Poesias Faceis do Elias Jose
TOQUE
Por : José Luiz Mak.
Passas por um caminho de pedras, tentas iludir seus pensamentos, mas na verdade seu coração está clamando por carinho, paixão, fica sensível ao toque da pessoa amada, um sorriso, um abraço, mil pensamentos, vida sem amor é não ter vida, pessoas ao redor felizes, ás vezes tristes por perder um amor, mas sonhe, sonhe bem alto, peça aos anjos um amor que nunca vai se apagar, corra, fale, grite, peça a eles um amor que te fará chegar ás nuvens, chore se for preciso, mas pense nele, no amor só ele é capaz de te levar perto dos anjos tão leve quanto uma pluma, Toque o coração de um deles e verás que o amor te absorverá o coração, jogue beijos ás estrelas e receberás a luz como compensação de amar com a alma e o coração limpos......Toque em seu coração e sinta o AMOR.
TEMPO
Por: José Luiz Mak.
Tempo, palavra que assola os dias, palavra perene em nossas mentes como sementes incrustadas que nos faz acreditar que tudo passa; tempo, quase que nunca temos, que nunca observamos; tempo, implícito nos mais antigos, não revelador; ou sim; tempo, que podíamos aprender, amadurecer, mas que não o fizemos por falta de tempo; tempo que nos faz crescer; tempo, vivido e não dilapidado; ou talvez sim; tempo, de convivências, experiências e decepções; tempo, de multiplicar e deixar incólume ao próprio tempo; tempo, que as vezes nos deixa petiz e tão tênue a ponto de ficarmos inócuos ao seu próprio saber; tempo, que cresce e aumenta e nos faz suscitar esperanças de um tempo melhor; tempo, regado de trabalho, sonhos e realizações; tempo, que queima ígneo no pulsar dos dias; tempo, que nos deixa plissado e com marcas na pele; tempo, ardiloso por vê-lo passar como se fosse não querer; tempo, que arranca lembranças as vezes belas; ou não; tempo, de um passado que nos pede refúgio para não passar o próprio tempo; tempo, para amar, colher e desfrutar; tempo, tempo, tempo, já estou quase sem tempo.
UM MINUTO
Por: José Luiz Mak.
Olho para o céu vejo estrelas e luas; por um minuto de distração olho para a vida e vejo tudo passando assim como um cometa; um minuto rege uma vida; um minuto basta para sentir o cheiro da flor, sentir a transparência da água; um minuto você ama, odeia, chora, pede perdão, perdoa; um minuto por um abraço, um beijo, uma flor; um minuto pela desilusão, conquista, decepção; um minuto para que sua vida possa mudar; um minuto estamos perto, estamos longe; um minuto para ferir; um minuto para curar; um minuto para ouvir o canto dos pássaros, beijar uma flor; um minuto sente o vento, a brisa do mar, um grito no ar; um minuto para amar; um minuto para a eternidade.
DIVERSIDADE (Pessoas)
POR: José Luiz Mak
Sonhamos estar evoluídos, mas não; trânsito gigante de pessoas, pessoas que nem conhecemos, que procuram seu lugar ao Sol, pessoas que procuram sei lá o que, pessoas com suas manias, vontades e preferências, pessoas que nascem ao mundo sem sequer saber a que vieram, pessoas decididas, pessoas confusas, pessoas tristes, felizes, amáveis, as vezes amargas como fel, pessoas que não aceitam outras pessoas, que não aceitam as diferenças, que diferenças ?!?! Se somos todos iguais ! Pessoas sensíveis, justas e leais, pessoas, pessoas, gente, gente como a gente, pessoas com seus sonhos barrados por simples preconceito, discriminadas aos olhos de pessoas; pessoas cheias de amor, pessoas, pessoas, pessoas atiladas, pessoas que também sonham, pessoas vindas do ventre que continuam sendo pessoas, pessoas homofóbicas, pessoas que nem sabem que também são pessoas, pessoas que são todas iguais nas diferenças, pessoas reprimidas, pessoas que reprimem, pessoas sofrendo violências por humanos, por pessoas, pois rouba a energia plena da vida que é a sexualidade, pessoas não respeitando sua subjetividade, pessoas que sente, vê, pensa à respeito sobre algo e que não segue um padrão, sonhamos estar evoluídos, sonhamos que pessoas entendam que pessoas são pessoas e filhos do Pai.
TRABALHADOR RURAL
Por: José Luiz Mak...
