Poesias do Leonardo da Vinci

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SONETO

A PONTE DA SAUDADE

Havia uma ponte sobre um rio,
Um rio que cortava uma cidade
A carne que gemia, um calafrio
Na ânsia de sentir uma saudade.

A ponte de tão frágil, caiu na` água
Só mágoa, num suspiro se afogou
Agora se travessa o rio a nado
Corrente dos desejos se quebrou.

As almas traspassadas em dores cruciantes
o rio e a cidade afastados hoje choram
a sorte esquecida, da ponte e dos amantes.

Mas a ponte da esperança não tem chão
na mente dos amantes que se encontram
distante da cidade do desejo e da ilusão.

Inserida por EvandoCarmo

Soneto do amigo

Um velho que me diz verdades duras
em horas que não desejo ouvir
como um pai ou uma mãe a me pedir
cautela, para olhar além das amarguras

Às vezes tão distante e tão presente
contar com uma amigo é ter certeza
da voz que exala brandura e madureza
a infundir coragem, a nos tornar contente.

Alguém fiel, mas imperfeito como nós
humano e errante, mas leal e constante
um amigo antigo desata os nossos nós

Feliz é quem encontrou um grande amor
se a sorte não nos valeu neste sentido
pelo menos nos conceda um amigo de valor

Evan do Carmo 02/04/2018

Para todos os meus amigos, declarados e anônimos

Inserida por EvandoCarmo

"Seja satisfeito com o que tem,
se o que tens foi resultado
de uma busca frenética
durante toda tua vida...

Contudo, se não for isso,
continuas a procurar
um pouco além da superfície
dos teus desejos..."

Inserida por EvandoCarmo

"Se a beleza te escraviza,
foste eleito pela musa,
para ser deus e poeta...

Se a inteligência criativa
te escraviza, és um deus ou um artista,
que a vida dos pobres mortais suaviza...."

Inserida por EvandoCarmo

"O que nos torna especiais,
entre os outros bichos,
não é o raciocínio,
é a luta de ego."

Inserida por EvandoCarmo

SONETO DO RISO HUMANO

A angústia Sartriana, tristeza do primata
espinho que maltrata a alma com terror
quicá fosse alegria, espasmos de amor
o riso é inumano, ilusão da vida ingrata.

Da vida idealizada, da paz tão almejada
De medos, incertezas, daquilo que queremos
de tudo que sonhamos, até do que vivemos
o riso é um disfarce, uma máscara condenada.

A nos questionar se somos gente ou animal
o riso humano revela o que tentamos esconder
práticas inconfessáveis, ora de bem ora de mal.

Onde mora a dor, o choro espera o riso
tudo o que fazemos, queremos um motivo
o homem sonha a vida, a morte o paraíso.

Evan do Carmo 07/04/2018

Inserida por EvandoCarmo

"Respeito
é sempre bom
para quem faz
arte e poesia,
com beleza,
sapiência
e sentido..."

Inserida por EvandoCarmo

"Tudo é caos, desespero e abismo,
par a alma que habita em profunda escuridão,
presa no grilhão do egoismo."

Inserida por EvandoCarmo

Estou cansado da convivência
com humanos estúpidos e violentos,
aguardo o fim do meu trabalho compulsório,
anseio o dia em que voltarei para minha casa
de longa direção.

Inserida por EvandoCarmo

Meu pai

Cresci admirando um homem
Que saía de manhã e voltava à noite
Ao sair, beijava minha mãe e eu
Ao regressar, beijava a mim e a aminha mãe.

Cresci observando um homem
Que tinha mais virtudes que defeitos
Um trabalhador incansável
Um modelo quase perfeito
Aprendi com este homem
Uma lição que jamais esqueci.

Este homem ainda está comigo,
Habita dentro de mim.

Cresci.... Agora sou eu quem sai
De manhã e volta à noite
Ao sair, beijo minha mulher
Ao regressar, à noite, beijo meu filho.

Me acostumei com a imagem de um homem
Entrando e saindo da minha casa
Mas que nunca saiu da minha vida.

