Porque Existe Maldade no Mundo

A inveja é um vício mesquinho e sórdido: o vício do condenado que reclama porque o seu companheiro de prisão recebeu uma ração de sopa maior.

Os muros de pedra não fazem um cárcere, nem as grades de ferro uma jaula, porque o espírito inocente e tranquilo transforma uma prisão numa capela.

Se consciência significa memória e antecipação, é porque consciência é sinônimo de escolha.

Alguns desprezam a riqueza porque desprezam a idéia de enriquecer.

Um homem deve ler segundo o que as suas inclinações o conduzem; porque o que ler como tarefa pouco bem lhe fará.

Se nada de estranho te surpreendeu durante o dia, é porque não houve dia.

Algumas pessoas foram consideradas corajosas porque tinham medo de fugir.

Odeiam-se os outros porque se odeia a si mesmo.

Se és escritor, escreve como se tivesses os dias contados, porque, na verdade, eles estão-no quase todos.

A dor enobrece as pessoas mais vulgares, porque ela tem a sua grandeza, e, para receber o seu brilho, basta ser verdadeira.

Ela disse assim (A teus pés)

Ela disse assim
É porque é
É porque é
Não há desespero em vão

Se ela quer voar
É porque tem assas
É porque tem asas
Não não não
Quando a gente voa
Distante e só
Tão distante e só
O sol não vem e a luz que cai
Nunca mais voltou
Nunca mais voltou
Não não não

Não gosto de Deus, porque não o conheço, nem do próximo, porque o conheço.

Entre o pensamento e a poesia há um parentesco porque ambos usam o serviço da linguagem e progridem com ela. Contudo, entre os dois persiste ao mesmo tempo um abismo profundo, pois moram em cumes separados.

O maior engano do espírito é acreditarmos nas coisas porque queremos que elas aconteçam, e não porque tenhamos visto que elas existem de fato.

A vida é o último hábito que se deve perder, porque foi o primeiro que se tomou.

E porquê punir o culpado quando não resulta quaisquer vantagem do seu castigo?

Porque é desaconselhável perder a cabeça? Porque, então, se é sincero.

Sempre se admitiu que a poesia participava do divino porque eleva e arma o espírito submetendo a aparência das coisas aos desejos da alma, enquanto a razão constrange e submete o espírito à natureza das coisas.

Uma coisa não é justa porque é lei, mas deve ser lei porque é justa.

Geralmente, quando detestamos alguma coisa nos outros é porque a sentimos em nós mesmos. Não nos aborrecem os defeitos que não temos.