Poesias do Leonardo da Vinci
Ainda que haja noite no sentimento, vale a pena esperar o amanhecer no coração...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Se a Lua uiva na sua noite, silencie para que o Sol possa amanhecer...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
frio no cerrado
De súbito este frio a intervalar
e vento soprando no cerrado
frio, frio, frio, e muito gelado
o sol lerdo, não quis alvorar
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Soneto da Dor Doída
Nas asas da saudade partiste
Fostes como brisa ao vento
Minha alma ao relento triste
Poeta uma porção de lamento
Na solidão um quarto vazio
Que ainda caminha teu cheiro
Nas lembranças apenas frio
De um chamado ainda inteiro
Contigo levaste parte de mim
Em mim um todo de vós ficaste
Levarei impregnado até o fim
E neste teu momento de partida
Suspiros, foste ao coração engaste
Agora choro eu, por esta dor doída.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
19 de Julho 2015
Cerrado goiano
ao meu pai.
Lhe trago saudação.
Nesta data de comemoração:
- da vida, de gratidão, de afeto.
Que seu dia seja repleto:
- de amor, afagos, festividade...
Toda a felicidade!
E que tenhas saúde no novo itinerário.
Feliz aniversário!
VAI E VEM
O fado é um vai e vem
nem sempre tão livre assim
a sorte, no ter, vai além
porém, a fé está em mim
E assim, caminha a vida
cada dia o seu destino
o tempo a quimera parida
a gratidão no sol matutino.
Pois estamos de partida...
Já os sonhos tão sonhados
metamorfoseiam num segundo
se nos espinhos são arranhados
nada é pra sempre neste mundo.
Pois cada segundo, emaranhados
de querer, ser, desejar: tão fecundo...
Às vezes bem
Às vezes mal
Vai e vem...
Tudo igual
dó-re-me
Habitue-se!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31/07/2018, 05’30”
Cerrado goiano
DESQUALIFICADO
Eu sou apenas um alvoroço
Ilusão que vai, ilusão que vem
Barco sem rumo, fé no fosso
Vão no coração, sou ninguém
Nunca serei nada, um esboço
Do crédito pouco sei ir além
Os sonhos sem sal, insosso
Da janela, o destino, vaivém
E neste propósito sem nada
Sou vencido na encruzilhada
Porém, tentei, e não fui também
Falhei em tudo, levei bofetada
Do tempo. E nesta varia parada
Me resta, só o que me convém...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de agosto, 2018
Cerrado goiano
DOR DOÍDA
Há dor de diversa habilidade
A sem equidade, sem porém
Também, a sobra do não bem
Aquela ferida por maldade
É qual lança que vai além
Fendendo, e a alma invade
Sem dó e sem piedade
Dilacerando, e sem avêm
Dor dentro do peito, aí, arde
É covarde se da tirania caem
De um coração sem amizade
A que saem rumo ao refém
Impelindo com tal crueldade
É dor doída, vinda de desdém.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
O amor tem vária faceta
Ao fraco, é assustador
No caminho, diversa seta
Ao apaixonado, factível amor
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
MINHA BUSCA
Corro os olhos por almas, na cata dum olhar,
ou talvez apenas aquele sorriso roubado.
Então vou num serelepe agreste caminhar,
pelos abraços, laços, dum algo desejado.
E no afã dum afago, um riso, outro chorar,
aqui, ali, lá, vou tentando ter um agrado.
O vazio que me devora, implora, põe a orar,
vem do coração, que quer amor denodado.
Corro os olhos no fado, vejo o tempo passar,
o peito sofredor, e já com o fim tão cansado.
Sem sequer ter uma estória pra poder poetar,
se acostumou com uma solidão, está calado.
Quer versejar a rima perfeita com o tal amar,
ainda busca, não consegui estar parado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 11 de agosto
Cerrado goiano
INSPIRAÇÃO
Há no amor um ato de explosão
“big bang” de corpos, olhar aflito
em um êxtase de pura inspiração
de duas almas em um único rito
Um conto de luz, força e surpresa
do desejo num vário suspiro aflito
escoando pelos beijos em pureza
onde do coração urge audaz grito
É o mistério dos devotos amantes
revelados nos versos em teimosia
o qual tem laços em cada abraço
De encontros e fidelidade soluçastes
que traz pra vida, sentido e harmonia
de elos da paixão, num passo a passo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Nel mezzo del cerrrado...
Aportei. Aportaste. E morria calado
E aflito, e triste, e amargurado eu ia
Os sonhos da alma era despovoado
E d’alma as quimeras era só fantasia.
E assim, longo o caminho, o cerrado
Eu preso nos desejos ele pouco polia
Da vida: o tom do tom estava errado
Do horizonte, nada, nenhuma poesia.
Hoje a vida sem ti, é sempre partida
Prantos que a tal saudade umedece
Comovem como a dor da despedida
E eu, sentado no caminho, aguardo
Arfante, poético, e que não arrefece (o amor)
“Nel mezzo del cerrado”, que no peito ardo...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SAUDADE
O silêncio tantos, aqui frente a frente,
uma privação... O contido medonho!
