Poeta Viver Sozinho Solidao
Não passe pela vida de cabeça baixa,
Levante o rosto para o céu e seja iluminado pela luz divina.
Observe a natureza e entenda o que é amor, beleza e humildade.
Meus passos seguem o seu amor
O seu santo amor
E a minha alma se enche de luz quando reconheço que nada sei sobre o amor.
Estou disposto a aprender,
Por isto te busco
Quero ser luz.
TRAIÇÃO (soneto)
Sobre o meu ser, como sobre o poetar
Tirano fado, cai o senhor brutal engano
Como numa tarde de outono a desfolhar
Tomba a decepção num recital ao piano
Oh! dor do falto no silêncio a embalar
Solitário, tão sem sonho, no abandono
Minha trova, no pesar põe-se a chorar
A perfídia, acordando o inquieto sono
Oh! lastimar aqui neste meu ensejo
Que me vejo, nesta madrugada fria
Ter a alma como uma fé sem oração
Deixando a paixão sem amor e desejo
Tristonha, cabisbaixa, desiludida, vazia
Aos desmandos da desatinada traição...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 de janeiro de 2020, 04’55”
Cerrado goiano - Olavobilaquiando
- quem nunca!
DÚVIDA (soneto)
E.… uma dúvida que me atormenta
A divisão que no amor em que ando
Padeço e sofro, num vazio, quando
O perdão e culpa, a qual me alimenta
Silêncio e traição sufoquei amando
Na ânsia de querer-te sem tormenta
Ah! Como dói este olhar que ausenta
Pois, o desejar no coração não mando
Tenho o dia estonteado e sem atitude
Choro, e com que ardor eu quisera
O afeto, agora confuso e sem virtude
Sinto que prodiguei a paixão sincera
Se sofro, porque invadir-te não pude
E nas incertezas, difícil é essa espera...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 de janeiro de 2020, -Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Deus não se importa com o seu passado.
Creia em Deus, seja luz
Viva o presente
E seja feliz eternamente.
VENDAVAL NO CERRADO (soneto)
Áspero, entre os uivos, em lufadas nos buritis
De um constante sussurrar de uma ladainha
Prelado em prece, bailam nos galhos os saguis
Na imensidão, quando a tempestade avizinha
Rezas sobre a melancolia, agitam os pequis
Sobre o cerrado, badala o sino da igrejinha
E, em refrega, no céu, desenha o arco-íris
Grassando poeira tal qual a erva daninha
Bufa, num redemoinho em tal longura
Que abres no horizonte em chiar bravio
Gemendo o sertão num suspiro funeral
E invade, como guerreiro, toda a secura
Do chão, num comando do seu assobio
Avança atroz no planalto... o vendaval
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2020, Cerrado goiano
No que começo a escrever, o meu coração você vai ler. Minha vida caminha pela estrada da beleza, fugindo das coisas são sinônimos de solidão.
EM UMA MANHÃ DE CHUVA NO CERRADO
Verão. Defronte o cerrado. Chove além
Abro a janela, o cheiro de terra molhada
A melancolia... na imensidão, me provém
Invade a minha alma, e ali faz pousada
Sobre o pequizeiro as gotas, e também
O meu olhar, que pinga lágrima mastigada
Suspirando o ar úmido que dor contém
E no vaivém, do vento, lembrança alçada
Olho o céu gris e vejo o meu poetar triste
E o pranto do silêncio por onde sumiste
Encharcando de sofrência a vil inspiração
As águas cantam. Rolam, caem. Um vazio
E na enxurrada um padecer tão bravio
Que vai arrastando a saudade e a ilusão
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Não busque alguém para te ajudar a acreditar nos teus sonhos. Eles vivem dentro de você com a permissão de Deus.
Mas se você não tiver atitude, teus sonhos morrerão e nem Deus nada pode fazer.
Surdina
No cerrado, lá no alto um sino canta
Da capelinha, num badalar soturno
Canta um sino e a melancolia pranta
Finda o turno!
Canta, pranta o sino no campanário
Como se assim se quisesse
Benesse, no chuvoso dia solitário
Resplandece...
Na messe! Canta e pranta silente
Na torre da igrejinha sem estresse
E o dia adormece, docemente
18 horas: - tal uma prece!
O coração abafado e vazio
Num acalanto o sino canta
Nebuloso dia... Que frio!
Triste melodia, triste mantra...
Sina!
