Poesias sobre o Chamado de Deus
A vida não se anestesia, se atravessa, se arrepia, é luto, é riso, é ferida que ensina, é tristeza que ilumina.
Uma vida bem vivida não veste fantasia, não cabe no sorriso forçado, na vitrine da alegria, não se vende em propaganda, mas se derrama pela varanda.
Vida é risco abraçado, desejo ousado, feito comemorado, peito marcado, velório demorado, luto chorado, no tempo dedicado.
Viver é estar no agora nos risos, nos gritos, nos imprevistos, no abraço do tempo, no passo torto, no susto, nas dores e nos sabores.
Viver não é editar a vida para caber no aplauso, mas ousar ser, sem rótulo e sem disfarce, mesmo que doa, mesmo que desagrade.
O desafio de estar inteiro no presente, sem deixar a mente escapar -entre os ecos do passado e as promessas do futuro -requer exercício diário.
Na depressão, muitos desejam a morte, no pânico, muitos temem a morte, vazios sem norte, sem nada que os conforte.
Caminhar é remédio que alivia: endorfina que liberta, dopamina que desperta, serotonina que equilibra.
A raiz não se vê, mas sustenta; a palavra não se toca, mas transforma – tua presença em mim é semente que floresce eternamente.
Caminhar é medicina que acerta: endorfina que liberta, dopamina que desperta, serotonina que alerta.
Coisas boas, raras e valiosas que tanto nos encantam fazem-nos vulneráveis, pelo medo de perder que sempre nos acompanha.
Na ânsia de catalogar desejos, sofrimentos e identidades, transformamos a complexidade humana em produto vendável, enquanto perdemos de vista a essência do ser.
A tecnologia democratizou a fala, mas também criou megafones para discursos vazios, agressivos e oportunistas.
Quando tudo é permitido e nenhuma escolha tem peso, a liberdade se torna fardo, e a existência, um território estéril, onde nada importa de verdade.
Enquanto insistirmos em acreditar que leis, política e ideologias resolverão todos os dilemas da condição humana, permaneceremos órfãos de sentido.
O psicologo Skinner, da escola Behaviorista, foi um sujeito de sorte: ele se comunicava com ratos e pombos por meio de estímulos, e sempre tinha respostas!
Não foi a rede social que gerou o vazio intelectual; foi o vazio que ali encontrou seu palco ideal.
Interatividade não é liberdade; é só a possibilidade fantasiada de escolha, a facilidade disfarçada de voz.
Entre a conveniência de seguir tendências e a inteligência de produzir tendências, revela-se a essência e a competência de cada um.
