Por Voce eu Pegaria mil vezes
MANTO
Esta noite eu vou dormir
Acolhida como um santo
É o meu senhor me protegendo
Cobrindo-me com seu manto
Tudo começou no final de maio, quando eu o vi pela primeira vez e me desdobrei pra descobrir seu nome e de onde ele era. Nada aconteceu depois disso, só um oizinho daqui, um "tudo bem?" de lá...
Tudo começou de novo no dia 28 de Setembro, madrugada do dia 29. Esse dia foi surreal, especial demais pra mim. Estávamos em Seattle, um dos meus lugares preferidos no mundo. Tinha tido um dia incrível e cheio de acontecimentos inesperados, quando de repente acabei em uma balada muito louca, jurava que não ia encontrar ninguém mas o encontrei lá... Com outra. Tudo bem, já sabia que ele era demais pra mim e nem fiquei surpresa de saber que ele estava com uma dançarina. Naquela noite trocamos nossas primeiras palavras além do "Oi, tudo bem?" e isso me revoltou por dentro. Ele estava entrando na cabine de uma menina que dormia com uns dois caras diferentes por semana e foi aí que eu percebi que já gostava dele. Foi aí que eu pensei e fiquei com raiva, como pode um cara tão interessante indo pra cama com uma menina tão vazia como ela? Me caiu a ficha que na real ele não era ninguém especial, só mais um cara que sabe que é bonito e não tá nem aí pra nada.
Tudo começou mais uma vez na noite do dia 5 de Outubro. Era uma balada no crew bar, não tinha nada pra ser especial, mas foi uma das poucas vezes que o vi por lá. Só uma daquelas noites que eu não esperava que nada acontecesse, vesti uma saia com estampa de caveirinhas e estava bem relaxada. Por mais que eu soubesse que ele não prestava, eu não consegui passar despercebida e acabei puxando conversa. Eu nem sei como aconteceu, foi muito estranho, mas acabei indo embora do bar com ele. Naquela noite ficamos até quase 6 da manhã conversando. Eu acho que até fui meio grossa, porque queria provar pra mim mesma que ele era um idiota. A noite foi passando e a conversa fluindo. Na cabine dele só tinha whiskey e conhaque para beber, mas eu só bebo cerveja então acabei não bebendo nada. Descobrimos o mesmo amor por música e o gosto ridiculamente parecido. Teve uma hora que aquela menina que ele estava há alguns dias atrás chegou e ele simplesmente fechou a porta com ela (e mais um tanto de gente) pra fora e só nós dois pra dentro. Rolou um clima, claro que rolou. Mas eu juro que nada aconteceu. Teve uma hora que ele foi buscar alguma coisa na cabine ao lado e eu aproveitei a deixa pra ir embora, não falei tchau. Preciso confessar que foi difícil ficar em uma cabine com um cara tão lindo e não querer fazer nada, o meu medo era tão grande que superou tudo isso.
A gente até se encontrou algumas vezes no restaurante ou nos corredores. Sempre um "Oi" que me tirava o fôlego e disparava o coração, mas eu gritava por dentro "Ele é um idiota", "Ele não presta", "Ele só quer te usar e jogar fora". Os dias foram passando e eu achei que o interesse tinha sido só da minha parte, até que dia 11 tivemos a "Festa do Verde" e ele foi. Sim, ele foi e não parou de me encarar nenhum minuto, mas nunca vinha falar comigo. Até que um amigo dele veio conversar com a minha amiga e ele aproveitou o momento para conversar comigo! Foi muito legal ver tudo isso acontecer, todas as minhas amigas viram também! Mas do nada ele foi embora, desapareceu... Nem era caminho para mim, mas acabei passando na frente da cabine dele e vendo que estava rolando uma festinha por lá. A mesma menina da outra noite estava conversando com um pessoal no corredor e ele estava de pé lá dentro. Ele me viu, mas eu bem fingi que não tinha visto ele e continuei caminhando pra minha cabine.
