Por Tras da Janela
Eu e nós outros
evangelista da silva
Recolho-me!......
Da janela vejo o silêncio mórbido das ruas.
Encontro-me frente a frente à tv.
Observo o carnaval.
Um surto psicótico explode!...
E as almas decaídas aprisionam os possessos
Endiabrando os corpos em estereótipos catatônicos
Que são conduzidos aos infernos.
É carnaval!...
A maioria dos mortais se desequilibram
Enquanto atentos outros usurpam o transe infernal.
E tudo acontece nesse instante:
Cenas macabras desfilam em sangue e mortes... Dessa forma a infelicidade aumenta:
Torturas, toxicodependência, e melancolia.
É carnaval!...
Das prisões às avenidas
Favelas e nobres bairros...
É um urro agonizante de desrealizações.
E, nesta fúria satânica e neutralizante,
Onde tudo se confunde,
Vê-se alegorias, fantasias, arte, circo e palhaçadas!...
Religião, zoada e perturbação musical.
Sim, é carnaval!...
Nesses instantes esquizofrênicos
Ninguém para nada serve
A não ser para lambuzar-se em merda.
Vai-se indo mais um carnaval!...
E neste frenesi torporizado
Entre o real e o imaginário,
Os manipuladores da emoção
Deformam a realidade.
Vendem felicidade e beleza.
Pregam em tudo, pureza e simplicidade
Enquanto a turba agitada e enlouquecida
Agita-se em movimentos bruscos
Ouvindo um som que vem dos infernos
Criando a sinfonia perturbadora das notas musicais.
Santo Antônio de Jesus, 27 de fevereiro de 2017.
Às 16h 03min.
Nessa quarentena
decoro o meu olhar
na paisagem outoniça dessa minha janela
onde o luxuriante verde da Serra da Tiririca
enaltece a poesia feraz do meu ser.
A chuva escorria na janela
Minhas lágrimas no meu rosto
Sempre que olho pra nossa cama
Lembro de como és o teu rosto.
E quando eu escrever
Eu vou tranca minha porta
E fechar a minha janela
Porque a conexão que vem lá de fora
Passa uma borracha em tudo de bom
Que tem dentro de mim.
PÓ DO TEMPO
Reabre-se a janela coberta pelo pó do Tempo, e no cenário do que um dia foi jardim, o mato alto e seco sufoca sementes. Estéreis árvores, mas ainda com a imponência da juventude, abrigam pequenos pássaros na quietude de uma tarde resgatada nos porões da infância. Visível é a saudade, diante da velha porta que convida ao pulo sobre os buracos do assoalho - feridas vivas que corroem a casa em ruínas - e as lembranças fazem-se bem-vindas. O vento acaricia o rosto e o corpo se deixa flutuar num balanço que ganha o céu. Sob sons distantes e silvos de cigarras, desfilam dias de alegria e inocência. Porém, voa o Tempo espalhando no concreto o sal dos dias. Mas também nos dizem do aceno dos amigos de jornada, os quais mantém vicejante a flor da amizade e só por isso já vale à pena seguir. Mais um olhar e se avistam frestas enormes na janela - o sol irradia esperança, essa passageira oculta na jornada da vida.
Em minha casa, é claro, o sol cheirava a incenso. O reflexo batia na janela através das folhas do jambeiro. Chegava de mala e cuia com o início da manhã e só se despedia quando todos nos recolhíamos para o banho das seis. Nem quando a chuva garoava ele nos deixava por muito tempo, escondia-se de mansinho, só pra deixar a chuva regar o jambeiro.
Lembrança III
É tarde de outono,
O oceano, da janela do apartamento, se apresenta mais cinzento.
O homem nada todos os dias no mesmo lugar,
Deve ser norma do seu médico, pois água está fria.
Mergulha e, em cada braçada quando,
A cabeça vem à tona para respirar
É você a nadar no meu mar.
Corro à varanda
Fixo bem os olhos para distinguir quem realmente é,
Leva tempo para decifrar.
