Pouco

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Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma.

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser atribuída a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

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Carnaval era meu, meu. No entanto, na realidade, eu dele pouco participava.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Restos do Carnaval.

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Estão dizendo que tudo o que vemos tem um pouco do mistério divino. Mas o ponto mais próximo em que nos encontramos de Deus é dentro de nossa própria alma. Só la é que podemos nos re-unir com o grande mistério da vida. De fato, em alguns raros momentos podemos sentir que somos, nós mesmos, este mistério divino. Desta forma, cada um pode entender a palavra 'divino' como bem quiser.

Até mesmo belezas podem ser pouco atraentes. Se você pega uma beleza na luz errada na hora certa, esqueça.

Escrevendo, pelo menos eu pertencia um pouco a mim mesma.

Clarice Lispector
Todas as crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

Nota: Trecho da crônica Pertencer.

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Ainda que esteja doendo um pouco,
o que eu mais queria agora
era que aquela mensagem que acabou de chegar no celular
fosse tua...

Em matéria de amor, tudo o que é demais ainda é pouco.

Um beijo, afinal de contas, o que é?. Um juramento feito um pouco mais de perto, uma promessa...

O pouco que sei não dá para compreender a vida, então a explicação está no que desconheço e que tenho a esperança de poder vir a conhecer um pouco mais.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Divagando sobre tolices.

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Estou um pouco desnorteada como se um coração me tivesse sido tirado, e em lugar dele estivesse agora a súbita ausência, uma ausência quase palpável do que era antes um órgão banhado da escuridão da dor. Não estou sentindo nada. Mas é o contrário de um torpor. É um modo mais leve e mais silencioso de existir.
Mas estou também inquieta. Eu estava organizada para me consolar da angústia e da dor. Mas como é que me arrumo com essa simples e tranquila alegria. É que não estou habituada a não precisar de meu próprio consolo.

Clarice Lispector
Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho do texto Tanta mansidão.

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A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo

Não vá você levar um farol a um mundo de sombras.
No máximo, lance por lá um pouco de luz,
e quem quiser luz seguirá rumo ao farol.
Atentai, pois, que existem mundos de sombras
porque existem pessoas que gostam de mundos de sombras.

Um homem que não pode ficar um pouco não deve nem se aproximar.

Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou. Uma réstia de parte do sol, um campo, um bocado de sossego com um bocado de pão, não me pesar muito o conhecer que existo, e não exigir nada dos outros nem exigirem eles nada de mim. Isto mesmo me foi negado, como quem nega a esmola não por falta de boa alma, mas para não ter que desabotoar o casaco.

Eu sou um pouco paranoico, ou não, penso demais, estudo o comportamento das pessoas, e dependendo das minhas análises eu mudo de opinião e escolho outras atitudes. Talvez seja o medo de errar, de colocar a carroça na frente dos bois, querer me jogar no incerto e correr o risco de me arrepender depois. Mas o que posso fazer?! Eu sou assim.

Antes eu só engolia palavras,
agora engulo expressões,
daqui a pouco estarei a engolir frases inteiras,
até o momento em que não escreverei
mais sequer uma vírgula...

"Eu queria que a gente fosse pouco mais construtivo, mais aberto as possibilidades boas. Queria que em vez de hostis e agressivos fôssemos mais gentio e *Civilizados*.

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um
pouco seca e se vê por que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de
antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas
falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da
sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça,
mas, as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca
ficando um pouco mais seca de admiração.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Por não estarem distraídos.

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Ninguém ajudou. Me virei sozinho. Isso me endureceu um pouco mais.

O destino é um pouco injusto quando coloca na sua vida pessoas que não vão sentir o mesmo que você.