Evan do Carmo, do livro, o Cadafalso, 2009

Inserida por EvandoCarmo

"Ando numa fase complicada da minha vida, cada dia se torna mais difícil, praticamente impossível conciliar a minha liberdade de expressão com a licença poética, e com a convivência em sociedade. Não raro escrevo o que não devia falar, ou falo o que não devia escrever... O ermitão em mim se revela agora com mais força moral do que antes, diferente de outrora, quando o homem social o ignorava em nome de uma boa reputação.

Então vez por outra me vem, instintivamente o isolamento de ideias, uma vez que não me possível o isolamento pleno e definitivo, desta forma preciso escrever, como que em um livro proibido, aquilo que evito dizer em público, ou escrever de modo corriqueiro, como fazem as pessoas para revelar seu espírito e seu tom de humor diário...."

Inserida por EvandoCarmo

Meu bem, você pra mim é privilégio
Sorte grande de uma vez na vida
Minha chance de ter alegria
Não importa quando, como, onde
Somos o nosso próprio rei

Banda do Mar

Nota: Mallu Magalhães

Inserida por droplets

⁠HELENO

(poema para meu pai)

Não sei se o tempo te levou
ou apenas te escondeu —
num canto do corpo,
num gesto meu.

Tinhas mãos de lavra e mundo,
silêncio denso, olhar profundo,
e uma coragem que não gritava,
mas era chão.
Era chão.

Morreste cedo demais pra mim,
mas deixaste cedo o bastante
pra nunca morrer de todo.
Ficou teu modo de erguer o rosto,
de não baixar os olhos ao medo,
de fazer do pouco
um gesto inteiro.

Tu não sabias de poesia —
mas tinhas verso nos ombros,
rima nos passos,
e um segredo de eternidade
no modo exato de calar.

E eu, que fiquei menino,
fiz da tua ausência
meu templo.

Aprendi a te lembrar
sem fotografia,
a te honrar sem retrato,
a te ouvir
sem som.

Heleno:
nome de força quieta,
de alma que não se despede.
Tu foste antes que eu soubesse
quem eu era —
mas hoje,
tudo em mim te repete

Inserida por EvandoCarmo

⁠Tael fita o céu

Escrevo coisas sérias.
Assuntos profundos.
Negando a metafísica —
enquanto Tael, meu gato,
fita o céu pela janela.

De cima da cama onde me sento,
ele me observa, vez ou outra,
com aquele olhar entre o espanto e o escárnio.
Tenho a impressão de que zomba de mim.
Seu silêncio parece conter uma sabedoria que me falta.

Olha as estrelas com um assombro calmo,
como quem já conhece os segredos que eu jamais saberei.
E quando me encara,
sinto uma tristeza piedosa naquele olhar felino,
uma espécie de compaixão muda,
como se dissesse:
"Tu ainda buscas o que não se encontra."

Tael está pleno.
Sem desejos.
Sem ansiedade.
Sem angústia pelo tempo ou pela eternidade.

E eu aqui —
racional, pensante, errante —
buscando uma resposta invisível que não existe.

O que tenho de superior a ele, talvez,
seja apenas essa razão
que pergunta se a razão é necessária.

Inserida por EvandoCarmo


Ser


Uma sincera compreensão por tudo o que possa vir causar aborrecimento, pode amenizar a angústia e a desilusão do não poder dar uma solução... basta você saber SER, saber sentir, saber entrar e saber a hora de sair. Calar, quando o mundo estiver gritando, e falar somente quando não mais estiver aguentando a pressão, é preciso compreender o que está ao a redor, é preciso aprender a ser um ser, só.

Inserida por liduinadonascimento2

Separadamente


É chegada a sua vez, seja feliz, agora a minha vez, tentarei ser, tempo de viver o que nos resta... que haja também, tempo para respeitarmos todos os horizontes e nossos limites mutamente... embora as nossas vidas, sigam juntas, mas separadamente, com os nossos medos, com as nossas tímidas vontades de reaprender à voar, as nossas almas à nos conduzir pelos caminhos da poesia, fazem a festa, indefinidamente.




Inserida por liduinadonascimento2



Amor platônico



Terreno abandonado,
espaço baldio.

