Poesias do Leonardo da Vinci

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⁠ Idade Mídia

Vivemos a era da conexão plena e da desconexão absoluta. Nunca estivemos tão juntos em redes e tão apartados em ideias. Nunca se falou tanto e se pensou tão pouco. A esse fenômeno contemporâneo, poderíamos chamar de “Idade Mídia” — um tempo em que a opinião ganhou status de argumento, e a ignorância, muitas curtidas.

A figura do homo idiota — não no sentido ofensivo, mas etimológico, grego, do sujeito que se abstinha da vida pública e refugiava-se no particular — retorna com força. No período helenístico, esse era o cidadão que ignorava o debate político e voltava-se apenas à sua esfera privada. Mas havia, ao menos, o silêncio. Hoje, o homo idiota não apenas opina: ele grita, compartilha, cancela, vocifera. Tem o direito à fala, mesmo sem o menor interesse pela escuta.

Não se trata de um ataque à democracia — longe disso. A liberdade de expressão é o alicerce de uma sociedade plural. O problema não está na liberdade, mas no esvaziamento do conteúdo. Falamos muito, mas dizemos pouco. Informados por manchetes, formamos certezas antes mesmo de compreender as perguntas.

Seguimos, então, a passos de moonwalker — deslizando de costas, imitando movimento para frente, mas indo para trás. Temos tecnologia avançada, filtros estéticos, inteligência artificial, mas carecemos de diálogo honesto, empatia e pensamento crítico. Avançamos nas ferramentas e regredimos nos fundamentos.

A Idade Mídia é o tempo em que se troca sabedoria por performance, reflexão por lacração, silêncio por barulho. E, assim, com a ilusão de progresso, dançamos rumo à mais elegante das involuções.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Estrelas que me lembram

Trago no sangue o ferro
que já foi coração de planeta.
E há, na minha espinha,
o cansaço milenar das galáxias.

Não nasci hoje.
Nasci quando Deus ainda aprendia
a escrever luz nos espaços.

Sou poeira antiga,
com nome recente.
Memória estelar em movimento —
não de um astro,
mas do instante em que o amor
acendeu o primeiro fogo.

O imediato me fere,
como quem tenta cortar o infinito
com o fio cego da pressa.
Há milênios dentro de mim.

Olho o eterno
porque só ele me reconhece.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠O Primeiro Ritmo

O coração é o primeiro.
Não a pele que nos defende,
não o rosto que nos denuncia,
não a ideia que nos inventa.

Antes de tudo, um músculo.
Trêmulo.
Errado de tão certo.
Bate.
Sem saber se há alguém ouvindo.

Lá no escuro,
onde o mundo ainda é silêncio,
ele se apressa em existir.
Compasso clandestino,
riscando o nada com vontade.

O coração começa sem ter endereço.
Sem saber se será aceito,
se haverá colo,
ou ao menos tempo.

Ele bate.
No vazio.
Como quem chama por um nome
que ainda não foi escolhido.

Descobri isso tarde.
Como se costuma descobrir o amor.

Antes do pensamento,
há o susto.
Há o sentimento nu,
sem dicionário,
sem licença.

Descartes quis começar pela razão.
Mas a razão já é medo.
Já é contenção.
Já é tarde demais.

Antes de sermos gente,
somos urgência.
Ritmo.
Vergonha de termos vindo sem convite.

Inserida por Epifaniasurbanas

"O amor incondicional e imensurável de Deus por nós.

Jamais entenderemos o amor de Deus por nós, pois ele excede o nosso entendimento e é perfeito em todos os seus caminhos. Esse amor nos constrange e nos consola em meio às nossas crises interiores, tristezas e dores. Somos mantidos vivos por causa dele e da manifestação da sua misericórdia, que se renova a cada amanhecer. Ele nos dá uma vívida esperança por meio de sua graça, que sempre nos abençoa e alcança."

Inserida por leonardomenin

O peso e o valor da saudade.
Não podemos mensurar a saudade que temos de tudo o que se foi ou que perdemos. É uma dor latente em nosso interior, que demonstra o sofrimento que nos comove e domina nossos sentimentos. Mas, através dela, podemos tirar as mais preciosas e valiosas lições para nossas vidas. Pois, são memórias que nos fazem refletir o quanto amadurecemos e crescemos diante das dores que passamos e que sofremos."⁠

Inserida por leonardomenin

"Deus é amor, e só quem ama permanece em Sua presença.

