Poetisa
No Céu de Guaraní
Alfa e Beta Centauri
vem brincar entre
meus dedos e envio
os mais doces beijos
para o par de olhos
mais lindos do que
Constelações de Verão.
Para onde as estrelas
são bem mais visíveis,
somos quadrantes
do Hemisfério Celestial
Sul e teus lindos olhos
o Cruzeiro e teu peito
o planisfério sem receio
cheio de amor verdadeiro.
Com as Plêiades sempre
vou ao celeste encontro,
sou cinturão de Órion
com coração preparado
todos os dias para
que nenhum desencanto
seja bem sucedido
e o amor venha se perder.
Buscando por Sagitário
e Capricórnio no céu
dos aymaras você tem
encontrado os meus
olhos em busca dos teus.
Ainda para nós dois não
é nem mesmo Ano Novo,
E em silêncio amoroso
assim permanecemos
com nosso doce segredo.
Balançando ao vento
os meus cabelos saem
as híades iluminando
os caminhos que irão
me levar até o teu amor.
As constelações mudam
conforme as estações,
Os nossos sentimentos
permanecem e viraram
para ambos diárias preces.
Os teus hemisféricos
olhos se encontram
onde todas as estrelas
são bem mais visíveis,
e o teu guia é Aldebarán.
Nós confiamos na vida,
no amor e no amanhã,
porque o quê está escrito
há de ser e assim será,
e nem o tempo apagará.
A intimista poesia visual
baixo aos desígnios
do Hemisfério Celestial Sul
é feita de códigos,
de galáxias em espiral
E de sinais óbvios
se a noite cair
e as palavras faltarem,
nós termos uma
estrada para prosseguir.
Em mim está a herança
da rebelião dos heróis
de dois mundos,
o teu amor sublime
onde todas as estrelas
são sempre mais visíveis
e a recíproca fascinação.
Universais e hipnóticas
a Via Láctea e Andrômeda
por nós em vibração,
a Grande e Pequena
Nuvens de Magalhães
como sustentação
da (e)terna mútua rendição.
O cusquenho estelar tem
traçado o nosso destino
bem diante dos olhos,
e nós dois sabemos disso.
Irresistível dama silente
que com poesia tentadora
e malemolente tem feito
das tuas veias o continente.
O mundo é nosso e o futuro
nos pertence porque o teu
amor me encontra onde
as estrelas são mais visíveis.
Irretocável suíte orquestral
do Hemisfério Celestial Sul
que ninguém pode impedir:
o Ano Novo vai emergir.
Ninguém precisa dizer
que dos teus lábios
de caxiri não me fartei,
aos sabores ancestrais
todos gentis na mesa
à eles me entreguei.
Feita do pó do tempo
e da cor das sementes
a vida festiva vida
que trouxe até a mim
a sua existência linda,
és amor para toda a vida.
Há quem tente mudar
a alma deste poemário
feminino, romântico e feito
de espera sob o céu austral;
e as oitenta e oito galáxias
estão para lá e para cá
ondeando em minhas mãos.
Nada pode apagar o quê
está escrito nas estrelas
o quê pertence a História
aos caribenhos ritmos onde
o Cruzeiro do Sul é o guia
mesmo num mar convertido
na salvação dos desterrados.
Das minhas mãos escapuliu
a Constelação do Boieiro
que guarda o nosso amor secreto
de Hemisfério a Hemisfério,
porque mesmo que eu olhe
para o céu onde as Galáxias
podem ser contempladas:
O teu amor por mim sempre
se encontrará onde as estrelas
serão sempre mais visíveis
e sem a necessidade de lunetas;
estou presente em todas elas,
e no prelúdio da madrugada
que nem o destino pode deter.
Beijo os seus
olhos cansados,
Aos teus passos
o meu consciente
e o inconsciente
entreguei devotados;
E em ti por onde
nem mesmo você
imagina hasteei
o meu pavilhão
e fiz território
ocupado o teu coração.
Na minha janela
Órion se aproxima,
e a ânsia da espera
de mim se avizinha;
Há algo de Leyla
em mim e há algo
de Mecnun em você,
Só sei que desde
o primeiro momento
que te vi a minh'alma
cantou, voltei a sorrir
e cresceu o desejo
de muitas noites
com o meu beijo
de te pôr para dormir.
LXXXV
As revoadas de poemas
que vem desta cidade
para derrubar muralhas
alimentam a liberdade
onde quer que estejam.
