Poesia os Dedos da minha Mao

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⁠EU SONHAVA
⁠Eu sonhava e o bom era que parecia estar tão perto, tão ao alcance dos dedos.
A felicidade parecia estar ali;
Se construindo, gerando o tal belo amor.
Mas do nada, o “eu sonhava” se apagava e só chorava.

⁠BARES DA VIDA

Garçom! Por favor...
Dois dedos de prosa
um trago de cachaça
e um pouco de atenção.
Traga-me um pano
e limpe essa dor
espalhada no balcão.
Garçom! Por favor...
Mais duas cachaças,
uma pra mim,
outra pra minha alucinação.
Deixe-me logo a garrafa,
baixe o volume da saudade
ou ao menos mude de estação.
Garçom! Por favor...
Cigarro, isqueiro e cinzeiro,
papel e caneta tinteiro
e bom bocado de inspiração.
Um envelope sem remetente,
e peça água de colônia ao barbeiro
para disfarçar o cheiro desta assombração.
Garçom! Por favor...
Uma canção de Amor
e um bocado de gelo
pra anestesiar meu coração
E traga logo a minha conta
e um prego de pendurar alma
tão maltratada pela paixão.
Garçom! Por favor...
E se eu não vier resgatá-la,
é porque não preciso mais,
use-a para limpar o chão!

⁠ELISA "ENSONHARADA"

Escorregastes por entre os dedos de Deus...
E, escorregando por entre nuvens e estrelas
e céu e lua e sol...
Chegastes “ensolarando” nossas vidas...
iluminando e irradiando “mágicas”
e faz de conta... incontáveis...

Amáveis e suaves
apertados abraços a nos envolver
e “volver” nossos corpos
em laços e mais abraços...

Trouxestes novas vestes
para nossos corações e almas e corpo...

Uma “filhotinha de anjo”
que despencou do céu
e transformou em “céu” nossas vidas...

Seus olhos são “varinhas mágicas” ...
que abrem as comportas do céu
aqui na terra...
Um céu encantado...

⁠Meus dedos se coçam,
Tentando se livrar da angustia que desconheço a origem
Enquanto tento cessar uma fonte de sentimentos entalados, para que ela não transborde,
Pois seria árduo secar o piso se isso acontecesse.

⁠Antes que os olhares se cruzem e o encanto apareça…
Antes que as bocas se toquem e os dedos se entrelacem, que as roupas caiam e os corpos se unam, que o dia comece e você esteja encaixada em meu peito… Quero que você saiba: eu não preciso de você para ser feliz - e nem de alguém para me trazer felicidade…
Com o tempo, tenho aprendido a viver bem sem uma relação. Apesar de ter corrido atrás disso por muito tempo!
Hoje não busco amores perfeitos e nem paixões avassaladoras… Não prometo um amor eterno ou te presentear com as estrelas… E também desacredito de príncipes encantados e contos de fadas. Tudo mudo, as prioridades e principalmente as pessoas… Não me entenda mal, eu não estou fechado para o amor… Mas já não aceito qualquer coisa.
Internamente, trabalhei bastante para aprender a dizer não ao que é ilusório, raso ou superficial.
Hoje, busco um amor mais maduro… Daqueles que fazem bem e continuam crescendo de um modo sincero dentro da gente, um sentimento que transborda e que nos torna melhores do que éramos antes dele aparecer.
É a esse amor que desejo abrir o coração antes de entregar o meu corpo, venho naquela existência um motivo a mais para sorrir.
No fundo, desejo construir uma relação diferente das que vivi… Embora seja difícil acreditar que no futuro as coisas possam ser diferentes de como foram lá atrás, eu continuarei a pagar o preço necessário para que os antigos roteiros não mais se repitam.
Eu quero o amor, a alegria, o bom humor.
E você, o que quer?

Resposta

Queria um cafuné e amor seu, só pediria isso e mais nada. O toque suave dos seus dedos em meu cabelo, como se cada fio fosse uma corda de violão, ressoando uma melodia de paz e aconchego. Ah, se eu pudesse ter pedido apenas isso, teria sido o suficiente para iluminar meus dias sombrios.

Deveria ter visto mais o sol se pôr. Deveria ter aproveitado mais aqueles momentos simples, onde o céu se tingia de cores que só o amor sabe pintar. Será que eu sei que você era mesmo tudo aquilo que me faltava? Hoje, nas entrelinhas do crepúsculo, vejo que sim, você era a peça que completava o meu quebra-cabeça de sonhos.

Hoje eu leio as poesias que eu fiz pra nós, cada verso carregado de uma esperança que parecia infinita. Não sei por que razão tudo mudou assim. Ficaram as canções e você não ficou. E nas melodias que ainda ecoam, sinto a ausência do seu ritmo, da sua voz.

Ainda lembro o que eu estava lendo, tentando encontrar nas páginas a resposta para o vazio que você deixou. Só pra saber o que você achou dos versos que eu fiz. E ainda espero resposta, como quem aguarda o desabrochar de uma flor em pleno inverno.

