Poesia Operarios em Construcao

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Invicta


Invicta, é poesia inacabada: o mundo poético dentro de uma cidade.
O Douro escreve poesia líquida nas margens das rugas da ribeira.
O nevoeiro na invicta não é clima: é véu. E todo véu oculta um portal.
Há portas na cidade que só se abrem a quem carrega profundidade e revelação. Cada varanda é uma metáfora, cada rua um poema à espera. No Porto, a alma encontra abrigo porque sabe o que é amar em silêncio.

Irreal

Palavras cruzadas!
Imagens confusas!
Poesia? Talvez!
Pessoas estranhas!
Linguagem esquisita!
Visão obscura!
Fantasia? Talvez!
Não sei onde estou!
É tudo tão vago!
Bagunça inebriante!
O que faço?
Como sai daqui?
Talvez seja sonho?
Não, não é!
É tão real!
Corro pelas ruas,
mas... Ninguém me vê!
Serei um fantasma?
Me sinto só!
Não sei o que faço!
Fujo? Fico? Morro?
Não, não. Definitivamente morrer não!
Sinto meu corpo!
Espere!
Ali! Tô vendo!
Tem alguém ali!
Peraí! Ele me viu!
Tá me puxando!
Puxa! Que sorte!
Voltei!
Ué! Aquilo era a morte!
Voltei à vida?
Por que voltei?
Ah! Entendi foi você!
Você me salvou!
Você acabou de ler minha poesia!
E cada vez que você, que você ouve,
me torno mais forte, distanciando o
meu Eu poético da morte.
Uma morte súbita.

Eu e o mar

Calmo mar
Poesia deserta
Saudade do mar
Ilusão incerta
Olhos que vagam...

O mar a noite
Espera vazia
Esperança tardia
Das dores do mar

Me olha mar
Me sente mar
Me ouve mar
Me chama o mar...

Coração estremece
Rudeza da vida
Noite esquecida
Brisa que passa...

Vejo o espelho
Sem imagem
Lembro do mar
Que me sorri e me afaga

Olho novamente
Derrepente a imagem
Eu sou o mar
Profundo
Sozinho
Chorando em silêncio...

Poesia em forma de mulher
Você é uma poesia em forma de mulher.
Cada gesto seu é uma estrofe que se desenha com delicadeza.
Seu olhar reflete a paixão de suas palavras.
Seu sorriso é o verso mais sublime da arte.
E mesmo rasgada por dentro,
você transforma a dor em encantamento.
Você é arte, é luz, é puro sentimento
uma poesia em forma de mulher, que não precisa
de folhas para expressar quem verdadeiramente é

Imaginei como seria
Nosso beijo, a sintonia
Me surpreendi com o que vivi
E escrevi nessa poesia


Jéssica Jardim


Olhei, Virou Poesia

Olhei para o mundo e vi mais do que olhos comuns enxergam.
No silêncio da rua, nas sombras da noite, no sorriso tímido de alguém… tudo virou poesia.
Cada detalhe que parecia pequeno, carregava um universo escondido.
Um gesto simples se transformava em versos, uma palavra dita ao acaso se tornava canção.

Olhei para dentro de mim e percebi que também sou feito de poesia.
Nos meus medos, encontrei metáforas.
Nas minhas cicatrizes, nasceram estrofes.
E no meu peito, um coração que insiste em rimar esperança com vida.

Porque quando o olhar aprende a sentir, nada mais é só comum:
o vento é poema, a chuva é canto, e até a dor tem sua beleza.
Olhei… e tudo o que vi, virou poesia.

*
"Queria
que o meu coração
tivesse um lugar secreto, uma gaveta pra guardar a poesia
que um poeta
deixa escapar nos seus devaneios."


***

Poesia Juvencio



Nesses fins de léguas,
Donde o mundo se esconde
E até o ontente se esquece do hoje,
Por tanto silêncio,
O velho Juvêncio
Revira o mate,
Sentado no catre,
Buscando lonjuras
Que a vida apartou,
Bem infurquilhado
Do rito sagrado
Que vem do passado,
Por essas estâncias onde se criou.


Não teve herança,
Tão pouco tropilha,
Lhe toca um tostado,
Já bem sugeitado
Que ele domou,
E sonha, por vezes,
Se fosse patrão,
Umas léguas de campo,
Luz de perilampo
Alumiando o chão.


Encilha a preceito
Recruta de gado
De papel passado;
Campo alambrado,
Rancho e galpão
São cosas de vida
Escrito por Deus.