Quando amamos com o amor de Deus, Ele Se manifesta em nós e, através de nós, revelando todos os Seus princípios, valores e propósitos santos. Assim, compreendemos que é por meio do Seu amor, graça e bondade que permanecemos inabaláveis em santidade, integridade e retidão. Todo o amor que temos vem primeiramente Dele, sendo transmitido por meio do Espírito Santo, que, através da Sua graça, nos revela quem Ele realmente é e o verdadeiro caminho para conhecê-Lo."⁠

Inserida por leonardomenin

"Quando somos criticados, podemos usar essa crítica para crescer ou podemos nos vitimizar. Na jornada da vida, é comum sermos criticados, e isso pode nos levar a desenvolver resiliência e persistência para crescer em sabedoria e entendimento. Por outro lado, podemos nos deixar abater e menosprezar, impedindo o desenvolvimento de nossas virtudes e talentos."

Inserida por leonardomenin

Versos tecidos no silêncio

Quantas horas leva alguém para se tornar expert em um assunto?
Foram milhares as horas que dediquei ao meu silêncio.
Hoje, é a língua na qual possuo maior fluência.

Aprendi a escutar o tempo,
a respirar o compasso de cada segundo.
Ao respeitar sua dança, percebi:
o silêncio não é ausência,
mas uma fonte infinita de compreensão.

No silêncio, as palavras ganham novos contornos,
como se cada sílaba fosse esculpida pela quietude.
A ausência de som cria melodias invisíveis,
e os sentimentos nascem, livres,
sem a limitação da fala.
Uma sinfonia espacial.

Descobri que, quando a boca cala,
outros sentidos florescem.
Os olhos traduzem o que os lábios calam,
o olfato beija o tato,
e os ouvidos, ah, eles leem o murmúrio do mundo.

Na quietude, encontrei a língua do sentir.
Foi assim que fiz poesias com meus sentidos.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Professores, alunos e ostras

Professores são provocadores.
Suas ideias, pequenos grãos.
Um grão faz a ostra sofrer,
e a pérola é a resposta a esse sofrimento.

Os professores lançam grãos no silêncio da gente.
Grãos pequenos, insignificâncias...
Mas as ostras se inquietam com as miudezas,
o saber também incomoda.

Do desconforto do conhecimento,
ostras e mentes fabricam claridades.
Não é só o mar que faz pérolas,
a paciência do ensinar também.

As ideias dos mestres,
esses grãos de perguntas,
é o que fazem brotar no miúdo do nosso pensar
um clarão de entendimento.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Da Ideia à Criação

Antes da lâmpada brilhar,
houve a sombra da ideia,
um pensamento que se insinuava
como quem espreita o destino
sem revelar suas intenções.

O homem, em suas limitações,
só cria porque contempla
o que ainda não existe.
Do verbo ao cosmos,
do planar ao conceito de vôo,
tudo vibra na necessidade
de criar o novo, de moldar o nada.

Pensar é plantar mundos,
colher inovações
que o futuro não supõe.
É fazer do impossível o alicerce
e do impensável
o corpo da criação.

A primeira ideia foi o verbo,
e, desde então,
cada invenção é como uma prece
que nasce nos cantos da alma,
esperando o instante
em que essa ideia se faça matéria.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Fontana do Trevi

Caem as moedas como migalhas de brilho,
partem das mãos com o desejo de se tornarem sonhos,
e o fundo as acolhe como silêncios,
esperando que o tempo lhes devolva voz.

A fonte, imensa em sua mudez,
de costas, recebe pedidos que não ousam gritar.
Em Trevi, o desejo pactua entre águas,
como se um murmúrio pudesse concretizar o devaneio.

Cada moeda que afunda carrega um preço,
um desejo que custa a esperança.
É um pacto entre a moeda e o homem: ele joga, e a fonte o dissolve em segredo,
restituindo-lhe um pouco de vazio,
como se o vazio fosse tudo que temos.

O que desejamos, na verdade, não é sermos atendidos — mas sim que o mistério siga impenetrável,
e, no reflexo da fonte, o que buscamos ver
é apenas o eco de nós mesmos,
profundo e mudo.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Panapaná

Essas borboletas têm mania
de carregar o verão nas asas.
Se vestem de vento e claridade,
vão aonde a cor inventa o ar.

Gosto delas porque sabem
se miudarem no céu — só ou em bando —
como se o céu fosse coisa de brincar.
Coleciono-as em álbuns soltos.

Ali, no meio do sol,
são mais tintas que matéria,
mais riso do que bicho:
elas são coisa e não são.

