Poesia Poema Natureza
SONETO DESCRENTE
Dor que amarga o ser contente
Ilusão tanta aos de expertise
Tanto, nada ou um só deslize
Para se desenhar o descrente
O legado é bom, infiel é a crise
Se no coração há brecha vertente
Que inflama a fé na crença poente
E aos sonhos leva pra uma eclise
A sós não se está sozinho, se crente
Pense com emoção, não só analise
A razão está em ser integralmente
Então, suporte, e o melhor avalize
Não se fica pior, a vida é discente
Num sobe e desce, ato e reprise
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Em Busca
Mochila nas costas,
mapa nas mãos.
As ruas são desconhecidas.
O olhar repentino para os lados,
busca conhecer o desconhecido.
As pessoas estão imóveis,
poucos andam pela rua
na manhã de céu nublado.
O café quente da xícara,
esquenta a alma do ser inquieto.
A mente em movimento,
ás vezes, acaba ficando dispersa.
O mapa é complicado,
não diz onde vai parar.
O objetivo fica cada vez mais longe,
e aparenta ficar cada vez mais perto.
Pausa para um café,
observando o casal na outra calçada.
Ela tem cabelos vermelhos,
eles pintam o cinza da manhã.
Por fora, ele é frio como este vento gélido,
e seus olhos demonstram o quando a ama.
Calor no coração...
O casal some, o café acaba, a conta é paga.
Olhos no mapa, rumo ao objetivo.
Pela rua, pela floresta, pela estrada
que aos lados não se vê nada.
A música que toca diz:
"Se começar foi fácil, difícil vai ser parar..."
E move o corpo que vai em busca do novo,
do desconhecido, do belo, do indecifrável.
Do objetivo que está no mapa,
que nos leva ao que aparenta ser impossível,
inconquistável.
Às adventures...
-Chris Reis
INEXO
Os leões eleitos...
Rugem em seus tronos,
regem leis em suas alcovas
e chegam ao nirvana
com seus profanos planos.
Os leões eleitos...
Uma vez no comando
inicia o seu desabono...
Se propagam com a misera
dos outros, e tão logo no pedestal
entram em delírios com os ossos.
Antonio Montes
ENLAÇO
Eu me enleio
e me entorno em arrepios,
nesse arreio...
Duas taças ao meio
rebuliços nos entremeios
de dois seios...
Eis aqui,
os desejos
do alheio.
Antonio Montes
SONETO ESSENCIAL
Enxergamos tudo aquilo que está ao nosso alcance
"O essencial não se vê com os olhos" vai além
Duma paisagem, uma flor, um caminho, porém,
Podemos sentir com a emoção toda e qualquer chance
O que se sente não precisa ser visto, e sim, o que contém
A aridez, o calor, um perfume, o afago, que no sentido trance
E na alma desenhe o real e concreto da vida, em romance
Pois, sentir é o que captamos mesmo não vendo, também
Pode se estar vendo, mas o que julgamos é invisível
O conteúdo, a essência, ideais, aos sentidos impossível
Aparências não revelam a importância no sentir dum olhar
O olhar engana, miragem e nem sempre ao sentimentos compreensível
No entanto ver e sentir, no fado, será sempre compatível
Se ao ver e sentir, com o coração e, com ele, ter capacidade de amar...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Parafraseando Antoine de Saint-Exupéry
Meu jeito de escrever
Senti vontade de voltar a escrever, acho que na verdade esse é meu jeito de se expressar, esse é meu jeito de ser, o poder de me comunicar, na arte do saber.
Criar poesias me faz bem, acho que na verdade essa é a minha intuição, escrevendo me sinto num harém, no país da emoção.
Descarrego no papel tudo aquilo me traz inspiração, acho que na verdade esse é meu jeito de desabafar, essa é minha paixão, é a arte de me declarar com a caneta na mão.
IMPOSTADO
No baque do quebra mola
quebrei a mola das molas
na ingeria desse amola
valei-me Nossa Senhora?!
peguei a pedra de amolar
amolei o fio da hora.
Prejuízo a mim posto
sem gosto, fiquei insosso
e com os ossos todos soltos
dos sopapos, ai seu moço!
Aonde parou o imposto?
impostado pelos outros.
Antonio Montes
SENHORA DAS RIMAS
Senhora poesias das quatro estimas...
Me anima em suas rimas
Alinha-me nas estrofes de baixo
assim como, as estrofes de cima...
Que essa parteira, cuida da parida
e embale em seus braços,
as filhas saídas das rimas.