Bate o sino... surdina!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/01/2020, 19’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
POR QUE (soneto)
Por que me vens, com o mesmo olhar
Por que me vens, com a mesma sina
Dos dias tão vividos vens me lembrar
Se outrora a ventura dobrou a esquina
O que não vive mais, deixai repousar
Por que o angustiante sossego rapina?
Por que, acordar o que quer silenciar?
Se o coração já está inerte na resina
Ah! deixai como está, esqueçamos
Que fomos um, e no nós, eu fui teu
Largue na poesia que nos amamos!
Deixemo-lo sem beijos e sem pranto
O cobiçado amor já não é mais meu
Pois, no querer, já quis tanto... tanto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/01/2020, 14’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
MUDAR O RUMO (soneto)
Muda-se o ontem, o hoje outras vontades
Muda-se o rumo, outra é a tal esperança:
E neste andejar, o destino é de mudança
E no ser e ter, nas tralhas: as dualidades
Se nas histórias permanecem as saudades
Em cada linha traçada, tem a criada aliança
Também, afinal o bom é ter boa lembrança
Fugaz, pois o viver não é só de felicidades
Mudam-se as verdades, e o encanto
Do mal as mágoas numa tristura fria
E a poesia num eterno agridoce canto
E assim neste mudar tanto no dia a dia
Já não há espanto no diverso recanto
Portanto, é bom afazer-se com tal folia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2020, 05’55” - Cerrado goiano
paráfrase Luiz Vaz de Camões
CAMINHANTE (soneto)
Há no tempo um momento de grandeza
que é o de espera e de um saber bendito
tudo passa, e a alma não mais fica presa
voa, e o sentimento regressa ao infinito
Um tal mistério do viver e de surpresa
estala a felicidade, do outrora tão aflito
rasga-se o amanhecer em ventura acesa
e da dor sentida, esvaem-se em um grito
Há no amor outra chance aos amantes
cada dia é mais um dia a um novo dia
e a sensação de perda se torna em vão
porque, entre desencontros soluçantes
terá aquele olhar tão cheio de harmonia
que irá trazer o esquecimento ao coração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/01/2020 – Cerrado goiano
A verdade do amor, o amor que só faz enxergar almas.
Ninguém é igual a ninguém, mas quando há a verdade na união, somos iguais no amor.
ESPERANÇA (soneto)
Saudades de ti, me vem com ternura
Teu nome, ao amor, não é indiferente
Entre o poetar, e nos versos murmura
Recordação, nos suspiros, de repente!
Longe de ti, o pranto, mísero, tortura
Essa solidão, que geme tristemente
Mas, as alegrias vividas, porventura
Abalança o tormento, tão presente
Nesse amargo sofrer, o teu nome
A florescer na secura do cerrado
No peito o saudosar, me consome
Ao evocá-lo... agridoce atmosfera
Que no desejo é mais que desejado
E, na inspiração... ainda te espera!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/01/2020, 07’03” – Cerrado goiano
Olavobilaquiando
FEVEREIRO
Olá, Fé – vereiro,
que seja lindo!
mês de samba no pé
das fantasias de carnaval, da alegria advindo...
Afinal, é o mês da folia
de calor na emoção, do sol reluzindo...
Bem-vindo!
GRILHÃO DO AMOR (soneto)
Tenho saudade e ardo em lembranças
Dum amor que me endoida e me abate
Quem há de me tirar destas esperanças?
Quem há de os nós, quebre, me mate?
Não sei que certeira e desiguais danças
Me cravou no peito, dores deste quilate
Sem que eu sentisse, as tais mudanças
Do sossego. E agora neste vil combate...
O amor adentrou tão cauto, silencioso
Que eu nem me preocupei que estava
Apenas vivi, um ser no haver amoroso
E os lábios a sorrir e olhos cheios d’água
Como dói viver, sentindo, estreita trava
E chorar na solidão e trovar com mágoa!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
INSPIRAÇÃO (soneto)
Foste a prosa melhor do meu poetar
Ou talvez a desejada... sonho e agrado
Contigo a inspiração me fez apaixonado
Contigo o amor pôde a paixão rascunhar
Chegaste, e o meu querer foi só amar
Queima-me o pensar, tão enamorado
Faz de meus versos um estilo dourado
E da escrita, suspiros, de essencial ar
Poema maior, meu prêmio e alegria
Obra divina, de firmamento delirante
É do teu gosto que alimento a poesia
Sinto-te em cada estrofe, que escuto
Está presente em mim a cada instante
Na criação, na alma, és poético fruto...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