Dizem que vivem pouco
— mas pouco pra quê?
Pousam na eternidade das manhãs,
ficam suspensas no que não dura,
deixando rastros de voo
que só o invisível sabe ver.

E eu as celebro com meu olhar ralo,
que aprende, com elas,
a gastar a vida
no que não sobra.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Vi, vendo e aprendi.

Deus — eu acho — inventou o mundo pra ser riso,
mas a gente, caçador de nadas,
faz da vida um troço
cheio de importância.

Pássaros aproveitam mais as tardes que os homens,
voam fora das asas.
Olhar um passarinho seria suficiente,
mas teimamos em perguntar o por que de tanto voo.
No voar sem pressa,
nos ensinam a atrasar o fim do dia.

Vi, vendo e aprendi o homem complica,
feito formiga carregando folha grande.
Parece que a vida não basta em si.
Não tem segredo em ser, disso eu sei.

É só a alegria besta de estar na terra,
feito pedra que gosta de água
ou planta que conversa com o vento.
Só se é adulto quando se cresce criança.

A gente inventa propósito tentando esconder o óbvio:
que viver é um exagero de simples,
uma risada larga,
um susto bom de não entender tudo.

Inserida por Epifaniasurbanas

Poesia: Nossa vida, um sopro do nosso Criador.

Nossa vida é um sopro, um instante concedido pelo Criador. Nascemos, crescemos e vivemos cada dia, mas que proveito tiramos disso? Sorrimos, sonhamos, amamos intensamente e, muitas vezes, nos decepcionamos. Por que ainda amamos, então?
Amamos porque nutrimos a esperança de um amanhã melhor, onde nossos desejos, sentimentos e palavras sejam como fonte de vida, que por onde passa, transmite graça e transforma.
Por isso, amemos, mesmo que nos custe lágrimas, pois o amor consolador, com seu poder transformador, redime nossa alma de toda frustração, tristeza e dor.
Saibamos que cada gesto de graça e amor, nessa jornada da vida, é apenas uma nuance, um breve sopro do Criador.⁠

Inserida por leonardomenin

⁠Dois de novembro

No silêncio íntimo que invade o Dia de Finados, a saudade se debruça. Ela não tem pressa, é senhora do seu próprio compasso. É o dia em que a ausência brinca de ser presença, quando os que partiram voltam, não em carne, mas em sopro, como se sempre estivessem apenas a um afago de distância.

Os túmulos não mentem. São declarações sem palavras de que o que foi vivido realmente existiu, confessando com a solidez do mármore que a vida é frágil e que o tempo é um rascunho rabiscado à pressa. Cada nome entalhado ascende, não como uma mera inscrição, mas como um feitiço sussurrado entre as frestas do esquecimento.

Nem toda ausência é tratada pelo tempo. O tempo não se compromete com permanências. Passa por nós sem desculpas, sem aviso, sem oferecer alívio. Quando alguém que amamos morre, morre também uma versão nossa. Deixamos de existir daquele jeito. É como ter sua casa assaltada por uma ausência. Por isso, não se deve apressar a dor de ninguém. No luto, não se questiona o amor por quem partiu. No luto, deixamos de nos amar, e voltar ao amor próprio demora. Deixe a pessoa doer.

O luto não passa; somos nós que passamos por ele. É um caminho de fragilidades. Não há como sair de uma dor caminhando. Precisamos engatinhar até voltar a firmar os pés novamente. E demora até que essa dor vire saudade. Demora até que essa saudade vire gratidão. A dor é solitária, e você tem todo o direito ao seu luto, mesmo depois da licença do outro acabar. Cada um tem seu tempo de digestão.

No murmúrio de uma prece, na chama vacilante de uma vela, reside a certeza de que, do outro lado do mistério, alguém sorri — os eternos hóspedes da eternidade. Hoje, flores são depositadas por mãos trêmulas de emoção. Mas não é o frescor das pétalas que importa, e sim o gesto. É flor de ir embora. É uma homenagem ao laço que nem a morte é capaz de desfazer.

Inserida por Epifaniasurbanas

Três de novembro


No mês em que a primavera se despede,
e o sol, mais manso, faz-se presente,
floresciam dias de ouro e espera,
prenúncio de encontros, docemente.

Foi na estação de brisa e lume,
quando as folhas murmuram segredos,
que nos achamos sem alarde,
em cores tênues, sem medos.

