Poetas Brasileiros

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Balanço

⁠A pobreza do eu
a opulência do mundo.
A opulência do eu
A pobreza do mundo.
A pobreza de tudo
a opulência de tudo.
A incerteza de tudo
na certeza de nada.

Inserida por rafaelnovaes

⁠"Como as palavras se torcem
Conforme o interesse e o tempo"

Inserida por dia_marti

⁠"Palpita a noite, repleta
de fantasmas, de presságios
E as ideias"

Inserida por dia_marti

⁠Ai, quem se opusera ao tempo,
se houvesse força bastante
para impedir a desgraça
que aumenta de instante a instante!
E a vida, em severos lances,
empobrece a quem trabalha
e enriquece os arrogantes

Inserida por dia_marti

⁠Ó grande melancolia
Ó profundíssimo assombro

Inserida por dia_marti

⁠...mulheres e homens à espreita,
caras disformes de insónia
vigiando as ações alheias
agudas setas atiram
a inveja e a maledicência

Inserida por dia_marti

⁠já são réus- pois se atreveram
a falar em Liberdade
que ninguém sabe o que seja
Liberdade- essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda

Inserida por dia_marti

⁠passou um louco montado
passou um louco a falar
que isto era uma terra grande
e que a ia libertar

Inserida por dia_marti

⁠pois o amor não é doce
pois o bem não é suave
pois amanhã como ontem
é amarga, a Liberdade

Inserida por dia_marti

⁠Não deve sonhar o pobre
que o pobre não vale nada...
Se o sonho do pobre é crime,
quanto mais qualquer palavra

Inserida por dia_marti

⁠"E percebo os suspiros dos amores
quando por esses prados florescentes
se ergueram duros punhos agressores"

Inserida por dia_marti

⁠" os homens matam-se e morrem,
ficam mortos, mas não fartos"

Inserida por dia_marti

⁠Para se fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza.

Inserida por GabrielSerafa

⁠"mil intrigas, mil enredos
prendem culpados e justos;
já ninguém dorme tranquilo
que a noite é um mundo de sustos"

Inserida por dia_marti

⁠"Mas eu vagueio sozinha,
pela sombra do quintal,
e penso em meu triste corpo,
que não posso levantar"

Inserida por dia_marti

É mais fácil pousar os ouvidos nas nuvens e sentir passar as estrelas do que prendê-lo à terra e alcançar o rumo dos teus passos .

Inserida por lucijordan

Os Três Mal-Amados

Olho Teresa, vejo-a sentada aqui a meu lado. A poucos centímetros da mim. A poucos centímetros, muitos quilômetros. Por que essa impressão de que precisaria de quilômetros para medir a distância, o afastamento em que a vejo nesse momento?

Olho Teresa como se olhasse o retrato de uma antepassada que tivesse vivido em outro século. Ou como se olhasse um vulto em outro continente, através de um telescópio. Vejo-a como se cobrisse a poeira tenuíssima ou o ar quase azul que envolvem as pessoas afastadas de nós muitos anos e léguas.

Posso dizer dessa moça a meu lado que é a mesma Teresa que durante todo o dia de hoje, por efeito do gás do sonho, senti pegada a mim?

Esta é a mesma Teresa que na noite passada conheci em toda intimidade? Posso dizer que a vi, falhei-le, posso dizer que a tive em toda intimidade? Que intimidade existe maior que a do sonho? A desse sonho que ainda trago em mim como um objeto que me pesasse no bolso?

Ainda me parece sentir o mar do sonho que inundou meu quarto. Ainda sinto a onda chegando à minha cama. Ainda me volta o espanto de despertar entre móveis e paredes que eu não compreendia pudessem estar enxutos. E sem nenhum sinal dessa água que o sol secou mas de cujo contacto ainda me sinto friorento e meio úmido (penso agora que seria mais justo, do mar do sonho, dizer que o sol o afugentou, porque os sonhos são como as aves, não apenas porque crescem e vivem no ar)

Teresa aqui está, ao alcance de minha mão, de minha conversa. Por que, entretanto, me sinto sem direitos fora daquele mar? Ignorante dos gestos, das palavras?

O sonho volta, me envolve novamente. A onda torna a bater em minha cadeira, ameaça chegar até a mesa. Penso que, no meio de toda essa gente de terra, gente que parece ter criado raízes, como um lavrador ou uma colina, sou o único a escutar esse mar. Talvez Teresa...

Talvez Teresa... sim, quem me dirá que esse oceano não nos é comum?

Posso esperar que esse oceano nos seja comum? Um sonho é uma criação minha, nascida de meu tempo adormecido, ou existe nele uma participação de fora, de todo o universo, de uma geografia, sua história, sua poesia?

O arbusto ou a pedra aparecida em qualquer sonho pode ficar indiferente à vida de que está participando? Pode ignorar o mundo que está ajudando a povoar? É possível que sintam essa participação, esses fantasmas, essa Teresa, por exemplo, agora distraída e distante? Há algum sinal que faça compreender termos sido, juntos, peixes de um mesmo mar?

Donde me veio a idéia de que Teresa talvez participe de um universo privado, fechado em minha lembrança, desse mundo que através de minha fraqueza eu me compreendi ser o único onde será possível cumprir os atos mais simples, como por exemplo caminhar, beber um copo de água, escrever meu nome, nada, nem mesmo Teresa.

Inserida por lovelyjay

O que é que há? Pois estou como que ouvindo acordes de piano alegre – será isto o símbolo de que a vida da moça iria ter um futuro esplendoroso? Estou contente com essa possibilidade e farei tudo para que esta se torne real.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por kko

Dentaduras duplas!
Inda não sou bem velho
para merecer-vos...

Inserida por santoslidia

Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra. Só me resta ficar nua: nada tenho mais a perder.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
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Inserida por tham