O cérebro está condicionado
Para enxergar o que desejo
Que deveria além do horizonte estar.
Depois de algumas horas
Com olhos a transmitir ao cérebro a real imagem,
Conscientiza a interpretação,
É outra pessoa a se exercitar e, já caminhando,
Ele sai do meio da nuance preguiçosa da estação.
Achei que seria possível ser você vindo a nado,
Mas você já cá está a nadar em outro mar.
Talvez, mesmo sendo outono,
Seja um mar mais significante e mais brilhante
Que o mar que lhe tenho a ofertar.
um belo dia, uma garota
um dia
a luz que bateu na janela da minha alma
e clareou meus pensamentos
foi a do teu sorriso
e que então
permitiu-me me banhar
nas águas dos teus olhos
tais águas que purificaram meu espírito
bendita seja a sua voz
que agracia meu coração
e me alegra com teu chamdo
para então
no fim da tarde
me deleitar no teu abraço
a agradecer por
um belo dia, uma garota
ter me salvado
da infelicidade de antes não conhecê-la
Nem a mesma rua,
Nem as mesmas casas,
nem as mesmas flores na janela.
As flores eram agora outras,
e outro também eram o seu perfume.
Meus pés pisavam outra rua,
Meus olhos, contemplavam outras faces.
Eles também eram outros.
Talvez mais duros, talvez mais frios.
Talvez por que não viu sua face,
Talvez por que não viu suas flores.
Senti areia sobre minhas córneas,
espinhos no meu coração,
e sob meus pés, paralelepípedos.
'MURO'
Tenho uma casa com algumas janelas. Mas tenho em especial uma janela. É através dessa que observo profundo e genuíno as pequenas e grandes coisas da vida. Sentado ou reclinado, a vista parece imensa. Vejo mares, rios, lagos, grutas. Porém, na maioria das vezes, avisto uma parede de concreto. A parede é mesmo concreta! Já as tantas águas, eu as aprecio, coloco sobreposições para deixar os dias mais insinuantes e deleitáveis. Mas a 'parede', essa é diária. Tenho vontade de derrubá-la, pô-la ao chão. Comer alguns pedaços de tijolos. Esmiuçar o cimento inerente à minha visão limitada. Mas não tenho impulso, tampouco robustez para colocar uma parede tão bem acertada ao chão...
Mas hoje, meu olhar quotidiano divisou uma aprazente neblina e por trás dela, uma nuvem carregando pingos d'águas. As paredes do muro ficaram encharcadas. Pensei: - já que não tenho marretas, talvez um martelo resolva! E assim o fiz. O muro fragilizado, em poucos minutos transformara-se numa grande ruptura e destroços. A partir de então, pude ver através do mesmo que, havia um outro muro a ser quebrado. E levantando mais a visão, compreendi que havia dezenas de muros para serem derrubados. Foi então que cuspi alguns pedaços de tijolos e voltei novamente para minha visão, já embaçada por tantos muros, mas que agora, precisaria de um tsunami para que êxito eu tivesse nas minhas tantas derrubadas...
'SOMOS ARTISTAS...'
A vida pendurada na janela.
Avenidas em molduras,
martelos.
Antes a paisagem fosse risonha,
cantada à beira-mar,
neblinas suaves,
amplificadas.
A vida sempre ecoa,
mistérios,
limoeiros,
marteladas...
Pequenos e grandes passos se vão,
agora nevoeiros,
escadarias.
Matéria diluída,
sem paradeiro,
saguão.
Deixar-nos-emos saudades.
Eis o retrato da vida:
passageiro como trem!
Bela arte,
invenção...
'JANELA II' - [Fragmentos...]
Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de se sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê.
A janela só tem sentido fechada...
'JANELA II'
A vida sempre leva,
o olhar p'ra vida aquarela,
janelas embaçadas.
Palco - pessoas cruas-,
não veem o clarão da lua.
Andam a despedaçar-se.
É o olhar circular,
"a vida pendurada na janela."