Juvêncio campeia,
Cuidando dos campos
Que nunca foram seus,
E às vezes pensando,
Segura o chapéu:
Se depois da morte
Terá melhor sorte
Um campo no céu,
Porque a igualdade
Não lhe amadrinhou,
Deixando pros outros
Teopilhas e potros
Que tanto sonhou.


São tantos Juvênios
Por essas estâncias,
São tantos Juvênios
Por essas estâncias,
São tantos Juvênios…


Renato Jaguarão.

Poesia Parceiro de Laço


Hoje, quando saltar do brete
A novilha em disparada,
Meu moro esbarra no pasto,
Da cancha já encharca.
Meu laço fica nas ancas,
No mais de exposição,
Mostrando que o 12 braça
Hoje não solta da mão.


Por anos de parceria
Nesses rodeios afamados,
Se foi meu velho parceiro
Se bandio pro outro lado,
Botando corda, por certo,
Tapiando bem o chapéu.
Agora bota armada
Na querência grande do céu.


Que dupla que nós formava
No berro do narrador!
No mais se pedia porta
E aguardava o corredor.
Depois era facerisse
Naqueles acampamentos:
A gaita, o violão,
Assado de fundamento,
E a canha nunca faltava,
Parceira do chimarrão.


As prosas de campereada
E cosas de coração…
Que jeito vou botar corda,
Que jeito vou ao rodeio,
Se tu me deixou solito?
De todos, melhor parceiro,
É coisa triste de ver
Teu baio pedindo cancha,
Solito ali no potreiro,
Donde tua alma descansa.


E o laço dependurado,
Já seco, faltando gracha.
Um tirador, umas botas,
Jogado com as bombachas.
Sempre que venho te ver
Nesse teu velho galpão,
Fico bombendo os retratos:
Quantos troféus na tua mão!


De todos esses rodeios
Que andamos por esse estado,
E me pergunto a esmo:
Quem foi esse teu jurado
Que te negou a armada
Se a cancha tu não queimou?
Eu vi, estava do lado!
Quantos bois tu laçou…


Será que lá nas alturas
Alguém, solito ao léu,
Te quis pra formar dupla
Lá no rodeio do céu?


Mas hoje não tem mais laço,
Rodeio, gaita, violeiro.
Só laço quando morrer
E te encontrar, meu parceiro.


Renato Jaguarão.

⁠ poesia
Na escuridão encontrei realidade, mas seus olhos encontrei a saída. Seu sonho era minha força e coragem que me faltava, mas perdi e, decepção no meio da multidão, me sinto sozinha, mas você é minha inspiração.

⁠Sim, enxergo poesia em tudo:
em cada palavra dita,
em cada sentimento compartilhado.
Uma simples imagem, um texto lido...
Transbordo intensidade.
Às vezes, não consigo controlar.
Apenas vivo cada momento,
sem medo das consequências,
sendo leal ao que sinto.

⁠A poesia é o vírus da liberdade num mundo programado para calar.
Quando o mundo cala, a poesia fala, e ninguém consegue silenciar.


Mulher é fogo, poesia e sentimento. É harmonia e melodia, é alegria e beleza. Ela é o ser humano mais maravilhoso que podemos ter na nossa vida. Mulher é uma bússola de ouro, que nos orienta e nos mostra o caminho a seguir. É a guerreira que estará do nosso lado quando mais precisarmos. Ela nos traz força, coragem, amor e sabedoria. Mulher é o ser humano mais lindo que podemos ter na nossa vida.


A bela mulher é a poesia; ela tem o sabor de alegria e empatia. O encanto de uma poesia flui das suas palavras e aquece o coração. Ela nos faz sentir a esperança de um amanhã melhor, cria um mundo de harmonia e bondade. A beleza feminina é a poesia, o mais puro dos poemas.

“Poesia nas estações”

— Sou feita de PRIMAVERA, que
desabrocha a luz do luar
— Recorro à solidão para poetizar!
— Sonho poder congelar o tempo para resguardar e perpetuar o momento!
— Me encanto com jardins floridos, um convite ao colibri!
— Visto o melhor sorriso, e saio por aí,
a espalhar ternura, e assim
fechar brechas e fendas, do rancor e da amargura!

— Sou feita de VERÃO, raios de sol, à embelezar!… bronzear!… poetizar!…
— Feito a água do mar beijando areia
— Feito o frescor da brisa, numa
noite de lua cheia, embelezando o céu estrelado,
em um momento de ilusão,
penso até ter visto uma sereia!

