita na beira da madrugada
espreita o vão das horas
em vão...
a lentidão da espera
é o avesso da
pressa
das horas
Como quem chega
pé
por
pé
pra não acordar,
os primeiros raios já se esgueiram por entre as frestas...
d e v a g a r i n h o
toma seu espaço por inteiro
Tem o cheiro da manhã
Tem o cheiro da ausência
... paciência!
Ele não veio ...
_____ angela dias.
O MEU EU
O meu eu...
o meu eu é casa de muitos EUS
é abrigo de um eu carente,
mendigo de mim,
por vezes carente,
mendigo de ti
é refúgio de um eu ferido de morte
em trincheiras de solidão
é fresta de luz que aquece um eu
entardecendo em tons de amarelo
e vermelho carmim
é uma sala de baile,
palco de corpos sincrônicos
num tango pacholento
ou em uma mazurca puladinha
é um canto onde se chora
a saudade de uma infância
em tardes de domingo
é aconchego,
chamego bom que revigora,
pede mais e incorpora
‘um vamo em frente’
é uma manhã de setembro
com janelas escancaradas
e aroma de jasmim
é uma tarde gélida de inverno
em que os sentimentos
não dão conta de aquecer
nem a alma nem o corpo
porque o frio vem de fora
é uma noite de verão quente
como quente
é a explosão de hormônios
em jovens corpos sedentos
é uma verdadeira arena de conflitos
onde cabem benditos movimentos
em ânsia de agito e repouso
Sou eu, casa de mim!
Misto de concreto e capim!
_____ angela dias
CHORAMINGO PELOS CAMPOS
O vento vem me falar de amor...
Conto-lhe coisas...
Sai choramingando pelos campos...
comovido pela minha dor...
assovia saudades!
_____ angela dias.
21/10/17
9h38min
TODA VEZ QUE CHEGAVA
Toda vez que chegava sentia que era pra sempre
Toda vez que partia sentia que era última
Envolta pela luz de sua volta não percebia que cada dia era menos um dia
E tudo que fazia era encher-se de esperança...
_____ angela dias.
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