Poesias do Lord Byron

Cerca de 18 poesias do Lord Byron

Há um prazer nas florestas desconhecidas;
Um entusiasmo na costa solitária;
Uma sociedade onde ninguém penetra;
Pelo mar profundo e música em seu rugir;
Amo não menos o homem, mas mais a natureza...

Lord Byron
BYRON, L., "Childe Harold's pilgrimage: A Romaunt", Charles Griffin, 1826

Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio

Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie e terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus.

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as fontes geram tal tristeza
Através da existência-curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.

Existe prazer nas matas densas.
Existe êxtase na costa deserta.
Existe convivência sem que haja intromissão no mar profundo e música em seu ruído.
Ao homem não amo pouco, porém muito a natureza.

Lord Byron
BYRON, L., "Childe Harold's pilgrimage: A Romaunt", Charles Griffin, 1826

Sabemos tão pouco do que estamos a fazer neste mundo, que eu me pergunto a mim próprio se a própria dúvida não está em dúvida.

Lord Byron
BYRON, L. "Don Juan", M. Thomas, 1819

Quando conquistou tudo o que todos querem cortejar, a pobre recompensa não vale os custos: juventude desperdiçada, alma aviltada, honra perdida, são os teus frutos, ó paixão triunfante!

Lord Byron
BYRON, L., "Childe Harold's pilgrimage: A Romaunt", Charles Griffin, 1826

Não falo, não suspiro, não escrevo seu nome. Mas a lágrima que agora queima a minha face me força a fazê-lo.

A dor é dona da sabedoria e o saber amargo. Aqueles que mais sabem, mais profundamente sofrem com a verdade fatal.

Aqueles que se recusam a serem chamados à razão, são intolerantes; aqueles que não conseguem, são idiotas; e aqueles que não ousam, são escravos.

Lord Byron
BYRON, L., "Childe Harold's pilgrimage: A Romaunt", Charles Griffin, 1826

Não vivo em mim; torno-me parte daquilo que me rodeia. As montanhas ferem-me a sensibilidade, ao passo que a bulha das cidades humanas só me tortura.

A morte, assim chamada, é algo que faz os homens lamentarem: e ainda assim um terço da vida é passado no sono.

Lord Byron
BYRON, L. "Don Juan", M. Thomas, 1819

Toda a História humana atesta, que a felicidade para o Homem - o insaciável pecador! - desde que Eva comeu a maçã, depende em grande parte do jantar.

Para todos os ofícios, exceto o de censor, é indispensável uma aprendizagem: os críticos fazem-se antecipadamente.

Orgulho! desce os olhos dos céus sobre ti mesmo, e vê como os nomes mais poderosos vão se refugiar numa canção.

Toda a história humana prova que desde o dia em que Eva comeu a maçã, a felicidade do faminto homem pecador depende em grande parte do almoço.

Ela caminha em formosura, noite que anda
num céu sem nuvens e de estrêlas palpitante,
e o que há de bom em treva ou resplendor
se encontra em seu olhar e em seu semblante:
ela amadureceu à luz tão branda
que o Céu denega ao dia em seu fulgor.
Uma sombra de mais, em raio que faltasse,
teriam diminuído a graça indefinível
que em suas tranças côr de corvo ondeia
ou meigamente lhe ilumina a face:
e nesse rosto mostra, qualquer doce idéia,
como é puro seu lar, como é aprazível.
Nessas feições tão cheias de serenidade,
nesses traços tão calmos e eloquentes,
o sorriso que vence e a tez que se enrubesce
dizem apenas de um passado de bondade:
de uma alma cuja paz com todos transparece,
de um coração de amôres inocentes.

Os homens, afinal, vieram me libertar;
Não perguntei por quê, nem quis saber onde;
Enfim, para mim, era tudo a mesma coisa,
Agrilhoado ou livre, igualmente,
Eu aprendera a amar a desesperança

Lord Byron

Nota: Trecho do poema "O prisioneiro de Chillon"

A vida é uma estrela que resplandece no horizonte, no limite de dois mundos, entre a noite e a aurora. Quão pouco sabemos o que somos! Ainda menos sabemos o que vamos ser.

Não amei o mundo, nem ele a mim;
Não bajulei seu ar vicioso, nem dobrei
Aos seus idólatras o joelho do sim.
Meu rosto não abriu risos ao rei
Nem repetiu ecos; a turba, eu sei,
Não me inclui entre os seus. Vivi ao lado
Deles, porém sem ser da sua grei;
E à mortalha da sua mente atado
Estaria se não me houvesse precatado.