Quando chegar o momento, esse meu sofrimento vou cobrar com juros, juro. Não por vingança, mas por justiça ao coração que te amou sem medidas. Que coincidência é o amor, cruzando nossos caminhos em momentos tão precisos e, ao mesmo tempo, tão incertos.

A nossa música nunca mais tocou, e cada nota ausente é um lembrete do que perdemos. Pra que usar de tanta educação, pra destilar terceiras intenções, desperdiçando o meu mel? O amor verdadeiro não precisa de subterfúgios, de máscaras ou disfarces.

Devagarinho, flor em flor, você foi beijando novas primaveras, enquanto eu permaneci no outono do adeus. Entre os meus inimigos, beija-flor, encontrei a solidão como companhia constante, lembrando-me que o amor, de dentro pra fora, ainda é o que mais me define.

⁠Em um mundo de dedos apontados....
felizes são os loucos ...que vivem em um mundo isolado de tudo que fere..que dói..que acusa ou culpa o próximo..

Muitos dedos apontados, eles riram de mim, Acharam que era só um sonho,
Que tudo ia morrer no fim.
Mas eu me calei, eu segui, deixei fluir,
A fé que eu carrego me trouxe até aqui.

Às vezes, tudo que precisamos
é que alguém nos veja de verdade.

O tempo escapa pelos dedos,
não se dobra, não se volta;
e o que é errado jamais se fará certo.

As relações florescem na serenidade,
sejam elas poucas ou muitas,
profundas ou passageiras.

Aprenda a habitar seu próprio eu,
a ouvir suas sombras e suas luzes,
antes de se perder no “eu mais um”.

By: Ivan Ludwig

Contagem Regressiva

Escorrem apressados por entre os dedos,
os últimos dias do ano.
Foram bons dias:
alguns mais longos,
e outros que fluiram
com tal rapidez,
que nem percebi.
É hora de fazer
as contas.
É mister que sobrem créditos.
que a humildade
a caridade
a honestidade
e a fé
tenham rendido dividendos.
Cada um à sua maneira,
que contabilize...

Lembra quando seus pais lhe diziam que "amigos você conta nos dedos" ? Pois é, são poucos e raros, bons e eternos! Confira nossas frases sobre amizade verdadeira, e compartilhe com as pessoas que sempre estiveram ao seu lado.

Os "amigos são pra isso" ou "estou aqui com você" de vez em quando faz tão bem aos ouvidos e ao coração.

Amanhã,
quando aparecer a madrugadora aurora
de roseos dedos,
farei uma última libação
a essa terra
de largos caminhos.

Vixe!
É a soca da soca.
É a saideira no bar da Dri.
São 4h30min e a aurora de róseos dedos repousa.
Meus olhos faíscam.

Medíocre instante
Do botão, explosão!
Propagação da incerteza
Duvida e escuridão.
Dedos que condenam
Sem saber, sem ter um porque,
Justo sofrimento
Por escolha da sorte?
Ou da falta de saber!
Em um piscar de olhos
Uma caricatura bem apresentada,
Do mal, em forma de fada.
Auto, convencimento
De que o melhor para você
Talvez seja também para a nação!
Leve instante de esperança
Que se acabe a apreensão,
Mesmo que seja nas mãos
Manchadas de um duvidoso ser.
O voto é a guilhotina do povo
Que lentamente mata milhares
Pelas desculpas esfarrapadas
De homens que se dizem exemplares.
Ao amanhecer restam apenas vestígios
De mais uma fantasia, que esfarelou vidas,
Em troca de um barato assistencialismo.
Que começa no alento de uma urna
E termina com a esperança em um caixão.

Essa noite está chuvosa e fria
Meus dedos congelados insistem em digitar o que sinto agora
É um misto de paz interior e raiva do baixo auto-controle
Uma senssação de priorizações medíocres e sem fundamentos
É a incógnita persistente
Um desejo de estar mas não permanecer
Embora o costume me torne relápsa e cega
Embora ainda haja uma vontade incontrolável de mudar os rumos
Sei que não posso decifrar o que sinto
Um paço incerto nos faz tropeçar pelo resto de nossas vidas
Um beijo nos acomete e abduz de forma que só aquele instante importa
O futuro nos aguarda de braços abertos e no entanto não sabemos se haverá futuro...
Me pego pensando:-devería eu continuar ou entregar as armas e a alma?
Acreditar no ser humano é o mesmo que assinar seu atestado de burrice!!
O grande vilão de todos os meus sentimentos é minha capacidade de amar e acreditar que o que sinto me torna forte e faz do outro minha propriedade.
Tola que sou e sei disso,ainda assim permaneço...
Constante,entregue .....burra!!!

Prece ao tempo

Tempo, senhor das horas silenciosas,
Que borda os dias com dedos de vento,
Escuta esta prece entre pausas ansiosas,
Sê calmo comigo, sê brando, sê lento.

Tu que te moves sem nunca parar,
E trazes no pulso os segredos do mundo,
Ensina-me a arte de amar o esperar,
De ver no instante um saber mais profundo.

Não venhas cruel, nem de forma impiedosa,
Com passos que arrastam o brilho do ser.
Mas vem como brisa, sutil e formosa,
Que sopra a verdade sem me desfazer.

