Poesias de Pedro Bandeira Mariana
Assim como um Anjo que se tem por perto
Na dúvida ou na decisão, o amparo certo.
Não sei como és...
Apenas sinto e imagino ver-te.
Vacilo e me engano ao tentar descrever-te.
Teus traços não se delimitam
espaços se rendem, a ti não limitam.
Ainda e enquanto, ouso arriscar:
Tal qual clarão de Luz sublime
És vento, força, amor que redime.
Asas que envolvem tão belo ser
Acalentam a alma, aquecem e confortam
Razão/emoção: conflito do viver.
Mas quem foi que disse
que Anjo não precisa de cuidado?
Sei que não posso voar,
mas por ti, Anjo amigo,
Eu tento, eu tento alcançar:
A flor que te faz sorrir,
carinho que lhe entrego ao coração.
Recorto estrelas a iluminar tua noite
beijo de luz a iluminar doce canção!
Quando criança, assim como quase todas as crianças, desejei profundamente alcançar as estrelas. E isto era tão forte e imperativo, tão mágico em mim.
Em meio há tantas, apenas um pequeno brilhinho em mãos já seria o suficiente...
Mais tarde, com os estudos de Física, descobrir que aquele brilho ao longe, na verdade, é de uma estrela que nem sequer existe mais... Confesso, perdeu-se um pouco do encanto.
Mas... que nada! Fechei os olhos e percebi: estavam todas em mim, infindável via-láctea em meu coração!
Mas ainda há um lampejo
De luz oculta
Uma reminiscência
Que a guarda e a salva
E faz com que ela surja
Toda vez que seus lábios sopram uma canção
Toda vez que suas mãos desenham seu rosto em lágrimas...
Suave cantar em meus ouvidos
Vento que te leve a bruma breve
Vento que me leve a vida leve
Vento que ascende a alma num sorriso
Vento que espalha plumas de avisos:
Hoje é o dia de tua alegria!
Hoje é o dia de tua alegria!
Prometa-me que vai calar-me com um beijo
toda vez que eu falar tamanha bobagem,
toda vez que eu disser que vou embora.
Prometa-me esconder as chaves do carro
toda vez que um desatino tomar-me por hora,
toda vez que meus olhos trovejarem desesperanças.
E me abrace sereno e forte, constante
e me lembre do quanto gosto de lhe ter por perto
do quanto me sinto segura em teus braços.
E afague meus cabelos, meus anseios, minha alma.
Sem igual ternura, e me lembre do quanto sou tua.
Sem igual medida, e descubra o quanto és minha vida!
Já não tenho medo do escuro.
E na escuridão deste caminho,
onde antes,
tanta coisa agora é pouco
para me apavorar.
Deve existir algo além do que procuro...
Apesar de que, por hora,
possa parecer tão pouco.
O que posso vir a encontrar
está além do inimaginável futuro...
Para isso,
preciso atravessar outras pontes,
outros desafios...
Mas já não tenho medo do escuro.
Passei em frente à sua casa
e ouvi todo o seu silêncio.
Pela rua ecoava...
Percebi a sua ausência
Portas e cortinas fechadas
Folhas e poeira ao chão
Esperei algum tempo
Cansei, sentei na calçada
Relembrei fatos, doces momentos:
Quando trocamos os nossos livros,
escolhemos as nossas flores,
recriamos as nossas canções.
Não sei se já os esquecestes
mas, pude ver da janela de seu quarto
pendia toda a nossa história...
Os livros que nós dois lemos,
as flores que tantas vezes,
plantamos e colhemos.
Mas, quanto a nossa canção...
Ah, essa! Não deixou de tocar.
Segredo do meu coração...
Hoje quero um dia branco.
Não vazio, não sem nada para fazer...
Mas que seja branco!
Branco da paz, do amor ao próximo,
de novas oportunidades, de recomeços...
