Poesia sobre Silêncio

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CLANDESTINIDADE


Permanece em mim
como um segredo
e que ninguém escute
teu silêncio na minha boca
nem a linguagem de teus olhos
que em mim se inscreve
como poema

Torna-te clandestino
em meu país sem nome
e desenha em mim
o teu enigma
teu reverso
e teu verso sem tradução

Te exila em minha teia
me define com tua senha
perenizando em meu corpo
o teu mistério –
entre cortinas,
no refúgio exato dos lençóis.

*

MISTÉRIOS

Você chegou feito um silêncio
Para seduzir minha canção
Feito uma folha de correnteza
Feito um vento varrendo o chão
Você chegou feito um mistério
Pra confundir minha visão
Feito um presente da natureza
Quem mandou, coração?
Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito de se apagar
Nem mesmo com toda a água do mar
Preciso aprender os mistérios do fogo
Pra te incendiar.
Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito de atravessar
Preciso um navio pra me levar
Preciso aprender os mistérios do rio
Pra te navegar.
Vida breve, natureza
Quem mandou, coração?
Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito de segurar
A vida passou pra me carregar
Preciso aprender os mistérios do mundo
Pra te ensinar

Mifinha (10-10-2009)

O silêncio faz eco dentro de mim
Ainda tenho o sabor das palavras
Um acordar frio, assim, assim
Como quem sabe que perdeu as estrelas


As imagens de ti estacionam
O teu sorriso faz-me acreditar nos sonhos
O teu rosto amarra os meus olhos
Os teus lábios que me cativam


Estão roubando isso de mim
O teu coração faz-te afastar
Sentimentos deixam de agir
Esse não pode ser o fim


Perdendo o mais doce beijo
O mais puro sorriso
Eu sinto o calor da chama fria
Que rodeia a minha alegria


Um beijo e eu estaria vivendo
Um toque e eu estaria sonhando
Porque tu és linda!
Porque tu és linda!

As vezes não sabemos expressar o que estamos sentindo para a pessoa...
mais as vezes o silençio fala mais alto e entao compreendemos que ele pode ser util mais tbm pode ser uma destruiçao total na vida da pessoa em que desejamos passar o resto de nossa vidah

Filosofia: Pausa e Perplexidade

Gosto de pensar que a Filosofia começa na pausa, no silêncio. Vejo quanta gente na sala de aula, querendo demonstrar o que sabe, e não saboreia a Filosofia nos seus menores detalhes. A pressa de demonstrar conhecimento sufoca o espaço silencioso da reflexão construtiva, que acontece à conta-gotas. A reflexão começa com a perplexidade com a realidade, como diria o filósofo Gerd Bornheim. Não falo de um silêncio estático e torturante, mas de um silêncio inquieto que sobrevive de indagações escondidas. Parece que o homem de hoje, perdeu a capacidade de ficar perplexo, de não se conformar com as coisas que acontecem em sua volta. Parece que perdeu a capacidade de parar e ficar consigo mesmo, sem pressa de chegar. Por isso que uma aula de Filosofia não faz efeito em mim no mesmo dia em que ela foi dada, demora um certo tempo, o tempo que essa aula demora em mim. Sinto seus desdobramentos, suas nuances. Sou formado e ao mesmo tempo inacabado. Como diria Husserl, meu limite é o infinito, minha finalidade é a infinidade. Não vou sozinho, tenho companheiros que junto comigo, desbravam a aventura de ir até o limiar da razão e descobrirem os limites da razão e o que pode ir além dela. Por isso que a minha travessia, feita de pedras, é mais feliz...

"em meio a tanto som, sou teu silêncio...
sinta este silêncio neste mar de som,
em algum lugar você imaginou encontrar
"eu", nesta ilha, dentro de teu silencio?"

by Mel

Porta Aberta

Muito tempo já passou
Todo silêncio desnecessário
A porta aberta que você deixou
Nossas lembranças guardei em meu relicário

Só agora entendo o que sinto
Pois tua ausência me ensinou
Amo-te, você sabe eu não minto
Reviva comigo o que não terminou

Para quê tantas conversas de amigo?
Por favor, eu preciso que fale
Diga agora se quer ficar comigo
Essa distância é só mais um grande detalhe

Não espere o ponteiro dar outra volta
Não faça disso uma despedida
Basta dizer: eu sinto sua falta
Desta vez pra sempre, fique em minha vida!

Nos gritos do silêncio denuncio a dor de existir em mim.
Me aproximo do que é o fim: o inaudível.
Pois se a morte proporciona algo, esse algo é o silêncio.

Os velórios são recobertos pelo som do inaudível.
E, os olhos são porta-vozes e as lágrimas os discursos ensurdecedores da finitude.

Por isso poucos suportam o silêncio...
e um minuto sem palavras
torna-se em momentos de angústia.

A angústia da morte que habita-nos
soa como brados arrebatadores no emudecer do mundo.

A verdade pode até machucar,
Mas a dor logo passa.
O silêncio é cruel.
Permanece machucando e a ferida não cicatriza.