Do estradão rumo
aos Caminhos do Frei Bruno
para muitos a paz sempre
acaba fazendo todo sentido.
Neste mundo que
ainda não se libertou
dos velhos hábitos da guerra:
O quê sempre se renova é
o amor que tenho por esta terra.
O mundo todo sabe
que se foram
cento e dezesseis,
Neste instante já
devem ter sido mais,
Por causa de gente
que despreza
a paz e a vida
sempre tanto faz:
(Não foram os primeiros
e nem serão os últimos);
Enquanto existir
quem busque
qualquer desculpa
no passado o cajado
para tergiversar
criminosamente
a realidade presente:
(Só sei que gente assim não é gente).
Nenhum crime serve
para justificar outro
diante de tanto
sangue derramado;
E a vida de gente inocente
sobrevivente continua
correndo perigo no vil jogo
daquele que mente
e de quem cala consente.
A tua raíz original por
arcos e flechas não será
por mim esquecida,
Entre o continente e a ilha
quem faz ponte é a poesia.
A tua Padroeira é Santa
e em ti sempre tenho
esperança por nossa gente
que com coragem resiste
e com fé na vida persiste.
Entre a lagoa e tuas praias
com o teu nome de Marechal
você me acolhe de um jeito
tal que só penso mesmo é
no teu amor sublime e perfeito.
Entre te amar ou te amar
a minha escolha é te amar,
Façam com dias sol ou chuva
ou noites com ou sem luar,
eu agradeço no teu peito morar.
Parece mais um filme
o trançado de vime
do destino que nos uniu
no caminho de amor
sem sede de voltar atrás
que nem a cerâmica
do cotidiano o desfaz.
Não tem ligação com
o autor das Histórias
que serão contadas,
Mas deve ser por
nós sempre lembrada,
Como lição a não
ser nunca mais repetida:
A rádio em Ruanda
foi usada como arma,
e da memória não
deve nunca ser apagada.
Não existe tragédia
maior do que a outra,
Cada uma carrega
o seu veneno particular.
De Grozny na Chechênia
a memória não deixa
da minha mente apagar.
A televisão foi usada
para reputações
mentes e corações
diante dos olhos
e sonhos assassinar.
Não existe tragédia
menor do que a outra,
Cada uma entrega
a natureza da liderança.
De Aleppo na Síria
a História se fez
por ação destrutiva.
A comunicação cortada
ampliou a extensão
do terrorismo brutal,
e corremos o risco
do esquecimento geral.
De Agdam no Azerbaijão
a história da devastação
conheço muito bem
e a extendida agressão.
Não existe tragédia
maior do que a outra,
Cada qual separa um
povo irmão e a fixação
de quem a fez continua.
A tragédia de Mariupol
na Ucrânia é mais uma
que não será esquecida.
Não existe tragédia
maior do que a outra
a de hoje foi na imprensa
e na tecnologia gestada.
Da Criméia por ela
ocupada só confirma
que 1944 ainda vive.
Não existe tragédia
maior do que a outra,
ela pichou a sua marca
na porta de uma casa.
A Rússia sabe muito bem
como é conviver com
a tragédia e dela ser refém.
A livre consciência ninguém
detém e as almas protetoras
das cinquenta montanhas,
Eis a ironia do destino feita
para infernizar tiranos
e derrubar todas muralhas.
Há mais de uma década
ando escrevendo nesta
amorosa terra os meus
lindos Versos Intimistas
diante do Ipê-pardo
que floresce dedicado
e sempre deixa o meu
coração apaixonado.
Com olhos fixos nas mudanças
do Hemisfério Celestial Sul
coloco as minhas esperanças
entre o céu e a terra
escrevendo Versos Intimistas
com alma de poeta,
Deixando-me levar
entre duas águas descansando
no verde das matas
e guiando pelo azul profundo
dos andares celestes
sem temer a caminhada.
Esqueci o meu livro
Versos Intimistas
no meio do Bosque
no final da tarde,
Caia uma chuva fina,
estava escurecendo,
O bosque nunca trouxe
nenhum medo,
Vi alguns vultos,
me escondi atrás
de uma árvore,
uma sensação
de sufocamento
ouvi disparos,
Não sei o quê fazer:
era só um pesadelo.
Pernambuco divina
do Pau-d'arco-rosa
e da minha poesia,
Te devoto os meus
Versos Intimistas
e tudo aquilo que
sempre me inspira.