Dia 13 de Outubro, Honolulu - Hawaii. Mais um dia para entrar pra história! Era muita emoção de estar pela primeira vez em um lugar desses paradisíacos, que nunca imaginei na vida conhecer. Voltamos para o navio super tarde, tinha festa do branco aquela noite. Encontrei com ele no corredor que gritou de longe meu nome e me perguntou como tinha sido meu dia, ainda fez graça do meu sotaque e me deu aquele olhar matador. Sabia que ia encontrar com ele mais tarde. Dito e feito, ele estava lá no bar. Foi até incomodo ver que ficou me olhando (e eu olhando de volta) mas não nos falamos nunca. No final da noite começamos a conversar e como sempre, grudamos. Ele me disse que ia embora e foi mesmo. Ele sempre fazia isso de ir embora no meio da festa. Ouvi dizer que ia ter uma after party na cabine dele, minha amiga que estava tri-bêbada e estava dando em cima do amigo dele que me disse e queria me carregar pra lá. No final da noite ela realmente me puxou pro corredor da cabine dele, mas não tinha festa nenhuma, muito pelo contrário, ele já estava dormindo e aquela menina estava de novo na frente da cabine dele, conversando com o roomate. Ela não cansa? Naquela hora ficou claro pra mim que não tinha mais nada rolando entre os dois! Enfim, minha noite foi um desastre, minha melhor amiga bebeu demais e acabou caindo da escada. Abriu um belo corte na testa e eu fui a primeira pessoa que ligaram para socorrer e a levar pro hospital. Assim passei minha madrugada inteira na frente dos médicos e seguranças do navio, já sabendo que ela ia perder o emprego e ia embora pra casa, tudo isso só porque ela queria ficar com o melhor amigo desse rapaz que tinha virado o motivo de todos os meus pensamentos. Resumindo, minha melhor amiga perdeu o emprego porque foi burra demais em ir trêbada atrás de um cara. Nessa hora tudo fez sentido pra mim, eu vi que ir atrás desses caras era só atraso de vida e eu tinha que parar, mesmo que nada tivesse começado.
Depois de uma semana conturbada, ainda com a dor de ter falado tchau pra minha melhor amiga, decidi me arrumar e ir ao crew bar. Isso pra mim era uma coisa muito normal, eu estava lá quase todas as noites. Ele não. Nós passamos 5 meses morando no mesmo navio e eu posso contar na mão quantas vezes o vi lá, de repente ele estava lá quase todas as noites também. Conversamos, conversamos, conversamos. Por várias vezes ficamos só nós dois, acho que todo mundo percebia que estava rolando um clima. Aquela menina então decidiu nos assombrar, passava toda hora entre nós dois, entrava no meio da nossa conversa e estava quase pulando no colo dele, que não cansava de deixar ela de lado e puxar conversa comigo de novo. Sabe o que é se sentir querida por um cara tão incrível como ele? Eu não consigo explicar. Sei que me senti especial e pela primeira vez tive certeza que ele estava dando em cima de mim. Ele foi embora e me chamou pra uma after party na cabine dele, mas eu já tinha combinado de ir pra festa de um outro amigo. Fiz de propósito, já estava decidida que não ia acontecer nada entre nós dois porque aquele terreno era perigoso demais. Fiquei 5 minutos na cabine do meu outro amigo e fui dormir, passei na frente da cabine dele e vi que não tinha festa nenhuma, era só desculpinha dele pra me levar embora! Yes! Antes de deixar o bar ele me convidou para sair no outro dia, que por coincidência era o último dia dele no navio. Eu dei o número do meu telefone, mas com aquele medo de esperar por uma coisa que nunca ia acontecer. Eu dei sabendo que ele não ia ligar.
Dia 21 de outubro, passamos o dia todo navegando para chegar a noite em Ensenada - México. Por mais que eu não quisesse, passei o dia todo ansiosa na esperança dele me ligar, mas no fundo sabia que ele não ligaria coisa nenhuma. Terminei de trabalhar, tomei um longo banho, esfoliei minha pele, tirei as sobrancelhas, até fiz cachos no cabelo. Na minha vida já tinha virado uma constante: todas as vezes que eu me produzia esperando encontrar alguém, tudo dava errado e eu acabava a noite chorando. Dessa vez eu fiz isso consciente que nada aconteceria entre nós dois, era um misto de conformismo com consciência. Eu sabia que quando eu me arrumava tudo dava errado e ao mesmo tempo que eu queria que tudo desse certo porque ele era um cara incrível, eu também queria que tudo desse errado por que ele era incrível demais pra não me fazer sofrer. Eu já estava quase pronta e já tinha feito planos de sair com minha amiga, quando de repente meu telefone tocou. 4323 era o número da cabine dele, era ele me ligando mesmo! Atendi com cara de boba e ele me convidou para sair, mais que isso, ele me convidou para sair junto com a turma dele, só o pessoal que trabalhava no mesmo departamento, eu mal acreditei! Tive que dizer que ia esperar minha amiga e ele me pediu para ir no mesmo bar que ele estaria, eu disse que tudo bem. Ele sabe que eu só gosto de tomar cerveja e disse que a gente tinha que tomar uma cerveja juntos, além de uns shots que ele jurava que eu iria amar! Desliguei o telefone e dei vários pulinhos e gritinhos de felicidade! Meu coração batia tão forte que eu nem acreditava que tudo aquilo era verdade.
