Poesia sobre poesia
Curicacas sobre a árvore
alegram a paisagem,
A gente se ama de verdade
e um com o outro
temos toda a liberdade.
A Murucututu-de-barriga-amarela
chegou rodopiando no meu jardim,
As suas asas abertas sobre a terra
erguem a poesia expandida em mim
Não é segredo que somos iguais,
iniciamos de um romance sem fim;
Você é a minha inspiração magnífica,
é por ti que meu peito suspira,
meu coração e corpo inteiro
pelo teu delira só respirando
a tua adorável fragrância masculina.
Uma Corujinha-do-Xingu
pousou sobre a minha poesia,
Ainda desejo crer que
o amor ainda sobreviva
num mundo que busca a rota
de liberdade sobre a ruína
das guerras e acha que o poder
está em se juntar com quem
sempre mostrou a sua pior face,
Por mais que exista quem insista
na mentira não há mais disfarce
mesmo que ninguém nos fale.
O poema que fala
sobre nós pousa como
a Borboleta-Órion
sobre as rosas do jardim,
És minha Via Láctea
em noite de Céu aberto
e meu paraíso poético.
Abertas estão as
Asas do condor
Sobre o continente,
Carta de pedido
De perdão da Mãe
Pela libertação
Do rebelde filho.
De pé pelo povo
Mesmo após
O susto ocorrido,
Ele não deixa
Quem quer que
Seja fazê-lo rendido,
Da Pachamama
Ele é o protegido.
Abya Yala, terra
Que não se abala,
O Império não nos
Curva e não cala;
Eis a poesia que
Não é a cura
Que você busca,
Cheia de si ela
É amor em via
De retribuição,
E total integração.
No Hemisfério Celestial Sul
o céu dos Kalina desta noite
fala muito sobre nós dois,
Sobre teu amor de Órion
e tuas Histórias incríveis
que existe para o meu
deleite e fascínio de Plêiades.
Num mundo que saúda
sem o tato de mergulhar
na alma do outro
e sem pensar antes de falar,
Nada me tira da trilha
de ser a tua Lua fixa
onde as estrelas são
e serão sempre mais visíveis.
Na Galáxia desta espera
pensar em ti tem sido
o meu escudo e estratégia
para foragir do mundo em guerra,
E preparar o abrigo e encaixe
onde caibam as nossas polaridades
para preservar o amor das tempestades.
Faxinal do Guedes
Ergueu-se o Astro Rei sobre
as florestas dos faxinais,
E a lembrança que foste
colônia militar veio
à tona e memória te honra.
Esperança erguida no Oeste
dos Rios Chapecozinho e Irani,
cidade profunda, celeste
e de gente catarinense
que sabe abraçar quem vem.
Surgiu a Lua e o céu estrelado
beijando as araucárias
dos nossos destinos,
Faxinal do Guedes é a rota
para quem busca fazer amigos.
Aurora matutina
sobre a Primavera Azul
escreve em mim a poesia
do Norte ao Sul,
e assim retribuo com
os meus Versos Intimistas.
Bougainvillea rosa quase roxo
que espalha encantamento
sobre nós e por toda a terra,
Sob a beleza da aurora matutina
a celebro com os meus ternos
Versos Intimistas o dom de ser
poeta inspirando outros peitos
ter a mesma coragem de viver.
Quando a orbe girar
e a aurora vespertina
dançar com folia
sobre a Primavera
rosa quase roxo,
Os meus sonhos
estarão prontos
para ser entregues
aos seus olhos
com amor, paixão
e Versos Intimistas
para fazer o coração
inspirado todos os dias.
Bougainvillea com o seu
vermelho intenso
dançando sobre a minha
imaginação e eu por dentro
em total chamamento
pelo pensamento
e o sentimento de alguém
que não está aqui neste momento.
Solene aurora vespertina
que dança sobre a linda
Buganvillea azul que a vida
embeleza com poesia
concreta e absoluta,
Assim vou querer ser
com os meus Versos Intimistas
para sempre fazer
o melhor para nos viver
do anoitecer ao amanhecer.
Perpetuar orgulhosos a Cascarilla
Poesia intocável sobre duas terras
Não travar nem queda de braço
Manter o coração encantado
Se desviar da última consequência
Não buscar o quê cria atribulados
Como rito íntimo andar despojados
Não seguir jamais os deslumbrados
Um ser para o outro o porto seguro
Ser a cura, dar a mão ou o ombro
Estar prontos para se dar refúgio
Não deixar a delicadeza se evadir
Manter como regra a chama a luzir
Congregar-se com a rota a seguir.
Bem debaixo do Cedro-do-brejo
muitas coisas passam
na minha cabeça e sobre
você não dá para esquecer
que o tempo passou,
E para mim é bem clara
a opção de não escolher ficou,
Como você escolheu
em não me escolher
digo com os meus Versos Intimistas
que você se enganou e nunca vai me ter.
O céu de cinzas sobre
o Médio Vale do Itajaí
está guardado no caixa-forte
da memória por aqui
para que nunca mais
a história nesta se repita
em nenhum lugar na vida;
Agora o quê me interessa
mesmo são os poemas
azuis que vou te cobrir
todos os dias sob
os desígnios do céu austral
de maneira sem igual,
porque o meu peito
como o seu também canta
como as aves de Rodeio.
Sobre mim a inspiração,
a sombra do Cedro Branco
e tudo aquilo que inunda
os meus Versos Intimistas
com amor e paixão
em busca do caminho
para te fazer cair em tentação.
Fazem cobranças
morais sobre aquilo
que nunca fizeram,
A memória se torna
ofensa quando vem,
A tolerância não têm
nem para ouvir
o pouco que se fala,
A palavra irada é
escudo e espada
afiada durante a rotina,
E exigem que se torne
receptor passivo como
tudo não fosse nada
para tornar a anormalidade
costumeira normalizada,
Até a flor nativa é trocada.
(A colonização da individualidade)
A Lua Nova sobre
o Médio Vale do Itajaí
encontrando o verde
ocultado pela noite
e as luzes da cidade
de Rodeio fortaleceu
uma outra luz que há
em mim de verdade,
O meu elo com a minha
ancestralidade austral
que mantém as raízes
com este chão e vivo
o condoreirismo no coração,
Não há fumaça que oculte
toda a nossa adorada tradição.
(Minha Pátria é Brasileira,
austral primeira e derradeira).
A música celestial
e a dança do Hemisfério
sobre a Pátria Austral
estão ao redor de mim
de maneira sobrenatural.
Profundamente reconheço
igual como quem assiste
a um baile, lê um livro
ou até mesmo desperta
no meio da noite
após ter um sonho bom.
Há em mim a liberdade
igual a do Condor andino
que enfrenta a tempestade
e assiste o mundo todo
ruindo do alto do seu ninho.
Resistindo olhar um outro
curso do destino,
nunca parei de desejar
e nem de imaginar
como devem os olhos
que em secreto povoam
o desejo perpétuo que carrego.
(Olhos recatados que provocam
sonhos intensos de elucidação
no meu selvagem coração).
O Sol sobre nós e o Hoatzin
brinda com luz e suavidade,
A mata canta uma mensagem
e assim celebramos de verdade.
Tudo da vívida e gentil liberdade
sem a gente olhar para trás
e sem se ocupar daquilo que não
faz de nós fortes em amabilidade.
Como filhos do vento orientados
pela bússola do nosso amor
pactuamos ser por onde formos.
De um jeito ou de outro no fundo sabíamos que já estava escrito
este tesouro e obra sutil do destino.