Estamos em um país onde trabalhar a vida inteira para seu sustento, ter um pedaço de terra, comprar seu próprio espaço com seu próprio suor, ser um trabalhador RURAL NATO significa estar contra tudo e contra todos do nosso governo, ROUBAR é apalavra de ordem, Roubar é proteção, Roubar é ter um futuro para quem nem mesmo arou um grão de areia !
Aplausos de pé para o nossos trabalhadores Rurais, Colonos e donos de terras que levaram anos para construir um patrimônio com seu pés inchados, mãos marcadas pelos espinhos, mãos molhadas pelo suor do seu rosto, gente que serve gente com sua produção, as vezes pequenas e sofridas, gestos ou palavras jogadas ás terras aradas, lembranças de um tempo vivido, mãos e rostos a calcinar no tempo ao rogar-te alegria e suplicar felicidade, simples aquele do campo, onde aguarda o milagre da colheita, onde aguarda o pedaço de pão, sem tempo para lastimar a perda de uma safra inteira, amanhã prontos para dar-se à recuperação da terra, com lágrimas nos olhos, empunhando a enxada e sangue nas veias, louvamos ao trabalhador rural recuperado de uma ilusão convertida em desconforto, acolhendo em seu seio o filho gerado, dando-lhe esperanças,
trabalho divino e açoitado pelo tempo, mãos empoladas pelo trabalho e limpas pela dignidade de ser simples.
MÃE " II "
POR: José Luiz Mak.
Maio mes com ¨M¨ de Mães, ¨M¨ de Maria Mãe de Jesus, mes suave como a pluma, onde todas as pessoas ficam Mais sensíveis, Mais românticas e Mais Saudosas. Os sentimentos afloram, saudades dos que já não tem mais, orgulho de quem a ama e pode exibi-la; Mãe, palavra fácil de pronunciar, pequenina e tão gigante, palavra que nos faz sorrir, que nos faz aprender; um Amor Natural, Sincero e Eterno; é a razão e o motivo de Felicidade; é saber que todos os dias está orando por mim; Mãe, estar em teus braços, ganhar teus beijos, é tudo em nossas vidas; Mãe tranforma lágrimas em sorrisos, ama mais que é amada, é melodia, é música que alegra a vida; é reverenciada em todo o planeta, é aclamada a cada gesto, a cada palavra; Mãe, és a maior obra de Deus, um cristal inquebrável, é a mais perfumada de todas as flores, a mais alegre de todas as manhãs, mais guerreira que um cavaleiro, és o arco iris que risca a vida, és o elo eterno, és a mão de Deus em meu coração, Mãe, és eterna.
ESPERO
POR José Luiz Mak.
Sinto sua falta
Sinto medo
Sinto calafrio
Preciso expor essa minha vontade
Preciso pegar em tuas mãos
Preciso tocar seus lábios
Preciso me embriagar de ti
Há sombras entre nós
Há medo
Há incertezas
Há fuga
Espero um toque suave
Espero um sussurro no ouvido
Espero, espero, espero
QUARTO ESCURO
POR: José Luiz Mak.
As palavras do poeta correram em minhas veias como um sopro sonoro.
Fizeram os Espíritos estremecerem; evocaram minh´alma, que ainda
Flutua incerta no éter infinito da poesia e do romantismo
Restos de vida, palavras ao vento, amores calados , abraço como acalento
Te espero em um quarto escuro e sem vida
Abro as janelas do pecado, insinuar o prazer, esperar um suspiro
Um sim que fará o mais frio dos frios sentimentos arder
Sentimentos que caem dos meus olhos e escorrem na alma
Brilho acentuado em meu olhar ao te ver passar
Mexe delicadamente com minha essência
deixando balbúrdia em minha mente
Tua silueta muda meu rumo tira a seriedade da vida
Meus pensamentos que dormiam tranqüilos florescem
Luxuoso aroma de perfume invade meus pulmões
Falta de ar e suspiro profundo deixando calada minha voz
Aperto profundo em meu coração e chagas em minh´alma
Não sabes a dimensão da dor que poderia cessar com um toque em seus lábios
Não sabes a imensidão da luz que permanecerá em meu caminho.
Sorria, José!
Manhã de sol, José acabara de acordar
Segue até a cozinha, como de costume
Prepara teu café quentinho, e no sofá vai se sentar
Lareira, livro bom, o objetivo é relaxar.
Os raios de sol iluminam tua casa
José vive no campo, nada irá te incomodar,
o vento, a calmaria, José feliz está
Aproveite José, este é o teu lar.
Agora é o luar, deitado na grama
observa o céu e as estrelas,
no silêncio da noite, outro café
solitário, apaixonado, sorria José!
