Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix
SENTIDO, PRA QUÊ?
Sentido, qual é o sentido
da vida, da morte,
da guerra e da busca
pela paz?
Cada vez que vejo,
leio ou penso sobre
a guera, e seus motivos fúteis
sobre os seus mortos
concluo que nada faz sentido
nem a vida, nem a morte
nem a guerra, nem a paz
que nunca se alcança.
Depois de chegar a esta conclusão
o que um homem deve fazer?
Lutar pela paz, confortar
com a esperança celeste
os enlutados, vítimas das guerras
inúteis e cruéis ou calar
diante do absurdo diário
ao perceber que ninguém se preocupa
se outros genocídios estão em curso
no oriente, ou se uma guerra nuclear
pode nos exterminar a qualquer momento?
O que estamos fazendo aqui
seres racionais, expectadores passivos
da nossa própria destruição?
As ideologias religiosas nada conseguiram
para educar os homens no caminho
da paz, da ética e da justiça
o que se vê são etnias se matando
cada uma com um deus diferente
mas semelhantes em sua inutilidade.
Ainda é igual a barbárie teológica
entre professos cristãos e muçulmanos
homens de QI elevado pregam a supremacia
das raças, e proclamam o intelecto humano
superior ao instinto animal.
Encontrar o sentido para vida
talvez seja apenas mais uma tentativa em vão
ensinar as crianças que todos os homens são iguais
já que que os homens não dão ouvidos
são instruídos, doutores em arrogância
todos são peritos em pregar a diferencia
entre pobres e ricos, negros e brancos.
Não compactuo com esta humanidade
desumana e intolerante,
quero o raiar da inocência das crianças
quero preservar o mundo perdido
onde o pão pode ser divido em partes iguais,
onde a flor não precisa ser arrancada
para se presentear alguém
como forma de demonstrar afeto.
Me perdoe
Pelos meus privilégios. Pelos espaços que ocupei e pelos momentos em que não silenciei.
Pelo fato de ter tanto preconceito mesmo sem perceber.
Por favor, me conscientize de sua dor.
Me diga que espaços estou perdendo de ver. Me mostre como posso te ajudar. Me mostre como posso te deixar falar.
Tenho muito a aprender. Só posso fazê-lo através de você.
Me conte tudo o que se passou. Ou não.
Eu estou aqui. Pronta para ouvir.
Quando o espaço de fala não me é justo de preencher, prometo aprender a silenciar.
E se por acaso você quiser me abraçar, saiba que também estarei aqui.
Receba minha gratidão pela sua existência. Pela possibilidade de sentir tanto além de mim.
Quem sou Eu?
Um dia eu me fiz essa aparente simples pergunta.
Me neguei a aceitar meu cargo, meu histórico escolar ou meus títulos para designar quem eu era.
Me comprometi a descobrir o que me fazia bem e como poderia despertar nas pessoas a importância de prestar atenção nos momentos simples da vida.
Percebi cedo que as conquistas do mundo do sucesso tampouco preenchiam quem eu era.
Senti a tristeza do desencantamento. O mundo por um segundo se torna um local escuro de se viver quando todo o seu foco é o dinheiro.
Descobri em encontros inesperados, longas conversas que alternavam uma fala sincera e uma escuta comprometida o preenchimento de partes de quem eu seria.
Percebi logo cedo o valor de uma troca. O profundo toque do amor em um abraço.
Somos muito mais do que imaginamos ser.
O mundo nos reserva tantos bons momentos quanto permitamos que ele apresente.
Está tudo dentro de nós.
Quem sou Eu?
A pergunta mais enigmática, desafiadora e a única pela qual faz sentido viver.
Mesmo que não venha mais ninguém
Ficamos só eu e você
Fazemos a festa, somos do mundo
Sempre fomos bons de conversar
Pode ser o seu tamanho
Ou o jeito que você erra
No momento em que eu te ganho
Ou no barco que te leva
Pode ser o que você quer
Ou o que eu tenho pra te dar
Uma vida inteira pra viver
Ou um só segundo pra lembrar
Um dia eu vou ficar bem
Só pra te querer mais
Onde quer que eu ande bem
Domingo é pra te dar paz
"Uma medida certa de senso de humor revela sintomas de uma alma contente, assim como o riso exagerado é disfarce de uma alma doente.
Evan do Carmo
Para o poeta, a rima é uma possibilidade, não uma necessidade!
Não é poesia aquilo que a rima obriga, por linhas melódicas, mas a soma das duas essências, poeta e poesia.
Evan do Carmo
OS OPOSTOS SE ATRAEM, NÃO RARO, PELA BELEZA OU PELA INTELIGÊNCIA QUE APENAS UM POSSUI...
Evan do Carmo
A SEDE DO PORVIR
Sempre será necessário,
que o hoje se vá
e que o amanhã renasça.
Em cada pôr de sol
há uma despedida
e um sopro de esperança.
É a poesia do talvez
que mais nos fascina
e nos inspira.
Imprescindível é o partir
para que o novo nos surpreenda.
A poesia humana reside
na sede de infinitos
na dolorosa ansiedade
do porvir.
Evan do Carmo
O mundo estaria bem melhor, teria bem mais cultura, arte e poesia, se alguns bons intelectos priorizassem seu ofício e parassem de chafurdar nas latrinas ideológicas e políticas deste mundo caótico e sem conserto.