Caminhavas já em meus sonhos,
estrada traçada em silêncio,
onde o murmúrio do vento sussurra
o amor que arde em denso, intenso.

O mundo, em sua dança vasta,
girou em círculos de espera,
até que em ti se fez acalanto,
porto certo, luz sincera.

Achei-te na dobra do tempo,
onde o aleatório se curva à sina.
Outros conheci por ócio e acaso;
a ti, encontrei porque eras divina.

Outros, passos soltos, vento;
tu, raiz, urgência, beijo,
entre ecos e risos, enfim,
vi que ao teu lado me pertenço.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Timoneiro


Se me fosse imposto optar
Entre a pedra do chão que sangra
E o céu que engole o dia,
Eu ficaria com o mar,
Onde o tempo se desfaz em ondas
E a eternidade é apenas um sopro.

Nos braços do meu barco
— solidão que navega —
Paro em portos de ausência
E parto levando memórias
Que ainda não gestaram.

Longe do ruído do mundo,
Sou um vulto que vaga e sonha.
O balanço do mar é um relógio,
E remo, rezo e remo até que a noite
Cante em meu braço cansado.

Quando não puder mais suportar,
Soltarei os remos,
Redirecionarei a rota dos silêncios.
E se não souber o que fazer,
O vento, antigo mestre, saberá,
Pois ele é voz do que em mim nunca cessa.

Inserida por Epifaniasurbanas

O valor de cada sentimento e virtude.

Só descobrirá o caminho da verdadeira alegria aquele que aprender a cultivá-la em meio às suas adversidades e sofrimentos.
Só descobrirá a verdadeira paz aquele que aprender a cultivá-la em meio ao seu caos e à perturbação interior, fazendo da paz o mediador emocional em todo o seu ser.
Só descobrirá a verdadeira fé aquele que, em meio às suas frustrações, fracassos e crises, aprender a cultivá-la no seu relacionamento íntimo com Deus, fazendo dela a força principal da sua vida espiritual.
Só descobrirá a verdadeira humildade aquele que, em meio à sua inquietude e ansiedade interior, aprender a cultivá-la para trazer equilíbrio e harmonia a sua vida na totalidade.
Só descobrirá o verdadeiro amor aquele que, em meio à sua desilusão e amargura interior, aprender a cultivá-lo para fazer dele a principal virtude que dará um novo significado e sentido às nossas vidas, onde ele será regulador emocional e espiritual.
Só descobrirá a verdadeira paciência aquele que, em meio à sua inconstância e insegurança, aprender a cultivá-la para extrair dela a força para aquietar e trazer esperança para sua vida.

Inserida por leonardomenin

Poesia, só amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro.

Deus, em seu incondicional, perfeito e eterno amor, nos amou primeiro, quando ainda nem o conhecíamos, pois Ele já sabia que o Seu amor transformaria a nossa existência e daria um novo sentido à nossa vida.

Quando o Seu amor nos encontrou, restaurou tudo o que o pecado nos roubou.

Ele intencionalmente nos amou e, a cada manifestação do Seu imensurável amor, nos aviva pela presença vívida do Seu Espírito Santo que em nós habita.

Ele nos deu vida, enquanto estávamos mortos em nossos delitos e pecados, mostrando o quanto somos amados por Ele.

Inserida por leonardomenin

⁠Manifesto analógico

Caminho ao contrário da pressa digital.
Meus pés fazem questão de tropeçar.
Gosto de esbarrar nos nomes,
perder o rosto e achá-lo na lembrança.
Lembrar os números e discar.
Deixar a voz ferver no ouvido sem acelerar o áudio.

Não quero que um robô faça o que minhas
mãos ainda tremem para fazer.
Escrever torto, borrar o caderno, errar sem a
opção de apagar.
Minha mente é ilógica, se perde no meio da
frase porque está ocupada sentindo.

Fora do trabalho, me divorciei do virtual.
Não confio o que amo às nuvens —
nuvens não sabem ficar.
Mudam de forma, trocam de nome,
desaparecem sem se despedir.

Voltei a imprimir memórias,
fazer backup na gaveta,
guardar fotos para que o tempo não as engula.
Escrever cartas com minha letra,
imprimir no texto minha personalidade.

Não tenho pressa de chegar a lugar algum.
Dificilmente chegarei ao dobro dos anos de hoje.
O destino já não me interessa tanto quanto o caminho.
Quero o que importa perto.
Quero ter rabiscos nas margens dos livros,
esperando o reencontro com minha versão mais ingênua.

Inserida por Epifaniasurbanas

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