No silêncio e solidão
escuto mesu pensamentos
e ele pede permissão
para recolhimento
e como lhe dei um sim
noites e dias na vida
algumas vezes em mim
faz-se a poesia sentida .

...Eu te amo no silêncio musicado da manhã
No viço e corado de um romã
No sabor de toda fruta...

A quem entende o significado do silêncio,
é concedido o dom de ouvir o que as palavras não dizem.

Penso, logo escrevo.
Mato, logo recordo.
Choro, logo sofro.
Ando, logo caio.
Fico em silêncio, logo fico só.
Procuro, logo acho.
Amo, logo vivo.
Sonho, logo realizo.

No Colo Da Loucura

Existe uma canção no silêncio,
Que baila dentro de mim,
Em notas sem partituras,
Tocadas em sons sem fim.

Existe uma loucura dentro de mim,
Que assola a minha alma,
Em reverberações transitórias,
Escrevendo minha história.

Existe uma luz sobre minha cabeça,
Que deixa azul a minha aura,
Refletindo do lado fora,
Minhas partículas incandescentes.

Existe força no meu cansaço,
Que se agita dentro de mim,
Em movimentos intensos,
Fazendo-me perder de mim.

E nessa canção da loucura,
E nessa luz do cansaço,
Eu me entrego ao resgate,
No colo dos desalmados

O que nos separa é apenas o silêncio.
O silêncio é como uma pomba
depois do tiro.

Não há silêncio maior
do que uma pomba
colorida pela morte.

O que nos separa é a distância.
A distância nada mais é do que
uma saudade sem remédio.

Não há saudade maior
do que o definitivo.
O que nos separa
é a falta de palavras.
As palavras são como
dois grandes
olhos satisfeitos.
Não há maior palavra
do que um olhar de amor.

O que nos separa
é esta agonia.
Esta agonia
é como uma árvore
cortada pelo homem.
Não há agonia maior
do que uma árvore tombada.

O que nos separa
é a canção pela metade.
Uma canção pela metade
é como uma criança
que não chega à vida.
Uma canção inacabada
é uma criança morta.

Vê? São poucos
os motivos
que nos separam.
Por isso este silêncio
e o silêncio é como
uma pomba depois do tiro.

Não há silêncio maior
do que uma pomba
colorida pela morte.

Em silêncio levantou e abriu a janela. Contemplou, com olhos de amor à primeira vista, aquela manhã surpreendente. O sol que brilhava intensamente lá fora tocava suavemente a sua face; sentia um calor na alma, semelhante ao calor do sangue que corria em suas veias… Era a vida se descortinando, se revelando na sua própria delicadeza. Era a vida se fazendo na mais pura beleza.

Do lado de fora, sob àquela paisagem que pouco a pouco se manifestava, identificava com riqueza de detalhes, cada um de seus pedaços; percebia no frescor daquela manhã, cada um de seus desejos… Na paisagem emoldurada, a natureza viva lhe falava sobre as suas verdades ocultas. E cada uma delas, no seu tempo, sob a luz do sol, ia tomando forma e se transformando em cenas do seu cotidiano.

Na sutileza daquele mágico momento, ouvia a voz da sua memória. Era um sopro de eternidade trazido pela agradável brisa que vinha do lado de fora. Na memória, traços de alegria revelavam lembranças daquele tempo em que nada era capaz de lhe roubar a esperança.

Ainda em silêncio, permaneceu ali, pensando em tudo que havia experimentado: nos amores e seus sabores; nos dissabores, também. Nos julgamentos, nos encontros, nos desencontros… Sob o véu da reflexão surgiam por dentro, sentimentos dos mais variados. Uma mistura híbrida de sentimentos que contrastavam com a beleza daquela paisagem. Era em parte solidão, mas na solidão havia um pedaço de presença; no medo, a coragem; no começo, o fim.

De repente, um inesperado vento soprou-lhe a face, levando com ele os maus sentimentos, trazendo de volta a esperança que havia se perdido dentro do baú das recordações.

A partir daquele dia, cada vez que abria silenciosamente a janela, ouvia um cântico, entoado pelo som da sua própria voz, dizendo que o sol que descortinava a escuridão do quarto era o mesmo que iluminava por dentro.

"Me abrace e me beije
Deixe o futuro pra pensar depois
não diga nada, deixe o silêncio
falar por nós dois..."

O silêncio não sufoca

Na verdade te esnoba
E você odeia ser ignorada
Muda sem parar de estação

O silêncio fala quando as palavras já não dizem mais nada.
Olhares também são palavras, quando os gritos já não são ouvidos.
Existem palavras para serem faladas, palavras para serem ouvidas.
Existem palavras, simplesmente para serem sentidas,
Silêncios a serem compreendidos.
Existe cumplicidade fortalecida, sem uma palavra proferida.

Sempre que me obrigo a ficar em silêncio,
Sinto como se, houvesse uma lâmina afiando espadas dentro de mim.
E toda vez que me permitem falar sinceramente sobre algo,
elas saem pra rasgar profundo.
Isso tem ficado mais constante conforme engulo de tudo um pouco todos os dias.