Fomos para o bar uma amiga e eu, o bar era lindo e tinha tudo pra ser perfeito! Vi que ele estava numa mesa do outro lado, mas achamos melhor sentar só nós duas e curtir a noite, se desse certo a gente ia acabar se trombando. Dito e feito, ele veio até minha mesa, me abraçou e disse que era muito bom que eu tinha encontrado o bar que eles estavam. Só que começou um karaoke, aquele monte de gente cantando música mexicana, foi estranho demais. Eu e minha amiga decidimos procurar outro bar. Estava frio demais, eu tremia, mas não sabia se era de frio ou de medo. Sim, eu tinha medo dele. Fomos pro outro bar e decidimos voltar pro navio. Foi aí que começou outra saga.
Eu sabia que ele ia estar no crew bar, era a última noite dele no navio antes de voltar para a Eslovênia. Minha amiga mudou de ideia e decidiu não ir mais ao bar. Liguei para outro amigo que estava super desanimado, eu não estava com coragem de ir sozinha, ia dar muito na cara e se eu já tinha decidido que não queria nada com ele, qual era a razão de ir até lá, certo? Mas eu infernizei tanto meu amigo que ele acabou indo comigo, mesmo sendo super tarde e o bar já estar quase fechando. Ele estava lá, lindo, vestido de preto do lado do bar. Na hora que cheguei ele atravessou o balcão inteiro e veio falar comigo, me perguntando porque eu tinha ido embora aquela hora e porque tinha demorado tanto pra chegar no bar. Nem deu tempo de responder, ele estava dizendo pro melhor amigo dele alguma coisa do tipo "Olha como ela é linda", fiquei sem ar. Tomei minha cerveja enquanto conversava com meu amigo, quando de repente ele o empurrou pro lado, chegou perto, mas muito perto mesmo de mim e me disse "Estou indo pra minha cabine agora, quando o bar fechar você vai pra lá por que eu quero passar minha última noite com você". Uau. Ele nunca tinha sido tão sério comigo e eu nunca tinha perdido o chão do jeito que perdi naquele momento. Minhas pernas ficaram bambas e eu não sabia o que falar, ele foi embora e meu amigo só me olhava com uma cara de "O que foi isso que acabou de acontecer?". Por mais que eu quisesse muito ir para a cabine dele, eu não via o porque de ir sendo que eu não queria que acontecesse nada. Você acredita mesmo que é possível ir para a cabine de um cara tão gato como e simplesmente dar uns beijinhos? Lógico que não, já sei bem como esse tipo de cara funciona. O tempo passou, o bar fechou e chegou a hora de ir embora. Eu tenho esses dois melhores amigos que são bons demais, daqueles amigos que parecem amigas porque sabem tudo da minha vida. Os dois já sabiam do que estava rolando, quando um deles contou pro outro a conversa que tinha ouvido, bolaram um plano e não me contaram. Fomos embora do bar, tinha uma after party e eu tinha decidido que ia lá e não na cabine do senhor "jogador". Até que um amigo me pegou no colo e o outro bateu na porta, quando ele abriu eu estava lá, rindo e sem graça! Ele não entendeu nada, mas já que estava lá decidi ficar.
