Poesia para Bebês

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Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e actividades são tragadas pela cobiça.

Karl Marx
MARX, K., Economic and Philosophic Manuscripts of 1844, from Marx and Engels, Collected Works, Vol. 3 Moscovo, 1975
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Naturalmente, os bébés não são humanos. São animais e têm uma cultura muito antiga e ramificada, como a dos gatos, dos peixes e até das cobras.

Círculo vicioso

Um dia, milhões de bebês choraram na liberdade uterina do milagre da vida: nasceram. Não vestiram seus corpos, não lhes calçaram sapatos nem lhes deram o conforto do seio materno, antes da posse do sonho infantil, foram rejeitados, ao rigor do abandono.

Um dia, mãozinhas trêmulas, inseguras, sem afeto, bateram na porta do vizinho, procurando abrigo. Não havia ninguém ali para oferecer afeto nem portas havia na pobreza do lado. O menino escorregou na direção da rua.
Um dia, a criança anêmica foi eleita à marginalidade da escura noite e disputava papelões e pães no lixo do depósito público. Aos tapas, cresceu como grão perdido no vão das pedras, sem a mínima possibilidade de sobreviver: sem teto, sem luz, sem chão.

Um dia, o adolescente esperto teve alucinações de vida e o desejo de conferir a sociedade: candidatou-se à luta amarga do subemprego. Alvejado pela falta de habilitação, foi condenado como vagabundo, recebendo etiqueta oficial de mendigo.

Um dia, o adulto desiludido, amargurado, sem emprego, sem referencial, saiu à procura do amor. No escuro, mas cheio de esperanças, foi colecionando portas fechadas pelo caminho. Sem Deus, sem nome, sem avalista, sem discurso, acreditou no “slogan” das campanhas sociais.

Um dia, o menino mal nascido, mal amado, mal educado, não soube cuidar do filho que nem chegou a ver. Não ouviu seu choro. Imaginou apenas que, após nove meses de duríssima gestação, alguém brotara de um rápido encontro, irresponsável, assustado e vazio que sempre ouviu dizer que se chamava amor.

Não, ela não era tola. Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends cinderelescos, ela queria acreditar. Nunca, jamais diga o que sente. Por mais que doa, por mais que te faça feliz. Quando sentir algo muito forte, peça um drink.

Quando nascemos de novo, somos todos bebês, e não crentes maduros; e os bebês precisam de muito amor e paciência.

Ser pai é descobrir que o amor incondicional existe, o maior e mais sincero de todos está bem diante do nosso abraço.

Crianças amam simplesmente por amar, e ponto. É triste saber que os adultos não amam de forma pura ou quando não há algo para receber em troca.

Quando bebês nascem, eles geralmente choram como se não houvesse amanhã. É alto, é chocante, e é completamente injusto. Aquele adorável pequeno bebê foi forçado a sair do ventre materno, e forçado a respirar o ar externo com seus pulmões novos em folha. É a natureza humana. Ninguém quer ser deixado no frio, rejeitado e sozinho.
Afeição, aceitação, e amor incondicional. Todos o queremos. Todos o procuramos. Mas quando o encontramos, é muito aterrorizante. Porque com a mesma rapidez que o encontramos, ele pode desaparecer. E voltamos à estaca zero, sozinhos.

Somos fáceis de decifrar quando bebês. Um choro significa fome… Outro choro, significa cansaço. A coisa dificulta quando viramos adultos. Começamos a esconder os nossos sentimentos. Erguemos barreiras. Chegamos ao ponto de não sabermos os que as pessoas sentem. Sem querer, nos tornamos mestres do disfarce.

Não é sempre fácil se expressar. Às vezes, você precisa ser forçado. Mas, às vezes, é melhor não se expressar. Fazer-se de mudo. Mesmo quando todo o seu corpo implora para se libertar. Então, feche a matraca, guarde o segredo, e encontre outros meios para ser feliz.

Dois Bebês estavam sentados em seus berços, quando um deles disse ao outro:

“Você é menino ou menina?”

“Eu não sei” disse o outro Bebê, gesticulando com seus bracinhos.

“Eu não sei qual é a diferença.”

“Ah, mas eu sei”, disse o primeiro Bebê, animado.

Ele cuidadosamente se aproximou do bercinho do outro Bebê, levantou o cobertor e entrou debaixo dele… Depois de um minuto, ele reapareceu com um sorrisão no rosto.

