Poesias Infantil de Chico Buarque
Não faz sentido explicar o universo físico em termos de relações matemáticas e ao mesmo tempo condicionar essas relações à existência do mesmo universo, como se fossem meros fatos empíricos e não leis incondicionalmente válidas, independentes de qualquer universo. Ou as leis da razão são eternas, ou toda e qualquer explicação do que quer que seja é história da carochinha.
Eu não poderia jamais ser um filósofo universitário. Não há praticamente debate universitário de filosofia que não me pareça errado desde a base, porque não parte da 'presença total' e sim da divisão universitária das disciplinas. E estou falando das universidades sérias.
Nascemos para viver como rosas naturais com espinhos, mas somos adestrados para viver como rosas de plástico e, no final, deixarmos a vida como rosas de papel.
Felicidade é um estado de contentamento. Somos felizes a partir do momento em que valorizamos o que temos e não o que tivemos ou o que teremos.
O Brasil precisa de uma reforma ética. Se queremos uma nação governada por pessoas integras, a nação precisa ser reconhecida por sua integridade e retidão, nada disso será feito sem antes aniquilarmos com o "jeitinho brasileiro"
Nascemos com palmada no traseiro. Mais tarde, se nos portarmos conforme a sociedade deseja, tomamos tapinhas nas costas e, só ao final da existência, percebemos que passamos a vida levando na cara.
Nem todo mundo nasceu para estudar, obrigam à escola quem, o Aristóteles diria infelizes por não praticarem suas virtudes, dons e habilidades naturais. ...Cabeça de repolho não nasce para aprender: "Você pode liderar uma horta, mas você não pode fazê-la pensar." E o governo joga a culpa no horticultor pelos baixos índices intelectuais. Todo gráfico bonito é um milagre.
Se a consciência que tenho de mim mesmo — a identidade do meu “eu”– fosse um efeito da continuidade corporal, ela seria inconstante e mutável como os sucessivos estados do meu corpo, e não haveria por trás destes uma consciência constante capaz de registrar, comparar e unificar num conceito geral estável as mudanças que o meu corpo sofre. Se fosse um produto da impregnação linguística, um simulacro de identidade introjetado pelo uso repetido do nome e do pronome, como faria eu para saber que o nome pelo qual me chamam e o pronome pelo qual me designo se referem a mim? Se, por fim, fosse um resultado da abstração que por trás dos estados apreende a unidade da substância, QUEM, pergunto eu, operaria o mecanismo abstrativo? Conclusão: a identidade do meu eu é independente e transcendente em face do meu corpo, da linguagem e das operações da minha inteligência abstrativa. É uma condição prévia sem a qual não pode haver identidade corporal, nem linguagem, nem pensamento. A identidade do “eu” é a própria unidade do real que se manifesta na existência de uma substância em particular que sou eu. Nenhuma explicação causal tem o poder de reduzi-la a qualquer fator, pois é ela que unifica todos os fatores. A existência do “eu” é o inexplicável por trás de tudo o que é explicável.
Só a filosofia e a poesia podem expressar a experiência humana concreta, com a condição de que não pretendam abrangê-la e explicá-la, mas apenas designá-la para seres humanos que a vivenciam tanto quanto o filósofo e o poeta e que, tal como estes, não têm o poder de abrangê-la e explicá-la. [...] Por “poesia” entendo, no caso, “arte literária em geral”.
Xavier Zubiri demonstrou, sem erro, que “realidade” é o correlato objetivo da cognição humana enquanto tal. Todo experimento científico se dá DENTRO do campo dessa cognição e não tem como transcendê-lo. Tem, isto sim, como substituir entidades matemáticas aos objetos reais e confundir “mais exatidão” com “mais realidade”.
Seres humanos erram, seres humanos cometem coisas horríveis, seres humanos não esquecem, quando não perdoam se vingam. Eu também sou um ser humano e seres humanos se arrependem, Porém seres humanos não amam, apenas possuem interesses em comum
Se pudéssemos não trabalharíamos; uma vez que o trabalho nos faz perder o melhor da vida. Bom, talvez podemos só não encontramos um jeito a se fazer ainda
Não temos como provar que a única certeza da vida é a morte, porque nunca morremos antes para saber se a morte é a morte por si só
Se você não der uma bola para seu menino quando criança, quando crescer ele vai querer brincar de boneca
É preciso respeitar as vírgulas e considerar as pausas para não perder o fôlego antes de chegar ao ponto final.
Podei uma árvore, que estava com galhos baixos, e percebi que em pouco tempo ela ficou mais alta, com ramificações novas em sua copa. Aproveito analogamente esse exemplo para as nossas vidas. Para crescermos e evoluirmos, precisamos fazer certos sacrifícios, que envolvem muita dedicação pessoal. As dificuldades nos impelem na direção das mudanças e melhorias.
Insensível, insensato e insano é o mestre que ensina o que não pratica e só é capaz de perceber o paradoxo quando alguém o repreende.
A Bailarina sente a pulsação da alma a cada pirueta, mas assim que a pirueta se desfaz ao término do espetáculo, o grande vácuo transcende, as angustias e dores se fazem presente em si. Viver dependia do seu espetáculo, tal qual sua fome pediu pelo desejo do amar.
Nada como um dia após o outro, um drinque após um momento inoportuno, um bom livro e o aconchego da sua própria dor para te fazer enxergar suas próprias falhas.