E, de peito arrebatado, vorazmente,
quedei a ideia, num olhar tristonho.
Saudade! ... Tão mais que de repente,
nas tuas lembranças as minhas ponho,
ressurge nostálgico sentimento ardente,
no cerrado, sob o entardecer sem sonho.
Amargo, na angústia, êxtase supremo;
solitariamente, a dor na emoção invade
nos redivivos sensos, assim blasfemo;
e torturantes, volvendo a infelicidade,
aureolado pelo agastamento postremo
do desagrado da insensível saudade.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Em uma Tarde de agosto
Agosto. No cerrado. Abro as janelas
Sob o céu calado, e poucas nuvens,
Invernado. Flutuam cinzas penugens,
Das queimas, sobre flores amarelas (dos ipês).
Pra quem as vês, as fazem de reféns,
Do belo. Caindo ao clarão das estrelas.
Ao vir o vento, se abri ao vento as velas,
Em um balé de harmonias e de poréns...
Por que, horizonte tão gigante e distante,
Se a angústia é semblante, não arrogante.
E me fazes por um instante, profanidades.
Porém, olho o céu deserto, e o vejo triste,
E minha alma insiste, e no amor consiste.
Inverno... chega à noite e é só saudades...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Maldição
Se da má sorte, tive gosto da amargura,
Envelopado pelo asno e uma maldição,
Me vi chafurdado em uma lama escura,
Hoje, minha paixão abrirá em erupção.
Me deixei inerte sem cólera e loucura,
Os abraços sem laços e sem ter ação,
A solidão em atos vis e de vil tortura,
Agora sou grito, pronto pra explosão.
Maldito sejas o olhar por mim perdido!
O silêncio deixado no doce coração,
Dos amores o amor não será vencido.
Se calado antes mesmo de ter e ser,
A grata emoção não será mais em vão...
Minha compaixão é maçante no viver!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
22/08/2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O CERRADO
Truncado, entre galhos tortos, sequioso
Duma vastidão desfolhada tal ladainha
Sacerdote do planalto, chão impetuoso
Do sertão, no entardecer o belo avizinha
Rezas quebrantos, o tempo moroso
Sobre cascas grossas, aves, aninha
E, ajoelhado, o pequi, tão saboroso
Tal os servos aos pés de uma rainha
Ardes, num calor do olhar, escaldante
Tão piedoso espera a chuva das flores
E pelos ipês, o inverno seco é ornado
E invade, empoeirado, o vento sonante
Num adeus ao dia, tal velhos amores...
Vem as estrelas, na vastidão do cerrado.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto, 2018
Cerrado goiano
DOR VELADA
Se a saudade que suspira, a dor de outrora
E nas lembranças mora: é ilusão nascente
Pois, tudo que ao coração, assim, devora
Traz solidão ao pensamento paralelamente.
Se a lágrima que do olhar na face chora
Embora, se deva rolar. E tão vorazmente
Rasga o peito a fora, se cala ou implora
Há nós piedade, que seja piedosamente.
Se inveja agora, a ventura doutra gente
Ter silêncio lhe deva ser permanente
Como o fincar dos cravos duma espora.
Pois, a vida só nos é dada parcialmente
Pra que possamos ser dela totalmente
No viver... Velozmente vamos embora!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Quando a Boca Cala
No silêncio a alma confessa
Quando a boca cala
O olhar não tem pressa
Quando a boca cala
Os gestos falam sem promessa
Quando a boca cala
Tudo no direito de ir e vir, quando se quer ficar
Onde o que importa é acolher, é abrigar
Sem a ditadura de querer mandar
A emoção encontrada clama
Quando a boca cala
A paixão partilhada chama
Quando a boca cala
O desejo lado a lado é poesia
Quando o corpo é harmonia
Ai mesmo quando a boca cala
O amor fala!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15/04/2013, 05’30”
Cerrado goiano
E que venha as flores,
Tenha dias com valores,
No coração essência...
À primavera reverência,
mais cores... Que seja
SETEMBRO, coerência
na razão, nos fazendo
sonhar que com dispor,
se pode acreditar, num
Deus que é vida, amor...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31 de agosto, 2018
Cerrado goiano
ROGO E PRECES
Não és ideal, nem és pechoso, és um poeta...
Vives na inconstância em rogo e em preces,
Como se em febre na inspiração tivesses
O suplício do impecável na receita certa.
Roto, no silêncio como na solidão padeces;
Oscilas entre a realidade e a alma secreta,
Num vórtice desatinado de curva e de reta,
Entre as expectativas e os desinteresses.
Capaz de lágrimas e sorrisos simulados,
Não ficas com a variedade satisfeito,
Nem te culpas, infeliz, dos fustigados.
E no aplauso do perfeito que te devora,
Mora na tua inspiração o pouco feito
Um farto que ruge e um vazio que chora.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15 de setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
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