Assim que entrei ele me deu uma cerveja. Pode até parecer bobeira, mas eu achei a coisa mais fofa do mundo ele ter comprado cerveja pra mim, porque sabia que era a única coisa que eu bebo! Não se passaram cinco minutos e dois amigos dele chegaram também, nessa hora ele grudou na minha mão e não me largou a noite toda. Eu estava me sentindo, ele não perdia a chance de me elogiar pros amigos, até que o melhor amigo dele disse "Não aguento mais, ele não para de falar de você", oi? Achei o máximo. A noite foi passando, ficamos ouvindo músicas até que uma hora parecia que só estávamos nós dois, mal demos bola pros outros amigos. Acho que eles entenderam... Falaram tchau e foram embora. Agora era a hora que eu tinha medo, dei um jeitinho de falar tchau, eu só queria correr pra minha cabine. Ele não deixou, olhou bem nos meus olhos, com aqueles olhos azuis tão claros e me disse que queria que eu ficasse com ele. Alguém ia ter coragem de dizer não? No segundo seguinte ele me beijou e foi doce, foi um beijo que eu não queria que acabasse nunca e naquele momento eu desejei que não fosse sua última noite, desejei que isso tudo tivesse acontecido 5 meses antes, quando eu cheguei no navio. A gente se beijou e só se beijou como se o mundo não fosse acabar amanhã, embora fosse. Já era 5 horas da manhã, ele tinha que estar em uma reunião as 6:30 e eu tinha que trabalhar as 8. Nem sei como foi, mas ele me abraçou e eu apaguei. Eu nunca na vida consegui relaxar na mesma cama que outra pessoa, sempre sou a última a dormir, quando durmo. Sei que não vi mais nada, só me lembro dele me abraçando e me tratando como uma princesinha, sem tentar fazer nada demais comigo. Isso pode parecer bobeira, mas em um mundo como o de navios, onde os caras já querem te levar pra cama sem mal te conhecer, quando acontece de um cara ser um gentleman é de se admirar mesmo. Passamos praticamente um mês flertando e na última noite nos beijamos, tão diferente de tudo que já vivi!
Acordei 7 horas, sem despertador e sem ele do meu lado. Fiquei super constrangida por acordar numa cama estranha e sozinha, mas eu já sabia que ele tinha que sair super cedo, só esperava ter saído junto com ele e não ter ficado lá, que vergonha. Me ajeitei rapidinho e corri pra minha cabine, encontrei com um conhecido no meio do caminho que deu um sorrisinho de canto de boca. Dormi mais uma horinha e fui trabalhar, eu até poderia ter ido até o ponto de encontro do pessoal que ia embora naquele dia, mas achei melhor deixar passar e simplesmente guardar dele a memória daquela noite tão bonitinha, nada mais! O dia foi estranho, eu estava feliz demais por dentro por ter vivido uma história tão bonita, mesmo sabendo que ela tinha data de validade e já tinha expirado. Naquela tarde saí na cidade de San Diego, descobri que meu cartão de crédito havia sido clonado e perdi todos os meus documentos, mas mesmo assim não parei de sorrir, pois tinha sido abençoada de ter conhecido um cara incrível, bonito e de bom papo, que me quis e me respeitou. Só isso já me bastava!
Uma coisa que me marcou nessa história toda foi que por várias vezes ele me disse que me encontraria de novo. Mudávamos de assunto, mas sempre acabava com ele me dizendo que ia dar um jeito de me encontrar. Nem as músicas que eu queria tanto copiar eu não consegui, ele ficava dizendo que só ia me deixar copiar no dia que a gente se encontrasse mais uma vez, porque ele tinha certeza que isso ia acontecer. Na minha cabeça isso era só bla-bla-bla, porque nunca nada acontece quando um vai embora do navio e outro fica, principalmente ele sendo de um lado do mundo e eu do outro.
Tudo começou no dia 26 de outubro quando ele me encontrou no facebook...
Eu poderia escrever uma poesia, um poema, um verso ou uma frase que falasse de amor... mas nem se eu tivesse o poder de juntar todas as letras do mundo, eu não conseguiria descrever o que sinto por você.
Das flores que eu apanhava, uma estava escondida, o perfume que exalava, me levou a margarida, que era a rosa que faltava... no jardim da minha vida.
Eu tenho um projeto pra minha felicidade. Se eu vou ser feliz com isso, eu não sei.
Deus também tem um projeto pra mim... Se eu vou ser feliz com isso?
Tu ainda pergunta?
Segura sua mão na minha
Para fazermos juntos
O que eu não posso fazer sozinho
Porque quem tem um sonho
E coragem pra caminhar
Com a força das mãos dadas
Pode muito mais do que sonhar.
