Poesia nome da Gente
Plenitude é quando a vida cabe no instante presente, sem aperto, e a gente desfruta o conforto de não sentir falta de nada.
A gente demora pra aceitar, arruma novecentas desculpas para a falta de jeito do outro. Ah, ele é confuso. Ah, ele está tenso. Ah, ele tem medo. Ah, ele é maluco. Ah, ele isso. Ah, ele aquilo. Desculpa, mas quem quer estar junto pensa ah, que saudade. Ah, que falta ela me faz. Quem gosta, gosta. Sem complicações. Sem armações e armaduras.
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.
A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos.
Saudade mexe com a gente, os olhos ficam cheios de lágrimas rolam pela face, só assim alivia o coração.
Está se sentindo vazio? Preencha esse espaço com solidariedade. Saia desse buraco. Há muita gente precisando de você.
Outra vez, a esperança na mochila eu ponho. Quanto tempo a gente ainda tem pra realizar o nosso sonho?
Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas.
Eu estou vivendo uma coisa muito boa. Aquela coisa que a gente suspeita que nunca vai acontecer. Aconteceu.
Mas eu não estava seguro. Lembrava-me da raposa. A gente corre risco de chorar um pouco quando se deixa cativar...
Eu não tenho ideia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo. Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. Seja lá do que a gente tenha medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir.
Mas tô me divertindo, ué. Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, tô só obedecendo todo mundo.
A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, dói demais. Mas passa.
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.
Tem gente que esquece que você não precisa diminuir o outro para crescer. Uma pessoa humilde é aquela que não diminui o outro para crescer, há pessoas que são tão arrogantes que elas só conseguem se elevar se ela diminuir a outra pessoa, e há pessoas inteligentes que crescem junto com o outro.
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.
Quem disse que estar no meio de muita gente é garantia de ter alguém? Cada vez me convenço, talvez você também, de que são poucas as pessoas que na vida são capazes de nos deixar a vontade para gente ser o que a gente é, são poucas as pessoas que diminuem e que cessam a nossa solidão, porque a solidão só vai embora quando o coração consegue ser o que ele é, sem precisar mentir, sem precisar inventar, sem precisar usar máscaras.
A vida já é tão difícil, por que a gente fica arranjando mais problemas pra gente? Que necessidade é essa de apertar o botão de auto-destruição?
A opção é diminuir o tanto de gente ao redor. Assim, serão menos decepções e assim vai ser bem melhor...