Élcio José Martins
A INTERROGAÇÃO DA CURVA
O que tem depois da curva?
Pode ser o monstro que uiva,
Ou o santo que cuida.
É São Cristóvão que ajuda.
A interrogação persiste,
No medo que existe.
Não tem regra nem palpite,
E nem Lei que eu acredite.
O que tem de lá,
Não pode ser o que tem de cá.
De cá é o que conheço,
De lá virá o que mereço.
Rezo a reza, rezo o terço,
Vida longa que eu mereço.
Tempo de ida e recomeço,
Vejo a curva pelo avesso.
Interrogo o tempo,
Interrogo o maestro do tempo.
Perco a hora, perco o tempo,
Faço contas, quero mais tempo.
Curva leve a acentuada,
Com descida e encruzilhada.
Estrada da vida transitada,
Pelo amor e a intolerância malvada.
Pequenos automóveis na estrada,
Cruzam carretas desgovernadas.
Estradas esburacadas,
Ceifam vidas estruturadas.
Vem o medo e some o riso,
Irresponsabilidade sem juízo.
Na placa tem o aviso,
Seu freio é seu paraíso.
Mas na curva da ilusão,
Tem caminho e direção.
Afoga as mágoas da emoção,
Tem o amor que acelera o coração.
O câmbio que muda a idade,
Troca marchas de sonhos e saudades.
Quinta marcha dos Casebres de bondade,
Pede a ré os rincões da falsidade.
Mas tem a curva da fé,
Homens justos ficam de pé.
Foi Maria e foi José na manjedoura de sapé,
Que deu ao universo Jesus de Nazaré.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
O DESCARTE DE UMA VIDA
Nasceu na fazenda Descarte.
Seus avós moraram lá.
Seus pais da Europa pra cá,
Sua esposa também se instalou lá.
Na lida do campo foi campeão,
Cultivou o alimento do patrão.
Café, cana, arroz, feijão,
Tudo teve seu amor e os calos de sua mão.
Madrugada, já estava na lida,
O orvalho molhava sua pele cuspida.
Suor e lágrimas vendidas,
Pra levar o pão à família construída.
O trabalho era pesado,
Anos e anos de um tempo apagado.
Por certo tempo ainda teve respaldo,
Valeu da força e seu suor sagrado.
Mas nem tudo é permanente,
Sol nascente e sol poente,
Sorriso sorridente,
E lágrimas descontentes.
Como um animal para o descarte,
Que o tempo apagou sem arte.
Na fileira para o abate,
Triste espera de quem o remate.
Aposentadoria de pobre,
Apesar do tempo nobre.
Vê na família o desamparo,
O máximo que pode é um três no baralho.
A demissão cortou na carne,
Perdeu a classe pelo desarme.
A tristeza nas linhas da idade,
Vê no retrovisor os rastros de maldade.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
A INCENSATEZ DO NADA
A vida atribulada,
Meio atrapalhada,
Mesmo toda governada,
Fica algo pra outra jornada.
Pra tudo falta um fim,
Tiro de festim,
Lâmpada de Aladim,
Aspirante com espadim.
Tempero sem sal,
Ego do bem e de mal.
Escada em espiral,
Lapso temporal.
Cheiro de relva seca,
Cozinha sem receita,
Febre de maleita,
À espera da colheita.
Juízo sem juízo,
Lábios, boca e sorriso,
Jardins do paraíso,
Lágrimas de sobre aviso.
Busca de algo, será o quê?
Sem resposta, qual o porquê?
Mas tudo teima em querer,
Quer um novo caminho a percorrer.
Poeira levantada,
Berros da manada,
Camisa suada,
Pedras na calçada.
Porta estreita e selada,
Desvios de encruzilhadas,
Doutrinas empilhadas,
Vestes esfarrapadas.
Honestidades descarrilhadas,
Nádegas sem palmadas,
Cócegas de risadas,
Mandatários de privadas.
O brio sem brilho,
Egos afiados no esmerilho,
Dedos firmes no gatilho,
Pátria mãe perdeu seu filho.
Águas turvas da incerteza,
Contar notas com destreza,
Cueca perdeu nobreza,
Virou baú da esperteza.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
O BOM ENCONTRO
O que seria um bom encontro,
No meio de tantos desencontros?
Tens que achar o eixo e o ponto,
De agregar tantos e tontos.
O bom encontro pede cautela,
Pede portas e janelas.
Pede cores em aquarelas,
Pede a leveza e a sapiência de Mandela.
O bom encontro é saboroso,
Tempero de um papo gostoso.