Mesmo os passos tão difíceis
Mesmo suado o caminhar
Mesmo com tombos tão grandes
Mesmo errando sem parar
Porque andar nunca foi fácil
(todos tiveram que aprender)
Porque os tombos acontecem
(e não há como prever)
Porque errar não é pecado
(e até serve pra crescer).
É difícil e dá trabalho
Porque aqui temos também
Dificuldade e armadilhas
Como toda vida tem.
Mas aqui de diferente
Temos algo a acrescentar
Temos todos uns aos outros
E um sonho pelo qual lutar.
E esse sonho, companheiro,
Vale a pena sonhar
É um projeto tão bonito
Pruma pátria popular.
Por isso
Segura sua mão na minha
Para fazermos juntos
O que eu não posso fazer sozinho.
Se nao tivesse tanto cabide de emprego não existiria tanta corrupção, se depender de puxar saco eu vou vender laranja em pacote.
Olhos Cor do Céu
CAPÍTULO 5:
Cheguei em casa. Minha mãe estava indo dormir. Eu disse à ela que também ia. Dei boa-noite à ela, entrei no quarto e fechei a porta. Um tanto alegre com a noite de hoje, guardei a mochila, troquei de roupa e liguei o laptop. Na internet, contei as novidades à Andi... Ela ainda não estava online, então resolvi esperar.
Enquanto esperava, fui à janela do quarto. A janela da sala do apê dele ficava bem em frente à do meu quarto. Eu sabia que era a janela da sala porque eu já estive nesse apê antes dele morar ali.
Mas então, quando abri minha janela, levei um susto. Ele me observava da janela da sala. Franzi a testa e abri a janela. A dele já estava aberta. A gente ficou se encarando alguns segundos, então ele disse:
- Então essa é a janela do seu quarto?
- Aham.
- Legal. Essa aqui é da minha sala.
- Eu sei.
- Sabe?
- Aham. Eu já entrei aí nessa apartamento. Antes de ficar pronto, claro.
- Hum, legal.
- É... Então, você costuma dormir que horas?
- Depende. Mas costuma ser tarde.
- E o que você faz na madrugada?
- Eu fico na internet, ou lendo livros, ou fazendo tarefas, ou ouvindo música e...
Ele parou de falar. Não sei por quê. Nem sei de devia perguntar, mas perguntei.
- E...?
- Bom, acho que devo dizer, “escrevendo”.
- Escrevendo?
- É, escrevendo coisas. Mas não quero falar sobre isso.
- Ah, claro, tudo bem. Bom, então acho que vou dormir. Boa-noite.
- Boa-noite.
Fechei a janela. Ele também.
Olhos Cor do Céu
CAPÍTULO 7:
- Amanda! Ei, espera aí.
- Oi?
- Ah, eu queria conversar sobre antes...
Ele lançou um olhar para a Andi, como se ela fosse intrusa.
- Ah, eu vou no banheiro, a gente se fala depois Amanda. – disse Andi.
- O.k. – eu disse, com um sorriso agradecido. – Então, o que queria conversar?
- Bom, sobre garotas... Quer dizer, sobre você... Quer dizer, não, pera aí...
- Tá tudo bem se era sobre antes, eu compreendo que você não quis ser hostil.
- Ah, você é realmente legal. Mas então, sobre garotas mesmo, eu acho que você é diferente. Sério. Você parece legal. E não fica simplesmente histérica quando eu me aproximo de você. E você conversa comigo numa boa, coisa que as outras garotas não conseguem fazer. Eu não consigo entender isso...
- É como se você um filho de Afrodite. Você chega perto das garotas e elas se apaixonam. Ficam encantadas com sua beleza e sua voz. Eu compreendo.
- Você disse filho de Afrodite?
- Ah, foi mal, Afrodite é uma deusa grega, deusa do Amor, então quando seus filhos tem o poder de...
- Fazer com que as garotas se apaixonem por mim e pela minha voz persuasiva. Eu conheço um pouco sobre mitologia grega. Mas você também?
- Ah, sim. Bom, não sei muito, assim, mas um pouco. Eu aprendi um pouco nos livros da série Percy Jackson...
- E os Olimpianos.
- Você conhece? Não pode ser...