Corações crus,
fixados nas ruas desertas...
Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê...
Mudanças no tempo,
cancelando querelas.
Invisíveis nos olhos,
- a tal janela -.
E como se perdem!
Sem quê e sem porquês.
Ela tem atiradores,
sabor perspectiva p'ro mundo,
forma nas tempestades.
A janela só tem sentido fechada...
E vocês bem sabem que a inveja e o ressentimento têm feito surgir grupos, que em nome de uma falsa e hipócrita igualdade, e com ideias populistas, buscam destruir tudo o que conquistamos.
Olhar para o lado talvez seja a coisa mais importante a se fazer. Olhando para o lado percebemos pessoas a nossa volta e o quanto elas precisam de coisas tão simples que temos em abundância, mas que não valorizamos no dia a dia. Estamos tão ocupados em pedir ou em reclamar que acabamos nos cegando.
Quando olhamos para o lado abrimos um mundo de oportunidades e a chance de servir e doar nos dá a certeza de que temos tudo o que precisamos, muitas vezes maior do que tudo que desejamos.
Tímido na infância, problemático na adolescência, sedutor na maior idade. Fases, faces, teorias, filosofias, histórias. Eu nunca fui o que esperavam. Fui constante na minha inconstância. Órfão de mãe. Mimado pelo pai. Imediatista, impulsivo, agressivo, cheio de defeitos e falhas. Cometi todos os sete pecados e se duvidar inventei um oitavo.
Me apaixonei mil vezes. Deixei, fui deixado. Disse coisas que não senti, prometi coisas que não cumpri. Fui infiél a mim mesmo, ao que acreditava. Cheguei a pensar em desistir da própria vida.
Já avancei o sinal vermelho em um cruzamento movimentado e de olhos fechados, só para provar para a carona que eu radicalizava. Já adormeci em cima de uma moto e cai a mais de 100, esgotado, cansado. Quase morri afogado tentando salvar uma vida que eu mesmo coloquei em risco no mar agitado em plena madrugada. Fugi de casa. Bati telefone na cara. Tirei o carro da estrada discutindo um relacionamento conturbado. Olhei nos olhos e falei que não me importava só para a ver a pessoa sofrer. Arrependi, voltei a palavra e repeti a mancada. Fui orgulhoso demais, rancoroso demais, alimentei angústias demais.
Já me achei melhor e muitas vezes pior do que os outros. Já ofendi e diminui para me sobressair. Fiz muitas coisas de que não me orgulho, mas não me arrependo até aqui. Hoje prestes a completar os meus 32 anos, pego-me refletindo toda uma trajetória e diferente do que a maioria poderia esperar, eu não vim aqui falar das minhas glórias, das minhas benfeitorias, vim mostrar o pior de mim, o que já passei, já fiz, já pensei, pedaço de tudo de ruim que há em mim, que sou obrigado a conviver até o fim. Tristeza? algumas, coisa pouca. Rancor ou mágoas? nenhuma, zero! Estou aqui com o peito aberto e cheio de gratidão na alma para dizer que eu faria tudo outra vez.
Me tornei sim o meu maior fã. Desejo-me sim, o que a vida possa oferecer de melhor, mas hoje mais do que nunca com a sabedoria de que não preciso passar por cima de ninguém pra isso. Aprendi que felicidade construída em cima das lágrimas alheias não tem estrutura para manter a minha base.
No final, tudo vem para a minha evolução, mental, espiritual. Sei que não há nada mais forte do que as marcas do passado, a não ser a presente oportunidade de cada dia. Então fé na caminhada que essa história meu camarada, está apenas começando! Que venha os 32!!!
Irei morrer em breve, e breve escreverei o que sinto, quando ler, não chore, não diga que me amou, pois se tivesse, teria me dito, ou demonstrado, mas, amei todos com o mesmo amor, apesar de amar diferente cada um, são todos meus, e ninguém de nenhum, vou fechar meus olhos e ver as estrelas do meus escuro.......Adeus
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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