Gesto de homem generoso,
Gosto de sabor garboso.
O bom encontro é paciência,
Pede ao raivoso a sua ausência.
Pede decoro e decência,
Dispersa discursos verborrágicos sem eloquência.
O bom encontro nutre de grandeza,
Alimenta o amor na sobremesa.
Rega as flores de beleza,
Jorra fruídos, incensos de gentilezas.
O bom encontro não reclama,
É o esmero no vestir da Dama.
É o gentleman de ternura,
O cavalheiro da postura.
Para ter um bom encontro,
Exige-se estar pronto.
Afasta-te a taça do espanto,
Erga alto o troféu do doce encanto.
Se esta mal ou triste, fique em casa,
Mesmo que queime em brasa.
Treine a arte da conquista,
Faça de sua conduta o poder do alquimista.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
O TEMPLO DO TEMPO
O templo edificado,
De luta e suor sagrado,
Extirpa nódoas do passado,
Do teatro representado.
A vida que descerra,
A bandeira branca na terra,
Corta o verde da serra,
De sangue vermelho encerra.
No teatro da ilusão,
Faz poesia o coração.
Encanto d’alma sem razão,
Do cárcere sem prisão.
Julga o júbilo ao avesso,
Sem nome e endereço.
Rasga seda de adereços,
Das vindas e recomeços.
A lua da madrugada,
Rítmica e desvairada,
De holofotes e camaradas,
Das fronteiras desarmadas.
Na construção do saber,
Reluz um amanhecer.
Anoitece no escurecer,
Vislumbra o conhecer.
Do pecado consumado,
Do delírio rebuscado,
Encanta a alma do famigerado,
Brinda o brado redobrado.
Chora o peito magoado,
Do sentimento esmagado.
Das promessas do passado,
Aspas fechadas do cérebro brindado.
Vem do sol a esperança,
Do seu brilho a confiança,
Do seu calor a temperança,
De sua beleza a perseverança.
Contrasta força e educação,
Dá namoro solução e precisão.
Enlace de poder e decisão,
Lua de mel pedem os filhos da nação.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
LIBERDADE! LIBERDADE! LIBERDADE!
Quero uma
Quero a Liberdade de escolha,
Quero a escolha da liberdade.
Não quero a régua da obrigatoriedade,
Por aqueles que se dizem os donos da verdade.
Quero que me ensinem a ler,
Mas nunca o que devo ler.
Quero que me ensine ser,
Mas nunca me dizer o que fazer.
Quero sapatos com laços,
Sempre andar com meus passos.
Na escola quero conhecimento,
Ideologia cabe ao meu discernimento.
Quero livros que separem o bem do mal,
Acender vela com a proteção do castiçal.
Aprender bem a lição,
Comer meu pão com o poder da minha mão.
Poder comprar e produzir,
E ter coragem pra fazer.
Ter saúde pra comer,
Sempre ter por merecer.
Não quero troca de favores interesseiros,
No bonde da história, viajantes e passageiros.
Andar no vagão de preferência,
Ser educado e a Deus pedir licença.
Respeitar hierarquias,
Abominar deboches e anarquias.
Leis que protegem o coletivo,
Rechaçar o poder mais abusivo.
Que o País vire Nação,
Acabe com o poder da corrupção.
Prenda os larápios de ocasião,
Elimine o político enganação.
Liberdade quero como vizinha,
Como o cardápio do chef de cozinha.
Faces rubras e felizes,
Erros apenas por deslizes.
Chico disse que amanhã vai ser outro dia,
No verso codificado escondeu o que pretendia.
Quem manda quer o direito da partilha,
Fechou em submarino e lacrou a escotilha.
Aprender falar,
Mas não o que falar.
Aprender andar,
Mas não pra que lado andar.
Quero infância sadia,
Ao lado da mãe, do pai e da tia.
Quero o direito da família decidir,
Quais os caminhos deve o filho seguir.
Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Sem discurso barato e muita sinceridade.
Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Dançando cidadania e plantando dignidade.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
AUSÊNCIA
O distraído tropeçou,
No lapso da consciência.
Sentiu a dor da ausência,
Da total inexistência.
A apartação do distanciamento,
Foi escasso desaparecimento.
Do sumiço privativo,
Pede a carência o curativo.
A exiguidade do tempo,
Desse seu alheamento,
Fez da vida esquecimento,
Do apertado apartamento.
Esse mundo de apartação,
Unido na separação,
Traz no bojo privação,
Paz e amor, abstração.
Absentismo da carência,
Foge do raio a coerência.