Que eu possa, em teu ciclo, plantar esperança,
Colher do teu ventre o fruto da paz,
E ver no que muda a eterna criança
Que aprende a ser forte quando já não dá mais.

Tempo, constrói com carinho o meu canto,
E faz da minha alma abrigo e canção,
Que eu seja em teus braços mais sonho que pranto,
Mais luz que memória, mais sim que não

Ela brincava com os dedos perdida em algum pensamento desimportante. Não que se pudesse entrar em sua mente e se saber o que se entranhava por ali. Nem que se fosse possível avaliar a exatidão de suas prioridades, a ponto de se calcular o que lhe importava ou não. Ela tinha um jeito meio prisioneiro de sentir: se ria, não ria. Não chorava, se chorava. Não que houvesse algum meio de se saber se guardava no peito tempestade ou pouca brisa. Mas, enquanto o vento fazia o seu curso, enquanto as mulheres com olhar cansado encurvavam o corpo de frio, e os passantes pisavam a calçada molhada... algo dela, e estritamente dela, ficava no ar. Eu apanhava com as mãos frias, disfarçando. Com um esforço quase místico. Ela doía por dentro. E eu sabia com exatidão, talvez por me doer também. Vivíamos no mesmo mundo, eu e ela, respirando a fumaça indiscreta da solidão. Sentei à sua frente inquieto. E não pelo frio ou o cinza do céu. Nem pelos cachorros solitários da praça. Sentei à sua frente. Ninguém nos compreendia. Ninguém, entre pernas e olhares apressados.
Ela tinha o olhar ensimesmado. Olhava talvez para dentro de si. Fazendo talvez as perguntas que eu fazia. Não que se pudesse investigar as possibilidades do seu mundo, nem que eu ousasse averiguar com precisão os seus anseios. Eu lhe era um desconhecido. Ela me era uma estranha. E não havia entre nós qualquer comunicação que pudesse revelar o espírito. Mas eu sabia. Eu sabia muito sobre ela. Aquela estranha. Talvez a conhecesse de alguma outra vida. Quem saberá? Depois de algum tempo ela levantou e se foi, levando parte de mim. E eu fiquei com o frio e a chuva, respirando a fumaça indiscreta da solidão.


Michelle Portugal

Desejos


Desejo o seu desejo de desejar-me, o beijo sem medo;
Desejo o toque sútil de dedos ávidos a tocar-me a pele eriçada, pronta, à esperar a ousadia de lábios quentes a explorar com avidez cada centímetro do meu ser;
Desejo seu desejo de estar comigo em noite de lua nua;
Desejo a vida transpassando por nós até onde os pensamentos não podem tocar, onde apenas o entrelaçar dos corpos quentes, voluptuosos de um desejo ardente queiram estar;
Desejo mais que tudo estar fora de mim quando o meu eu estiver em você!
E num encaixe perfeito como o vinho e a taça, caber sem esforço no seu mundo sendo simplesmente a medida exata.
Desejo..,

A aflição é aquele nó silencioso que aperta a alma quando tudo parece escapar por entre os dedos. Ela chega sem pedir licença e, de repente, o mundo parece pequeno demais para comportar nossas inquietações. Mas, por mais sufocante que seja, a aflição não é o fim — é um chamado profundo para olharmos com mais atenção para o que falta, para o que dói, para o que ainda precisa ser entendido dentro de nós.

É nesse aperto que descobrimos nossa capacidade de respirar fundo quando o ar parece escasso. A aflição nos obriga a desacelerar, a escutar o que a vida sussurra por trás do caos. E, aos poucos, percebemos que nenhum turbilhão é eterno: até as tempestades mais ferozes cedem espaço ao céu limpo.

Você não precisa enfrentar tudo sozinho. A aflição não diminui sua força; ela revela sua sensibilidade, sua coragem de sentir intensamente. É uma travessia — e cada travessia tem um outro lado esperando por você.

Permita-se ser gentil consigo mesmo enquanto caminha por esse trecho mais estreito. Cada passo, por menor que pareça, é prova da sua resistência. E quando a aflição enfim se dissolver, você perceberá que não saiu dela menor: saiu mais consciente, mais firme, mais vivo.

Pensar-te é um oceano.


Imaginar-te nenúfar entre os dedos escorrendo do néctar
o silêncio primordial
no êxtase de todas as tulipas
bebendo-te é púrpura loucura.


Dos gestos
a alma que perdura,
palavras e risos
percorrendo avidamente o esgar cruel do tempo
que deixaste em meu corpo inteiro
saudade,
este viver ousadamente sem nada ser ou possuir.


Pensar-te meu amor mais sublime
nas fragas do vento ou num desesperado grito de ave
é sentir teu fôlego entre
minhas pernas
tua língua brincando em meu ventre
meus dedos entrelaçados aos teus
revolvida, encharcada e concebida,
extasiada em teus cabelos,
como crianças besuntadas de mel e marmelada
roendo maçãs
no entardecer da infância
enquanto a fome doía
na alma grande
das gentes.


Pensar-te tudo e nada.
Beber-te chuva.


Célia Moura, in "Terra De Lavra"