Que reacenda as estrofes...
Que enfoque os fonemas,
cite coisas do sul...
Assim como as coisas do norte,
não cite a mim! Pois sempre fraco...
Passeei e passei, por longe de ser forte.
Senhora parteira das rimas...
Me ensina a parir poesia
... Me delas como crias da mina cria,
assim quem sabe... Perante as fantasia
... Minha vida um dia, existiria.
Antonio Montes
Desemprego
Desempregos, desempregos,
Expandiu. Expandiu,
pelos quatro cantos do mundo!
Homens ou as máquinas? Máquinas!
As máquinas apropriaram dos trabalhos
dos seus espaços, dos seus sonhos
agora tornaram dona do seu sono
e dos seus passos...
Sem máquinas... Sem café, sem pão
sem roupas, e até sem compaixão.
Desempregos, desempregos,
sob as margens da vida.
Brota como se fosse,
erva daninhas, paridas, ou bombas...
A matar de fome que toma a felicidade
que tromba com a esperança
que explode e arromba...
A vergonha de quem se toma.
"Na hora que você pensou que tudo estava dando certo
Foi aí que você viu que não
Nada é perfeito e a poderosa imperfeição está em suas palavras
Paralisando e movimentando a sua estrada"
"Se você quiser
Eu faço o jantar
Te levo pra longe
Daquele lugar
Te dou atenção
E faço carinho
Depois de brincarmos num redemoinho
Se você quiser
Seremos o (próprio) luar"
Quando a chuva esquentar
E o sol esfriar
Nossos corpos, nossas vozes
Nossa forma de amar
E eu poderei fazer carinho
Soletrar seu nome de mansinho
Sem ter que no relógio olhar
Se já está na hora de "chegar"
"Te procuro, enlouqueço
Te encontro, enlouqueço
Por que você não me diz o que eu realmente quero?
Me procura, enlouqueça
Me encontra, enlouqueça
Você era a única coisa, da qual eu tinha certeza. Enlouquece a minha cabeça!"
DESEMPREGADOS
Meu pai, esta desempregado
minha mãe, esta desempregada
meu irmão, mais velho...
Esta desempregado.
Desempregados também estão...
Meu tio e minha tia,
o meu padrinho, esta desempregado
e o meu vizinho, todo dia sai sedo,
para caçar o tal emprego.
Minha prima formou-se na universidade
e agora descobriu que formou-se também
no rol dos desempregados...
Todos os dias, ela distribui um monte de
currículo, pela cidade, e nada de ser chamada.
O povo todo agora estão se transformando
em nômades dos contratados de trabalho...
Ficam para lá e pra cá, na busca do tal
emprego, se querem emprego, terão que
abandonar a família e ir em busca de
contratos em outro lugar de origem.
Eu! Emprego... Quem dera, mas, tenho
menos de dezoito anos e por lei...
Não posso me empregar!
Alem do mais, falta-me experiência
e para se empregar, tem que ter experiência
... Como terei experiência se não tenho
a chance de se empregar para trabalhar?
Antonio Montes
EXISTE VIDA APÓS VOCÊ
Foi depois de você que fiz novos amigos
Foi depois de você que aprendi a viver
Foi depois de você que entendi o caminho
Foi depois de você que entendi que era comigo
Foi depois de você que me interessei
Pela vida, pela música, pela poesia
Foi depois de você que descobri
Que existia vida após você!
"Louca por amar (mulher, mulher, mulher)
Sempre pedem mais (mulher, mulher, mulher)
Trazendo paz de um universo cálido, transcendente, Inexplicável."
Nessa sina enganosa
De quem sofre calado
Distante da liberdade
Diante da felicidade
Que muita gente cobiça
Mas a boca não fala
Daquilo que enche o coração
AGORA EU QUERO IR (soneto)
A minha saudade tem saudade de crê
Me planejei, me desmoronei no sedento
Nas verdades não fui inteiro a contento
E no querer o todo, metade teve porquê
Experimentei descanso e, labuta à mercê
Confiei no silêncio, me encaixei no lamento
Precipitei no ir e na volta, foi ensinamento
Me desmanchei nos sorrisos em comitê
E na busca de me reconhecer, descanso
Afinal, as trilhas não são de vento manso
Porém, ao me refazer despertei com a dor
Se agitado ou imoto me equilibrei no balanço
Da quimera, pois sempre nos resta tal ranço
De jugo. Agora quero ir e, apreender o amor.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 26 de março
Cerrado goiano
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