— Sou feita de OUTONO, que enxerga a beleza na natureza, das folhas secas pairando no ar, que voam pra lá e pra cá,
acredito que elas são amantes dos poetas, e os seduzem a poetizar!

— Sou feita de INVERNO, a estação dos abraços prolongados!
— Do vento que assovia tinindo, pra todo (lado)
— Da chuva mansinha, da garoa fria que chega plácida.
— Quando o frio se põe entediante, poetizamos, para torná-lo interessante!

Rosely Meirelles

⁠RESIGNAÇÃO

Eu cantei o amor,
celebrei a alegria,
da trizteza fiz canção,
e da dor fiz poesia.

Nunca me deixei vencer,
quer de noite,
quer de dia,
e se vi alguém chorar,
lhe apresentei alegria.

Se só se vive uma vez,
deixo registrado o meu feito,
pois aprendi que na vida só será coroado,
aquele que militou direito.

Quando a morte chegar,
e com seu véu me cobrir,
entrarei no paraíso,
com um grande sorriso,
direi a Jesus Cristo:
Pronto, meu mestre, estou aqui.

Resignado ao teu propósito,
para o qual me escolheu,
eu cantei, sorri e chorei,
fiz de teus planos o meu.
E deu certo, eu bem sei,
no canssasso da minha lida,
eu cheguei ao fim da vida,
e nos teus bracos descansei.




Autor: Cicero Marcos

Hoje tudo que tenho
É um canto silene
Um encanto de solidão
Uma poesia sem razão
Um grito mudo
Um verso insolene
Um poema vazio
Uma saudade rasgada
Um quarto frio
E uma saudade amargada
como prece .

Sede

Quero uma poesia que penetre em minh’alma,
E me faça por entre lágrimas
Sentir o gosto do riso:
– Nada foi perdido!
Quero mais que uma poesia,
De amor, – não quero poesia
Sem lâmina, sem sabor,
Sem cheiro, sem sangue,
Sem o pulsar de coração,
Sem elementos de vida,
De esperança. (Quem sabe apenas
Um ponto – o silêncio,
Menos suspiro e reticência
– ataque fulminante).
Quero mais do que palavras,
Quero o abraço que faça-me
Perder o fôlego, me sentir ofegante.
Quero licença poética,
E quebrar a censura, e ser livre
Para poder mandar alguém
Para onde eu quiser,
E também ser mandado
Ao bel prazer.
Quero o “vá ser livre”,
E “vamos sermos livres juntos”
(E que a liberdade não nos separe),
Quero a vírgula fora do lugar,
Só para confundir
E ser confundido.
Quero poder falar na forma
Que eu quero e bem entender,
E dizer que a gramática
Não me contaminou
Por inteiro,
– Quero ser critico
Da minha própria pessoa!
Quero uma poesia
Que sinta a minha dor,
E chore comigo,
Como se hoje fosse
O último dia,
– Hoje já passou…
Amanhã quero um conhaque,
Um cigarro qualquer,
E uma mulher,
Que não viva me fazendo
Juras de amor,
E minta todos os dias
Me amar.
Quero sentir o perigo da rua,
Da curva da poesia,
E da amada.
Embriagado, quero
Mais que poesia,
Muito mais do que poesia.
– Hoje vamos nos divertir!
– Até chegar no espaço!
– Fecha os olhos.
– Esquece esse mundo.
Palavras soltas,
Sem dono,
Em busca de serem encontradas.

Valter Bitencourt Júnior
Você Pode: Antologia, 2018

A Poesia aquieta minha alma ,
acarinha meus sentidos e
me faz acreditar que,
apesar de todas as dores,
ainda posso aprender a
minha paz
eternizar!

Na beleza da lua que irradia
Pensamentos a vagar lentamente
Minh'alma pousa fundo in poesia
Onde renasce a paz em minha mente .

Na essência da leveza que me nota
Vou compondo versos de carinho
Inda que a saudade não me conforta
Na solidão do meu caminho .

Feito olhos de criança quando mergulhada na fantasia .
A poesia tem sido minha melhor companhia
Tendo o paraíso sob pano de fundo .

Deus sempre me mostra do que sou capaz
Alguns segundos de paz ...
Já me valem a pena ter nascido.

⁠Meu coração é esperança,
luz, alegria e poesia.
É um mistode
encanto e magia.
É a certeza de querer
ser feliz todos os dias.