Como uma nova folha
para reescrevermos nossos novos dias,
E a partir de então, cada linha escrita
carregue, nesse tom de branco, todas as cores,
Cores que iluminam, alegram, confortam, dão vida...
Apesar de qualquer atraso,
sem mais hesitar, sem mais demora
de um café não me desfaço
Vamos então, pela rua afora...
Caminhando entre os campos
Trago em minhas mãos
uma singela esperança:
De um dia feliz, bonito e colorido
como nos sonhos de uma criança
Cantando para um coração
Entrego em tuas mãos
uma singela esperança:
De sempre sorrir
Se amar e amar
E por todo o caminho florir...
como nos sorrisos de uma criança.
Segunda-feira, dia de recomeçar no batente,
na lida do dia a dia,
tentear novamente,
trazer toda a energia
para alcançar nossos sonhos,
realizar nossa Vida!!!
Que venha encanto, que venha alegria!!!
Quando então, uma música
Surge como um clarão
Um rastro de estrela
Prestes a entorpecer seu espírito
Altera, desmancha e edifica
Todos os seus sentidos.
Paixão aos primeiros toques!
Ao perseguir o rastro de sua música-estrela
Encontrou uma passagem para a vida
Não, não foram portões enferrujados
Nem tão pouco, portas apodrecidas
Foi sim, uma janela estendida
de vitrais brilhantes e multiformes
Atravessou.
Retornou à vida.
E o que lhe espera?
Não sabe ao certo.
Um mundo inteiro
Repleto por sua totalidade:
Amizade, falsidade
Experimentação, ilusão
Intensidade, raridade
Fragmentação, ostentação
Um até logo, um "até nunca"!
Mas enfim, reencontrou a si
Pôde voltar a sentir, a pensar, a sorrir,
a chorar, a querer, a viver
a viver...
O café poderia estar mesmo gelado...
É algo que não saberei lhe dizer.
Foi a sua presença que aqueceu meu dia!
Pode vir sozinho ou acompanhado
Que não seja tão doce,
pode até ser amargo.
Pode estar quente, pode estar gelado.
Mas que seja aromático, saboroso,
Com amor preparado!
Meu bom café de cada dia!
Ontem ardi em febre
Já era noite
E o sol beijava a minha face.
Em seus braços ardia-me em chamas
Consumia-me um torpor
Entre delírios, a claridade
Sua lucidez me tocou.
Chamas
Chamas por mim!
Chamas
Aqui estou!
Nuvens misturam-se à neblina
Os céus desceram ao chão
Que sentimento é esse que se sublima?
Soprei seu nome ao vento
Deitei-me sobre o orvalho
A espera de uma resposta ao meu contento.
Apesar de tão fino agasalho
Que cobria o meu corpo gelado
O frio veio decisivo
Invadiu-me a alma
Com beijos úmidos de vento
Libertando assim,
arrepios e secretos sentimentos.
Chamo-te novamente:
Desejo é o teu nome
Prazer a tua essência
Amor a tua armadilha
Beleza a tua trilha
Melodia a tua alma
Desilusão o fim da estrada...
Vinde a mim, enfim,
Há tempos eu te aguardava
Apenas não o sabia...
E que triste esse fim!
De tempos diferentes
De tempo não guardado
De tempo que se esvaía...
Declina-se agora finalizado
Em tempo não consumado
Em tempo que não se principia.
(...) E mais que tudo,
consegues ainda, fazer-me sentir,
não tão somente imortal de alma,
mas como e principalmente,
Imortal de amor, no amor, por amor, por você.
Como expressar aquilo que sinto?
Se o que eu mais queria neste momento
seria apenas te abraçar
com palavras que nunca te direi...
Mas se o tempo parasse agora
Cada detalhe em meu coração
viraria uma estrela.
Um vasto e brilhante céu, em tuas mãos!
Colhi flores, aromas e cores
Pedi aos céus um clima ameno
Bordei carinhos, teci doces amores
Esperar você, para um simples café,
Torna agitado o meu coração sereno.