“Você é uma menina, e eu sou um menino,” ele disse orgulhosamente.

”Oh, você é tão inteligente!” suspirou a Bebê,”mas como você sabe disso?”

“Ah, isso é moleza!!!” disse o Bebê.” Você tem sapatinhs rosa, e eu tenho sapatinhos azuis!”


À sua espera

Estou grávida de trigêmeos.
Ainda estou com 6 meses.
Vem, meus bebês!
Tu és a razão do meu viver!
A mamãe ainda te ama tanto…
O melhor presente que recebi na vida foi vocês!

Mamãe se casou jovem, quando ainda era adolescente, teve bebês nova e, apesar de nunca dizer que era ativista do movimento de libertação da mulher, vivenciou a dor da dominação sexista, e isso fez com que ela incentivasse todas as filhas, nós seis, a nos autoeducarmos, para que fôssemos capazes de cuidar das próprias necessidades materiais e econômicas e jamais sermos dependentes de qualquer homem. Era óbvio que deveríamos encontrar um homem e casar, mas não antes de aprender a tomar conta de nós mesmas. Mamãe, ela mesma refém das amarras do patriarcado, incentivou-nos a nos libertar.

Há pessoas que me criticam por falar com animais, bebês e pelúcias. Dizem que sou louco. Então, quando viro as costas lá estão elas, olhando para cima e falando com Deus.

Olá bebês. Bem-vindos à terra. É quente no verão e fria no inverno. É redonda e molhada e cheia de gente. Olhando de fora, bebês, vocês têm cerca de cem anos aqui. Esta é a única regra que eu conheço, bebês. Por favor, sejam gentis.

Não se engane sobre o porquê desses bebês estarem aqui - eles estão aqui para substituir a gente.

O além é um lugar distante.
Tudo vem do além.
Lá onde moram deuses, bebês, anjos e fadas.
O além é um lugar distante,
tudo vai para o além.
É lá que estão também,
aqueles que amamos,
e que forçosamente nos separamos,
fazem passagem para o além...
O além tem vários setores, tem o lugar dos animaizinhos,
e um outro setor hilário "aquele" das meias perdidas...
Mas agora eu me refiro ao mais especial dos especiais,
onde acontecem milagres e transformações.
Avós, velhinhos e todas gentes que já foram,
voltam a ser bebezinhos,
ficam lá brincando, fazendo um tempinho,
nascem de novo, e voltam do distante além.
O nome do além deveria ser berçário...

Berçário é um lugar distante,
tudo vai para o berçário,
e do berçário, tudo vem...

Possivelmente tenhamos descoberto o ponto inicial de tudo.
De lá entre multidão de inocentes,
Deus, cheio de confiança, tenha demarcado este,
como o marco zero do amor...

A vida é oca como a touca de um bebê sem cabeça (...)
Meus deuses são cabeças de bebês sem touca.

Ficarei boquiaberta se me disseres que me amas com tanta facilidade, assim como bebes água;
Veja o meu olhar pasmo para com as suas palavras que faz pouco caso aos sentimentos...
Se encontre ou se busque para entender o significado do amar sincero!

Quando bebes não sabemos falar, então choramos pelo que queremos ter.
Quando adultos, sabemos falar, mas não falamos, e muitas vezes choramos por isso, por saber o que queremos e ao mesmo tempo saber que o melhor é se calar.

Inserida por PaulaManfredo

Ainda crianças recebemos a missão de aprender. Somos ensinados ainda bebés a falar, a andar, a sorrir, brincar, a agradecer. Então crescemos e já sabendo andar sozinhos, levantar depois de uma queda, a superámo-nos.
Durante toda a vida erramos, acertamos, fracassamos, vencemos, o fato é que aprendemos e cansados ou incansavelmente seguimos em frente. Somos seres insaciáveis, sempre queremos algo, lutamos pela felicidade, buscamos ideais, queremos alcançar sonhos possíveis, desejamos os impossíveis, algumas vezes inconformados sempre querendo mais e mais, nos esquecemos de olhar atrás o caminho já andado, não valorizamos o que já foi conquistado. Talvez esteja na hora de parar um pouco para reaprender,a desfrutar, e agradecer enquanto temos em mãos.

Inserida por Crissantos28