Evan do Carmo
Ecce homo
A vida sem causa
a poesia sem musíca
o assombro do caos
discussão platônica
Eis o poeta perdido
entre palavras
entre luz e escuridão
entre passado e futuro.
A musa que se perdeu
no tempo, no descuido
do afeto e da língua
no fim de tarde chuvosa.
Ecce homo, no vendaval
de retóricas, entre o mito
e o misticismo da beleza
morta, esquecida no espelho.
Evan do Carmo
O impossível é aquilo que ainda não foi idealizado pelo pensamento humano.
Assim se materializam os mitos, e das ideias de homens se criam os deuses, gênios, musas, a eternidade.
Evan do Carmo
memórias
aquele moleque travesso, avesso a cercas, à revelia dos pais, sem um vintém "varava" a estação de são miguel, e no balanço do trem, ganhava novos mundos, novos cheiros e aromas de mogi até o brás.
sabedor q 'manoel feio' fazia jus ao nome, e senhor absoluto das lagoas de 'ururai' até 'aracaré', aos treze já com responsabilidade de homem operário, em busca de salário, às cinco já estava de pé.
deixara para trás as peladas no campinho e o pega-pega, e na gaveta da memória o seu estilingue, suas bolinhas de god e o pião, distanciando-se temporariamente do cheiro cáustico e do apito da nitro, calçando um vulcabras apertado p pisar em outros chãos.
sonolento e sem poder dar no pé, aquele ainda menino, sem despertar do cochilo, sabia estar em ermelino ao sentir o cheiro de enxofre da matarazzo, dona de outra chaminé.
de 'eng. goulart', 'eng. trindade' e 'penha', a única memória afetiva e q pode fazer parte dessa resenha, é ter visto de longe e ao logo da linha o que seria o bucólico parque ecológico e o inalcançável clube esportivo da penha.
da 'carlos de campos', ja livre da busca pelo feijão e arroz, soube tempos depois que o governador de são paulo, patrono da estação, a fez quartel general na revolução de trinta e dois.
já na quarta e quinta paradas, área mais industrializada, aliás, até o brás, o cheiro o remetia à usinagem; a uma montanha de cavaco do ferro descascado, imagem que o menino não esquece jamais.
tudo mudava no tatuapé e no belém, quando o cheiro da fábrica de bolachas, e o aroma da café seleto, produtos às vezes arredios à mesa daqueles passageiros, tomava o trem por inteiro.
aos operários apenas cheiros que vão e que vêm, e aquele moleque, agora com mais idade, relembra Solano Trindade, e em noites insone ainda ouve no ranger das ferragens do trem: "tem gente com fome / tem gente com fome / tem gente com fome".
15/04/2017
A mente vulgar, como no mito da caverna, ainda é atraída e alimentada pela imagem. Percebem bem isso aqueles que escrevem. Basta uma bela figura e logo haverá milhões de moscas em volta, admirando, embriagadas com múltiplos símbolos e interpretações.
Já os textos bem elaborados com lucidez e domínio textual e temático não são lidos por mais de meia dúzia de pessoas. Quais são os temas em voga hoje na internet, no mundo virtual?
O mundo vive uma abismal crise de consciência e alienação vaidosa, todos querem ser vistos, fotografados e aplaudidos, não raro por compartilhar ideias ou fotos dos seus vizinhos virtuais.
Depois do farto banquete
onde a carne, o sangue
e vinho são recíprocos,
tenho a tua língua
amarga como
sobremesa...
na despedida..,,
Sinto que a vida passou
E ainda não vivi
Cada pessoa que amo
Se vai e leva um pouco de mim
Djanira do Carmo Lopes
Homenagem a Belchior
30 de Abril 2017
A poesia agoniza
Enquanto poetas sangram as vísceras
a desenvolver cânceres ou úlceras hemorrágicas,
em busca de sentido e de palavras relevantes,
para encontrar o tom ideal pra sua lira,
com intuito nobre de explicar
as injustiças e a estupidez dos homens,
os motivos das guerras santas e carnais.
Tentando expressar da maneira mais justa
a sua agonia, a de viver entre os mortais
tendo ainda que escutar de alguns tolos,
verborragia inútil, sinônimos de dicionários
que com frases desconexas insistem em recitar Homero
dizendo para o mundo ser Bocage...
A poesia agoniza nesta fogueira santa
de eternas vaidades!
"Para ignorar a humanidade é necessário superar o homem, se isolar do mundo para produzir algo novo e substancial...."
Ensaio sobre a loucura. Livro de 2015
NO BRASIL TUDO VIRA DISPUTA POLARIZADA.
Na Utopia de Platão, três espíritos são necessários para que ela se materialize. O Desejo, Sentimento e Pensamento, descritos como três espécies de homens.
Desejo, aquele que produz para alimentar o ventre. Sentimento, os apaixonados por ideologias, fazedores de guerras e revoluções. Pensamento, o homem que vive fora da sociedade, que não se mistura, o produtor de saberes, de arte e filosofia...
Já percebeu que as duas classes primarias são os que forjam as disputas, dominados pela paixão inferior da ignorância, estes sempre têm um lado, uma cor ou um partido?
A solidão e eu
Eu e a solidão somos um
um poema de desilusão,
solitário, a solidão e eu
somos um...
Um parto no deserto,
um náufrago em mar aberto,
eu e a solidão somos um,
um natimorto, sem mar
nem porto, a solidão e eu
somos um...
A solidão e eu somos um,
um poema de desilusão,
passageiro solitário
no abismo do desespero
eu a solidão somos um...
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