Dia amanhecido
casa abandonada
alma desolada.

Amar sozinho,
coração estarrecido.

Telhado cantante
amor de ilusão, paixão
de estudante.

Passarinhos soltos,
lua nova, deslumbrante.

A solidão aumentando
a paz vai acabando...

Olhos tristes, repletos
de sonhos vazios.

Desejos perdidos,
largados num terreno
da alma,
totalmente esquecidos.

Inserida por liduinadonascimento2


SILÊNCIO CORTANTE



O que dizer às lágrimas
ligeiras, escorrendo feito rio incontrolável...
será que adianta? Se por onde passa, só assiste
um terreno abandonado, um espaço baldio.
Amor platônico é um dia amanhecido,
sem réstia de sol, numa casa feia, abandonada,
com as janelas fechadas, sem circular a ventania,
de folhagem seca, roçando o telhado, ferindo
sem dó, a alma desconsolada.
Amar sem ter amor, coração estarrecido,
confusão de gatos gritando... rasgando a noite,
confortando um silêncio cortante, asas doloridas,
quebradas, de invernos, são os pássaros da ilusão,
eterna adolescente, cegueira sem cor é a paixão.
Sonhos não passam de passarinhos soltos,
fantasiando sempre alcançar a lua deslumbrante...
com olhos de sonhos vazios, mas repletos de amor,
fitando o céu sem amor, vida de solidão aumentando,
a paz aos poucos se acabando... perdida, terreno
abandonado e esquecido, é uma alma sem amor.

Autora: Liduina do Nascimento

Inserida por liduinadonascimento2


Uma pedra


A janela do tempo chamou
a atenção da vida...
que aos poucos estava indo.
À beira do riacho, pensativa,
queria dizer qualquer coisa,
contar
que a menina que havia,
e que corria depois pelos caminhos,
sorrindo, quando as flores azuis
pequeninas colhia...
e as amava,
elas lhe causava estranha alegria,
porém a menina, não estava mais.
A descoberta aconteceu
no descer as escadas da casa,
no topo da serra, por onde
destemida atravessava o riacho,
envolvia-se com o barulho
das fontes, incessante feito
os pensamentos que ferviam.
De fundo, o verde.
Inconfundível, chamando,
cantava o sabiá-laranjeira...
ela escutava,
entre outros cantos.
De volta à realidade,
sentia a brisa
refrescante, sob o sol brando.
Pés de caminho livre, pedras variadas
de cores, algumas delas
escorregadias por força do limo.
Um sonho fugindo,
sequer aparecia.
O encanto era só da natureza,
e não da sua alma,
por dentro morriam as fantasias.
Precisava voltar para um lugar
que já não era refúgio,
enfrentaria o evidente agora!
Sem lágrimas ou desgostos,
sem desejos de nada mais percorrer...
De nada mais precisava e,
sem pedras nas mãos, delas
apenas uma, e precisava,
para pôr no lugar do coração,
aos poucos estava à morrer.

Inserida por liduinadonascimento2

⁠Passarinhos

O meu olhar que neles se prende,
sem qualquer pressa,
enquanto eles voam... e cantam,
livres, lindos e inocentes, embalam
o meu existir...
nem sabem de mim, se soubessem
mais e mais sei me cantariam, e
não sabem o quanto me encantam.
Passarinhos,
que tanto amo! Foi sempre assim.
Mais que poesia, de sonho delicado,
passarinhos... dá força à vida!
Não é pelas cores de suas asas,
ou pelo seu canto animador,
talvez, suas agilidades e leveza.
Nada de mais lindo há na natureza.
É a sua própria existência, pousar
de leve, trazendo demasiado jeito
de me fazer sonhar,
atração de alma, esse amor por
passarinhos soltos pelos ares,
que junto me faz flutuar!
Não é só pelas suas cores, não é
por vontade de tê-los, jamais
querer prendê-los, a não ser pelo
meu olhar que os segue, e voa
em suas asinhas aos ventos, ouve
os seus cantos, gritos, sem se cansar.
Dando movimento à minha vida,
e as suas vidas, me traz um mais que doce
inspirar.

Inserida por liduinadonascimento2

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