Na exiguidade do tempo,
Trouxe ao indivíduo o esquecimento.
O distraído tropeçou,
No lapso da consciência.
Sentiu a dor da ausência,
Da total inexistência.
A escassez do nada,
Faz o caminho da manada.
Chama os seus de camarada,
Tenda e lona, sua morada.
O distraído tropeçou,
No lapso da consciência.
Sentiu a dor da ausência,
Da total inexistência.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
POEMA DE AMOR
Fazer poema sem falar de amor,
É como a praia nos dias sem calor.
Falar de amor cura no ser a dor,
Eleva a alma e destempera o rancor.
No jardim do amor,
Rega com perfume à flor.
Inspira o compositor,
Traz luz e magia ao cantor.
O amor é razão de tudo,
É luva de veludo,
É a cura do homem bruto,
É a árvore que dá bom fruto.
Sem amor não sei viver,
Melhor seria morrer.
É plantio pra ter o que colher,
É ternura em cada amanhecer.
Nasci sem pedir e sem querer,
Vim do céu ou da noite de bem-querer.
Beijo a lua ao anoitecer
Espero o sol em cada amanhecer.
Sou luz na escuridão da dor,
Sou afeto no parto encantador.
Sou a voz do animador,
Sou o caminho na construção do amor.
Na conquista sou jogador,
Faço cantigas, sou cantador.
Faço meu mundo velejador,
Trago ao meu lado meu grande amor.
No palco do desamor,
Não tem aplauso nem ouvidor.
Quem navega no mar do amor,
Vive a vida com bom humor.
É mais feliz quem ama,
Na sala, na cozinha ou na cama.
Cabeça erguida nunca reclama,
Colhe o lírio que sai da lama.
Sem amor o mundo pira,
Rasga o pano e solta a tira.
É o ato de amar que me inspira,
Se o amor é brega, sou caipira.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
UM OLHAR PRA DENTRO
De agora em diante olhe pra dentro.
Olhe bem lá dentro,
Enxergue que existe sentimento,
Não aumente o desalento.
Use a bússola do encantamento.
Faça uso do GPS do contentamento.
Radiografe sentimentos e
Ultrassonografias de ressentimentos.
O esforço da convivência que cada um trás,
Esconde do outro a tristeza fugaz.
O julgamento atroz,
Contempla a fúria do algoz.
Olhar pra dentro da gente,
Esquece o alheio de repente.
Frustra a alma contente,
Joga soda na aguardente.
Cada qual com seu problema,
Cada um com seu dilema.
Julgar faz a alma pequena,
Agiganta-se quem recebeu a pena.
As pedras nos caminhos e
Os espinhos das jornadas,
São gotas de roda moinhos,
Das lutas desesperadas.
A pena recebida no limiar da vida,
É pesada e às vezes atrevida.
Os desvios são raros e dolorosos,
Só se salvam os dons mais amorosos.
É preciso aprender a compreender,
Aceitar que deslizes vão acontecer.
Nem severo, muito menos masoquista,
Aceitar que é mais um na grande lista.
Respeitar a igualdade e a lealdade,
Rejubila a dignidade e a felicidade.
Condena-te de seus atos de maldade,
Encarcera os ditames da vaidade.
Construa alicerces de humildade,
Faça laços com os tecidos da caridade.
Busque afeto e o sustento da amizade,
Veja em Cristo o que é ter simplicidade.
Élcio José Martins
Élcio José Martins
MINHA RAINHA
Abraçá-la-ei com a ternura de meu abraço,
Beijarei seu retrato na pintura de Picasso.
Confortá-la-ei na candura de meus braços,
Amá-la-ei no orvalho do terraço.
Farei de ti moldura na parede,
Pintá-la-ei de azul e verde,
Repousá-la-ei no trançar da rede.
Temperá-la-ei com mel e azeite verde.
Costurá-la-ei com linho raro,
Dar-te-ei o zap do baralho,
Fechá-la-ei em copas e ouro,
Presenteá-la-ei com a ilha do tesouro.
Dar-te ei a estrela mais brilhante,
Ofuscarei a lua dos amantes,
Enfeitá-la-ei com pérolas e diamantes,
Exibirás com o seu charme provocante.
Farei conhecê-la o mundo inteiro,
Dar-te-ei a tranquilidade dos mistérios do mosteiro.
Dar-te-ei o luxo dos palácios de reis e rainhas,
Escolherei as estrelas mais belas como madrinhas,
Enfim,
Pedirei ao céu
Para cobri-la com o seu véu,
Élcio José Martins