- Não pode ser digo eu... Você conhece? Você gosta de livros? De Percy Jackson?
- Ah, claro. Eu já li todos os 5 primeiros livros, e agora tô lendo o primeiro da segunda série.
- Que demais. Eu também já li os 5 primeiros livros. Mas não comecei a segunda série.
- Eu ganhei de aniversário O Herói Perdido. Os outros 4 eu pretendo comprar. Então, se você quiser posso te emprestar.
- Claro que eu quero. Assim que você acabar esse você me avisa?
- Aham.
- Legal. Não vejo a hora de ler ele.
O sinal bateu. Fim do intervalo.
Pois é, tô com saudade danada de casa viu!
Eu tô me controlando à vera pra não te esquecer
Porque nas coleções de tempos bons que eu guardei aqui
A cada dia eu te mato um pouco mais em mim
Por mais voraz que eu procurei no centro do mundo
Eu aprendi com tudo, na voz do coração
Os segredos das setas e da contramão
Me deixa passar pra colorir o que há de mais bonito em mim
Me deixa brincar com a solidão
Enfeitar os meus caminhos por ai
Pois é, tô com saudade danada de casa viu!
Eu tô me controlando à vera pra não te esquecer
Porque, nas coleções de tempos bons que eu guardei aqui
A cada dia eu te mato um pouco mais em mim
Passa nos ponteiros devagar a lógica
No globo azul,
A certeza que eu amei demais
Se eu me confundi nos sonhos, nos livros que eu li,
Na fé disparada,
De quando eu fui 2 ou nada
Sozinho eu sempre fui o rei de mim
Eu tenho pra mim, que o valor que me dou é superior demais aos que me atribuem, mas é porque eu tenho certeza de que o valor que tenho pra Deus é infinito (que é o que interessa).
Infinita!
Eu sempre
fui infinita em
meus quereres…
Em meus gostares
Por isso,
nunca colocarei vírgulas
e pontos finais
em meus desejos…
Prefiro que fique
sobre os cuidados
das reticências…
Desencontro!
(…) e eu vivi
a intensidade
desse amor.
E nos perdemos,
no caminho onde íamos
nos encontrar!
Nossos caminhos
não foram os mesmos,
nessa busca.
Éramos apenas um nome.
Algumas fotos.
Um sonho…
E eu o amei,
mesmo sem conhecê-lo!
Pois você também,
me dizia amar!
Vem me atormentar que tanto as suas indecências faz eu me acalmar
Que me prende como um vício e não me sacio por tão pouco
Sou dependente de você... Do teu cheiro e o do teu amor
Que seja pelo amor ou pela dor, mas que seja com você;
Viver um dia a cada vez
Eu sou com certeza absoluta um exemplo tipico desta situação. Se preocupar com hoje sem pensar no amanhã.
Ou viver hoje em função de hoje e amanhã a Deus pertence.
Mais vou avisando aos menos desavisados, não é tão simples assim, nem mesmo eficaz. Você vai ver que a gente precisa de emoções e sentimentos que nos levem a acreditar em um amanhã. Precisamos viver sim intensamente o dia de hoje, mais temos que sonhar com um amanhã mais promissor. Pensar que precisamos de alguem especial ao nosso lado, que somos importantes, que não devemos depender dos outros, de seus favores, de sua benevolência.
Não precisamos de mutio pra ser feliz. Mais precisamos de uma base. Dinheiro é muito bom e importante, sem ele sofremos pra alcançar o que queremos e buscamos, mais não é tudo. Paz, é tudo. Quando seu coração estiver em Paz, a verdadeira paz, você estara pronta pra alcançar seu objetivo principal. Tem que se desapegar de algumas pequenas coisas que ainda te prendem a um universo frio e sem vida. Uma ilusão aos seus olhos e aos que passam por você. Você acha que esta enganando eles, e eles fazem de conta que estão acreditando.
A vida é muito maior que apenas viver um dia a cada vez.
É encontrar realmente um motivo pelo qual o seu dia não só de hoje, mais amanhã e depois, e depois, tenham um sentido unico de satisfação e crescimento.
Vontade de viver mais e mais.
Não deixe pra depois o chance de ser feliz
Os anos passam e um dia poderão cobrar de você a falta de atitude que você deixou de ter um dia, assim como aconteceu comigo.
Feliz 2014